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Digimon Priests Revisited

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Digimon Priests Revisited Empty Digimon Priests Revisited

Mensagem por Collector Qui 05 Jan 2012, 5:53 pm

Olá, pessoas o/

Eu sei que manter duas fanfics ao mesmo tempo não é simples, pois já fiz isso em outras ocasiões. Mas mesmo assim, achei que deveria tentar xD Como essa é uma releitura, não vai ser tão complicada de se postar como a Underdog Crisis é.

Informações inúteis à título de curiosidade:

Essa fic em questão é um remake completo de uma antiga fanfic minha. Se não me falha a memória, ela foi originalmente postada no meio~final do primeiro semestre de 2006 e chegou a seu último capítulo em dezembro desse mesmo ano. Ou seja, faz um tempinho já xD. Modéstia à parte, ela foi relativamente popular em sua época.

As razões de eu a estar refazendo do zero, apesar de ter a original bem guardada, são inúmeras:
- A história ficou com alguns buracos e furos, que se intensificaram nas sequências 2 e 3, algo que pretendo corrigir.
- Apesar de Priests 3 ter chegado ao fim, nunca foi mostrado como realmente tudo se finalizou, por isso queria "preparar o terreno".
- Convenhamos, a escrita da fic original era um tanto "primitiva' (era minha segunda fic apenas x.x)

Ainda não sei se pretendo refazer a 2 e a 3, pois o "verdadeiro fim" não acontece em nenhuma das duas, mas essa eu vo fazer de tudo pra chegar até o fim!

Nome da Fanfic: Digimon Priests Revisited
Nome do Autor: Collector
Gênero Principal: Aventura
Em que foi foi baseada: nada específico
Recomendação Etária: 13+
Uma pequena Sinopse da História: A história gira em torno de dois mundos paralelos, o dos humanos e o dos digimons. Este último vivencia uma tumultuada transição de poder, atrapalhada por ataques de digimons revolucionários que discordam do governo. E tudo pioraria quando um antigo inimigo retomasse sua atividade. Caberia à humanos a tarefa de auxiliar o Reino a retomar seus dias de glória.

---------------

Três seres especiais uniram suas forças para criar um mundo inteiramente novo. Não se sabe quando e nem como isso aconteceu, pois não havia ninguém para testemunhar. Simplesmente... Estava ali. Eu só espero que um dia possa vê-lo com meus próprios olhos.
– Koushi Miyoki

Saga I - Princípio de uma Rainha

Capítulo 01 - Uma Garota e os Dois Mundos


A luz invadiu aquele pequeno quarto através das frestas da janela, despertando a garota que repousava sobre a cama. Com os seus lisos cabelos castanho-claros espalhados pelo travesseiro, ela virou-se para o lado, forçando a vista para enxergar o horário no pequeno relógio digital sobre o criado mudo. Após algum esforço, conseguiu visualizar e, em seguida, mirou seus olhos verdes para o teto, sem esboçar reação.

- Alguém me diz que eu enxerguei o horário errado... – Disse, fechando os olhos. – Por favor... Ahhhhh!

Após soltar um grito de desespero, jogou o cobertor para o lado e levantou-se da cama abruptamente. Era uma jovem alta, na casa dos dezenove anos, magra, pele clara, cabelos que desciam até perto da metade de suas costas, rosto fino e traços bem definidos. Vestia apenas uma camisola branca.

Seu quarto não tinha muitos móveis. Havia basicamente um armário com porta dupla, uma cama de solteiro, o criado mudo e uma escrivaninha, todos feitos de madeira comum. As paredes eram brancas e o piso coberto por ladrilhos de mesma cor. Tudo ali estava muito limpo e bem organizado, bem diferente da maioria dos quartos de adolescentes comuns.

- Aiii! Que droga! Vou chegar atrasada de novo! Eu preciso trocar esse despertador... Nunca consigo ouvir! Grrr!

Vestiu, na maior velocidade possível, uma camiseta alaranjada com o logotipo do mercado onde trabalha, calça em sarja marrom e sapatilhas de cor preta com um lacinho. Em seguida, desceu pelas escadas em correndo, quase tropeçando em um dos degraus. Ao mesmo tempo, penteava seus cabelos de qualquer jeito. Ao chegar à sala, escutou a voz de uma mulher vindo da direção da cozinha.

- Athena? Você está atrasada? – Perguntou uma mulher, em um tom calmo e não muito alto.
- Só uns quinze minutinhos... Nada demais, mãe! – Respondeu a jovem, enquanto terminava de se arrumar.

Era mentira, pois já devia ter saído de casa a, pelo menos, quarenta minutos. Mas não queria trazer preocupações desnecessárias para sua mãe. Quando podia evitar, evitava.

- Não vai comer nada?
- Não! Não vou não! Depois eu me viro, mãe! Preciso ir agora. – Afirmou Athena, tentando demonstrar segurança em sua voz, enquanto procurava apavorada e em pânico pelas chaves da porta. Quando estava prestes a sair, foi novamente interrompida.
- Desculpe... Deveria ter te acordado quando percebi que já estava um pouco tarde... – Disse a mãe, com certo tom de tristeza.

Athena se acalmou um pouco e respirou fundo. Estava desesperada, mas não queria que sua mãe ficasse mal com isso.

- Tudo bem, mãe. Eu estava tendo um sonho bem legal... Foi bom não ter acordado antes! Agora preciso ir... Tchau! – Disse a jovem, tentando se mostrar animada.
- Bom trabalho então... Tchau! – Respondeu a mulher, ainda na cozinha, parecendo se sentir um pouco melhor após ouvir aquilo. Escutou a porta se abrir e ser fechada em seguida.

///////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////

Paralelamente, um distúrbio acontecia em outro lugar: o mundo digital. Mais precisamente em Alkarim, a capital do reino, onde se localizava também o Castelo Real. Era a metrópole mais desenvolvida e com a maior população de seres digitais do império, também chamados de digimons. Entretanto, a influência dessa cidade sobre outras havia se reduzido drasticamente nos últimos anos, por conta de uma conturbada transição do poder.

A confusão acontecera naquela manhã, na rua da feira. A maioria das barracas estava quebrada. Algumas delas haviam sido até incendiadas e ainda era possível ver a fumaça. Havia frutas e verduras esmagadas e espalhadas pelo asfalto, assim como algumas bijuterias e brinquedos totalmente destruídos. Várias criaturas conversavam sobre o ocorrido em um clima pesado. Algumas delas choravam diante do prejuízo com o qual teriam que arcar ou do medo de possíveis novos ataques que se alastrara como um vírus.

Um pequeno ser verde aproximou-se do local. Não chegava a ter um metro de altura, era esverdeado, feito de um tecido semelhante ao de uma planta. Seus braços eram longos e terminavam em grandes vinhas de coloração roxa. Havia uma grande flor rosa aberta sobre sua cabeça. Tinha olhos verdes e uma larga boca.

Curiosa para saber o que acontecia, pois não havia escutado nada até então, olhou a sua volta até encontrar um conhecido: era uma criatura parecida com um galo, porém com um tamanho grande, penas brancas, crista de cor negra e enormes garras. Aproximou-se dele.

- Cockatrimon, o que tá rolando aqui? – Perguntou a planta.
- Palmon! Os delinquentes atacaram de novo! Olhe o que eles fizeram com a feira! – Exclamou apavorada a ave.

A digimon planta olhou para o cenário de devastação. Mas seu olhar foi direcionado para uma maçã caída sobre o chão. Ela pegou a fruta e começou a comer, despreocupada. A cena não era nada que a surpreendesse muito ou lhe comovesse.

- Fizeram um estrago mesmo... – Ela comentou, antes de dar outra mordida.
- E onde está a guarda real quando se precisa dela? – Questionou outro ser, se aproximando.

Este que acabara de falar lembrava uma árvore seca, bem mais alta do que Palmon, largo, de olhos azuis. Tinha uma imagem um pouco assustadora à distância, porém esse aparentava ser inocente.

- Woodmon tem razão! Na época de Godhumon a guarda sempre era eficiente. Mas, agora que ele está doente, estão todos um relaxo! – Revoltou-se Cockatrimon.
- E os rebeldes não param de atacar! – Complementou a árvore.
- É isso aê. – Disse Palmon, após mastigar mais pedaços da maçã. - Hum... Sabem se aquele outro grupo de revolucionários ainda está acampado na Árvore do Infortúnio?
- Sim, estão! E não vão sair de lá tão cedo... – Respondeu Woodmon. – Eles querem que a princesa desista de assumir o trono!
- São uns irresponsáveis! Não sabem que perturbar a Árvore do Infortúnio vai trazer a desgraça para Alkarim? – Questionou o galo, apavorado.
- Ah! Que besteira! – Exclamou a planta, mostrando desinteresse, comendo o último pedaço que restava da fruta em seguida. – Não acredito nessas coisas. E bem, o papo tá bom, mas preciso ir... Vou dar uma volta por ai. Até mais!

Em seguida, ela se retirou sem se mostrar muito abalada com toda aquela situação, deixando ambos os digimons incrédulos por conta de seu comportamento despreocupado.

- Essa Palmon... Nunca vai mudar... – Afirmou Woodmon, desanimado.

A planta caminhava em uma região residencial. As casas variavam muito de tamanho, pois eram feitas de acordo com a altura de seus respectivos moradores. A maioria tinha telhados de barro avermelhados e paredes brancas, um padrão imposto para essa cidade. As janelas geralmente encontravam-se fechadas, por conta dos tempos não tão tranquilos que a capital atravessava. A digimon seguia seu caminho. Porém, ao passar por um beco, algo atraiu sua atenção.

- Hum? O que é isso?

Ela se aproximou. Sobre o chão de concreto, havia uma espécie de buraco luminoso, de cerca de um metro de diâmetro. Olhou para dentro, mas não havia nada lá dentro além da luz esbranquiçada.

- Eita... Que coisa...

Antes que pudesse esboçar qualquer reação, Palmon sentiu algo tocar suas costas, empurrando-a violentamente para frente. A digimon planta caiu sobre o buraco branco e tudo o que pode fazer foi soltar um longo e estridente grito de pavor.

///////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////

Athena residia em Makishima, onde também ficava seu local de trabalho. Tratava-se de uma cidade predominantemente residencial, longe dos grandes centros e sem prédios enormes. Naquele horário as ruas estavam pouco movimentadas, pois a maioria das pessoas já haviam se dirigido a seu trabalho ou escola, ao menos as que não acordaram mais tarde do que deveriam.

Por mais que a jovem corresse, o atraso ainda seria grande. O seu emprego era em um supermercado de porte médio, um dos mais frequentados da cidade. Logo na entrada, ela deparou-se com seu gerente. Esse era um homem de estatura média, um tanto fora de forma, cabelos castanho-escuros já mostrando sinais de calvície. A jovem não pensou em outra coisa e já tratou de se desculpar.

- Me desculpe, senhor! Eu sei que estou um pouco atrasada e que hoje o movimento é relativamente cheio, mas eu não fiz de propósito! Perdi a hora... Mas juro que isso jamais vai acontecer de novo! – Afirmou Athena, em tom de imploração.

Para uma moça bonita e simpática seria fácil convencer a muitos tipos de gerentes, mas este certamente não era um deles.

- Um pouco atrasada? Já deveria estar aqui a mais de meia hora! E você nunca faz de propósito, mas continua fazendo de qualquer forma! Esse tipo de comportamento é inadmissível. - Afirmou o homem, mostrando bastante insatisfação e deixando a jovem sem saber o que dizer. - Eu sinto muito, mas não me resta outra escolha.
- Senhor, por favor! Ela precisa muito desse emprego! - Interveio uma das funcionárias em um caixa próximo. Uma outra jovem magra, de olhos e cabelos negros e curtos.
- Já me falaram isso, Naoya, mas se ela necessitasse tanto assim do emprego, teria mais responsabilidade. Sinto muito, mas está despedida, Athena. - Disse o gerente, em tom seco, virando as costas em seguida.

A adolescente ficou quieta e engoliu seco. Apenas olhou para os lados, ainda sobre efeito do choque. Naquele momento, só conseguia pensar na situação difícil que teria que enfrentar.

- Eu sinto muito, Athena... - Lamentou a amiga, que compreendia bem sua situação.
- Tudo bem, Naoya, obrigada por me indicar para esse emprego e por ter tentado me defender. Eu vou me virar... Não se preocupe. - Afirmou a jovem, que, apesar de forjar uma expressão facial alegre, por dentro ela não possuía nem metade de toda essa certeza que visava transmitir.

Athena retirou-se do supermercado, ainda bastante chateada com a demissão. Mas sabia que não adiantava ficar mal e que teria que voltar à luta imediatamente. Decidiu de comprar o jornal oficial da cidade em uma banca bem próxima dali e, de cabeça baixa, caminhou até uma praça.

Tratava-se de um local enorme e bastante arborizado, com diversos canteiros floridos, bancos bem conservados e trilhas diferentes. O lugar lhe transmitia certa tranquilidade, mas nada que amenizasse muito aquela situação. Sentou-se em um dos bancos, derrotada. Nem reparou que havia uma mulher sentada ali perto e esta pareceu não lhe dar muita atenção também, distraída em seus pensamentos.

- Procurar emprego... Coragem, Athena! Não deve ser tão difícil assim... - Encorajou-se a jovem, determinada.

Entretanto, bastou uma olhada na parte de anúncios e todo o seu ânimo desmoronou como um castelo de cartas ao vento.

- Esse precisa ter experiência... Esse precisa de curso... Urgh... Eu realmente não quero chegar em casa e contar para minha mãe que fui despedida... Vai ser decepcionante demais para ela. - Disse Athena, de cabeça baixa.

A adolescente então finalmente reparou que havia outra mulher naquela praça. Era uma moça aparentemente na casa dos trinta anos, magra, de cabelos loiros bastante compridos e presos, olhos azuis-claros muito profundos, pele clara e delicada. Usava um vestido azul comum e comportado, sem grandes decotes e sem mostrar as coxas. Calçava sapatos de salto alto de cor branca. Ela estava sentada em outro assento do local, com os olhos cheios de lágrimas.

Athena olhou a moça com um pouco de pena. Talvez os problemas dela fossem maiores que os seus e estava se lamentando por pouca coisa. Nunca se sabe. Hesitou um pouco, mas acabou optando por se aproximar dela.

- O que aconteceu? Posso ajudar em alguma coisa? - Perguntou a adolescente.

A moça encarou Athena durante alguns instantes, com os olhos um pouco vermelhos de tanto que ela deveria ter chorado. Mas pareceu ficar um tanto desconfiada também.

- Não... Não é nada... Eu nem deveria estar aqui. - Afirmou a moça, levantando-se em seguida.

Entretanto, ela não foi capaz de segurar o choro, que voltara à tona. Sentou-se de novo e limpou as lágrimas rapidamente, demonstrando muito nervosismo.

- Eu... Já não sei o que fazer... E sou... Uma fraca... - Misturando todas as palavras, a loira tentava conter as lágrimas que insistiam em continuar caindo.
- Você não deveria estar sozinha, ainda mais em um momento... Difícil... - Comentou Athena, sentando-se ao lado da jovem, em tom de voz calmo e tranquilizador. - Eu sei que às vezes a vida pode ser difícil e eu nem sei quais são os seus problemas... Mas quando eu estou mal, sempre procuro apoio dos meus amigos e da minha família, mesmo ela sendo tão pequena...

A moça loira olhou para Athena ainda com bastante tristeza no olhar. Absolutamente nada do que acabara de ouvir servia como consolo, porém ela reparou que a adolescente tinha a inocente intenção de lhe ajudar, algo que a deixou um tanto intrigada.

- Preciso ser forte, pois os outros dependem disso... - Disse a mulher, levantando-se e permanecendo de costas para a garota.
- Eu acho que sei o que é isso... - Afirmou Athena, um pouco triste, recordando-se de sua própria situação. - Não posso fazer muito para te ajudar, mas se quiser desabafar... A propósito, qual é seu nome? Eu me chamo Athena.
- Me chamo... Joanne. - Respondeu a mulher, um pouco mais calma. - Obrigada por sua bondade, mas preciso ir agora. Obrigada novamente.

A mulher se retirou após um discreto sorriso, com um pouco de pressa. Athena ainda estava intrigada, mas a sua própria realidade voltara à tona em seus pensamentos. Levantou a possibilidade de pedir ajudar novamente a um amigo, mas já havia feito isso tantas vezes que a ideia lhe desagradou. Era melhor pensar em outro método. Contudo, algum ruído estranho fez a jovem acordar de suas reflexões ruins. Ela olhou à sua volta, procurando à origem daquele som, que era irreconhecível.

- De onde está vindo esse barulho?

A garota levantou-se de seu banco e caminhou na direção de alguns arbustos. Ao atravessá-los, notou sobre a grama uma espécie de rachadura brilhante de cor branca.

- Hã? O que é isso? - Questionou-se Athena, sem ter a mínima noção do que se tratava.

Subitamente, as rachaduras aumentaram, formando um tipo de buraco que começou a brilhar fortemente.

- Argh! - De tão forte que a luz azul era, a garota precisou proteger a vista com as mãos.

O brilho foi efêmero e logo foi possível enxergar normalmente. No lugar do buraco brilhante, havia uma criatura peculiar de tamanho baixo. Assemelhava-se a uma planta, mas não estava presa ao solo e contava com um par de pernas e um de braços. Ao observar aquilo, lentamente Athena foi entrando em estado de choque.

- Mas o que... Ahhhh!!! - A garota não conseguiu fazer nada além de soltar um forte e contínuo grito de pavor.
- Ahhhh!!! - Inesperadamente, a criatura também soltou um berro de pavor, com sua voz feminina e que soava infantil.

Passado o susto inicial e ao analisar melhor o ser, Athena lentamente foi recordando-se de ter visto algo semelhante em algum lugar, o que visivelmente reduziu o seu espanto.

- Que susto... Essa brincadeira foi sem graça! É incrível como fazem brinquedos realistas. Isso é uma daquelas coisas que aparecem na televisão... Como chamam mesmo? - A jovem forçou a memória, visando recuperar um nome que não ouvia a tempos. - Pokémon... Não, não é Pokémon... É Digimon!
- Você bateu a cabeça? Do que está falando? Eu sabia que humanos existiam, mas não que eram assim... Quase tive uma parada cardíaca! - Disse a criatura, analisando Athena de cima a baixo.
- Assim como? - Perguntou a jovem, curiosa. - Meu deus... Estou falando com um brinquedo... Realmente não estou bem. Melhor eu ir para casa...

E assim, a jovem retirou-se, achando que havia se deparado com um simples brinquedo bem-feito de Digimon, uma franquia de jogos, animes e brinquedos bastante popular em seu país. Pasma, a criatura observou a humana caminhar sem entender nada do que acontecera. Olhou à sua volta e pareceu perdida naquele lugar, sem ter a mínima noção de onde estava.

Athena tinha retornado para sua casa. Havia pensado em uma desculpa para ter chegado bem antes do horário previsto para contar à sua mãe, mas acabou nem a encontrando na sala.

- Minha mãe deve estar descansando agora... Melhor não incomodar... - Disse a garota, subindo as escadas para o seu quarto.

Athena entrou em seu quarto e sentou-se sobre a cama, que ficava na parede oposta à porta. Estava de olhos fechados, cansada do tanto que andara até chegar a sua casa. Apenas pensava no emprego perdido. Mas, ao abrir os olhos, viu que a mesma criatura que encontrara na praça estava parada na porta. A reação da jovem foi dar outro grito, mas dessa vez ela tampou a boca para reduzir o barulho.

- Ahhh! Como um brinquedo pode ter me seguido até minha casa? - Perguntou-se Athena, incrédula.
- Acorda... Não tem nenhum brinquedo aqui. - Afirmou a criatura, não acreditando que a garota ainda insistia em acreditar nisso.
- Você... Só pode estar brincando... - Disse a jovem, pasma.

A adolescente havia se acalmado, mas ainda sim estava extremamente espantada com a presença daquela criatura. Precisaria de tempo para digerir essa ideia e, no momento, preocupou-se em ouvi-la. Ambas estavam sentadas na cama, em extremidades opostas.

- Você é uma digimon... Chamada Palmon... Desculpe, mas isso é realmente inacreditável... - Disse a garota, ainda chocada.

Athena não conseguia ver nenhum sentido em tudo aquilo. Nessas situações, simplesmente continuava escutando as informações e deixava a compreensão para depois. Não era algo eficiente, mas era o que sabia fazer.

- Eu sabia que humanos existiam... Mas não esperava encontrar um na minha frente. Te segui para ver se sabia de alguma coisa. Eu estava caminhando normalmente pela cidade, até que cai em um estranho buraco branco e, quando acordei, vi você. Foi o maior susto que eu já levei! Minha vida é cheia de coisas estranhas... - Afirmou Palmon, desanimada.
- Isso é irreal... Mas de qualquer forma, eu realmente não faço ideia de como você veio parar aqui! Nem fazia ideia de que você existia! Só conhecia digimons pela televisão, mas só como desenhos... Eu realmente não sei como te ajudar. Meu deus, não acredito que estou conversando com essa coisa. - Concluiu a jovem.

Athena percebeu que desapontara a criatura ao vê-la suspirar, mas não podia fazer nada quanto a isso, pois não tinha praticamente nenhum conhecimento em digimon. Seguiu-se um silêncio constrangedor durante algum tempo, até que, subitamente, Palmon assumiu um olhar sério.

- Eu... Estou sentindo a presença de outro digimon! - Exclamou a criatura, espantada.
- O-outro? Não... Não é possível... - Comenta Athena, incrédula, pois a presença de um já era problema o suficiente.
- Talvez esse saiba me ajudar! - Afirmou Palmon, que se animou e se retirou com pressa.
- Hey! Espere!

A jovem seguiu a digimon. Embora temesse envolver nesse assunto e nem entendia nada do que acontecia, se preocupava bastante com a possibilidade de sua mãe ou algum vizinho deparar-se com a criatura. Teria que tomar cuidado para que a digimon não fosse vista, já que esta não parecia preocupada com isso. Athena seguiu-a de volta para a praça onde tiveram o primeiro encontro. No meio do local, ambas não haviam encontrado nada de imediato. Ao menos já havia passado o horário de almoço e não havia muito movimento pela região.

- Palmon, não tem nada aqui... - Afirmou a garota.
- Mas eu estou sentindo... Urgh! Será que eu vou ficar nesse mundinho para sempre? - Perguntou-se a criatura, cada vez mais desanimada.

Entretanto, quando menos esperavam, ambas escutam um rugido alto e assustador. As duas se amedrontam no mesmo instante e nenhuma teve coragem de virar-se imediatamente para a origem do som.

- E acho... Que você encontrou o que queria. - Disse Athena, temerosa. - Infelizmente...

Ambas viram-se para trás e ficam ainda mais amedrontadas com a visão que tiveram. Era um besouro bem maior que um humano adulto comum, coberto por um exoesqueleto vermelho, com dois pares de braços e um de pernas com garras muito afiadas, uma guilhotina em frente ao rosto, asas de inseto comum e algumas marcas de cor preta pelo corpo. O monstro rugia, parecendo não estar em seu melhor estado de humor.

- É um Kuwagamon... Athena... Fale com ele e pergunte como eu saio daqui... Você é maior do que eu. - Disse Palmon, muito assustada.
- Eu??? A digimon aqui é você!!! Você é que tem que falar! - Revidou a garota, igualmente apavorada.

Inesperadamente, o digimon feroz voa na direção da dupla, tentando atingi-las com sua guilhotina. Aos berros, da forma mais escandalosa possível, ambas se atiram no chão e desviam muito pouco da investida, recebendo apenas os efeitos da forte ventania que o voo provocara. O inseto passou direto, mas logo deu meia volta.

- Ele nos atacou! Mas não o fizemos nada! - Queixa-se Athena, apavorando-se.
- Nem todos os digimons precisam de motivos para atacar... Ahhh!

O digimon besouro faz uma nova investida rasante e cada uma das duas vítimas se atira para uma direção oposta, a fim de desviarem. Antes que Kuwagamon retornasse, Palmon reergueu-se.

- Hera Venenosa! - Exclamou a digimon planta, estendendo as suas mãos.

As vinhas que formavam as garras da digimon cresceram e avançaram na direção do digimon inseto. Elas se enrolaram em torno dos braços do alvo, mas este, aos rugidos, livrou-se da técnica de forma violenta e simples.

- Meu deus! Onde eu fui me meter? - Perguntou-se Palmon, vendo Kuwagamon voar em sua direção, furioso.

Athena permanecia estática, pois naquele momento não tinha a mínima ideia do que fazer diante de uma situação tão imprevisível como a que estava vivenciando naquele dia. Ao mesmo tempo em que se preocupava com Palmon, queria preservar a sua própria vida. Já a digimon, desesperada para se safar de seu oponente, atacou como podia.

- Ataque de Odor! - Gritou a digimon planta, posicionando-se com a flor em sua cabeça apontada para o oponente.

Ela começou a exalar um gás de coloração rosa e de cheiro não muito agradável, que logo cobriu o local. Então, ouviu-se apenas os rugidos de Kuwagamon. Athena tossia por causa do odor e não conseguia enxergar direito o que acontecia.

- Por que tudo isso está acontecendo? Jamais esperaria passar por tudo isso só porque acordei atrasada! O que eu faço agora? Alguém me dá uma luz, por favor!

Quando menos esperava, Athena foi surpreendia por um brilho esverdeado que surgiu em sua frente, na altura de seu rosto, em forma de esfera luminosa. Olhou para aquilo sem compreender. Subitamente, ouviu uma voz familiar.

- Athena...

A adolescente virou-se para trás e reencontrou a mesma mulher que havia encontrado na praça. Ela agora não aparentava mais tristeza. Apresentava um semblante de seriedade.

- Há um modo de você ajudar essa digimon e a todos nós. Você atende todos os requisitos necessários para se tornar uma Sacerdotisa Digimon. – Afirmou a mulher, encarando a jovem com um olhar firme.
- Joanne? Mas do que você está falando? O que é uma Sacerdotisa Digimon? – Perguntou a garota, ao mesmo tempo em que escutava os gritos desesperados de Palmon tentando desviar dos ataques e Kuwagamon.
- Sacerdotes Digimons são seres comprometidos com o bem-estar do Reino Digital. Evidentemente, serão muito bem recompensados por seus esforços. Porém, devem também estar preparados para eventuais situações de risco. Você tem o que é necessário para se tornar uma. A decisão é sua.

Ainda confusa, a garota voltou a olhar para frente. Um milhão de pensamentos passaram em sua cabeça naquele momento. Era verdade que procurava um emprego, mas aquilo parecia estranho. Olhou novamente para a digimon planta, prestes a ser acertada pelo inseto, e depois para Joanne, que ainda permanecia séria. A única coisa que sabia é que precisava tomar uma decisão.
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Digimon Priests Revisited Empty Re: Digimon Priests Revisited

Mensagem por Wolf Qui 05 Jan 2012, 7:06 pm

OH MY GOD
Primeiro a bad retornando e agora a priest! Agora só falta o keivm voltar com a DOM que eu vo ta no céu LOL
Bom, a evolução é inegavel e é quase impossivel comparar a versão original com essa, mas athena continua tão cativante quanto antes,e os personagens sermepre foram um ponte forte da serie priest xD
Gostei mesmo do começo, me deixo com vonade de ler o proximo, e me lembro um pouco do anime Puella Magi Madoka Magica xD
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Digimon Priests Revisited Empty Re: Digimon Priests Revisited

Mensagem por Digi Rei Qui 05 Jan 2012, 7:08 pm

Hum... Fazer duas história ao mesmo tempo não é nada fácil, acredite eu tentei! xD
Ainda não li o capítulo um pois eestou sem tempo preparando miha fic, mas plo li antes dela, parece ser interessante.
Eu leio sim, talvz amanhã, hoje tô sem tempo, como disse antes, com minah fic tá desatualizada desde o ano passado KKK'
Mas acho interessante a sua ideia! Very Happy
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Digimon Priests Revisited Empty Re: Digimon Priests Revisited

Mensagem por Mickey Sex 06 Jan 2012, 10:48 am

OH MY GOD²

Uma bela história! Como era de se esperar do Collector... *.*

Nossa ela esta muito legal... Gostei muito da Palmon...

A reação da Palmon ao encontrar Athena... Da forma que elas encararam o Kuwagamon... Hauahau imaginei legal esta cena! Muito bom Collector!

Agradou e MUITO!

A Priests era uma fics da Digimon Forever que eram muito bem feitas...
Que bom que esta expondo esta história! Tenho certeza que será muito aplaudida também!


Nem preciso dizer... Mas só para não perder o costume...

Sua FIC será MUITO BEM VINDA a Biblioteca de Wisemon!
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Digimon Priests Revisited Empty Re: Digimon Priests Revisited

Mensagem por Collector Qui 12 Jan 2012, 7:49 pm

Wolf - Adoraria que o Kevin voltasse também, mas acho difícil D= E realmente, a evolução foi muito grande. Precisei ler a versão original inteira antes de começar o remake e enxergava milhares de coisas que poderiam ter sido melhor xD

Tentarei deixar os personagens fiéis ao que eram originalmente. Os diálogos tinham grande importância naquela fic e pretendo manter isso também. E nunca vi essa anime, mas espero que isso seja uma coisa boa =x

Digi Rei - Realmente não é fácil, pois uma fic acaba recebendo mais atenção do que a outra. Bom, se quiser ler, seja bem vindo, quem sabe não te dê mais inspiração pra sua xD

Mickey - Obrigado pelos elogios ^^ Tentei mostrar reações mais convincentes dessa vez, já que na versão original alguns personagens aceitavam as coisas muito rapidamente. Acho que tive algum êxito xD

Espero que a fic consiga ser tão querida quanto a versão original foi! Grato pela presença!

---

Bem, aqui ele está o capítulo 02. Ele foi escrito relativamente rápido porque já havia algumas coisas meio prontas para ele. Mas para o próximo não há nada feito, então vai demorar um pouquinho mais =x Espero que gostem!

---


Saga I - Princípio de uma Rainha

Capítulo 02 – O Estranho Amigo


Aquela overdose de informações impedia que Athena conseguisse raciocinar direito. A ideia de que existia um mundo inteiramente novo e habitado por estranhas criaturas era extremamente absurda, de modo que não entrava em sua cabeça de forma alguma. O fato de estar presenciando dois dos habitantes desse lugar se enfrentando a forçada a acreditar, mas tudo ainda soava muito irrealista.

As palavras de Joanne a pressionaram a decidir logo. Não sabia o que a esperava, mas sentia-se tentada a experimentar, sem saber o motivo por trás dessa sensação. Era como se fosse uma oportunidade única passando bem diante dela e que não teria outra chance de agarrar. Como se uma vida totalmente nova estivesse esperando para ser revelada. Quando caiu em si, já estava respondendo afirmativamente.

- Eu preciso aceitar... Eu sinto... – Disse Athena, um pouco confusa. Olhou para Palmon, que continuava sofrendo para escapar do grande inseto e depois voltou a olhar para Joanne que, embora mantivesse séria, parecia estar se esforçando ao máximo para ocultar a tristeza que mostrara anteriormente. – Eu... Eu aceito sim! Mas o que posso fazer?

A luz verde desapareceu imediatamente, dando lugar a um pequeno aparelho metálico que coube na palma da mão da garota. Tinha o formato retangular, com menos de um centímetro de espessura. A frente dele era totalmente verde, com uma tela na parte superior e quatro botões brancos com o formato de setas na parte inferior, cada uma apontando para um ponto cardeal. Os lados e a parte traseira eram totalmente brancos, com bordas pretas.

- O que é isso? – Perguntou Athena, analisando aquele estranho objeto.
- Esse é um sensible digivice ou, simplesmente, um SD. Resumidamente, ele reage à manifestação de virtudes por parte do sacerdote portador. – Explicou Joanne, deixando a garota com muito mais dúvidas do que já tinha anteriormente.

Havia um símbolo verde aparecendo na tela: eram duas pessoas desenhadas com linhas retas representando os membros e o tronco e um círculo representando a cabeça. Uma delas estava ajoelhada e, a outra, em pé, estendendo a mão. Em baixo, estava escrito “A Compaixão”.

- Você desejou ajudar todos os seres que encontrou, sem impor condições. Mesmo com seus próprios problemas, tentou ser prestativa a indivíduos que sequer conhecia. Isso a torna digna da virtude da compaixão. Pronuncie o nome da virtude e diga “evolução primária”. Assim poderá ajudar essa digimon a superar as dificuldades. – Disse Joanne.
- Certo...

A garota não compreendia nada. Achou melhor seguir as instruções que lhe eram dadas e deixar o raciocínio para depois. Ela posicionou-se com uma postura ereta e estendeu o seu SD para frente, mantendo um olhar sério, embora o braço erguido estivesse trêmulo. Temia que algo desse errado, até que a tela do aparelho começou a brilhar.

- Compaixão! Evolução Primária! - Exclamou Athena.

Após a garota dizer isso, algumas faíscas verdes envolveram seu corpo durante alguns instantes e a luminosidade da tela do aparelho aumentou bruscamente em intensidade. Palmon começou a brilhar em uma luz tão forte que impediu que Kuwagamon enxergasse qualquer coisa durante algum tempo.

- Palmon! Evolução Primária! - Institivamente, a digimon aceitou a ajuda que recebia, embora também não tivesse noção do que acontecia.

O corpo da digimon planta, ainda envolto pela luz, aumentou rapidamente de tamanho e sofreu rápidas transformações. Quando o brilho cessou, uma nova criatura estava diante de Kuwagamon. Tratava-se de um cogumelo com braços e pernas curtas, da altura de um humano adulto comum. Seu píleo era de cor avermelhada com manchas brancas. Também calçava botas e usava luvas de boxe, ambos os pares de cor vermelha. Seus olhos eram pretos e redondos, seus lábios curtos. Athena observou todo o processo sem piscar uma única vez, pasma com tudo aquilo.

- Co-como isso aconteceu? Fu-fui eu quem fiz isso?
- Você vai compreender tudo em breve, não se preocupe. Agora se concentre na batalha. - Alertou Joanne, vendo Kuwagamon rugir furiosamente e voar na direção de sua oponente, sem deixar que ela tivesse tempo para contemplar a própria transformação.
- Bombas Mushroom! - Exclamou a digimon planta, lançando um trio de cogumelos pequenos na direção do digimon que se aproximava.

As bombas explodiram ao entrar em contato com o corpo do inseto, que sofreu vários danos e perdeu o controle do voo, chocando-se com algumas árvores próximas. O digimon se reergueu rapidamente e tentou agredir a oponente com suas garras, mas MegaMushmon agora era mais veloz e conseguiu desviar sem grandes dificuldades. A seguir, ela lançou mais bombas sobre o inimigo, que caiu.

- Athena, a batalha pode demorar demais e em breve pode ser que alguma pessoa chegue a essa praça e veja. Recomendo que você abra o portal para levar esse digimon de volta para o Mundo Digital. Estenda o SD e diga “portal para o reino digital, abra”. - Afirmou Joanne, ainda com o seu tom sério.

A garota ainda não entendia direito, mas achou melhor continuar seguir as instruções da mulher misteriosa. Estendeu novamente o seu digivice, agora na direção das costas de Kuwagamon, que estava se levantando.

- Portal para o Reino Digital, abra! - Exclamou a garota.

A tela do aparelho brilhou fortemente e uma espécie de quadrado luminoso azul, do tamanho do digimon inseto, surgiu atrás dele. MegaMushmon correu na direção do oponente. Ele virou-se para sua inimiga, mas era tarde demais.

- Soco Mushroom! - Exclamou a digimon planta, desferindo uma rajada de socos relâmpagos sobre o adversário.

Kuwagamon não conseguiu se defender e, ao receber um gancho, foi lançado para trás e tragado pelo portal, que agia como se fosse um aspirador. Uma forte ventania balançava os cabelos de Athena, que se esforçava para manter-se firme durante o processo. Aos rugidos, o invasor foi completamente absorvido pelo portal. Este, por sua vez, foi transportado para dentro do digivice, fazendo com que Athena caísse sentada por conta do impacto. A garota moveu o cabelo que cobria seus olhos para o lado, encarando com espanto, em seguida, a digimon cogumelo.

- Ufa... Acabou? - Questionou Athena, ainda incrédula, enquanto MegaMushmon aparentava estar igualmente impressionada.

A digimon então começou a brilhar e voltou a ser Palmon. Ela e a garota não pareciam compreender porque o processo havia se revertido.

- Não se preocupe, é normal você regredir para sua forma novata após o término da batalha. O processo evolutivo demanda muita energia de você e de sua parceira, o que torna inviável uma permanência continua em sua forma evoluída. E nem sempre as missões de uma sacerdotisa digimon serão fáceis desse jeito, mas vocês fizeram um belo trabalho, Athena e Palmon. - Afirmou Joanne, satisfeita com o que vira.
- As-sacerdotisa digimon? Aqueles membros mais importantes do exército do Reino? Então quer dizer que... Eu sou... – Palmon estava com brilho nos olhos, como se um milhão de pensamentos maravilhosos tivessem tomado sua mente.
- Eu não estou entendendo mais nada... E Joanne, quem é você afinal? Como você fez tudo isso? – Perguntou a adolescente.

Joanne fechou os olhos e o seu corpo começou a emanar uma forte aura de coloração azul. Athena observou chocada a mulher se transformar de forma veloz e drástica. Ainda manteve a forma humana, mas o visual mudara por completo.

Ela usava agora um vestido branco comprido e com vários babados e bordados em fios de ouro sobre a parte inferior. Havia também uma linha grossa bordada em ouro na parte superior do tórax, que dava a volta pelo corpo magro da digimon e terminava em dois grandes pares de asas de anjo feitas de penas douradas. Também havia pedaços de tecido dourado que partiam de seu vestido e se enrolavam por todo o seu braço esquerdo. Tinha uma manopla totalmente feita de ouro que cobria desde a sua mão direita até o respectivo ombro, além de uma gargantilha dourada com uma pedra azul na parte frontal, sapatos prateados de salto alto, um cinturão dourado com várias inscrições sagradas e uma coroa com várias pedras preciosas sobre a cabeça. Seus cabelos eram dourados e compridos até a cintura, sua pele pálida e seus olhos azuis claros e bastante profundos.

- Você... Você é uma...
- Sim, sou uma digimon, Athena. Sou a princesa Joanmon. - Afirmou a mulher, observando a garota com um olhar gentil.
- É a princesa! – Exclamou Palmon, cobrindo sua boca com as mãos, não acreditando estar diante de tal presença.
- Tá... Agora eu tô perdida de vez...

Joanmon decidiu começar a explicar. Não seria fácil fazer a garota compreender tudo imediatamente, mas seria importante atualiza-la com todas as informações que fossem possíveis.

- Existem dois mundos, Athena. Este, que chamamos de mundo humano, e o nosso, conhecido como mundo digital, onde apenas os digimons vivem. – Começou a explicar Joanmon.
- É difícil de acreditar... Um mundo inteiro existe em outro lugar, com outros habitantes. É tão... Estranho. – Comentou a garota, fazendo um esforço para digerir tudo aquilo.
- Entendo perfeitamente. Quando você olhar o mundo digital com seus próprios olhos, creio que será mais fácil aceitar a ideia. De qualquer forma, esses dois mundos existem paralelamente e qualquer tipo de contato entre ambos é extremamente raro. Não vou explicar os detalhes técnicos, pois os considero desnecessários para essa conversa, mas vamos dizer que apenas com certo “poder” é possível abrir um portal de um mundo para outro. Eu sou uma das raras digimons que possui esse dom. Entretanto, às vezes alguns portais se abrem sozinhos no mundo digital e, infelizmente, isso resulta em digimons vindo para cá involuntariamente.
- Como Palmon e aquele inseto? – Perguntou Athena, compreendendo parcialmente.
- Exatamente. Por razões desconhecidas, a grande maioria dos portais acidentais involuntários se abre dentro dessa cidade.

Aquilo foi ainda mais estranho. A garota morava em Makishima a anos e jamais ouvira falar de uma única criatura. Difícil de acreditar que tanta coisa pudesse ter acontecido bem em baixo de seu nariz.

- Sempre que me informam sobre a abertura de algum portal, eu venho imediatamente até esse mundo me encarregar de resolver essa situação. Porém eu não detectei o momento em que Palmon foi transportada para esse mundo, o que ainda não consegui compreender.
- E você também disse que eu atendo os requisitos para ser uma sacerdotisa... Quais são? – Perguntou Athena, intrigada.
- Bem... Eu pretendo dar explicações mais elaboradas quando você visitar o Mundo Digital. Não creio que aqui seja um lugar adequado para termos nossa conversa. Entretanto, estarei ocupada nos próximos dois dias. Por hora, apenas peço para que continue enviando digimons que venham parar nesse mundo de volta para o Reino Digital, como fez com aquele Kuwagamon. Seria muito inconveniente se as pessoas vissem uma criatura como essa à solta e acho que ninguém é mais indicado do que um humano para se encarregar de tal missão. O sensible digivice irá lhe avisar sobre qualquer ocorrência.
- Certo, entendi... – Disse Athena, ainda não tão segura.

Palmon havia ficado quieta durante o tempo todo. Imaginava ainda o leque de possibilidades que havia se aberto agora que era a parceira de uma sacerdotisa digimon. Não há alguém em Alkarim que não saiba o que eles são e a digimon planta mal podia esperar para ver as reações de seus vizinhos quando soubessem sobre seu novo cargo. E o fato de saber que voltaria para o mundo digital em breve também a tranquilizara. Todos os perigos que poderia vir a enfrentar pareciam irrelevantes diante dos benefícios que sua nova condição traria.

- Espere só até aqueles fofoqueiros descobrirem que agora eu sou parceira de uma sacerdotisa... Vão ficar com os queixos e bicos caídos! – Pensou ela.

Joanmon então se retirou após se despedir da dupla. Felizmente, a noite chegaria sem que nenhum outro digimon aparecesse. Athena estava deitada sobre sua cama. Ela havia convencido Palmon a dormir em baixo do objeto, para garantir que sua mãe não a encontrasse. Mesmo não gostando da ideia, a digimon planta ainda estava fascinada demais para ficar discutindo sobre assuntos como esse. Não demorou muito e já estava roncando. Talvez tivesse se cansado mais do que aparentava com toda a batalha e a evolução.

A adolescente tinha dificuldades em colocar suas ideias em ordem. Em uma manhã perdera o emprego e, na tarde, arrumara outro, só que diferente de tudo o que poderia imaginar. Ela não conseguia absorver a ideia de que existia um mundo paralelo ao seu, habitado por criaturas como Palmon e aquele terrível e perigoso Kuwagamon. Acabou sucumbindo ao cansaço e adormecendo antes que chegasse a qualquer conclusão.

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Na tarde do dia seguinte, um jovem acabara de chegar a sua casa após o colégio. Decidira começar a resolver imediatamente os deveres de casa recebidos naquela manhã, algo que poucos estudantes faziam. Estava sentado diante de sua escrivaninha de madeira em seu quarto, auxiliado pela luz que vinha da janela logo à sua frente. Já havia compreendido completamente aquela matéria e a execução dos exercícios se tornara completamente mecânica, sem que precisasse raciocinar muito.

Ele devia estar na faixa dos dezessete anos, idade comum para alunos do terceiro ano. Era alto e magro, de pele clara. Seus cabelos negros eram curtos, bem penteados, jogados para o lado. Os olhos eram cor de mel. Vestia uma camiseta preta sem detalhes, calça jeans lisa de mesma cor e tênis branco com detalhes em vermelho.

- Ryoma, você acabou de chegar da escola... Por que já foi fazer dever de casa? – Perguntou uma criatura que estava deitada sobre a cama do estudante.

Este se assemelhava a um dragão, porém menor do que esses seres costumam ser e com garras enormes. Além de algumas marcas pretas na região das patas e dos pulsos, o ser tinha o abdome e o tórax esbranquiçados, com um estranho símbolo composto por triângulos nesse último. Estava deitado com a barriga para cima, entediado.

- Vou ter que fazer isso alguma hora, Guilmon... Resolvo logo e fico livre. – O garoto respondeu.

As provas finais do colégio não demorariam muito a chegar e o jovem precisava se empenhar. Era o último ano e queria se formar logo. O rapaz sabia que o digimon se sentia só. Ele não tinha contato com mais ninguém no mundo humano, apenas com Ryoma. Embora tentasse disfarçar, a criatura estava sentindo falta de um contato com outros digimons.

Subitamente, Guilmon sentiu algo. Levantou-se rapidamente e começou a farejar o ar, procurando identificar aquela presença. Mesmo após anos vivendo com um humano, ainda conservara perfeitamente suas habilidades.

- Ryoma, senti o cheiro de um digimon perto daqui! – Exclamou a criatura, em estado de alerta.

O garoto pareceu se incomodar com essa ideia, mas se manteve sério e não parou de fazer o que estava fazendo, tentando fingir que não se importava. Não era nem a primeira e nem a segunda vez que Guilmon denunciava a presença de outros digimons no mundo humano.

- Não podemos fazer nada... Alguém do mundo digital virá e o levará de volta... – Afirmou o jovem humano, sem se virar para trás.
- Mas... Espera! Tô sentindo outro!

Ryoma também sabia que Guilmon queria que ambos fossem atrás da criatura, nem que fosse apenas para observar. Era uma forma do digimon se sentir menos entediado. Porém o garoto não queria se envolver nesses assuntos. Virou-se para o amigo, a fim de ser mais persuasivo.

- Guilmon, mesmo que a gente encontre esses digimons. Não temos como manda-los de volta e nem é nosso trabalho fazer isso.
- Nem se eles machucarem alguém? – Questionou a criatura, tentando ser igualmente convincente, o que era raro.

O jovem respirou fundo diante daquela pergunta. Não estava com muita vontade de debater isso, mas percebeu que seria difícil evitar.

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Athena saiu de casa no horário habitual, escondendo sua parceira digimon em sua mochila, algo que causou um terrível desconforto para ambas. Apenas disse para sua mãe que estava trocando de emprego e que talvez as coisas fossem mudar para a melhor. Quando seu SD acusou a presença de um novo digimon, ela correu novamente até a Praça de Makishima. Percorreu o trajeto torcendo para que não fosse uma criatura muito difícil de enfrentar, pois ainda não se sentia segura em seu mais novo “emprego”.

Apenas precisou despachar duas vizinhas que caminhavam perto da praça, dizendo que havia uma liquidação de roupas em uma loja da cidade, a fim de ficar a sós com sua parceira e o digimon invasor. E as duas caíram facilmente, como Athena previra.

O adversário encontrado não parecia ser um oponente duro, mas isso não a confortou muito quando viu que a criatura era feita de excremento amarelado, com um par de braços finos, uma enorme e larga boca cheia de dentes e uma comprida língua. Ele ainda não havia notado a presença da dupla. Estava ocupado procurando alimento em uma lata de lixo.

- Eca... Não imaginava que tinha digimon assim... – Manifestou-se a sacerdotisa, não conseguindo esconder o nojo que sentia.
- E o Sukamon nem foi o mais feio que eu já vi na minha vida... Acostume-se. Mas ele é nojento! Não quer lutar dessa vez, Athena? Seria bom a gente dividir...
- O que??? Eu não posso lutar! Não tenho esses poderes de vocês não!
- Fracote... – Desdenhou Palmon, desanimada.

O digimon finalmente percebeu a presença das duas parceiras e as encarou, inicialmente, com um olhar de medo. Mas esta expressão logo foi substituída por algo semelhante a um encanto, fascinação. Ambas perceberam isso e começaram a se sentir mais ameaçadas do que anteriormente. Finalmente, ele começou a avançar aos pulos, lentamente, na direção da dupla.

- Acho que ele se apaixonou por você... – Disse Athena.
- Ou se apaixonou por você! Me evolui logo, caramba!

A adolescente estendeu seu SD para frente e assumiu uma postura séria, embora ainda se sentisse tensa com tudo aquilo.

- Compaixão! Evolução Primária! – Exclamou, fazendo com que a tela do aparelho que segurava começasse a soltar um brilho esverdeado.
- Palmon! Evolução Primária!

A digimon planta foi envolvida por luzes verdes, crescendo em tamanho e transformando-se em MegaMushmon. Athena ainda se admirava com o processo e Sukamon se assustou, parando de avançar no mesmo instante. Mas o susto foi efêmero e o digimon invasor imediatamente partiu para o ataque. Ele começou a mover os braços freneticamente, jogando excrementos rosados na direção de sua oponente. Esta correu para o lado, desviando sem dificuldades.

- Argh... Que nojo! Acho que ele preferia seu look antigo! – Comentou Athena, surpresa com a ofensiva.
- Ou quer que eu fuja de nojo para poder ficar a sós com você! – Respondeu MegaMushmon, até quase ser atingida por um excremento. – E pare de me distrair! Bomba Mushroom!

A digimon cogumelo lança seu trio de bombas contra Sukamon. Porém a criatura também era veloz e pulou para trás, esquivando-se das explosões.

- Grrr! Ele não para quieto! – Resmungou MegaMushmon.
- Use seu soco! – Sugeriu a humana.
- E sujar minhas luvas??? Nunca! Ahh!

Sukamon saltou na direção da parceira de Athena, visando ataca-la com suas garras. Sem alternativa, o alvo precisou revidar com um potente soco, atingindo o digimon excremento em cheio e o jogando com força contra uma árvore em um canteiro, fazendo com que ficasse atordoado.

- Agora, Athena, abra o portal!

A garota se aproximou correndo de Sukamon e estendeu seu SD para frente, assumindo novamente uma postura firme, apesar de ter receio de que o digimon reagisse.

- Portal para o mundo digital, abra!

A tela do aparelho brilhou novamente e fez aparecer um quadrado de luz aparecer ao lado de Sukamon. O digimon se levantou, ainda meio zonzo e tentou correr. Entretanto, antes que conseguisse sair do lugar, viu três bombas virem em sua direção e explodirem. A criatura então foi absorvida, aos berros, pelo portal, que desapareceu em seguida. Em seguida, Athena se aproximou de sua parceira demonstrando alívio pelo êxito da operação.

- Bom, se todas forem fáceis como essa, acho que não teremos problemas!
- Tá, agora me leve até um lugar pra eu esterilizar minhas luv... Ahh!

Antes de terminar a frase, MegaMushroom soltou um grito e ficou com os olhos arregalados, incrédula com o que estava vendo atrás de Athena.

- Hã? O que foi?

A adolescente se virou para trás, para ver o que surpreendera sua parceira, e talvez preferisse não ter feito isso. Quase caiu, empalidecendo instantaneamente.

- Ry-ryoma?

Athena gaguejou ao ver que um conhecido havia presenciado o desfecho da batalha. O rapaz encarava a dupla com espanto, demorando a digerir o que via.

- Fomos flagrados! Teremos que apagar ele! – Disse MegaMushmon.
- Ninguém vai apagar o Ryoma!

Guilmon, que estava escondido atrás de uma árvore, correu e posicionou-se a frente do amigo, para defendê-lo da digimon cogumelo. O garoto balançou a cabeça negativamente diante daquilo, pois não queria que o dragão tivesse se mostrado.

- Outro digimon? Vo-vocês se conhecem? – Perguntou Athena, agora a que mostrava mais espanto.
- Err... Acho que precisamos conversar... – Disse o garoto.

Os dois humanos haviam se sentado em um dos bancos de concreto da praça. O movimento no local estava fraco, tanto que foi possível que ambos os digimons brincassem sossegados ali perto, se escondendo sempre que notavam a aproximação de alguma pessoa. A conversa entre os jovens não estava sendo muito fácil. Havia tanta coisa a perguntar que eles nem sabiam por onde começar.

Ambos moravam relativamente próximos um do outro e eram amigos a um bom tempo. Ryoma era do tipo que demorava em começar a confiar em alguém, porém ambos já haviam passado dessa etapa. Athena era uma das poucas amizades que tinha.

O rapaz escutou tudo o que a garota falou atentamente. Demonstrava surpresa em alguns momentos, mas não parecia incrédulo como alguma outra pessoa certamente se mostraria. Depois disso, foi a vez do jovem responder.

- Então... Já faz três anos que eu e o Guilmon moramos juntos. Mas ninguém sabe dele, nem minha família... – Disse Ryoma, olhando para baixo, com semblante sério.
- Isso é bastante tempo... – Disse Athena, bastante surpreendida. – Deve ter sido difícil esconde-lo.
- Não foi tão difícil assim... Eu só moro com meu pai, que não fica muito tempo em casa. E o Guilmon se comporta bem.
- Isso é bom... E... Como vocês dois se conheceram?

Aquela parecia ser a pergunta que Ryoma sabia que iria ouvir, mas não estava com muita disposição para responder, por isso já se preparara para tentar desviar daquele assunto.

- É um pouco complicado... Eu...
- Athena! Rápido! Acho que tem um portal se abrindo! – Gritou Palmon, chamando a atenção da dupla.

O rapaz pareceu agradecer aquela interrupção, embora aquele simples início de resposta tenha sido o suficiente para Athena perceber que se tratava de algum assunto delicado, o que a deixou ainda mais curiosa para saber. Ambos se levantaram e correram até onde os dois digimons estavam, no centro da praça.

Estavam diante de outra criatura que não despertava boas sensações. Era um digimon semelhante a um musgo esverdeado e pegajoso, com algumas manchas roxas em seu corpo. Seus globos oculares eram saltados para fora do corpo e sua boca era larga, repleta de dentes.

- Hoje é dia dos digimons nojentos... – Comentou Palmon.
- Pode deixar! A gente cuida disso! – Afirmou Athena, estendendo seu SD, um pouco mais confiante do que antes.

Ryoma não aparentava estar muito preocupado com Numemon, pois sabia que ele não era um oponente difícil. Mas estava com uma estranha sensação de que aquilo não seria tão simples assim, algo que não conseguia compreender...
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Mensagem por Convidado Sáb 14 Jan 2012, 9:33 am

Eu entendi sua ideia Collector ... você quer usar Digimon menosprezados e subestimados por todos em todas as fanfics de Digimon que ninguém nunca usa como protagonistas correto ? Dai a evolução de Palmon para o " Cogumelo Feminino mais musculoso do mundo " Laughing . Nesse caso eu espero que aconteça o mesmo com Guilmon e fico só imaginando que tipo de evoluções ele poderia ter ? E comedia a luta contra Numemon Razz Mas em todo caso esta valendo vamos ver no que dá ? Aguardo ver quando os outros Priests aparecerem ! Parabéns e continuo acompanhando sua releitura de Digimon Priests Very Happy !

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Mensagem por Wolf Sáb 14 Jan 2012, 6:49 pm

Megamushmon! Quanto tempoq que não via ela LOL
Gostei do episodio, deu pra passar bem o jeitinho do Ryoma com ele, e goste também dos simbolos das virtudes aparecendo no digivice. Eu acho que to enganado mas achava que o ryoma jah era um sacerdote digimon antes da Athena...vc mudo isso ou eu que errei mesmo?
Bom espero o proximo
PS:digimons que ninguem usa em fics?Palmpon e guilmon?o.O
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Mensagem por Convidado Dom 15 Jan 2012, 3:31 am

Wolf escreveu:
PS:digimons que ninguem usa em fics?Palmpon e guilmon?o.O

Me referia ao fato de que muito poucas fanfics de Digimon tem uma líder feminina e que o Digimon principal da historia é uma Palmon enquanto que o Digimon do segundo em comando é um Guilmon. Ou seja uma Digimon tipo planta e um tipo Dragão em vez de um tipo Dragão/Dinossauro para o líder e um tipo Lobo/Canino para o segundo em comando.E poucos escritores fazem uma Palmon igual a do Colle=)

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Mensagem por Collector Dom 15 Jan 2012, 11:16 am

Kaiser - De fato, é raro encontrar uma Palmon com esse tipo de personalidade e que seja protagonista. Ela geralmente aparece como um personagem secundário e com personalidade frágil / delicada.

Sobre as evoluções, eu vou manter exatamente todas as da versão original da fanfic. Mas acho que vai ser dificil algúem se recordar, pois a fanfic já tem mais de 5 anos.

Os outros sacerdotes provavelmente vão aparecer no próximo capítulo ou no capítulo seguinte.

Wolfmon - Que bom que deu pra passar bem o jeito do Ryoma, minha maior preocupação era os personagens não ficarem fiéis aos orignais.

Nas versões antigas também havia símbolo das virtudes nos digivices, eles só não eram descritos Laughing

E você não errou totalmente, mas vou responder pelo MSN para não dar spoiler para os que não acompanharam a original.

Grato aos dois por estarem acompanhando e espero que continuem gostando ^^
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Mensagem por Leonardo Polli Seg 16 Jan 2012, 5:38 am

Me lembro dessa fanfic. Se não me engano, tinha até duas continuações, Priests 2 e 3, e eu cheguei a ler somente o início da 3. Não me recordo muito da história, mas, se você está prometendo retomá-la e pegar firme nisso, vou acompanhar até o fim \o

Gostei de Athena e de sua virtude, a compaixão. De certa forma me identifiquei com ela. A forma com que ela conheceu Palmon foi algo bem inusitado. Essa história de sacerdote digimon me pareceu interessante, seria mais ou menos um digiescolhido? A sinopse me deixou curioso, pois deu o parecer de que a fanfic será repleta de discussões políticas e coisas da realeza.

Ryoma (um U ali e eu diria que Xros Wars Hunters te plagiou) também é um sacerdote-digimon? Se sim, acho que a virtude dele seria a Inteligência... no caso, as virtudes serão coisas novas, ou baseadas nos brasões de Adventures?

Não preciso comentar muito sobre a tua escrita, você sabe que escreve bem pra caramba e tem uma ótima narração. Adorei as cenas de batalha, estão muito bem descritas. Você tem todos os capítulos prontos ou está refazendo eles? Abraço.
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Digimon Priests Revisited Empty Re: Digimon Priests Revisited

Mensagem por Collector Qui 19 Jan 2012, 7:32 pm

Leo - Sim, essa fic teve duas continuações, além de outras fanfics que se ligam a ela indiretamente. A 3, infelizmente, é a pior da trilogia, mas quem sabe isso não mude no futuro, não? xD E pode crer que eu vou pegar essa fic firme sim.

Sacerdote não seria exatamente como um digiescolhido. É mais um cargo no exército real que só pode ser exercido por quem atende certos requisistos, algo que será melhor detalhado mais para frente. E sim, a fanfic gira em torno de conflitos políticos ^^

Sobre o Ryoma, você saberá nesse capítulo =D E, no caso das virtudes, algumas são iguais a de adventures, mas a maioria são novas (até porque, não há brasões o suficiente em Adventures para atender essa fic xD)

Fico feliz que esteja gostando da escrita, espero que continue agradando ^^

E eu tenho todos os capítulos da versão original, mas estou refazendo todos eles por completo. Havia algumas incoerências e buracos na versão original que eu pretendo corrigir. Por exemplo, a Athena era uma estudante na versão original, mas faz mais sentido ela trabalhar considerando sua idade, as condições dela e de sua família, etc. Além, é claro, da minha escrita, que era muito primitiva na época da original. Mas a estrutura básica da fanfic e os acontecimentos permanecerão praticamente intocados.

Enfim, eis o capítulo 3.

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Saga I - Princípio de uma Rainha

Capítulo 03 – Entre Humanos e Digimons


Joanmon começara a ler o primeiro relatório de uma pilha que estava sobre a mesa em sua sala. Esta possuía piso de ladrilho dourado impecavelmente limpo, de superfície reflexiva, além de móveis de madeira nobre e envernizada. Também havia algumas estantes repletas de livros e gabinetes de arquivos que se encostavam sobre as paredes brancas.

A princesa havia pedido ajuda para sua conselheira a fim de agilizar os procedimentos. Esta era semelhante a um anjo com aspectos femininos. Tinha quatro pares de asas angelicais, cabelos loiros, longos e lisos, uma roupa branca bastante decotada com detalhes em preto e em dourado, além de um elmo negro cobrindo a região dos olhos.

Ambas as digimons estavam em pé, pois se sentiam agitadas demais para permanecerem sentadas, e não parecia que terminariam aquilo tão cedo. Aproveitaram para discutir sobre os relatórios lidos.

- Então… Os pesquisadores ainda não possuem nenhum tipo de informação sobre o vírus que infectou a meu pai? A condição dele está se agravando... – Questionou a princesa, tentando demonstrar uma firmeza que não correspondia à sua realidade interior.
- Não... O material analisado não possui semelhanças com nada que exista no mundo digital. É como se tivesse vindo de outra dimensão... Seria fácil achar a cura se soubéssemos o que o infectou, mas infelizmente não é o caso. – Respondeu a conselheira, desanimada.

A princesa suspirou. Sua preocupação com a doença que afligia o atual rei do Reino Digital era grande, mas não havia nada que ela ou os médicos podiam fazer naquele momento. Seria melhor tentar manter a mente ocupada e cuidar de outros assuntos, ainda que esse fosse o que prevalecesse dentro de sua mente.

- Os investigadores também não encontraram nenhum vestígio de minha irmã mais nova. Nenhum dos nossos métodos de rastreio teve serventia. É como se ela não quisesse que a encontrássemos. – Disse Joanmon, incrédula.
- Os últimos registros sugerem que ela estaria próxima de Alkarim, mas não é possível especificar o local...
- Entendo... E os rebeldes? Continuam ocupando a Árvore do Infortúnio?
- Sim, alteza, eles continuam. Conforme foi recomendado, a guarda real não efetuou nenhuma tentativa de expulsa-los.
- É o melhor a ser feito. A lenda diz que qualquer perturbação excessiva a essa árvore traria a calamidade ou para Alkarim ou para Libertópolis. Os cidadãos da capital não creem em tal história, mas os de Libertópolis... – Perguntou a princesa.
- Acreditam cegamente... Conheço-os muito bem, pois nasci nessa cidade. Entrariam em pânico se houvesse uma batalha entre a guarda real e os rebeldes acampados lá. – Completou a conselheira. – E não seria interessante ter Libertópolis contra Alkarim em uma situação dessas...
- De fato, não.

Joanmon colocou mais um relatório sobre a mesa. Cada folha de papel lida fazia seu ânimo diminuir. Eram muitos problemas e nenhum progresso em resolvê-los, o que tornava o sentimento de impotência inevitável. Com tantos assuntos pendentes, acabou esquecendo momentaneamente de Athena. Ainda não havia pedido a opinião de seu pai sobre tal assunto. Ainda que a princesa estivesse no comando com a grave doença do rei, gostaria de ouvir sua opinião.

///////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////

No mundo humano, uma nova batalha era iminente. Athena estendeu seu SD para frente e fez Palmon começar a se transformar. Ryoma se mostrou levemente impressionado com o processo, mas mantinha sua seriedade. Entretanto, quando o processo acabou, havia algo estranho: MegaMushmon estava arfando, como se estivesse cansada antes mesmo da batalha ter começado.

- Hã? O que houve? – Perguntou a sacerdotisa, com estranheza.
- Ela já tinha se transformado uma vez não faz muito tempo, não? Evolução é um processo que consome energia. É difícil para ela fazer isso duas vezes em um dia sem descansar por um tempo... A menos que tenha mais experiência. – Explicou o garoto.
- Entendi... – Disse Athena, percebendo que as coisas não seriam tão simples assim. – Mas como você sabe de tudo isso?
- Falamos disso depois. – Respondeu Ryoma, ainda se mostrando bastante relutante em explicar como conhecia os digimons e suas características.

Numemon foi o primeira a atacar, lançando uma sequências de excrementos rosados na direção de MegaMushmon. Ele atacava como se não soubesse em quem estava mirando, totalmente confuso por estar naquele mundo. Mesmo cansada, a digimon fungo desviou e imediatamente fez três pequenas bombas com o formato de cogumelo aparecerem em sua mão.

- Bomba Mushroom!

Ela lançou os objetos contra Numemon, que não conseguiu desviar e acabou sofrendo uma fortíssima explosão, que levantou muita fumaça.

- Conseguimos? Agora é só envia-lo, não? – Perguntou Athena, um pouco mais aliviada.

Infelizmente, a garota falou cedo demais. Quando a fumaça se dissipou, uma luz dourada havia envolvido Numemon. Todos não pudera fazer nada além de testemunhar o digimon aumentando rapidamente seu tamanho. E então, a luminosidade diminuiu, relevando uma criatura semelhante a um urso de pelúcia amarelo muito mais alto do que os dois humanos. Tinha a barriga branca com um curativo na região do umbigo, além de olhos avermelhados e puxados.

- O que? Ele se transformou? – Questionou a garota, incrédula.
- Digimons comuns também conseguem evoluir, Athena. – Afirmou Ryoma.

A sacerdotisa novamente se perguntou como o amigo conhecia tanto a respeito do universo digimon, mas tinha preocupações mais importantes naquele momento. Nem passou pela sua cabeça a ideia de que aquele digimon poderia ter se transformado. O mesmo valia para MegaMushmon, que até então tinha plena confiança em seus poderes e não imaginava que eles seriam postos à prova tão cedo.

- Não pense que me assusta! Ainda sou uma parceira de uma sacerdotisa! – Exclamou a digimon, não tão confiante como estava anteriormente. – Bombas Mushroom!

A criatura fez aparecer três bombas no formato de cogumelo em sua mão e as lançou contra Monzaemon. Este se protegeu com seus braços e, apesar de ter sofrido as explosões, não pareceu sofrer muitos danos, para a surpresa de todos os demais presentes.

- Ataque dos Corações! – Ele gritou em seguida.

O urso de pelúcia abraçou a si próprio e então abriu os braços, soltando várias bolhas vermelhas no formato de coração contra sua adversária.

- Mas o que... Ah... Hahahaha! – Após ser envolvida pela técnica, MegaMushmon começou a rir escandalosamente, caindo de joelhos.
- O que há com ela? - Questionou Athena, pasma.
- Algum efeito da técnica... – Disse Ryoma.

Em seguida, Monzaemon virou seu rosto, mirando o olhar para a sacerdotisa. Esta engoliu seco, dando um passo para trás, temerosa. Sua parceira continuava rindo sem conseguir se controlar e não parecia que poderia defendê-la, o que deixou a jovem aflita.

- Guilmon... – Embora não tivesse muita fé de que o digimon conseguiria ter muito êxito, Ryoma o chamou da mesma forma.

Entendendo o que o garoto queria, o dragão se posicionou logo à frente do urso de pelúcia, que o fitou sem compreender.

- Bola de Fogo! – Bradou a criatura, abrindo sua boca e lançando um globo flamejante contra o invasor.

Monzaemon se protegeu novamente com seus braços, praticamente não sendo afetado pela técnica, e viu Guilmon saltar furioso em sua direção, pretendendo ataca-lo com suas garras. Sem se intimidar, o urso deu um simples tapa, que jogou o digimon de fogo com violência contra um canteiro de flores da praça. Em seguida, voltou a encarar Athena, seu alvo principal.

- E agora? Só porque eu estava achando fácil... – Lamentou a garota, sem saída.

Subitamente, uma pedra atingiu a cabeça de Monzaemon. A sacerdotisa virou-se para o lado e viu que Ryoma, o autor da investida, havia se afastado sem que ela percebesse. Ele segurava outra pedra em sua mão e viu que o urso não sentira muito intensamente o golpe. Entretanto, foi o suficiente para que o garoto se tornasse o novo alvo da criatura.

- Peça ajuda para a Joanmon, vou tentar distraí-lo. – Disse Ryoma, com seriedade, lançando a outra pedra contra o urso em seguida.

Monzaemon, dessa vez, conseguiu se defendeer e começou a correr irritado na direção de seu agressor, que fugiu. Embora tivesse velocidade superior, o rapaz também tinha que se preocupar com a possibilidade de alguma pessoa estar por perto e presenciar a cena, o que seria catastrófico. Precisava fugir, mas sem sair daquela praça.

O urso de pelúcia, enquanto corria, lançou um raio avermelhado de cada um de seus olhos na direção de Ryoma, mas este conseguiu acelerar, de modo que o ataque atingisse apenas o chão. Guilmon se recuperou e começou a correr na direção do oponente também.

Já Athena ficara novamente intrigada pelo amigo conhecer Joanmon. Era óbvio que ele sabia muito mais sobre esse mundo do que ela. Porém não era hora de se preocupar com isso. Pegou seu SD, tremendo de nervosismo, apertando botões à procura de um que pudesse ser usado para chamar a princesa. Viu rapidamente que MegaMushmon continuava rindo como uma louca e teve uma vontade momentânea de estapeá-la, mas decidiu se focar em sua tarefa.

Após correr em alta velocidade durante algum tempo, Ryoma estava quase sem fôlego, ao contrário de seu oponente, que o perseguia com determinação. O rapaz acabou se apoiando em uma árvore, sem mais forças para continuar fugindo e notou que Monzaemon se aproximava.

- Essa não...

De repente, Guilmon saltou e pulou sobre a cabeça do urso de pelúcia, tentando arranha-la. O invasor teve algum trabalho para conseguir agarrar o digimon dragão, mas, quando o fez, o jogou com violência contra o chão.

- Guilmon!
- Você é mal! Tome isso! – Disse Monzaemon, fazendo com que seus olhos vermelhos começassem a brilhar.

A criatura de fogo tentava se levar, mas já havia se ferido demais naquele confronto. Ryoma olhou novamente à sua volta, em busca de algo útil, mas tudo o que encontrou foram mais pedras pequenas.

- Odeio ser repetitivo, mas...

Rapidamente, ele pegou algumas e começou a atirar contra o urso de pelúcia antes que esse atacasse seu amigo. Monzaemon virou-se rapidamente contra Ryoma e disparou o raio avermelhado em sua direção. Este conseguiu se jogar para o lado, escapando por muito pouco do ataque. Porém, antes que conseguisse se levantar, o invasor voltou a encara-lo, se preparando para lançar mais um raio.

- Droga, eu...

De repente, uma luz vermelha começou a brilhar entre o humano e o digimon gigante. Ao garoto, essa luminosidade em nada incomodou, mas ao urso, foi tão forte que o impediu de concluir o ataque.

- O que... É isso? – Perguntou o adolescente, espantado.
- Ryoma...

Ele então escutou alguém chamar por seu nome. Era uma voz bem conhecida, mas que não ouvoa a um bom tempo. Virou-se para trás, muito surpreso, e encontrou Joanmon. Ela o fitava com a seriedade que aquela situação exigia.

- Seu ato de atacar este digimon por conta própria, a fim de proteger, ainda que momentaneamente, seus amigos, o tornam digno da virtude da Bravura. Você deseja se tornar um sacerdote... Novamente? – A princesa questionou, com um olhar firme.

Ryoma ficou sem resposta durante alguns segundos, pois não estava esperando por aquela pergunta. Até que Athena se aproximou correndo e se espantou com a luz vermelha. Imediatamente achou que o amigo se tornaria um sacerdote digimon, o que, de fato, seria uma boa coisa.

Entretanto, o rapaz não estava completamente convencido. Sempre achou que jamais gostaria de voltar a ser um sacerdote digimon, não depois de tudo o que aconteceu naquele dia. Porém, havia descoberto que Athena era uma sacerdotisa. Uma de suas amizades mais importantes estava exposta aos mesmos riscos que ele enfrentara anos antes.

A preocupação com a amiga também não era a única razão. Ele sentia como se sua ainda não estivesse completa, como se houvesse um assunto não resolvido. Um assunto que envolvia os digimons. Algo que precisava completar, ou jamais conseguiria esquecer.

- Eu... Argh! Está bem, eu aceito... – Afirmou Ryoma, sem ter muita certeza daquilo.
- Que bom! – Exclamou a adolescente, animando-se.

A luz vermelha desapareceu imediatamente, dando lugar a um objeto exatamente igual ao que Athena ganhara, com o diferencial de que a cor verde havia sido substituída pelo vermelho. Mas a reação do jovem, por outro lado, não foi nada parecida com a da garota. Ele parecia ter noção do que se tratava aquele objeto.

Um símbolo vermelho havia aparecido sobre a tela. Mostrava uma pessoa também desenhada com linhas retas e apenas um círculo representando a cabeça. Estava em pé, com postura firme, encarando o que estava a sua frente. Embaixo do símbolo, estava escrito “A Bravura”.

- Ryoma, para ativar a evolução, diga o nome da virtude e “evolução primária”. – Afirmou Joanmon, séria.
- Certo... – O garoto estendeu o braço, apontando seu SD para frente. – Bravura! Evolução Primária!

A tela do aparelho começou a brilhar e faíscas vermelhas envolveram o corpo do novo sacerdote. Em seguida, uma forte luz envolveu o digimon dragão, forçando o urso novamente a proteger sua vista.

- Guilmon! Evolução Primária!

O digimon aumentou de tamanho rapidamente. Quando a luminosidade diminuiu, surgiu uma criatura que ainda guardava grande semelhança com sua forma pré-evoluída. Entretanto, ele era bem mais alto, robusto, com uma cabeleira branca e chifres em sua testa. Sua aparência era mais feroz e suas garras haviam crescido consideravelmente. A única que pareceu realmente impressionada com a evolução foi Athena, pois os demais demosntraram estar acostumados com a mesma. Monzaemon virou-se para o digimon dragão, mostrando irritação.

- Você está atrapalhando a brincadeira! – Exclamou o urso de pelúcia.

Os olhos do invasor brilharam e ele lançou um raio avermelhado contra o oponente. Growlmon conseguiu esquivar com muito esforço, pois seu tamanho o fizera perder bastante agilidade. Mais irritado ainda, Monzaemon lançou outro raio. O alvo não foi atingido novamente e a técnica quase causou um incêndio ao colidir com um canteiro de flores. O dragão começou a reunir fôlego, como se estivesse se preparando para atacar, mas o adversário não ficaria parado.

- Ataque dos Corações!

O urso fechou os braços e os abriu delicadamente, lançando várias bolhas de coração rosadas na direção de Growlmon. Ryoma já havia presenciado o efeito da técnica e decidiu aconselhar seu parceiro.

- Não tente desviar! Ataque! – Exclamou o rapaz. Logo em seguida, o digimon de fogo reuniu o restante do fôlego que precisava e abriu a boca.
- Chama Extrema!

O digimon dragão abriu sua boca, lançando uma rajada de chamas impressionante. Todas as bolhas de coração estouraram ao entrar em contato com o fogo. A técnica perdeu força durante o processo, mas foi o suficiente para que algumas labaredas atingissem Monzaemon, fazendo com que a criatura começasse a pegar fogo. Desesperado, a criatura se jogou no chão e começou a rolar, tentando desesperadamente apagar o incêndio.

- Ryoma, aproveite para abrir o Portal para o Reino Digital. – Aconselhou Joanmon.

O rapaz compreendeu e correu até perto de Monzaemon, de modo que o invasor ficasse entre o garoto e seu parceiro. Em seguida, o sacerdote estendeu o SD.

- Portal para Reino Digital, abra!

A tela do digivice brilhou, materializando um quadrado de luz azul. Quando Monzaemon tentou se levantar, todo chamuscado, Growlmon correu em sua direção, não dando tempo para que ele reagisse.

- Lâmina de Plasma!

O digimon dragão ergueu o braço direito, fazendo uma lâmina de energia azulada surgir em seu punho. Com ela, golpeou o urso com toda a força de que dispunha. Os danos do ataque não foram fortes, mas foi o suficiente para empurrar o ser para dentro do portal. Aos berros, a criatura foi absorvida para dentro do quadrado luminoso, que se fechou em seguida e retornou para o SD de Ryoma.

Então, a tensão da batalha acabou com a mesma velocidade com a qual o invasor desaparecera, os dois digimons evoluídos regrediram para suas formas novatas e, felizmente, Palmon não estava mais rindo, apenas se queixando de dores nos músculos da face. Apesar da vitória, Ryoma ficou absolutamente calado, sem esboçar reação alguma. Olhava para seu SD, como se um turbilhão de pensamentos atravessasse sua mente naquele momento.

- Daqui a um dia eu os levarei para visitarem o Reino Digital. Pensem bem se realmente desejam exercer a função de um sacerdote digimon. – Disse a princesa, com seriedade, desaparecendo lentamente em seguida.
- Ryoma...

Athena estava um pouco confusa. Todas as reações de Ryoma haviam sido bastante atípicas. Sabia que ele escondia muitas coisas e que não estava a fim de compartilhar nada naquele momento. Preferia não forçar nada.

- Sei que ainda temos muita coisa para conversar... Mas preciso ir agora. – Ele disse, de cabeça baixa.
- Tu-tudo bem... Até amanhã então!

Após se despedir dele, Athena ficou parada na praça, um tanto confusa, apenas observando o garoto desaparecer no horizonte, caminhando sem ter olhado para trás uma única vez.

- Ele é bem estranho... – Comentou Palmon, ainda estranhando o comportamento do garoto.
- Fico imaginando o que pode ter acontecido para ele ficar assim... – Afirmou a jovem, intrigada. – Bom, melhor irmos para casa agora...
- Sim! Estou morrendo de fome, cansaço, sede e mais um monte de coisa...

///////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////

Naquela noite, um portal se abriu no mundo humano sem ser detectado por qualquer um dos digivices. Um pequeno digimon encontrou-se em um lugar nunca antes visto. Era semelhante a um pinguim. Sua cor predominante era roxa, porém a região da barriga e a do tórax são brancas. Possuí garras afiadas e avermelhadas como seus olhos. Seu bico é amarelado, com a extremidade de cor roxa.

O clima frio o agradava bastante, mas o mesmo definitivamente não podia ser dito da paisagem. Estava bastante escuro, o que limitava drasticamente seu campo de visão. Havia, ao seu redor, várias silhuetas de estranhos objetos que pareciam pendurados.

- Que lugar é esse? Eu queria ir para longe de casa, mas acho que isso foi demais... – Comentou a criatura, começando a caminhar por aquele enigmático local.

Após alguns passos, se aproximou de um dos objetos estranhos. Precisou forçar bastante sua visão para identificar o que era aquilo e, talvez, preferisse não tê-lo feito.

- Isso daqui parece... Ossos... Com algum tipo de... Carne? Pelas deusas!!! Que coisa macabra! – Exclamou o pinguim, apavorando-se. – Será que me jogaram em algum campo usado para ritual de magia negra? Tenho que sair daqui!!!

Desesperado, o digimon começou a correr em alta velocidade e não era raro esbarrar em uma das carnes durante o trajeto, arrepiando-se completamente ao tocar sua superfície gelada e rígida.

- Socorro! Socorro! Não fiz nada para merecer isso! Hã? O que é aquilo?

Subitamente, ele avistou algo ao fundo: parecia ser uma luz. Talvez fosse uma porta que o levaria para fora daquele mórbido ambiente.

- Estou salvo! Estou salvo!

Ele parou de correr e começou a comemorar como uma criança ganhando o presente que desejara, dando pulos, piruetas e gritos. Perdeu tanto tempo pensando em como sua vida acabara de ter sido salva que nem reparou quando a misteriosa porta começou a se fechar.

- Não! Não! Não!

Apavorando-se novamente, o digimon usou toda a velocidade que tinha para se aproximar, mas não foi o bastante para que chegasse antes que o objeto fosse fechado. A única fonte de luz do local se extinguira, juntamente com as esperanças daquela criatura de sair do local com vida.

O que ele não sabia é que estava preso no interior do freezer um açougue em Makishima e que os cadáveres nada mais eram do que as futuras refeições gordurosas dos clientes desse estabelecimento. No lado de fora, o garoto que havia acabado de fechar a porta havia se apoiado sobre a parede, cansado daquele dia de trabalho.

Era um rapaz alto, de pele clara, olhos azuis, na faixa dos dezessete anos. Tinha nariz e lábios finos, queixo para frente. Seus cabelos eram loiros escuros e bagunçados. Vestia uma camiseta de cor verde-claro, com algumas listras horizontais brancas, além de calça jeans azul e tênis preto com detalhes brancos.

- Hein? Isso foi algum barulho vindo do freezer? – Ele se perguntou, com estranheza.

Antes que pudesse pensar no que fazer, um berro o interrompeu. Provavelmente o quarteirão inteiro também havia escutado. Era seu pai.

- Kenwryl!!! Já fechou tudo??? – O homem questionou, cuja voz vinha sabe-se lá de onde.

O mais desanimador é que o loiro teria que responder com o dobro do volume, visto que seu parente não estava com a audição em suas melhores condições.

- JÁÁÁÁ! – Gritou o rapaz, quase perdendo a voz no processo. Ele se encostou novamente na porta do freezer, ainda mais desanimado do que anteriormente. – O velho disse que eu tenho que começar a trabalhar para aprender a ter responsabilidades... Mas isso é tão... Chato!

O rapaz apenas suspirou. Sabia que era impossível algo que mudasse por completo sua vida acontecer e que lhe restava apenas a opção de seguir em frente. Apagou todas as luzes e se retirou do estabelecimento, sem saber que ainda havia alguém lá dentro...


Última edição por Collector em Sáb 21 Jan 2012, 8:30 pm, editado 1 vez(es)
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Digimon Priests Revisited Empty Re: Digimon Priests Revisited

Mensagem por Mickey Qui 19 Jan 2012, 8:52 pm

Muito ROX Collector!

Minha memoria é bem vaga... mas será interessante acompanhar a evolução de sua Palmon... o Megamushmon a primeira vista me pareceu um Togemon mais tunado... Hehehe!

As situações dessas garotas são muito boas! Imagino como serão as próximas... será sempre assim? Com leve humor?

Parabéns novamente!

Edit!

Isso que da conversar no MSN... Esquece de voltar nas paginas que esta lendo...

Bom, no meio tempo em que eu havia lido o capitulo 2... o Collector postou o capitulo 3...

Portanto um EDIT e a leitura deste último!!

Bom, agora tivemos um pouco mais do jeito sério do Ryoma e do Guilmon!
A aparição de um novo personagem Kenwryl com um Penguinmon?

Uma nota importante... achei muito legal a forma das evoluções! Muito bom... O “Primaria” vai mudando né? Hehehe quais serão os outros... e quantos teremos...

Bom, é isso aew! Aguardando os próximos!
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Digimon Priests Revisited Empty Re: Digimon Priests Revisited

Mensagem por Digi Rei Qui 19 Jan 2012, 9:36 pm

Tomei coragem e li o capítulo um!
Simplesmente incrível! Quem será Joanne? Será que terá algo mais com Naoya? E a luta?
Enfim, milhares de perguntas, que serão respondidas com o tempo!
Só uma coisa:
Spoiler:

"Athena"? Você gosta de mitologia, né? ¬¬' Cool

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Mensagem por Collector Sáb 21 Jan 2012, 8:28 pm

Mickey - Que bom que gostou =D O humor vai estar presente sim no decorrer da fic, mas haverão também alguns capítulos mais sérios.

No próximo capítulo, praticamente todos os personagens principais já estarão apresentados. E que legal que gostou das evoluções. O "primária" vai mudar sim, pois só serve para as evoluções para o nível campeão, assim como essas virtudes.

Grato pela presença e espero que continue gostando!

Digi Rei - Obrigado pelos elogios e grato pela presença! Quem é Joanne é algo que foi respondido no segundo capítulo, mas a Naoya não vai ter muitas aparições na fic ^^

E o lugar onde ela mora não é exatamente uma cidade grande, por isso esse jeito de falar xD E o nome Athena é mais por eu achar bonito mesmo, não foi muito por gostar de mitologia xD
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Digimon Priests Revisited Empty Re: Digimon Priests Revisited

Mensagem por Convidado Dom 22 Jan 2012, 6:55 am

E eis que Guilmon evolui para Growlmon ! Realmente adorei esta parte bem como a maneira como Guilmon e Ryoma foram tornados Digisacerdotes novamente por Joanmon e também a luta contra Monzaemon ! E eis que mais um Digisacerdote desponta o meu , o seu , o nosso querido Kenwryl e o seu parceiro (
Spoiler:
) Vejamos como eles serão nomeados sacerdotes ^^ .Sabe Collector ... as vezes eu penso que teria gostado caso tivesse havido um Digisacerdote cujo parceiro fosse um (
Spoiler:
) .Enfim ótimo capitulo Collector aguardo mais Smile

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Mensagem por Leonardo Polli Qua 25 Jan 2012, 6:07 am

Ótimo capítulo, Colle.

Creio que Ryoma sentiu-se um tanto estranho no fim do 02 pois já pensava que poderia voltar a ser um Sacerdote Digimon... mas, espera ai, ele já foi um no passado? Acho que não entendi essa parte. Numemon evoluiu para Monzaemon, existe algum critério por trás disso, ou só pelo simples fato de ele estar correndo perigo ele evoluiu?

Pensava que ia demorar um pouco mais para Guilmon obter sua evolução primária, mas foi logo cedo. E eu errei a virtude do Ryoma, disse que era Inteligência, mas no fim, era Bravura. Acho que combina não só com ele, mas também com Guilmon, rs. E porra, puta nome difícil, Kenwryl, vou chamá-lo só de Ken kk, ele virá a ser parceiro de Penguinmon mesmo?

Enfim, espero saber mais sobre o Mundo Digital, que até agora permanece pairado sobre muitos mistérios.
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Digimon Priests Revisited Empty Re: Digimon Priests Revisited

Mensagem por Wolf Qua 25 Jan 2012, 4:48 pm

Ryoma!Ryoma!
Cada episodio eu tenho um ataque de nostalgia diferente hauahuha
Bom,o episodio foi legal, eles tiverram que enfrentar um digimon perfeito...inda bm q o ryoma tava lah,pq se não jah era pra athena...Mas eu estranhei duas coisas:
Primeiro Não deu pra pegar muito bem a relação entre ryoma e athena,se eles já se conheciam,se eles são amigos e tals,trabalha melhor isso
Segundo:Se ele já foi um sacerdote,ele num devia saber usar o digivice?
Espero o proximo \o
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Digimon Priests Revisited Empty Re: Digimon Priests Revisited

Mensagem por Collector Qua 25 Jan 2012, 6:20 pm

Kaiser - Que bom que gostou, Kaiser. Achei a forma como Ryoma se tornou sacerdote bem melhor do que na versão original e espero que a entrada dos próximos personagens também agrade.

E bem, Elecmon até foi usado como parceiro de um sacerdote, porém era fêmea e tinha evoluções que fugiam das características de um Leomon. Não sou um grande fã do Leomon, apesar de simpatizar com algumas de suas transformações, como SaberLeomon. Mas de qualquer forma, os trolls não me preocupariam caso esse digimon estivesse nos planos da fic xD Só que, como vc falou, a fanfic já está planejada por ser um remake de uma fic que está completa e não há muita margem para se adicionar novos personagens.

Leo - Sim, a Joanmon perguntou se o Ryoma gostaria de se tornar um sacerdote digimon "novamente", ou seja, ele já foi um sim ^^ Mas os detalhes dessa história e o motivo dele ter deixado de ser um serão mostrados mais pra frente.

Nessa fanfic os digimons evoluem naturalmente após um certo tempo, como se ficassem mais velhos. Então a evolução do Numemon pro Monzaemon não foi nada especial, mas também não chegou a ser algo arbitrário. Foi mais a situação de perigo somado à provável experiência de vida que o Numemon já tinha que o fizeram se transformar.

Sobre o nome do Kenwryl, você não é o primeiro que enfrenta essa dificuldade. O Kevin também sofria com esse nome.
Embora ele sofresse com o próprio nome da fic tbm... E o mundo digital deverá aparecer muito em breve.

Wolf - Que bom, tomara que a fic continue te dando ataques de nostalgia =X E sim, a Athena estaria perdidinha se não fosse o Ryoma e esse é só o começo das trapalhadas que ela ainda vai fazer.

Sobre a relação entre os dois, acho q cheguei a dar uma breve descrição no cap. 2, mas falou destacar mais isso mesmo. E não, o digivice atual é uma "inovação" que a Joanmon produziu, não é o mesmo que os sacerdotes antigos usavam, mas isso vai ser detalhado mais pra frente, inclusive em um grau de detalhamento que a fic original não teve =X

Eis aqui o cap. 04. Aqui as coisas começam a ficar mais agitadas, embora ainda não seja a parte mais agitada da fic =X

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Saga I - Princípio de uma Rainha

Capítulo 04 – Deslize Quase Fatal


Kenwryl reunia as forças para encarar mais um dia de escola, uma tarefa que parecia mais difícil conforme o tempo passava. Ele estava em frente à sua casa, onde também funcionava o açougue da família, o Horikawo Beef, com a mochila nas costas e o uniforme composto por camiseta branca com calça marrom.

Aquela era basicamente uma construção de dois andares. No térreo funcionava o estabelecimento comercial. A entrada ocupava totalmente uma das paredes. Quem entrasse se encontraria cercado por três fileiras de carnes expostas no interior de congeladores. Os funcionários ficavam atrás dos equipamentos, devidamente uniformizados, trajando máscaras cirúrgicas, toca e luvas. Ao fundo, uma grande placa listando todos os itens à venda e seus respectivos preços, além de uma porta que levava para os fundos e para o congelador. A decoração não era nada chamativa: piso de ladrilhos brancos e azulejos de mesma cor cobrindo as paredes.

Além de estar perto daquele ambiente mórbido, o fato de saber que teria que trabalhar depois era um motivo a mais para estar desanimado. Ouvia ou fingia ouvir as últimas recomendações e ordens de seu pai. Quando estava prestes a partir, entretanto, visualizou um vulto roxo passar bem perto de seu lado, saindo do açougue. Inicialmente achou se tratar de uma ave, mas tudo foi tão rápido que ele não teve certeza.

- Heim? Que que foi isso? – Ele se perguntou, estarrecido, vendo o vulto virar à esquina, desaparecendo de sua vista.

Primeiro ele se questionou se realmente havia visto algo. Mas Kenwryl não aceitava a ideia de estar vendo coisas, pois não se considerava louco. Acabou decidindo tentar seguir o vulto, ignorando por completo a obrigação de ir para o colégio naquele momento. Ele virou na mesma esquina a tempo de ver a criatura atravessar a rua. Porém, ela estava tão veloz que ainda era impossível identificar o que era.

- Caraca... Esse bicho é rápido! E eu vou me atrasar... Dane-se.

Apertando o passo, Kenwryl continuou o seguindo, sem saber por que exatamente estava fazendo aquilo. Apenas queria fazer. Talvez um motivo para matar aula. Não que ele precisasse de algum para fazer tal coisa.

///////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////

O digivice de Athena fez o que o despertador da garota não fazia: acordou-a no horário certo. Infelizmente, com uma finalidade muito mais séria. O estridente barulho anunciava a chegada de outro digimon ao mundo humano.

Mesmo morrendo do sono, ela tratou de se levantar rápido e trocar de roupa com o dobro da velocidade normal, pois sabia que era hora de evitar mais algum desastre. Ela descobrira que poderia transportar Palmon através do digivice, o que representava uma dificuldade a menos. Não foi fácil aguentar as reclamações da digimon planta, que não queria ter acordado tão cedo, mas nada que ela não pudesse encarar. Novamente, seu objetivo era chegar até a Praça de Makishima.

- Espero que eu dê sorte de novo e a praça esteja vazia... – Ela afirmou, receosa. – Será que o Ryoma também está indo até lá?

Estava quase chegando, mas, distraída com seus pensamentos, Athena acabou não percebendo quando outra garota passou à sua frente. A colisão foi inevitável. As duas foram ao chão, assim como uma grande quantidade de livros e cadernos que a jovem atropelada carregava. Várias pessoas curiosas que passavam pelo local ficaram olhando.

- Argh! Olha pra onde anda! – Esbravejou a vítima, que aparentava irritação.

Ainda um pouco atordoada com o impacto, Athena olhou para a pessoa atingida. Não devia ter mais do que quinze anos e não era muito alta, além de ser magra, ter pele clara, rosto levemente arredondado e sobrancelhas finas. Possuía cabelo de cor castanho-escuro, liso e que desciam até um pouco abaixo dos ombros. Vestia o uniforme que a moça imediatamente reconheceu como sendo da Escola Estadual de Makishima, o mesmo no qual estudara alguns anos atrás. Era composto por uma camiseta branca com o brasão da instituição no centro, calça em sarja marrom com alguns bolsos. Essas cores não formavam uma combinação muito boa com o tênis que a garota calçava, que era rosa.

- Ai! Me desculpe! – Disse Athena, muito constrangida, ajudando a estudante a recolher seus livros imediatamente.
- Tudo bem... Preciso ir!

Aparentando estar com muita pressa, a jovem recolheu os últimos livros que haviam caído e voltou a caminhar pela rua, em um ritmo bastante veloz. Athena imaginou que a garota deveria estar atrasada para a aula. Entretanto, ao olhar ao acaso para o lado, viu que a jovem havia deixado uma folha de papel cair.

- Hey! Espere!

A adolescente tentou chamar a atenção da moça, mas esta já estava a uma boa distância e sequer olhou para trás. Provavelmente não ouviu. Athena recolheu a folha. Parecia ser algum tipo de redação escrita à mão, com uma letra não muito bonita por sinal. No topo, encontrou o provável nome daquela garota.

- Mirian Yoshime... Bem, entrego depois... Agora preciso ir também! – Disse, ao se lembrar de que também estava com muita pressa.

Em seguida, a sacerdotisa tornou a correr rumo à Praça de Makishima. Ao chegar, notou que Ryoma também estava presente e que trajava o mesmo uniforme que Mirian. Provavelmente estava tendo que matar aula para estar ali. De qualquer forma, isso lhe transmitiu alguma tranquilidade, visto que ele aparentava saber melhor o que fazer nessas situações.

Mesmo diante de uma emergência, os dois pareciam um pouco incomodados. Não haviam conversado desde o dia anterior. Ele sabia que a garota estava curiosa para saber qual a relação dele com os digimons e ela sabia que o garoto não queria tocar no assunto. Ainda um tanto constrangida, Athena decidiu ser a primeira a abrir a boca.

- Ryoma! Encontrou o digimon?
- Não... – Respondeu o sacerdote, parecendo um pouco mais preocupado do que deveria. – Guilmon acha que não há apenas um digimon por aqui, mas sim dois...

Aquela informação certamente não animou Athena em nada. Se uma criatura já conseguia causar muitos problemas, imagine duas delas juntas.

- Mas o digivice...
- Sim, o SD só acusa a presença de um digimon, mas não seria a primeira vez que ele deixa de detectar alguma criatura...
- Bom... E o que faremos? Vamos nos separar? – Perguntou a sacerdotisa, preocupada.
- É o melhor a fazer. – Respondeu Ryoma, com seriedade.

///////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////

Kenwryl havia seguido o vulto misterioso até a Praça de Makishima, porém o perdera de vista por conta de sua velocidade inferior, típica de alguém que não era muito adepto à exercícios físicos. Arfando, ele se apoiou em uma árvore, tentando recuperar o fôlego perdido.

- Aquele bicho sumiu... – Disse o garoto, coçando a cabeça em seguida. – E que raios eu tô fazendo aqui? Vou acabar me...

De repente, o estudante começou a ouvir vozes que não lhe eram estranhas. Eram as únicas naquele lugar, o que inevitavelmente lhe chamou a atenção. Seguindo a direção e deixando o misterioso vulto de lado, ele se aproximou do centro da praça. Procurando se esconder atrás de uma árvore, acabou vendo, de longe, quem eram os autores das vozes.

- Athena e o... Ryoma??? O que diabos ele está fazendo aqui? Não deveria estar na aula? – Questionou-se o rapaz, demonstrando leve irritação.

O sacerdote era colega de classe de Kenwryl. Contudo, os dois não eram exatamente grandes amigos. Na realidade, se estranhavam por qualquer besteira, embora nenhum dos dois conseguisse explicar o porquê da antipatia. Já Athena havia frequentado o Horikawo Beef uma vez ou outra. Ele havia simpatizado muito com a garota, mas esta talvez sequer se lembrasse da existência do loiro.

Na distância em que se encontrava da dupla, não era possível ouvir o que eles conversavam. Porém o teor da conversa parecia ser um tanto sério. Quando o assunto acabou, ambos os sacerdotes começaram a caminhar para lados opostos, a passos rápidos.

- Alguma coisa ele está aprontado... Nunca confiei nele mesmo! – Afirmou o estudante, em tom de esperteza.

Decidido a desvendar o mistério, Kenwryl começou a seguir os passos de Ryoma, sempre mantendo uma distância segura do mesmo, pois sabia que ele era muito atento à tudo.

///////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////

Athena caminhou até o setor norte da Praça de Makishima. O local apresentava um volume maior de árvores, cujos galhos bloqueavam a visão em quase todas as direções. Pisando sobre os ladrilhos brancos cobertos por folhas caídas, ela olhava para os lados. O SD revelava a presença de um digimon ali perto, mas os olhos da garota não lhe revelavam nada.

- Céus... Onde está essa coisa? Espero que não tenha saído da praça... – Torcia a adolescente, sentindo-se perdida.

De repente, a sacerdotisa começou a escutar passos apressados, como se algo corresse em sua direção. Ela pegou o digivice, preparada para agir, deduzindo que se tratava da criatura que procurava. Mas, ao virar-se para trás, não encontrou nenhum monstro digital, embora talvez tivesse preferido que esse fosse o caso.

- Você de novo... – Disse Athena, preocupando-se.

Quem se aproximava era a garota na qual a sacerdotisa havia esbarrado anteriormente. Ela parou de correr quando chegou perto e permaneceu arfando durante alguns segundos.

- Puff... Puff... Minha redação... Eu deixei cair... Puff... Você pegou? – Perguntou Mirian, exausta por conta da corrida.
- Redação? Aquela folha? Ah ta... Como sabia que eu estava aqui?
- Eu estava tentando te seguir... Puff... Puff... Mas você andava muito rápido!
- Ah...

Visivelmente nervosa, Athena procurou ver em qual bolso havia guardado o papel. Queria que aquela estudante saísse logo dali e isso só a fazia se atrapalhar ainda mais.

- Achei! Aqui!

A sacerdotisa estendeu o papel para a dona, na esperança de que ela fosse embora logo. Entretanto, antes que a devolução fosse concluída, ambas começaram a ouvir um estranho barulho. Lembrava o zumbido de uma abelha, porém em um volume muito maior do que normalmente seria. As duas olhavam para o lado, na direção de onde o som vinha, onde havia apenas algumas árvores.

- O que...

Antes que a mais nova pudesse completar a pergunta, a dupla viu um vulto amarelado sair de entre alguns arbustos, levando consigo várias folhas arrancadas. A criatura voou na direção de ambas, que, instintivamente, se abaixaram. O ser passou imediatamente acima da cabeça delas, em uma velocidade tão alta que fez com que os seus respectivos cabelos voassem ao vento e ficassem bagunçados. Em seguida, a coisa começou a voar em círculos, perto de onde as garotas estavam, apresentando visíveis sinais de confusão.

- Que-que-que raios é esse? – Perguntou Mirian, apavorada. – E... Ahhhh! Minha folha de redação!

Athena também compartilhava do pavor, mas não por causa da criatura e sim pelo fato de uma humana a estar vendo. O ser em questão assemelhava-se a um inseto amarelado com listras negras pelo corpo, maior do que um humano adulto. Suas asas eram de cor púrpura e suas quatro patas dianteiras apresentavam garras afiadas, assim como as presas localizadas na região da boca. Não possuía olhos e um grande ferrão vermelho na ponta de sua cauda completava o visual não tão belo da criatura.

A folha que a estudante perdera havia sido fincada em uma das garras daquele digimon, mas o próprio parecia nem se importar com isso, tamanha era o estado de confusão e aflição que ele demonstrava.

- Errr... Lamento por sua folha... É o seguinte. E-eu sou uma cientista e essa criatura é do meu laboratório. Mas ela fugiu e eu to correndo atrás dela. Então, deixe comigo, ok? – Perguntou Athena, na esperança de que a garota engolisse aquela que era a pior mentira de toda a sua vida.
- E-entendi... – Disse Mirian, milésimos de segundo antes de sair correndo, desesperada de tanto medo.

Após ver a jovem sumir por entre algumas árvores, a sacerdotisa estendeu seu digivice para frente e apertou um dos botões. Uma luz brilhou na tela do aparelho e Palmon se materializou alguns segundos depois, imediatamente à frente de sua parceira.

- Argh... Viajar assim me deixa tonta... Ahh! Será possível que só encontramos digimons insetos ou feitos de cocô? Por que? – Questionou-se a planta, revoltada com aquela repetitividade.
- Não sei, mas é melhor acabarmos logo com isso... Minha quota de besteiras do dia já estourou!

Athena ainda estava extremamente preocupada pelo fato de Mirian ter presenciado a aparição de um digimon. Mas não adiantaria esquentar a cabeça com isso. A única opção era encerrar aquilo de vez, antes que outra pessoa visse aquela coisa. Decidida, ela novamente estendeu seu digivice para frente.

- Compaixão! Evolução Primária! – Exclamou a sacerdotisa, fazendo com que a tela de seu SD começasse a brilhar e a envolver sua parceira com uma luz esverdeada.
- Palmon! Evolução Primária!

A digimon planta transformou-se no digimon fungo. Demonstrava, novamente, confiança em sua força, mesmo tendo sido derrotada na última batalha. Seu ego não era tão facilmente abalado. Sem dar tempo de Flymon agir, partiu para a ofensiva.

- Bomba Mushroom!

A parceira de Athena lançou três bombas com o formato de cogumelo na direção do digimon inseto. Uma delas o acertou em cheio, causando uma explosão. O ferimento causado não foi muito forte, mas serviu para atrair por completo a atenção e a ira do invasor.

Em um voo rasante, ele tentou acertar MegaMushmon com uma ferroada, mas o alvo conseguiu saltar para o lado, esquivando. Sem conseguir frear a tempo, Flymon acabou colidindo contra uma árvore, ainda em seu estado de confusão e loucura.

- Athena, tente já ir abrindo o portal. – Sugeriu a digimon fungo, vendo que o oponente tentaria lhe atacar novamente.
- Certo. – Confirmou a sacerdotisa, estendendo seu SD novamente. – Portal para o Reino Digital, abra!

Após o comando, a tela do digivice brilhou, fazendo com que um quadrado luminoso azul se materializasse logo à frente da adolescente.

Ao mesmo tempo, Mirian corria. A imagem daquele inseto havia sido tão aterrorizante que a garota sequer raciocinara a respeito da explicação que Athena lhe dera. Entretanto, outro pensamento veio até sua cabeça, tão impactante quanto o evento anterior.

- Minha redação! – Lembrou-se a garota, parando de correr. – Se eu não entrega-la, vou ficar com zero. E eu prometi pra ele que dessa vez isso não ia acontecer...

A estudante estava hesitante. Havia um fortíssimo motivo para que ela não deixasse aquela redação ser perdida, mas também estava morrendo de medo de ter que ver aquela criatura horrorosa de novo. Após alguns instantes torturada pela dúvida, Mirian acabou decidindo dar meia volta e correr de volta para o local onde o inseto surgira. Era melhor se arrepender de fazer algo do que de deixar de fazer, pensava ela.

Enquanto isso, batalhe entre MegaMushmon e Flymon chegava a seu clímax. Após receber um potente soco de sua oponente, o invasor foi jogado ao chão, perto de onde Athena e o portal que ela abria estavam.

- Agora, jogue ele dentro! – Disse a sacerdotisa.
- Certo! Bomba...

De repente, Athena sentiu a velocidade da passagem do tempo diminuir bruscamente. Parecia estar em um filme em câmera lenta. À sua frente, estava um inseto tentando se recompor. Mais para frente, sua parceira prestes a lançar as bombas fatais que empurrariam Flymon para o portal. Porém a surpresa veio de cima.

Ela não viu como e nem quando. Tudo o que seus olhos lhe mostraram foi uma garota caindo do céu, direto sobre as costas do digimon inseto. Talvez tivesse subido em uma árvore. Não sabia. Estivera tão concentrada na batalha que nada a seu redor havia lhe chamado atenção. Um erro fatal. O que importa é que Mirian estava lá, nas costas de Flymon, fazendo sabe-se lá o que. Determinada e destemida, sem saber o que a esperava. “Devolve minha redação” foi tudo o que Athena escutou naquela fração de segundos que seriam os mais lentos de toda sua vida.

A adolescente mais velha tentou gritar para MegaMushmon cancelar seu ataque, porém teve uma surpresa ao ver que sua voz também saía de forma lenta. Em um simples piscar de olhos, as bombas de cogumelo não estavam mais sobre as luvas de boxe vermelhas de sua parceira. Estavam no ar, voando na direção do invasor.

Flymon tentou se erguer, visando jogar Mirian para trás e levantar voo. De certa forma, isso foi útil, pois nesse exato momento as bombas colidiram com o alvo e a posição em que o mesmo se encontrava impediu que a garota sofresse os danos daquela técnica.

Entretanto, esse era apenas metade do problema. A outra metade foi inevitável: o impacto da explosão impulsionou o digimon inseto para trás, deixando-o na área de alcance do portal. Logo, antes que Athena terminasse de gritar, os dois infelizes foram tragados como partículas de poeira sendo aspiradas por um aspirador de pó de uma dona de casa. O portal se fechou e retornou para o SD da sacerdotisa, que permaneceu parada, com os olhos verdes arregalados, como se o tempo tivesse parado definitivamente para ela.

- Ae... Conseguimos! Graças a mim! – Comemorou MegaMushmon, sem ter notado nenhum daqueles acontecimentos que sua parceira presenciara. – E o que foi? Você está com aquela cara de quem acabou de fazer a maior besteira do mundo e está prestes a cometer suicídio...
- A-a-a garota! Ela fo-foi pega pelo portal! – Exclamou Athena, apavorando-se. Meteu as mãos em sua cabeleira, bagunçando-a por completo.
- O que? Como assim? – Perguntou o digimon fungo, sem compreender.

///////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////

No setor oeste da praça, Ryoma ainda tentava localizar o digimon cuja presença fora detectada apenas pelo olfato de Guilmon e não pelo digivice. Kenwryl o seguira durante todo o tempo. Como não escutara uma única palavra ser dita, não fazia ideia do que o estudante estava fazendo.

- O que ele está procurando afinal? Esse cara é estranho... – Comentou o loiro, escondido atrás de uma árvore.

O sacerdote olhou à sua volta. Não queria transportar Guilmon para correr menos riscos de ser flagrado, mas também não estava conseguindo localizar a criatura detectada por conta própria. Entretanto, antes que ele decidisse o que fazer a seguir, foi interrompido por uma voz, a qual Kenwryl também pode ouvir.

- Dá pra parar de me seguir? Tô ficando irritado já! – Resmungou um estranho pinguim de coloração roxa, saindo de entre alguns arbustos.

A reação de Ryoma ao avistar a criatura foi de alívio, mas a do outro estudante fora completamente diferente. Ele congelara por completo, de olhos arregalados, incrédulo. E o pior ainda estaria por vir: o sacerdote estendeu seu digivice e este emanou uma luz avermelhada, transportando Guilmon para a praça.

- O que??? Como ele fez isso? – Questionou o loiro, quase se esquecendo de que deveria falar baixo. Felizmente , não foi descoberto.
- O que vai fazer? Vai encarar? – Perguntou Penguinmon ao digimon dragão, irritado, em tom de desafio.
- Bravura! Evolução Primária! – Exclamou o rapaz, ainda com o digivice estendido.
- Guilmon! Evolução Primária!

A tela do SD começou a brilhar e luzes vermelhas envolveram o parceiro de Ryoma, cujo corpo começou a crescer e a se desenvolver, causando espanto não só a Kenwryl, mas ao invasor também.

- Growmon!

Penguinmon ficou totalmente paralisado. Com a boca aberta e olhos arregalados, apenas encarava aquele digimon que estava muito mais alto e assustador do que anteriormente. A reação de Kenwryl ainda era pior: seu estado de choque era tamanho que ele nem conseguia mais raciocinar. Não sabia o que Ryoma poderia ter a ver com todas aquelas coisas e nem era capaz de começar a pensar em alguma resposta.

Growmon encarou o digimon pinguim com seriedade, pronto para lutar. Mas bastou um rosnado raivoso para o oponente desabar em choro.

- Por favor... Não me mate! – Penguinmon implorou, fechando os olhos e cobrindo o rosto com suas patas.

O digimon dragão coçou a cabeça, sem compreender direito como seu oponente havia desistido de lutar tão facilmente. Ryoma ficou menos tenso ao perceber que aquela missão seria concluída mais facilmente do que ele imaginava, embora ainda estivesse intrigado por não saber porque essa criatura não havia sido detectada por nenhum dos dois digivices. Infelizmente para ele, nem tudo seria tão fácil assim.

- Ryoma!

Ao virar-se para o lado, o sacerdote viu Athena se aproximar, correndo ao lado de MegaMushmon. A garota estava muito alterada e precisou de pelo menos quinze segundos até antes de conseguir recuperar a respiração. Kenwryl teve mais um susto ao ver que a sacerdotisa também estava acompanhada por uma criatura.

- A Athena também está andando com um monstro! Está no meio dessas coisas... E com o Ryoma! – Resmungou o garoto, em um risco de irritação e espanto.
- Temos um problema! – Exclamou a sacerdotisa, ainda bastante abalada.
- O que? O que houve? – Questionou o estudante, notando que a situação parecia séria.
- E-eu... Mandei uma garota para o Reino Digital sem querer! – Respondeu Athena, deixando o amigo pasmo e sem reação durante alguns segundos.
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Mensagem por Wolf Qua 25 Jan 2012, 7:21 pm

Você ta virando um verdadeiro bot em escrever,outro capitulo o_õ
Bom,chorei de rir com esse episodio, as cenas com a mirian foram simplesmente epicas xD
Principalmente com ela saindo do nada e pulando no flymon!
e realmente, não demoro nem um episodio pra Athena aprontar...e aprontar bonito!!! Mando a pobre garota pro mundo digital junto com o inimigo tsc xD
Mas agora me fico uma duvida, pra onde diabos os digiportais levam?Eles mandam os digimosn pra lugares aleartorios ou pra algum tipo de cadeia?Acho q vo descobrir no proximo episodio xDD
Continue escrevendo colly \o
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Mensagem por Convidado Qui 26 Jan 2012, 6:50 am

Puxa rachei com a Mirian e a cena do Flymon ! E do Kenwryl entrando em estado comatoso de choque ao ver Growlmon ! Eles não mudaram nada das personalidades cômicas da versão anterior desta fanfic ! Resta saber o que acontecera agora que Athena sem querer a mandou para o Digital World e como ela se encontrara com sua parceira (
Spoiler:
) . E sabe ... eu gostaria que o Guilmon de Ryoma tivesse uma personalidade " menos Guilmon de Digimon Tamers " e mais segura e auto-confiante como a de Shoutmon de Digimon Xros Wars .Quem foi que falou que todos os Guilmons tem que ser " a imagem da própria inocência em forma de Digimon ? Enfim ótimo capitulo Colle aguardo mais . Very Happy

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Mensagem por Collector Qui 26 Jan 2012, 5:06 pm

Grato pela presença! Respondendo os comentários:

Wolf - Sobre eu estar virando um bot, só posso responder uma coisa =x
Spoiler:
Enfim, brincadeiras a parte, estou tentando ter um bom número de capítulos antes de minhas aulas começarem. A facul sempre dá uma prejudicada no ritmo das postagens e se eu já tiver com a fic "encaminhada" quando isso acontecer, vai ser muito melhor.

E que bom que gostou das cenas. Elas não foram muito fáceis de se escrever, mas acho que eu consegui passar bem o que eu queria =X

E ta ai uma coisa que nunca foi pensada mesmo xD Os portais para o mundo humano geralmente abrem na Praça de Makishima, mas os que fazem o caminho inverso nunca foram muito explorados. É algo a se pensar xD

Kaiser - Que bom que gostou Kaiser, minha maior preocupação era preservar os personagens do jeito que eles eram na versão original. A forma como essa situação vai se desenrolar vai ser bem diferente de como aconteceu na versão original.

Eu particularmente também não sou muito à favor de os Guilmons sempre serem parecidos com o de Tamers, mas nessa versão eu tentarei trabalhar melhor os digimons também e pode ser que isso mude ^^
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Digimon Priests Revisited Empty Re: Digimon Priests Revisited

Mensagem por Collector Qui 02 Fev 2012, 8:52 pm

Olá o/ Eis o cap. 5, espero que gostem =D

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Saga I - Princípio de uma Rainha

Capítulo 05 – Primeira Visita ao Reino Digital


Athena ainda custava a acreditar que havia feito uma besteira tão grande. Se já havia se desesperado por ter se atrapalhado na batalha contra Monzaemon, agora sim a sacerdotisa novata tinha motivos para se sentir uma desastrada.

Com uma das mãos sobre a testa e a outra segurando o digivice, tentava contatar Joanmon utilizando o aparelho. Mas ainda se confundia com aqueles botões e, somando isso a seu nervosismo, a tarefa que deveria ser simples também se tornou difícil.

- Tente se acalmar... Quer que eu faça isso por você? – Perguntou Ryoma, notando como a garota se atrapalhava com o aparelho.
- Obrigada, Ryoma... Mas se nem ISSO eu conseguir fazer, eu... Argh! Por quê??? – Reclamou a sacerdotisa, histérica.
- Só vamos torcer para ela não ter caído em algum ambiente muito selvagem... Já pensou se alguma criatura horrenda e faminta a encontra? Nem quero imaginar... Vai virar um lanche... – Comentou Palmon.
- Obrigada por fazer eu me sentir melhor. – Disse Athena, ironicamente.

Kenwryl ainda observava tudo à distância. Não sabia o que estava sendo discutido, mas nesse momento essa nem era sua preocupação. Olhava atônito para os três digimons presentes. Eles se pareciam com algo que ele já havia visto, porém não conseguia lembrar o que era.

Por mais que pensasse, não conseguia formular nenhuma hipótese para aquela situação e também não estava disposto a se revelar para interrogar a dupla. Seria humilhante demais. Teria que descobrir por conta própria, não importasse quanto tempo teria que esperar.

- Essas coisas... Parecem com algo que eu vi em algum desenho animado... Mas parecem reais! O que a Athena e esse chato tão escondendo? Eu vou descobrir! – Pensou Kenwryl, determinado.

Finalmente, a sacerdotisa conseguiu estabelecer contato com a princesa do Reino Digital. Ela segurou o SD como se fosse um telefone celular, embora isso não fosse necessário, uma vez que a captação de voz podia ser feita à distância.

- Joanmon! E-eu mandei uma garota pelo portal!!! O que eu faço???
- Athena? Se acalme... – Respondeu a digimon, cujo tom de voz demonstrava certo espanto. – Conte exatamente o que houve.

A sacerdotisa então relatou, de forma atrapalhada, tudo o que acontecera naquela manhã. Ryoma ficou em silêncio durante o tempo todo. Estava com um semblante sério. Imaginava que aquele erro poderia ter consequências graves para a garota que havia sido enviada para o Mundo Digital, mas era melhor esperar para ver. Os três digimons também nada falaram. Não pareciam entender o motivo de tanta preocupação e Penguinmon particularmente estava ansioso para que eles fossem logo para o Reino, conforme lhe fora prometido. E Kenwryl continuou apenas olhando, agora um pouco mais calmo.

- Entendo... Não se desespere, Athena. Se agirmos rápido, tenho certeza que nada grave acontecerá. Os portais não possuem uma trajetória fixa. Costumam deixar os invasores nos arredores de Alkarim, para não causar nenhum transtorno dentro da cidade. De qualquer forma, irei abrir um portal que os levará até aproximadamente a mesma região em que o último portal para o Mundo Digital se abriu. Ele ficará aberto durante cinco segundos, por segurança. Por isso, tentem entrar depressa.
- Certo, entendi... – Disse Athena, um pouco menos nervosa.

Assim que a conversa se encerrou, um quadrado luminoso azul se abriu bem diante do quinteto, grande o suficiente para que todos pudessem passar.

- Finalmente... Vou poder sair desse lugarzinho... – Emocionou-se Penguinmon.
- Vamos... – Disse Ryoma.

E assim, os dois humanos e os três digimons atravessaram o portal, desaparecendo da vista de Kenwryl, que novamente ficou espantado. Cinco segundos se passaram, mas o objeto luminoso não desapareceu. O garoto estava com dúvidas se deveria realmente continuar os seguindo, visto que a situação se tornava mais estranha a cada instante que se passava.

- Será que... Não! Eu vou descobrir o que eles estão escondendo! – Afirmou o loiro, enchendo-se de determinação.

Em seguida, o estudante correu na direção do portal e o atravessou destemidamente. A passagem se fechou logo em seguida, como se estivesse apenas esperando para que o garoto tomasse tal decisão.

///////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////

Ao atravessar o portal, tudo o que Athena viu foi uma forte luz branca que aumentava a todo o momento, chegando a ofuscar completamente sua visão. Quando voltou a enxergar, havia apenas uma paisagem embaçada à sua frente. Sentiu suas pernas fraquejarem e acabou caindo de joelhos sobre uma grama macia, sentindo uma brisa refrescante tocar seu rosto.

- Nós... Chegamos? – Questionou a sacerdotisa, tentando se recuperar da tontura.

Ela olhou melhor à sua volta. Ryoma e os três digimons não pareciam muito impressionados com o que viam, pois agiam com naturalidade. Estavam em uma planície aberta, com poucas árvores e coberta com grama. O céu estava praticamente sem nuvens e a temperatura era agradável.

Ao fundo, Athena podia ver o que provavelmente era Alkarim, ao lado de uma enorme floresta. Era possível avistar um aglomerado de casas de paredes brancas telhado de barro vermelho. Ao centro, um enorme castelo de tijolos cinzentos composto por quatro torres nas extremidades da construção principal e telhados azuis em forma de cone. Mais detalhes do que esses não eram visíveis a essa distância. Em relação ao lado oposto à cidade, a sacerdotisa podia ver uma extensa cadeia de montanhas não muito íngremes, cercada por uma mata.

- É... Estamos um pouco longe de Alkarim, pelo visto. – Comentou Palmon.
- Quanto tempo... – Disse Guilmon, em um tom de voz muito baixo.

Todos permaneceram quietos durante algum tempo. Athena por estar surpresa com aquele novo mundo, os digimons pela vontade que tinham em estar visitando o lugar e Ryoma pela quantidade de lembranças que aquilo lhe trazia. E foi Penguinmon quem quebrou o silêncio.

- Bem... Grato por terem me trazido para cá. Até mais!

Visivelmente nervoso, ele se despediu dos sacerdotes e se retirou em uma velocidade relativamente alta, quase que correndo, causando certo espanto no grupo.

- E então... O digivice indica que a garota está naquela montanha. – Afirmou Ryoma, apontando para o local, não causando uma boa sensação em nenhum dos presentes devido às características desse tipo de terreno.
- Eu queria conhecer Alkarim, mas acho que isso vai ter que ficar para depois... – Disse Athena, encarando a grande cadeia montanhosa sem se sentir muito segura.

E assim, o grupo começou a caminhar rumo ao local indicado, enquanto Penguinmon rumava na direção da capital, assobiando e olhando para o céu. Mas, ao passar por uma árvore, escondeu-se atrás rapidamente e passou a vigiar os sacerdotes, com uma expressão facial de seriedade.

Quando o digimon virou para o lado, entretanto, viu que não era o único que fazia isso. Kenwryl também estava escondido em sua própria árvore, espionando. Embora ninguém houvesse visto como o garoto fora parar ali.

- O-outro humano? O que está fazendo aí? – Perguntou o digimon pinguim, sem compreender nada.
- Ahhh! O bicho tá falando comigo! – Exclamou o loiro, surpreso. – E faça silêncio, se não eles vão ouvir!
- Não me dê ordens, pirralho! – Bradou Penguinmon. – Por que está escondido aí?
- Eu não estou escondido! E por que VOCÊ está escondido aí? – Revidou Kenwryl, que agora demonstrava mais irritação do que espanto.
- Hunf... Só não me atrapalhe. – Disse a criatura, voltando a concentrar seu olhar sobre os sacerdotes.
- Digo o mesmo!

O quarteto havia se aproximado da mata e eram persistentemente e secretamente seguidos pelo loiro e pelo digimon pinguim, que se recusavam a explicar o motivo de estarem fazendo aquilo. Até que Palmon pisou em algo caído sobre o chão. Era uma folha de papel de formato quadrado. Tinha o desenho de uma coroa com traços rudimentares, cortada por duas linhas vermelhas que formavam a letra X. A digimon planta pegou o objeto e o analisou por alguns segundos, não demorando muito para chegar a uma conclusão.

- Iiii... Espero que esse papel não seja o que eu estou pensando que é. – Disse a parceira de Athena, pensativa.
- Hã? O que é isso? – Perguntou a sacerdotisa.
- É o símbolo de um certo grupo não muito amigável... Pode ser que eles tenham deixado isso cair aqui ou estejam acampados aqui perto...
- Que grupo?

///////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////

Mirian abriu os olhos lentamente e esboçou um sorriso por imaginar imediatamente que tudo aquilo havia sido apenas um pesadelo. Monstros não existiam e ela ainda acordaria a tempo de entregar sua redação. Sentiu que o local onde dormira não era muito confortável, mas nada muito distante do que sua cama lhe oferecia. Porém, quando sua visão se estabeleceu por completo, notou que aquele teto rochoso definitivamente não era de seu quarto.

- Ahhh!!! Que lugar é esse??? – Desesperou-se a garota, acordando bruscamente.

Ela olhou à sua volta. Estava em uma espécie de sala de pedra em tons cinza, de formato cúbico, que não deveria ter mais do que dez metros quadrados de área. Em uma das paredes havia uma porta de ferro fechada com uma pequena abertura retangular na parte inferior.

- Uma prisão... – Respondeu a única criatura além da garota que estava no recinto.

Mirian olhou atônita para o ser. Lembrava vagamente um coelho, porém com uma cabeça maior em relação ao corpo do que esses animais costumam ter, além de garras afiadas em todas as suas patas. Tinha pelo alaranjado com algumas listras roxas, grandes olhos azuis e uma cauda dividida em oito seguimentos que se posicionavam lado a lado, conferindo o aspecto de um leque aberto. Ele segurava um pequeno galho e parecia tentar descasca-lo com suas garras de forma vagarosa.

- Que-quem ou o que é você? – Perguntou a garota, de olhos arregalados, em choque.
- Pode me chamar de Elecmon... Você é uma humana, não é? Jamais achei que veria alguma na minha frente... – Disse a criatura, sem demonstrar muito interesse, continuando a lapidar o galho.

A garota tentou raciocinar melhor. Tudo o que conseguia lembrar era de ter subido em uma árvore e pulado nas costas daquele inseto gigante. Depois disso, viu apenas uma luz branca. Teria morrido?

- Eu estou morta? Que lugar é esse? – Questionou a garota, prestes a entrar em pânico por conta da ideia de ter falecido tão jovem. Elecmon a olhou pela primeira vez durante a conversa.
- Você não parece morta... E você está em uma base da World Revolution... Como uma refém, como eu... – Respondeu a digimon, voltando em seguida a fazer o que fazia anteriormente.
- World o que? Re-refém? – Perguntou Mirian, não compreendendo nada.

///////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////

O grupo de Athena caminhava agora por uma mata. Não era muito fechada, de modo que a montanha para onde deveriam ir estava bem visível no horizonte. As atenções estavam voltadas para as explicações de Palmon.

- World Revolution é uma gangue que quer tirar a família de Godhumon do poder, de um jeito que os digimons fiquem livres, sem ter nenhum tipo de governo. No início o grupo era apenas uma meia dúzia de desocupados, mas nos últimos tempos ele ganhou muitos e muitos membros novos. – Disse a digimon planta. – E, para chamar atenção do governo, às vezes eles recorrem à métodos que não são lá muito éticos...
- Minha nossa... E por que esse grupo tem crescido? – Perguntou Athena.
- Não sou a digimon mais atualizada dessa cidade, mas vou tentar explicar... Até uns anos atrás estava tudo bem entre o governo e a população. E Godhumon começou a preparar sua filha, Joanmon, para ser sua sucessora no trono. Mas, três anos atrás, uma digimon cujo nome eu não sei apareceu do nada e declarou guerra ao rei. – Começou a relatar a criatura.

A sacerdotisa ficou ligeiramente espantada com a ideia. Não esperava que esse tipo de conflito também ocorresse no Reino Digital, ainda mais com os digimons possuindo armas tão ou mais poderosas quanto as que existem no mundo humano. Por alguma razão, Ryoma e Guilmon pareceram ficar incomodados com a história, porém tentaram disfarçar.

- Todo mundo achava que essa digimon era só uma louca qualquer que ia ser massacrada pela guarda real, muito famosa pela sua enorme força. Mas essa doida tinha um exército grande e forte, cheio de digimons maus. Parecia conhecer muito bem as estratégias do rei e também manjava bastante de fazer suas próprias estratégias cabulosas. Acabou dando muito mais trabalho do que qualquer criatura viva imaginou que daria. Muitos habitantes e soldados morreram, de todas as classes sociais e patentes. Muito dinheiro público foi gasto e vários setores da economia, como o turismo e as importantíssimas floriculturas, foram ferrados. Pra piorar, a inimiga não foi nem derrotada e nem capturada. Fugiu jurando voltar algum dia para fazer sua vingança sombria. Enfim, a população esperava uma vitória fácil e humilhante, mas tiveram uma vitória bem difícil e sofrida. Isso fez com que a popularidade de Godhumon afundasse como um saco de batatas em um lago.
- Que horror... – Comentou Athena, pasma.

Quanto mais a sacerdotisa escutava à respeito desse mundo, mais certeza ela tinha de que ocupar o cargo que recebera não seria uma tarefa tão simples como havia imaginado inicialmente.

- E ainda nem acabou... Como se tudo já não estivesse ruim o bastante, o rei ficou doente pouco tempo depois da guerra. No início eles tentavam esconder da população, mas com tantas faltas a eventos públicos e também as fofocas dos empregados, acabou que todo mundo sabe que a doença é grave. E as pessoas ainda não confiam muito em Joanmon. Ela não fez nada demais durante a guerra, não é poderosa como o pai e... É meio séria demais, não causa muita simpatia por onde passa. Enfim, boa parte da população não bota muita fé no governo e por isso que a gangue de meia dúzia de desocupados se tornou a World Revolution. Eles atacam a cidade durante eventos, invadem lugares importantes, sequestram digimons importantes, etc. E a guarda real, pra variar, não tem conseguido fazer muita coisa contra eles. Enfim... Acabei falando demais, mas pelo menos a gente tá perto da montanha agora. – Disse a digimon planta, aliviada.
- Obrigada! Ficou... Mais fácil... De entender agora. – Afirmou Athena, ainda abalada.
- E não se esqueça que agora nós trabalhamos para Joanmon e a representamos. Cabe a nós dar uma melhorada no ibope da princesa. – Completou Palmon.
- Tomara que a gente consiga. – Disse a garota, não tão confiante assim diante da seriedade da situação. – E tudo bem, Ryoma? Você e o Guilmon estão quietos a algum tempo...
- Eu? Estou bem sim. – Respondeu o rapaz, tentando passar certa segurança. – E chegamos...

O quarteto finalmente estava no pé da montanha. Não era um local íngreme e a escalada provavelmente não seria um desafio muito grande. Kenwryl e Penguinmon os seguiram durante todo o tempo, tomando todo o cuidado para não serem detectados.

- Só precisamos ficar atentos... Se esse realmente for uma base de rebeldes, é melhor subirmos sem sermos avistados. – Disse o sacerdote.
- Vai ser um pouco difícil fazer isso... Não há muitos locais para a gente se esconder. Mas vamos tentar... – Afirmou Athena.

///////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////

Elecmon tentou explicar a situação na qual Mirian se encontrava, mas essa tarefa se mostrou muito mais difícil do que a digimon imaginava. A maioria das informações precisava ser repetida múltiplas vezes para ser assimilada.

- Estou em outro mundo? Mundo onde esses monstros vivem? E fui feita de refém? – Questionou a garota, começando a entrar em pânico.
- Sim, isso mesmo. – Confirmou a criatura, continuando a talhar o galho com suas garras. – E como é uma humana, acredito que você seja uma refém mais valiosa do que digimons comuns, devido à raridade de se encontrar um por aqui.
- Isso é... Inacreditável...

Mirian ficou sentada sobre o chão e encostada em uma das paredes. Tudo aquilo parecia loucura, mas nada era pior do que o fato de estar presa em um lugar distante. Sempre valorizou a liberdade e aquela situação começava a lhe dar agonia.

Tentando se distrair, reparou melhor em Elecmon. Notou que a digimon parecia um pouco trêmula, embora seu olhar demonstrasse total concentração na tarefa que executava.

- Você está bem? – Perguntou a garota, agora um pouco mais calma.
- Só tive um pouco de febre, nada demais... Os rebeldes me pegaram desprevenida. – Respondeu a digimon, com seriedade. – Você é que não parece bem...
- É que eu... Não gosto de fica presa. – Disse Mirian, encolhendo-se em seu canto. – Quer dizer, acho que ninguém gosta... Mas é que... Quase me dá um treco ficar parada sem poder fazer o que eu quero!
- Sei como é isso... – Afirmou Elecmon, mantendo o tom de seriedade. – Acabei.
- Acabou? Acabou o que?
- Isso...

A digimon coelha mostrou o galho que esteve descascando para Mirian. Só agora a garota reparou que uma das pontas havia sido modelada de forma a imitar o formato de uma chave.

- Uma chave? – Perguntou a estudante, surpresa.
- Sim... Se eu não tiver cometido nenhum erro, essa chave improvisada vai abrir essa porta. – Disse Elecmon, aproximando-se do objeto. – Foi azar deles alguém ter deixado um galho aqui dentro da cela... É um ótimo material para se talhar e produzir chaves. Como eu não consegui reparar em nenhum padrão nas rondas que eles fazem pelas celas, teremos que arriscar sair agora. Mas creio que a maioria vigia a parte externa da base, enquanto a parte interna conta com poucos vigilantes. E, se minha audição não estiver falhando, acho que não há ninguém por perto agora...

Aquilo tudo havia sido tão surpreendente e repentino que Mirian novamente demorou a conseguir assimilar todas as informações. Elecmon saltou com habilidade e agarrou-se à maçaneta da porta. Enfiou a chave na fechadura e a girou. Surpreendentemente, funcionou e a porta se abriu quando a digimon girou o objeto que segurava. Ao abrir a porta, evitando fazer muito barulho, a criatura viu um enorme corredor de pedra sua frente, que também dava para outras portas trancadas.

- Vamos depressa, antes que alguém nos veja. – Ordenou Elecmon, ao ver que Mirian ainda estava sentada.
- Si-sim, claro! – Respondeu a garota.

A dupla começou a caminhar pelo corredor, tomando cuidado para não causar ruídos. A estudante permanecia apreensiva. Imaginava que seus sequestradores fossem tão ou mais horrendos do que o ser que vira em Makishima, uma ideia que a assustava. Já a digimon olhava atentamente para todas as direções, preparada para qualquer situação. Acabaram chegando a um ponto onde ele se divida em duas partes. Na da direita, Elecmon notou que o caminho continha uma forte luminosidade no final, indicando a possível existência de uma saída.

- Por ali...

Antes que dessem um passo, foram interrompidas por uma assustadora voz grossa que parecia vir do sentindo oposto ao da provável saída.

- Hey! Escutou alguma coisa?
- Essa não... Vamos ráp... Argh! – Antes que concluísse a frase, Elecmon se apoiou no chão, sentindo uma forte dor em uma de suas patas traseiras.

Mirian olhou para a digimon sem compreender e muito assustada com a possibilidade de ambas serem pegas.

- O que houve? – Perguntou a estudante.
- Eu estou bem... Vai na frente e eu te alcanço depois. – Disse a criatura, fazendo esforço para se levantar.
- Mas...
- Eu posso me virar... Já você é um alvo fácil.

A garota ainda estava apavorada, mas algo a fazia não querer deixar aquela digimon para trás. Fora a única criatura que a ajudou desde que chegara a esse estranho lugar. Mas, apesar de se sentir contrariada, Mirian acabou obedecendo e avançando na direção da luz, esperando encontrar a saída.
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Digimon Priests Revisited Empty Re: Digimon Priests Revisited

Mensagem por Mickey Seg 06 Fev 2012, 9:40 am

Ha! Terminei!!! =)

Capítulo 04

Parabéns Collector! A fic esta muito legal! E olha que por enquanto estamos tendo somente as apresentações dos sacerdotes/sacerdotisas imagine quando a coisa começar a ficar feia!!
Huahauhau a garota voltou apenas para recuperar sua redação?! Nossa... Deve esta precisando de notas!
E que desculpa furada foi a da Athena... Nem brincando eu acreditaria nela! Rsrsrs muito de ultima hora mesmo... Caia na rizada!

Capítulo 05
Outro bom episódio! Hmm uma revolução no mundo Digital... É um mundo globalizado... Enfim, muito interessante o pensamento de Palmon... “aumentar o ibope” de Joanmon.
Se bem, que tirando o Guilmon que disse poucas palavras... Palmon e Elecmon parecem falar bastante... Palmon fala para os cotovelos... Elecmon ainda deve mostrar mais sobre ela... Aproposito... É “Ela” mesmo?
E o Guilmon... Parece bem de poucas palavras... Até percebi certa tristeza nas suas únicas palavras...

Bom vamos aguardar os próximos!
Até mais Collector!
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Digimon Priests Revisited Empty Re: Digimon Priests Revisited

Mensagem por Collector Sex 10 Fev 2012, 4:07 pm

Olá Mickey, grato pela presença (= Vou responder agora porque não vou conseguir acabar o capítulo tão cedo... Tive tudo nessa semana, menos tempo para escrever =/

Fico feliz que esteja gostando. Tentei não deixar as apresentações muito monótonas ou repetitivas, já que é muita gente para apresentar. E havia outro motivo para ela querer a redaçã além da nota, mas isso só vai ser explorado mais pra frente ^^

Guilmon realmente é bem mais quieto porque ele não possui muita bagagem de conhecimento como Palmon e Elecmon, já que viveu tanto tempo no mundo humano. E sim, é "ela" mesmo. Com o tempo, todos eles vão acabar mostrando mais de sua história e personalidade.

Espero que continue apreciando =D
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Mensagem por Daipenmon Qui 13 Dez 2012, 9:59 am

OOiii Colle,

Voltei para dar uma olhada na comunidade e o que eu encontrei? O remake da minha história favorita ^^

Eu percebi que melhorou muito na narração e as explicações estão bem mais detalhadas.
A história ainda está com bastante humor e aventura gorfarcoiris

Eu espero que você continue até a Priest 3 pra melhorar já que as histórias posteriores não foram tão boas como a primeira, quem sabe com o remake elas fiquem tão boas ou melhores

Estou acompanhando e esperando o próximo capítulo!!!


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