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[PCOD] Reencontro do Passado

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Mensagem por Marcy Qui 08 Dez 2011, 7:48 pm

Aqui está a One-Shot para o Primeiro Concurso de One-Shots de Duplas feita por mim e por Engel Luci. Foi necessário muito tempo para elaborarmos um roteiro definitivo, e tínhamos algumas ideias aqui e ali, mas quase todas foram descartadas, pois o enredo ficaria clichê demais se fosse produzido a partir delas. No entanto, com alguns "retalhos" que pensamos, chegamos nesta One-Shot, escrita por mim.

Boa leitura!

Nome da Fanfic: Reencontro do Passado
Nome dos Autores: Engel Luci & Marcy
Gênero Principal: Aventura
Em que foi foi baseada: Digital Monsters X-Evolution
Recomendação Etária: Livre para todos os públicos
Uma pequena Sinopse da História: A história ocorre após o desfecho do filme. Dorumon e Tokomon aceitam ajudar um digimon a encontrar seu amigo. No entanto, algumas coisas estranhas acontecem...

Reencontro do Passado

Aquela manhã estava calma. Uma brisa gelada vinha do Norte, e a relva estava coberta pelo orvalho, que pareciam inúmeros pontinhos brilhantes causados pela luz do sol. A floresta cheirava a musgos e cogumelos, e as folhas das altas árvores farfalhavam.

Naquela imensidão verde, uma criatura chamava a atenção. Naquele momento, essa criatura pequenina e branca corria velozmente entre as árvores, sem demonstrar cansaço – pelo contrário, até parecia alegre. Sua pele alva era lisa, tinha também uma boca pequenina, olhos pretos e redondos e duas compridas e pontudas orelhas que começavam na testa, em um cruzamento em X.

Aquela criatura era um digimon. E o seu nome era...

– Tokomon!! – gritou algo ao longe.

O digimon ouviu ser chamado e, após dar um risinho infantil, começou a correr um pouco mais rápido.

– Você não vai conseguir me pegar, Mon! – gritou Tokomon.

A alguns segundos de diferença atrás de Tokomon, vinha correndo uma outra criatura – também um digimon. Esse digimon possuía garras negras tanto nos pequenos membros superiores como também nos largos membros inferiores, seus olhos eram dourados, as orelhas pontudas e curtas, o focinho curto, a cauda um pouco comprida e pontuda também. Ele era maior que Tokomon, e mais ágil também: seus pelos eram roxos, sendo que a parte frontal de seu corpo, o focinho, as extremidades e a ponta da cauda eram brancas. Em sua testa, um pequeno e metálico triângulo vermelho estava, e nas costas, na altura dos ombros, havia um par de pequenas asas escuras, semelhante a de morcegos. Seu nome era Dorumon.

Dorumon já estava na cola de Tokomon já havia alguns minutos, mas naquela hora o pequeno digimon branco o havia despistado. Dorumon diminuiu a velocidade, ofegante. Olhou para o espaço ao seu redor: haviam moitas, samambaias, plantas cujas flores eram muito estranhas, grossas raízes de árvores altíssimas. O digimon fechou os olhos, e inspirou fundo. O aroma de tudo aquilo que estava o cercando encheu suas narinas, e seu olfato aguçado fez com que ele reconhecesse cada cheiro. Poucos segundos de concentração depois, Dorumon sorriu. Ele andou a passos delicados para frente.

– Onde será que o Tokomon está...? – dizia ele em voz alta, virando a cabeça distraidamente para os lados – Será que eu nunca irei achá-lo?

Um riso baixinho veio de algum lugar à sua direita. Rápido como um raio, Dorumon deu um salto na direção do riso e correu até uma árvore, pulando logo a seguir em uma moita próxima. Ele havia sentido alguma coisa ali no meio das folhas, e imediatamente o agarrou, revelando ser um pequenino digimon branco que não parava de rir.

– Achei! – exclamou Dorumon.

– Não vale, você sempre me acha pelo faro, Mon! – disse Tokomon.

Dorumon sorriu.

– Mas desta vez você quase conseguiu! – respondeu enquanto o ponhava no chão, fora da moita do qual estava escondido.

Dorumon e Tokomon eram amigos já há muito tempo, desde a época do Antigo Mundo. Os digimons já haviam se adaptados e prosperados naquele novo lugar, e o Mundo Digital havia crescido novamente.

Ambos os digimons caminharam até a orla da floresta. Tokomon vinha pulando na frente, enquanto Dorumon apenas se limitava a observá-lo; correram tanto naquele dia que suas pernas doíam, e pular como o seu amigo não lhe parecia muito convidativo. Á frente da orla, os digimons tinham apenas uma única e vislumbrante visão: uma enorme pradaria verde, quase infinita, se distanciado pelo horizonte que ficava no final das inúmeras elevações do solo. A pradaria era coberta por relva. Relva, relva, relva! Uma relva alta e muito verde, que fazia ondulações com o vento e era salpicada por flores silvestres. Para além daquela imensidão, era possível ver as silhuetas azuladas de algumas montanhas que se estendiam depois do horizonte.

Era costume de Dorumon e Tokomon ficarem naquela orla por alguns minutos nas manhãs, pois além de ser um lugar muito calmo, perfeito para relaxarem, era ainda privilegiado de uma vista muito bela da pradaria.

Vez ou outra eles viam algum digimon passando pela pradaria, ou voando acima dela. Eram em geral Raptormons, Tyranomons, Allomons e Airdramons, além de alguns outros... porém, um digimon que estava passando na pradaria, ao longe, chamava a atenção. Tão estranho era o digimon que Tokomon, ao avistá-lo, até exclamou:

– Mon, olha lá!

Dorumon, que tinha acabado de se deitar na relva, se levantou num pulo, e olhou para a direção onde Tokomon apontava.

Não era difícil encontrar o digimon, pois ele se destacava naquela paisagem verde. Era um digimon pássaro, de um bico curvo característico de rapina. Usava uma veste semelhante a um kimono, vermelho e amarelo, que era preso na cintura por uma faixa amarela. Haviam nessa faixa duas bainhas negras presas a essa faixa. O digimon em si era amarelo, meio castanho, era bípede e possuía em sua costa um par de asas. Em sua cabeça, havia um jingasa de palha.

Aquele digimon se dirigia aos dois. Dorumon ficou em estado de alerta: em sua teoria, era um digimon um pouco maior que ele, possivelmente um seijukuki. Tokomon observou a reação do seu amigo, e logo ficou com medo.

– Mon, que é que a gente faz?

– Primeiro, vamos o que ele quer. – respondeu Dorumon.

O digimon rapina se aproximava lentamente. Ele não parecia preocupado, porém caminhava com firmeza. Dorumon seguia-o com os olhos, e quase não piscava. Passado uma pequena eternidade, enfim, aquele digimon se aproximou o bastante para Dorumon e Tokomon verem-no com mais nitidez. Ele tinha uma cara fechada.

Dorumon e o estranho digimon estavam a aproximadamente cinco metros de distância: Dorumon, preparado para atacar, e o outro, aparentemente tranquilo. Eles ficaram imóveis por alguns segundos que pareciam eternos, e com certeza ainda ficariam assim se aquele digimon não tivesse erguido, lentamente, sua mão direita, e dito:

– Vim em paz, e em paz estarei.

Dorumon ainda desconfiou, porém ele deixou a sua posição de ataque. O digimon prosseguiu:

– Permita-me apresentar-me. Meu nome é Buraimon, e aqui estou para me contatar com um digimon chamado

Dorumon. O nobre digimon poderia me indicar o caminho?

– Eu sou Dorumon. – respondeu o digimon roxo de imediato.

Buraimon continuou com o olhar firme. Dorumon ainda tentou imaginar o que ele estaria pensando, mas os sentimentos não eram visíveis na face daquele digimon.

– Procuro por um Dorumon que já foi um dia o lendário Royal Knight Alphamon. – disse Buraimon.

– Esse Dorumon sou eu.

Buraimon olhou para Tokomon, que estava visivelmente amedrontado atrás de Dorumon. Enfim, voltou-se para este:

– É com grande honra que eu, Buraimon, me vejo diante da tua presença, Dorumon. Sua fama percorreu os quatro cantos do Mundo Digital, mesmo que nem todos acreditem na tua história. Porém, em meu estado de desespero, preciso acreditar inclusive no impossível, e então, ouvindo os rumores de ti, vim ao teu encontro.

– Hã – Dorumon ficou meio confuso com aquelas palavras cultas, e demorou um pouquinho para entendê-las – e o que posso ajudá-lo?

– Preciso da tua nobre ajuda para resgatar um amigo. – respondeu Buraimon, abaixando a cabeça – seu nome é Chicchimon.

O digimon roxo ergueu uma sobrancelha.

– Mas por que você mesmo não vai regatá-lo? Se ele é o seu amigo, pelo menos você poderia ter um mínimo de...

– Grande Dorumon, tu não entendestes ainda – interrompeu Buraimon, com um estranho olhar penetrante – porém meu caro amigo, meu querido companheiro Chicchimon foi raptado por um digimon muito forte e envolto de uma áurea negra que até me assusta! Seu nome é Cerberumon – ele disse essa última palavra num sussurro.

Dorumon não estava confiando naquele digimon, mas deixou sua desconfiança de lado. Ele tentou se lembrar de algum digimon com esse nome, porém nenhum lhe veio à sua memória. Tokomon, que até agora estava atrás da sua pata inferior esquerda se escondendo, havia saído do lugar, perdendo o medo e deixando-se exposto um pouquinho à frente de Dorumon; nele havia nascido uma certa curiosidade em relação àquele estranho digimon cujo nome era Buraimon. Mesmo se aproximando a passos lentos, Dorumon fez questão de pegá-lo nos braços e apertá-lo contra o peito, evitando que o pequenino digimon se aproximasse daquele outro.

– Ó nobre Dorumon – disse Buraimon, ignorando aquela cena – por obséquio, será que poderias me ajudar a derrotar Cerberumon e encontrar o meu amigo?

Dorumon pôs Tokomon no chão, e lhe falou:

– Você fica aqui; e não pense em correr atrás de mim, está bem?!

– Mon! – choramingou Tokomon – E vou ficar sozinho aqui? Nem pensar!

– Por favor... – implorou o digimon roxo.

– Ele pode ir conosco. – disse Buraimon, que havia escutado nitidamente aquele pequeno diálogo – Quer dizer, podemos deixá-lo longe da batalha contra Cerberumon, então ele estará seguro.

Dorumon olhou para Buraimon, e em seguida, para Tokomon. Na verdade, ele não havia gostado nada da ideia, mas como o seu companheiro parecia prestes a se desabar aos prantos...

– Está bem – suspirou Dorumon – você pode ir!

Tokomon explodiu de alegria, e pulando freneticamente, saltou em Dorumon. O digimon roxo ficou meio desnorteado depois de ser derrubado por ele, mas em sua face esboçou um sorriso. Ao ver Buraimon diante daquela situação, se surpreendeu da sua frieza.

– Buraimon – disse Dorumon – vou ajudá-lo!



A trilha era meio pedregosa, e um tanto sinuosa por entre as árvores da floresta. Dorumon e Buraimon caminhavam lado a lado, enquanto o curioso Tokomon estava um pouco atrás, parando de vez em quando e em seguida vindo aos pulos até ambos que estavam à frente.

– Sou oriundo da cidade de Bushisko – contava Buraimon, um tanto sorridente – pertenço à quinta linhagem da família real da região.

– Nunca ouvi falar! – exclamou Dorumon.

– E nem terias, pois a cidade é pouco conhecida e demasiada longe... Grande Dorumon, ainda tenho um outro detalhe a falar: Cerberumon foi um dos maiores inimigos do rei de Bushisko, outrora. Com certeza Chicchimon foi capturado por vingança.

– Vingança?

– O rei da nossa cidade mandou matar certa vez seus aliados mais próximos – Buraimon suspirou – Chicchimon é filho dele, o herdeiro direto da Casa Real.

– Deixe eu ver se entendi... Chicchimon é o principe de Bush.. Bushi...

– Bushisko – completou Buraimon – sim, é isso mesmo.

Dorumon ainda não compreendia aquelas informações. Mesmo que ele e Tokomon nunca saíssem daquela floresta, o digimon roxo nunca havia falado de cidades que eram governadas por reis. Porém, diante das palavras firmes de Buraimon, achou mais viável não discutir.

– Me diga novamente, Buraimon – disse Dorumon após alguns segundos de reflexão – onde Cerberumon se encontra neste exato momento?

– Pelas informações que recebi, aquele miserável se esconde em alguma caverna desta floresta, que, creio eu de acordo com as tuas palavras, se localiza no final desta trilha.

– Sim, mas eu não te garanti nada a respeito disso... afinal, cavernas é o que mais há nesta região!

– Confio em tuas palavras, nobre Dorumon. – disse Buraimon em resposta.

Dorumon olhou para a face dele. Estava sério. Engoliu em seco e, diante de tal situação, manteve a cabeça baixa, olhando os cascalhos do chão.

Subitamente, ambos ouviram uma exclamação. Dorumon virou-se rapidamente para trás, vendo um Tokomon um pouco distante, olhando para a floresta.

– O que está fazendo aí? – gritou Dorumon – Venha logo para cá!

– Mon, eu ouvi alguma coisa! – gritou Tokomon em resposta, e com uma das patas apontando para aquela vastidão de árvores e arbustos, prosseguiu – Ali, ó!

Buraimon permaneceu parado enquanto Dorumon caminhava até Tokomon e olhou para onde o pequenino digimon apontava. Não havia nada, exceto árvores e mais árvores que desapareciam do campo de visão.

– Tokomon... – começou Dorumon, que iria ralhar com o digimon branco.

Porém, de repente, vários vultos apareceram detrás das árvores apontadas por Tokomon e também de dentro dos arbustos. Dorumon soltou um berro sem nem ver direito do que se tratavam, mas aquelas coisas estavam se dirigindo a Buraimon, e não àqueles dois.

Buraimon instantaneamente desembainhou suas katanas, fazendo-as zunir no ar enquanto golpeava duas ou três daquelas coisas velozes. Dorumon agora conseguia enxergar o que eram: cerca de uma dúzia de digimons rodeavam Buraimon.

A maioria daqueles digimons assemelhavam a cães, negros de olhos vermelhos, todos esguios e com uma espécie de coleira com pontas no pescoço; esses digimons arreganhavam os dentes e rosnavam ameaçadoramente para

Buraimon, e a maioria conseguia desviar dos golpes de espada dele.

O restante eram criaturas que lembravam algum tipo de demônio, de coloração verde escura e dois pares de asas. Possuíam uma mecha de cabelos espetados de cor laranja no topo da cabeça, seus olhos eram vermelhos de pupilas azuis, garras da mesma cor das mãos, laranja, e dentes grandes e pontudos expostos na grande bocarra sempre aberta.

Buraimon se demonstrava forte, com seus músculos e a grande agilidade com as katanas, porém o digimon pássaro não era páreo a um grande número de digimons como aquele. Dorumon percebeu isso de imediato, e rapidamente veio ao seu auxílio.

Metal Canon! – gritou o digimon roxo.

Ao gritar aquilo, algumas bolas de canhão saíram da sua boca, atingindo com uma grande velocidade alguns daqueles opressores. Percebendo seu novo oponente, imediatamente aqueles digimons partiram para cima de Dorumon, utilizando suas garras e dentes como armas.

– Mon!! – gritou Tokomon em desespero.

Metal Canon! Metal Canon! Metal Canon! – gritava Dorumon, fazendo mais e mais bolas de canhão saírem de sua boca e acertar os inimigos.

Mas aquilo não fazia efeito: a maioria dos cães e demônios conseguiam se desviar e agora Dorumon já sentia uma de suas pernas sendo cravada pelos dentes de um daqueles inimigos, e quando ia atacar, outro digimon atacou-o contra o peito, fazendo-o cair para trás com muita força.

Quando Dorumon já estava esperando pelo pior assim que viu mais alguns digimons caírem sobre ele, atacando-o sem dó, um grito saiu de Buraimon:

Swallow Duet Reverse!!

Dorumon não conseguiu ver, porém conseguiu ouvir algo semelhante a um rasgar de um pano e logo em seguida, um grande estrondo. O estrondo assustou Dorumon, e este já deduziu que era de alguma coisa que explodiu perto, pois sentiu uma onda de ar e choque penetrar seu corpo, quase arrancando sua pele, e os digimons que estavam sobre ele saíram de imediato.

O que Dorumon presenciou em seguida o deixou mais assustado ainda: Buraimon passou voando sobre ele como um raio, e atingiu os digimons que antes o estavam atacando com suas katanas, desferindo golpes rápidos e fortes, fazendo vários dados flutuarem no ar. Em poucos segundos, não haviam mais digimons inimigos na trilha.

– Uau! – exclamou Dorumon, se levantando após assistir aquela cena.

Buraimon olhou atentamente para os lados, para as árvores. Após verificar se não tinha outros digimons à espreita, o digimon pássaro embainhou suas katanas. Tokomon, que até agora havia se escondido atrás de uma árvore, se aproximou correndo até Dorumon.

– Quem eram eles? – perguntou Dorumon a Buraimon enquanto afagava Tokomon no seu colo.

– Dobermons e Vilemons – respondeu Buraimon, ainda olhando para os lados desconfiado – são aliados do Cerberumon; pelo visto, aquele miserável sabe que nós estamos a caminho...

Buraimon retomou a caminhada. Desta vez, Dorumon não o acompanhou ao seu lado, e esperou aquele digimon passar por ele.

– Quem é ele? – indagou Dorumon, tanto para Tokomon como para si mesmo – Quem é esse digimon que derrota inimigos em segundos e ainda assim pede-nos ajuda? Por que ele precisa de nós para derrotar esse tal de Cerberumon?

– Talvez ele não seja forte o suficiente, Mon! – respondeu Tokomon.
Vendo que aquela pergunta não iria o levar a nada, Dorumon correu atrás de Buraimon, antes que este desaparecesse de vista.



A trilha agora era uma subida; Tokomon estava tão cansado a essa altura que Dorumon teve que carregá-lo nas costas. Buraimon ia à frente, e estava quase sempre falando sobre vários assuntos, desde a nova organização do Mundo Digital e experiências vividas no passado até de plantas e comidas. Chegou uma hora que Dorumon estava zonzo de tanto ouvir, e se limitou apenas em responder em monossílabas, como “sim” e “hum”.

A trilha terminou no topo de um morro. Lá de cima, eles puderam prestigiar uma paisagem deslumbrante: no vale cercado de montanhas altas, se estendendo para além do horizonte, estava um belíssimo lago azul, com ondas brilhantes nas cores laranjas do lusco-fusco e margeado de flores muito coloridas. Buraimon ficou de boca aberta ao ver aquilo.

– Se Chicchimon estivesse aqui, nunca mais iria parar de ver! Ele adora ver paisagens assim... – subitamente, ele olhou para Dorumon – Oh, me desculpe se eu fui muito grosseiro de dizer isso em vossa presença, Grande Dorumon...

– Esquece esse jeito de me referir como um ser supremo! – brandou Dorumon, olhando diretamente nos olhos de Buraimon – Me chame de Dorumon. SÓ de Dorumon!

Buraimon ficou calado por uma pequena eternidade.

– Como quiser... Dorumon. – disse ele depois.

– Assim está melhor! – Dorumon sorriu.

Buraimon hesitou um pouco, mas logo sorriu também. Tokomon, que até então só estava prestando atenção naquela vista maravilhosa do enorme lago, gritou:

– Vamos até lá, Mon!

– Agora não – respondeu Dorumon – a caverna está muito próxima daqui.

Tokomon fez um bico e seu semblante se contraiu; mas em seguida assentiu. Dorumon foi na frente desta vez, já que o digimon pássaro não sabia o resto do caminho.

Eles passaram pelas árvores altas do morro, e Tokomon até ficou confuso, pois não via diferenças na paisagem local. Porém Dorumon sabia muito bem onde se localizava a caverna, e dentro de poucos minutos, eles já estavam na boca dela. Haviam estalactites e estalagmites na entrada, o interior da caverna era muito escuro, e Tokomon chegou a estremecer quando sentiu um arzinho gelado vindo de dentro...

– Só temos um problema – disse Dorumon, se dirigindo para Buraimon. Ele se impressionou com o seu olhar firme para a caverna – não temos tochas para iluminar o interior.

– Isso não deve ser difícil...

Buraimon se virou para um lado. Ele olhou para as árvores, visualizando de alto a baixo cada uma delas, até que encontrou uma apropriada. O digimon pássaro desembainhou suas katanas, e se concentrando por alguns segundos, exclamou:

Swallow Duet Reverse!!

Dorumon desta vez viu o ataque que havia causado aquela explosão algumas horas antes; duas aves de fogo se formaram de um desferir de um golpe com ambas as katanas de Buraimon, atingindo um galho da árvore que o digimon escolheu, resultando em uma explosão, incendiando-o e partindo-o. Buraimon se aproximou rapidamente do galho que havia caído no chão, ardendo em chamas, e pegou a sua base que não estava queimando.

– Pronto. – disse Buraimon, mostrando o galho flamejante a um Dorumon perplexo – As chamas podem engolir o galho inteiro, então seria recomendável levarmos mais galhos como reserva.

Dorumon concordou; ele usou um de seus ataques, como o Metal Canon, para fazer com que mais alguns galhos pequenos se desprendessem das árvores. Em seguida, o digimon roxo separou os pedaços mais firmes e amarrou-os em um cipó seco que estava caído no chão. Eram poucos galhos, então ele preferiu levá-los debaixo do braço.

Tokomon apenas observava-o, agarrado em suas costas.

Antes de adentrarem, Buraimon chamou:

– Dorumon!

– Sim?

O digimon hesitou, olhando para o fogo no galho que segurava.

– Nada não. Só uma coisa que me passou pela cabeça...

Buraimon continuou a prosseguir. Dorumon estranhou aquilo, mas não disse nada.

A caverna era úmida e fria, e se não fosse pelas chamas que Buraimon carregava, ela estaria escura como breu. O chão, a princípio, se iniciou como um plano retilíneo, mas à medida que os digimons avançavam, ele se tornava cada vez mais uma descida. Uma descida com muita pedras, e por ora até escorregadia. Era preciso tomar cuidado para não se topar com uma estalagmite ou uma coluna, e às vezes precisava-se se abaixar porque o teto era baixo em algumas áreas.

Silêncio. Era o que predominava naquele interior. A única fonte de barulho vinha da respiração do trio, de seus passos e das pedras que eram pisadas, e do crepitar do fogo. Tokomon até sentia calafrios, tentando se esconder na pelagem fofa e quente de Dorumon. Porém, depois de prosseguirem bastante, os digimons começaram a ouvir um ruído de água correndo.

Eles caminharam cuidadosamente durante muito tempo, até por horas. O fogo já tinha consumido o primeiro galho que Buraimon segurava, e Dorumon ia passando a ele mais galhos para as chamas devorarem. E assim prosseguiam.

Até que viram, de relance, um brilho vermelho bruxuleante vindo do fundo. À medida que se aproximavam, o brilho ficava mais intenso, tão intenso que Buraimon já tinha batido o galho que carregava no chão e abandonado o pouco fogo em um canto úmido, para que as chamas morressem. Dorumon foi à frente examinar a origem daquele brilho.

Eles já haviam chegado no final da caverna; ali, ela se estendia e revelava o que parecia ser uma câmara.

A câmara tinha um teto alto, era redonda e muito ampla. No centro, haviam oito pilares, sendo quatro de cada lado, com tochas acesas em seus topos, formando uma espécie de corredor. No final desse corredor, Dorumon viu uma fonte, cuja água circulava em boa parte da câmara e sumia por um buraco em uma parede. Água. Dorumon estava morrendo de sede.

Sem mais nem menos, ele largou os poucos galhos que carregava e Tokomon saiu de suas costas, no que o digimon roxo correu até a fonte e bebeu daquela água fria. Assim que se sentiu satisfeito, ele olhou para os lados.

– Buraimon, não tem ninguém aqui. – sua voz ecoou pela câmara.

Dorumon ia examinar mais ao redor, e quando virou-se para trás, teve uma surpresa: nem Buraimon, nem Tokomon estavam ali.

– Buraimon? – ele chamou – Tokomon?

Nada. Dorumon estava começando a tremer quando um grito abafado e longínquo chegou a seus ouvidos:

– Mooon!!

– Tokomon!!!! – Dorumon se desesperou. O grito vinha de fora da câmara, e ele não pensou duas vezes quando saiu correndo dali.

Dorumon sofreu quando saiu da câmara iluminada pelas tochas; o imenso túnel da caverna era muito escuro, e ele não podia correr muito. Era como se estivesse correndo cego; mas o que o guiava era os gritos de Tokomon, que pareciam se distanciar mais e mais.

Não foi fácil. Dorumon já tinha caído e batido em alguma coisa incontáveis vezes, mas rapidamente voltava a correr para cima. Tokomon estava saindo da caverna.

Quando, depois de muito tempo, Dorumon já estava começando a ver uma tênue claridade que vinha de fora da caverna, ele teve uma segunda surpresa:

Swallow Duet Reverse!

Duas aves de fogo surgiram, iluminaram a escuridão do interior da caverna e explodiu bem próximo de Dorumon. A explosão fez a caverna tremer, e Dorumon teve uma sensação desagradável quando viu as estalactites se soltarem do teto e caírem, como uma chuva de agulhas. Foi aí que a sua adrenalina subiu, e o digimon roxo fez um esforço além dos limites para sair imediatamente da caverna sem ser atingido por uma estalactite. Por milagre, ele conseguiu.

Já deveria estar quase amanhecendo, mas a lua e as estrelas ainda brilhavam no céu semiescuro. Dorumon estava arfando e suas pernas doíam, porém um grito fez ele se recuperar quase instantaneamente:

– Moooon!!

Quando foi olhar mais à frente, viu Buraimon olhando para ele. Seu rosto estava impassível, e parecia tranquilo. Uma tranquilidade gélida. Sua mão direita estava pousada no cabo de uma das katanas, ainda embainhada. A outra mão... estava segurando, com firmeza, Tokomon, que se debatia e gritava. Buraimon o segurava com cuidado, como se fosse precioso. Dorumon olhava aquilo e tentava compreender, mas o seu cérebro estava funcionando lentamente naquele momento.

– Buraimon... – diz ele, confuso – não tem ninguém lá no fundo da caverna... por quê...?

– Eu sei disso, grande Dorumon. – a palavra “grande” soou rispidamente.

Dorumon sacudia a própria cabeça, em discordância e incompreensão.

– Não encontrei o tal Cerberumon... e nem o seu amigo, Chicchimon...

– Eles não existem. – as palavras de Buraimon foram duras, sem emoção. Dorumon não havia gostado daquele tom, frio e sinistro – Na verdade, eu não pertenço à quinta linhagem real de coisa nenhuma. Bushido não existe.

Fui iludido. Fui traído. Caí nessa conversa como um tolo!, raciocinava Dorumon, que ainda não aceitava os fatos.

– Buraimon... – a voz de Dorumon saiu fraca – por favor, me diga, isso deve ser uma brincadeira...

– Não é não – a resposta de Buraimon foi rápida como uma seta. O digimon levantou um pouco a mão esquerda, mostrando Tokomon – Está vendo esse digimon? Ele é importante para mim. E para todos os que dependem de mim. Tokomon.

Dorumon já tremia. Não de frio, mas de cólera. Pura cólera, que corria ardente em seu sangue desde que ouvira aquela resposta direta, sem desvios. Além de cólera, Dorumon sentia dor: era muito desagradável confiar em alguém, mesmo que tenha conhecido há pouco tempo, e ver que esse indivíduo acaba traindo-te. O digimon seichouki olhava para Buraimon com admiração devido às suas histórias que contava no caminho até a caverna. Histórias que, de tão bem contatas, pareciam verdadeiras... mas agora pouco importava; Dorumon passou, daquele momento em diante, a olhar para Buraimon com um outro olhar: ódio. O ódio, ele aprendera já há um bom tempo, era frio, e consumia-o como urubus que consomem carniça – rápido e vorazmente.

– Esse Tokomon – prosseguiu Buraimon, levantando ainda mais o pequenino digimon assustado para o alto – já teve um histórico muito interessante eras atrás. Já faz muito tempo da última vez que nos encontramos. E é impressionante que continua reencarnando constantemente...

– Do quê você está falando?! – brandou Dorumon.

Buraimon nada disse. Ele apenas olhava para Tokomon com um brilho estranho nos olhos, como se o digimon fosse um troféu. Tokomon, no entanto, se desesperava mais ainda:

– Me solta! – implorava, chorando – Me solta! Mon, socorro!

– Solta ele, seu cretino! – gritou Dorumon. Ele contraía cada músculo de seu corpo, com raiva.

– Me desculpe, Dorumon – respondeu Buraimon – você aparentou ser legal. Mas, como eu disse, Tokomon é importante... eu preciso levá-lo e cumprir o meu plano. Sinto muito.

Buraimon estava abrindo as asas. Tokomon gritava e se agitava mais desesperadamente agora, mas o digimon pássaro apertava-o com mais força. Dorumon interveio:

– Ah, você não vai levá-lo, não! Metal Canon!!

Meia dúzia de bolas de canhão saíram de sua boca, direcionadas para Buraimon. Mas ele foi rápido; sacou uma de suas katanas a tempo.

Flare Katana!!

Das lâminas da katana de Buraimon saiu uma chama em formato vertical e meio curvo, similar à katana propriamente dita. A chama atingiu as bolas de canhão de Dorumon, fazendo-as explodirem no ar. Antes que Dorumon pensasse qualquer coisa, Buraimon já havia saltado e conseguido, de alguma maneira, alcançar voo.

– Mon!!! – gritava Tokomon – Eu confio em você, Mon!!!!

Dorumon sentiu a sua palpitação acelerar enquanto ouvia aquelas palavras. O que Tokomon falou era mais que um pedido. Era uma confirmação, uma promessa que ele fez com que Dorumon sentisse obrigado a cumpri-la. Mesmo que fosse inútil, dependendo das circunstâncias, Dorumon seguiu Buraimon por terra, correndo o mais rápido que suas pernas podiam.

As árvores passavam por Dorumon como um borrão; pouco interessava-o, ele só olhava para cima, para o céu estrelado e a forma dourada que era Buraimon. Doía-lhe ver aquele minúsculo ponto branco lá em cima, gritando palavras inaudíveis até ele. Dorumon não percebia, mas ele estava indo para o vale, para o imenso lago azul.

– Por favor, pare!! Olhe para mim!!! – gritou Dorumon quando chegou na margem do lago, vendo que Buraimon atravessava-o voando.

Se Buraimon não parasse, aquele seria o fim da linha, e Dorumon nunca mais veria Tokomon novamente. Mas, milagrosamente, Buraimon diminuiu a velocidade, até que parou, e virou-se para trás, olhando, do alto, para Dorumon.

– Buraimon, ouça... – gritou Dorumon, para que Buraimon ouvisse – seja o que for, eu quero ajudá-lo! Por favor, diga-me o que vai fazer ao Tokomon, aonde vai levá-lo...

– Não tenho nada a dizer. – respondeu Buraimon.

– Tokomon é importante para mim! – disse Dorumon.

– E não é menos que para mim também – Buraimon olhou para Tokomon, que lagrimava constantemente – a áurea de luz e esperança se encontra nele, e é dele que eu quero...

– Buraimon!!! – gritou Dorumon, implorando. Ele já havia se ajoelhado ali, no meio da fragrância e beleza das flores que margeavam o lago.

O sol estava quase nascendo, mas seus raios ainda não despontaram para fora do horizonte. Fora isso, o lago refletia o azul perolado da manhã, e as estrelas já estavam se despedindo. Dorumon estava próximo o bastante para ver sua própria imagem refletida no lago. Haviam lágrimas escorrendo em sua face, e uma, inclusive, caiu no lago. No entanto, havia algo esquisito. Se a vista de Dorumon não estiver enganando-o, ele jurava que teria visto mais uma coisa, além da sua imagem refletida na água.

Era uma figura. Pequena, branca, transparente. Estava bem no meio de seu rosto refletido. Em frações de segundos, sumiu. Mas não definitivamente. Sobretudo, algo estranho irradiou o espírito de Dorumon.

Buraimon também notou um movimento estranho naquele lago, e por isso não saiu do lugar. Tokomon também; mas ele, ao contrário de seu raptador e de seu amigo, sorriu.

– Mon, eu sabia que você conseguiria! – ele sussurrou para Dorumon, mesmo este estando a vários metros de distância.

E então a magia começou.

Suaves e repentinos como fantasmas, várias daquelas figuras brancas que Dorumon havia visto apareceram no fundo do lago. Na verdade, no lago todo, e era possível vê-los a pouquíssimos centímetros da superfície. Eles flutuavam com delicadeza e harmonia, todos em sincronia, fazendo espirais que começavam no fundo até a superfície, como um cardume de peixe treinados. Em poucos instantes, o lago inteiro foi tomado por eles.

Dorumon não havia compreendido logo de cara quem eles eram, mas descobriu aos poucos que eram digimons. Ele se concentrou para ver melhor seus detalhes: eles eram pequenos, brancos, tinham braços finos e asas de um tamanho considerável, mas não tinham pernas. Suas cabeças eram meio arredondadas, os olhos grandes, e suas bocas eram pequenas e singelas. Aqueles digimons tinham orelhas, pontudas e um pouco maior que o tamanho de suas cabeças, sendo viradas para trás. Dorumon reparou também que eles tinham uma figura vermelha em seus peitos, no formato de um coração, e em seus pescoços haviam, em cada um, um anel dourado com estranhas inscrições.

Aqueles digimons continuaram a rodopiar, até que, finalmente, saíram da água. Eles se elevaram para o alto, e quando Buraimon se deu conta, iriam cercá-lo. Porém, ele não conseguiu fugir, pois aquelas criaturas foram mais rápidas para cercá-lo.

– O que é isso? – perguntava Buraimon, tentando encontrar uma brecha naquele conjunto de digimons – Quem são vocês?!

Os digimons somavam-se aos milhares; eram tantos que não seria exagero afirmar que haviam bilhões ali. Tokomon ria e sorria com aquele espetáculo, mas Buraimon, ao contrário, já estava ficando desesperado.

– Quem são vocês?! – perguntou novamente, elevando a voz.

Nenhum daqueles digimons responderam. Aquelas criaturas, com expressões tranquilas, pararam, enfim, de rodopiarem, encarando todos os incontáveis para Buraimon, que naquele momento se sentiu insignificante, minúsculo.
E isso foi desagradável para ele.

– O que vocês querem?! – gritou, desembainhando uma katana com a mão livre – Flare Katana!!!

O ataque de fogo chegou a atingir alguns daqueles digimons, mas estes voltaram rapidamente para suas posições, como se nada estivesse acontecendo. Buraimon ficou incrédulo; os digimons brancos ficaram sorridentes. E então, como se estivessem ensaiado para isso, esses digimons ficaram lado a lado, um em cima do outro. Em seguida, eles levantaram os braços, e entre eles, uma pequena esfera azul surgiu.

Marine Shot! – gritaram as bilhões de vozes, todas vindas daqueles digimons.

Dorumon não conseguia ver nada, pois os digimons barravam a sua visão, e enxergar Buraimon ou Tokomon era impossível. Porém, assim que ele ouviu aqueles digimons gritarem em uníssono, o próximo grito foi ensurdecedor. Um grito de dor mesclado com raiva. Após isso, os digimons brancos voltaram a fazer aquela sincronia, rodopiando, mas desta vez voltando ao lago. Todos, menos um. E Dorumon deu uma exclamação quando o viu vindo em sua direção, segurando com aqueles braços finos, mas com muita firmeza, Tokomon.

– Tokomon! – Dorumon gritou quando finalmente aquele digimon branco o trouxe à margem.

– Mon! – disse em resposta Tokomon, que correu e agarrou Dorumon com força – Eu sabia que você não me abandonaria!

– Mas eu não fiz nada... – Dorumon ficou perplexo ao ouvi-lo falar daquela maneira. Então, ele olhou para o pequeno digimon branco que flutuava à sua frente – Quem é você?

– MarineAngemon. – respondeu o digimon.

– Obrigado... – agradeceu Dorumon, enquanto abraçava Tokomon – eu não entendo, porque vocês fizeram aquilo?

– Ouvimos uma súplica. – voz de MarineAngemon era meio infantil, soava até engraçada.

– Mas mesmo assim... – Dorumon ainda estava confuso; primeiro, pelo fato de Buraimon ter traído-o sem uma justificativa convincente, e segundo, por aqueles MarineAngemons terem salvado Tokomon.
O MarineAngemon deu uma piscadela que fez Dorumon ficar sem saber o que fazer, mas Tokomon piscou de novo.

Sem aviso prévio, nem ao menos dar um adeus, o digimon branco se reuniu aos outros, indo ao fundo do lago em espirais intermináveis, até seus corpos ficarem transparentes e, enfim, desaparecerem.

O sol já nascia, e seus raios dourados mornos batiam nas peles de Dorumon e Tokomon, que ainda observavam o lago.

– Tokomon – disse Dorumon após um longo silêncio, sendo este quebrado somente com o ruído do vento e das pequenas ondas do lago – você os conhecia? Os MarineAngemons?

– Sim e não!

– Como “sim e não”?

Tokomon, que até então estava olhando para o lago, virou-se e olhou diretamente para Dorumon, que também olhou-o. Estavam frente a frente.

– Eu nunca vi eles – respondeu Tokomon – mas reconheci, como se os MarineAngemons fossem meus amigos!

Dorumon ficou em silêncio. Dava para ver na cara de Tokomon que nem ele sabia explicar direito. Enfim, quando o sol já saiu totalmente do horizonte, Dorumon se levantou.

– Vamos embora. Acho que nunca saberemos o que o Buraimon pretendia fazer com você...

Tokomon abaixou o olhar.

– Antes de morrer, ele sussurrou uma palavra bem baixinho... – ele falou.

– Ah, é? E o quê?

Tokomon olhou para Dorumon, e, como se estivesse imitando Buraimon, sussurrou:

Esperança...


Antes de tacarem pedras comentarem, temos alguns pontos a ressaltar nesta One-Shot: há certos mistérios que preferimos não divulgar diretamente aqui, deixando algumas lacunas, como muitos devem ter percebido. Portanto, cabem a vocês tentarem resolvê-los, e quem solucioná-los vai ganhar... bem, não vai ganhar nada ^^'

Buraimon e Chicchimon, digimons citados nesta One-Shot, são digimons que só apareceram no jogo Digimon Story: Lost Evolution, ou pelo menos até onde eu saiba. Flame Katana, um dos ataques de Buraimon nesta One-Shot, é um ataque que inventei para variar um pouco.

Espero que tenham gostado!


Última edição por Leonardo Polli em Ter 17 Jan 2012, 5:59 am, editado 2 vez(es) (Motivo da edição : Um errinho de gramática que encontrei ali na One-Shot.)
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Mensagem por Mickey Dom 18 Dez 2011, 7:31 pm

Ok! Vamos então!

Primeiramente, parabéns pelo empenho de vocês na criação da FIC. Espero que tenham gostado do resultado final dela!

Bom, a história fala sobre um acontecimento que ocorre no mundo digital criado no final do Filme 3D de Digimon e mesmo estando aparentemente em paz recente ela parece já ser ameaçada por algo... Não entendi realmente a intenção de Buraimon... E olha que dei uma olhada nas suas descrições originais para buscar uma relação... Hehehe fiquei vagando nessa parte.

Agora legal a parte de relacionar o Tokomon com os Tokomon e evoluções mostrados na série de Anime como uma reencarnação... Não havia pensado nessa hipótese quando vi o filme... Muito bom!

Num geral eu gostei da história... ela termina com um... quero mais!

Parabéns novamente pela história!

E... Bem atrasado... É bom ter a FanFic da Dupla na Biblioteca de Wisemon! =)
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Mensagem por Marcy Seg 19 Dez 2011, 9:31 am

Obrigada por comentar! ^^

Sim, a história ficou meio vaga, não porque era essa mesma a intenção para deixar uma certa dúvida no ar, mas também devido ao limite de páginas. Essa One-Shot teve muitas partes "cortadas" para entrar nos limites de 13 páginas. Originalmente havia mais lutas e mais diálogos ali, mas que foram removidos.


A intenção de Buraimon é um tanto misteriosa. Como citado na história:

– Tokomon é importante para mim! – disse Dorumon.
– E não é menos que para mim também.

Uma dica minha é que, sim, você está certo, há uma forte relação com o Tokomon aos Tokomons das temporadas do anime (em especial Adventure e Frontiers), mas o que Buraimon queria com ele cabe a você e os outros leitores decidirem, hehehe.

Quando escrevi a One-Shot, estava pensando em depois de terminar o concurso, refazer essa história (com a ajuda do Engel, talvez, já que ele me auxiliou muito) e transformá-la em uma fic com alguns capítulos, explicando talvez os pontos que ficaram "abertos" na trama. Mas ainda não sei se realmente farei isso.

Ainda assim, não gostei do fato de sermos os ganhadores. Meu, se não teve competição, então não teve Concurso!!
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