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Crônica Digital 01 - Digimon Emundans

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Crônica Digital 01 - Digimon Emundans Empty Crônica Digital 01 - Digimon Emundans

Mensagem por Diego N.L. Sex 18 maio 2012, 4:18 pm

Olá a todos! =)

Finalmente trago uma fanfic de Digimon, espero que curtam! \o/

Crônica Digital 01 - Digimon Emundans DGM

Nome da Fanfic: Emundans
Nome do Autor: Diego N.L.
Gênero Principal: Ação e Mistério
Em que foi baseada: Na série Digimon (embora não tenha sido baseada em nenhuma temporada, jogo ou mangá em especial)
Recomendação Etária: 14+
Sinopse: Um ronco de motor na noite. O motoqueiro cruza velozmente em busca daquele que atende por um nome, derrotando sem hesitar aqueles que não são quem procura. Seu objetivo? Apenas ele sabe.

OBS: A série Digimon não pertence a mim, e sim a Akiyoshi Hongo/Bandai.
OBS 2: A fanfic será curta, terá uns 3 ou 4 capítulos apenas.
OBS 3: Boa leitura! =)

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Crônica Digital 01 - Digimon Emundans DGM2copy

Naquele enorme descampado coberto por grama seca, não se via uma viva alma. Talvez por ser madrugada, quase meia noite, ou então porque aquela era uma área relativamente deserta do Digital World. O brilho azulado da lua iluminava fracamente o lugar, e a leve brisa fazia farfalhar o capim seco e pontilhado por grandes rochas avermelhadas.

De repente, tal monotonia se quebrou. Esmagando o terreno árido ao caminhar, dois Digimons começaram a atravessar o descampado.

O primeiro tinha a aparência de um gato de médio porte. Bípede, usava apenas as patas traseiras para andar, e a maior parte de seu corpo estava coberto por pêlo alvo e macio. Nas pontas de sua orelha e de sua longa cauda, no entanto, predominava uma tonalidade roxa, assim como tinha faixas dessa cor bem distribuídas ao longo da cauda. Suas patas dianteiras estavam cobertas por luvas amarelo-esverdeadas, que deixavam expostas as grandes garras negras, e seus olhos azuis penetrantes esquadrinhavam o lugar.

O segundo Digimon era um pouco menor, mas também bípede. Tinha uma aparência humanóide, porém de sua pequena cabeça saía um par de longas orelhas, que no momento estavam erguidas. Trajava uma calça vermelha folgada, atada à cintura por um cordão branco, e o restante de seu corpo tinha cor amarela. De olhos fechados, apenas seguia a amiga, com uma expressão de terror estampada no rosto.

- Sabe... Ainda acho que não foi uma boa idéia termos vindo por este atalho. – Murmurou Neemon, sobressaltando-se ao esmagar um galho sem querer.

Tailmon espiou-o pelo canto do olho, exasperada.

- Para contornar isso aqui, levaríamos dias! Usando esse caminho, chegaremos a NewVille até a manhã.

O outro não pareceu satisfeito com a explicação, então a gata continuou tentando convencê-lo.

- Olha quantas pegadas! Qualquer pessoa usa esse atalho, ninguém contorna.

Aproximando a face do chão, farejou por poucos instantes. Erguendo-se novamente, sorriu para o amigo.

- Hoje mesmo um grupo de cinco pessoas passou por aqui. Viu? Não tem perigo!

Neemon torceu o nariz, incomodado.

- Continuo com um mal pressentimento. Esse lugar é deserto, frio e dá medo!

Tailmon deu um muxoxo de impaciência, voltando a caminhar.

- Deixa disso. Tá com medo de quê, fantasmas?
- Vai saber...

A dupla continuou avançando em silêncio por longos segundos. Subitamente, a Digimon lembrou-se de algo que tinha ouvido há poucos dias.

- Falando nisso, ficou sabendo do maníaco da motocicleta?

O outro ergueu as sobrancelhas.

- Maníaco da motocicleta? Que diabos é isso?

A gata riu.

- É uma história que eu ouvi esses dias. Parece que tem um maluco viajando de motocicleta pelo Digital World e matando quem aparece no caminho.

Neemon parou de avançar, incomodado. Tailmon espiou-o e riu, divertindo-se com o medo do amigo. Visando assustá-lo ainda mais, prosseguiu na narração.

- Ele é um Digimon alto, negro e assustador. Parece que ao ver alguém, ele estaciona a moto e faz uma pergunta.

O Digimon segurou as calças vermelhas, com medo que caíssem pela súbita tremedeira que o tinha dominado.

- E dependendo da resposta...

Ela completou a frase passando a unha pela própria garganta. Neemon deu um uivo de desespero. Tailmon gargalhou.

- Vamos voltar...! – Choramingou o digimon, assustado.
- Relaxa, isso é só uma lenda urbana. Vamos...

A travessia tornou-se ainda mais assustadora devido àquela história. Amaldiçoando a melhor amiga mentalmente, Neemon a seguiu. Cada vez que esmagava um galho, o ruído o fazia se sobressaltar violentamente, e cada vez que o vento uivava baixinho ele tinha a sensação de estar sendo espiado pelas costas. Na quarta vez que parou para checar se não havia ninguém tocando seu ombro, a gata se exasperou.

- Vamos, Neemon. Que bobagem... Desculpa por ter contado isso, não sabia que ia perturbá-lo tanto a...

Nesse instante, se calou. Sua audição aguçada tinha detectado um ruído, ao qual o outro continuava alheio.

- Não sabia?! Sabe como eu odeio histórias de terror!

Parecia uma espécie de ronco, que foi gradativamente ficando mais alto.

- Eu quero começar a ser ouvido! Você nunca dá ouvidos ao que...
- Neemon, fica quieto! – Sussurrou ela.

O Digimon calou-se, e em poucos segundos começou a ouvir o mesmo ruído. O barulho de um motor dominava agora o descampado, e gradativamente aumentava. Fosse quem fosse, estava indo na direção deles! Pela primeira vez na vida, Neemon viu a amiga com medo de verdade.

- Se abaixa! – Murmurou urgentemente, empurrando o Digimon para o chão.

Os dois ficaram ali, deitados no meio do capim seco, enquanto gradativamente o ruído aumentava. Em dado momento, ele estava tão alto que Tailmon sentiu os ouvidos doerem. Subitamente, diminuiu até cessar. Por longos segundos ficaram ali, imóveis, sem coragem de mover um músculo. Neemon tremia de medo, e a outra também. Quem seria? Por que tinha estacionado ali? Lembrou-se da lenda urbana que tinha acabado de narrar.

De repente, ouviu o barulho de dois pés esmagando o capim. Um segundo depois, passos violentos que se aproximavam deles agilmente. Tinham que correr! Mal pensou isso, e percebeu que era tarde. Um Digimon fitava-os, a menos de um metro.

Era humanóide e alto, devia ter pelo menos dois metros de altura. Seu corpo estava inteiramente coberto por uma roupa de motoqueiro feita de couro preto: jaqueta, calça e botas. Estas possuíam espinhos saindo da ponta, o que lhe conferia um visual agressivo. Suas mãos estavam cobertas por luvas feitas de um metal da mesma cor das vestes, de suas costas saía uma cauda igualmente negra, e em cada mão segurava duas grandes pistolas.

Em seu braço esquerdo, estava amarrado um lenço vermelho, usava cobrindo a face uma espécie de máscara azul-escura que só não cobria a boca, e era a única parte visível de sua pele cinzenta. Seus cabelos louro-claros e arrepiados saíam por trás dela, e seus olhos eram vermelhos. Ao invés de dois, possuía um terceiro no meio da testa, e todos estavam fixos na dupla. Tailmon e Neemon estavam imóveis: por algum motivo, a simples aproximação daquele ser tinha absorvido completamente suas forças. Só conseguiam mexer os olhos, e tremiam de medo. O recém-chegado abriu a boca, falando com uma voz fria e distante.

- Emundans?

Eles não sabiam o significado daquilo. E mesmo se soubessem, não conseguiriam responder. Não podiam sequer falar, a força tinha abandonado seus corpos. Beelzebumon estreitou os olhos avermelhados.

- Parece que não...

Murmurando isso, apontou a pistola para os dois e puxou o gatilho.
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Espero que tenham apreciado esse começo! Capítulo um pouco pequeno, é mais uma introdução à história mesmo.

Abraços


Última edição por Diego N.L. em Sáb 22 Set 2012, 5:44 pm, editado 2 vez(es)
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Mensagem por Mickey Sex 18 maio 2012, 11:32 pm

Muito bom! Hehe! Imagino o que vai vir disso...

Uma história bem legal sem muitas respostas e muitas perguntas...

Parabéns! Vamos ver o que o Motoqueiro pretende fazer seguindo viagem... xD~~

Sua FIC será muito bem vinda nos Contos de TK! blz
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Mensagem por wargreymon2 Dom 20 maio 2012, 2:50 pm

Cara...... Essa fanfic promete!

Gostei da história e da linguagem. Beelzebumon, o que você está querendo? E uma pergunta que eu realmente gostaria que fosse respondida brevemente.....

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Mensagem por Digi Rei Dom 20 maio 2012, 5:05 pm

Deus do céu... Achei perfeita essa história. Tremi aqui em casa, deu muito medo...
Não dá nem pra saber o que vai acontecer nos próximos, o que acho muito bom!
É... Como o WG2 disse o que é Emundam. Pode responder ou vamos ter que esperar pra descobrir? E o que é muxoxo?
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Mensagem por Diego N.L. Dom 20 maio 2012, 6:22 pm

@Mickey: Digamos que ele continuará atacando quem não for aquele que procura, mas nem todos os Digimons em que esbarrar serão fraquinhos, como será visto em breve. Razz

@wargreymon2: O que é Emundans? Top secret! Cool

@Digi Rei: Adianto que pode esperar muita porrada enquanto é desvendado o mistério sobre o que seria Emundans. Em relação ao muxoxo, deixa eu ver como posso explicar... É aquele ruído/estalo que se faz colocando a língua no céu da boca, quando se está irritado, impaciente ou não se concorda com algo que foi dito. (comparação idiota, porém verdadeira: o ruído de um muxoxo é similar ao de um isqueiro sendo aceso)

@Todos: Que bom que gostaram! Espero que continuem lendo e comentando até o final. \o/

Abraços
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Mensagem por Digi Rei Dom 20 maio 2012, 6:49 pm

Diego N.L. escreveu:@Digi Rei: Adianto que pode esperar muita porrada enquanto é desvendado o mistério sobre o que seria Emundans. Em relação ao muxoxo, deixa eu ver como posso explicar... É aquele ruído/estalo que se faz colocando a língua no céu da boca, quando se está irritado, impaciente ou não se concorda com algo que foi dito. (comparação idiota, porém verdadeira: o ruído de um muxoxo é similar ao de um isqueiro sendo aceso)
Seria então o muxoxo algo como o "tsc tsc tsc" que vemos em livros quando as pessoas discordam de algo?
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Mensagem por Gol D. Roger Dom 20 maio 2012, 7:18 pm

Vejo que escolheu fazer uma fic curta, uns 3 ou 4 capítulos apenas, como disse. Isso pode ser algo incrível, pois histórias mais curtas geralmente não demandam aquela pressa toda pra os capítulos ficarem prontos, e o autor pode caprichar e fazer um trabalho foda, se tiver realmente afim.

Devo dizer que achei o detalhamento perfeito, exatamente na medida. Nada muito exagerado, mas nada faltando também; simplesmente deu pra imaginar a cena com todos os detalhes e cores que você ditou, sem precisar forçar. E pra mim que também planejo escrever, sua forma de escrita é exatamente o que eu quero! Não costumo puxar saco à toa, mas realmente sua fic deixou uma bela impressão, e tem até uma grande semelhança com meu próprio estilo de escrita (pelo pouco que fiz). A história parece legal, me deixou curioso para saber o que vai acontecer. Mas se não tiver tudo planejado, não tenha pressa, estaremos aguardando para que continue mais cedo ou mais tarde o desenrolar dessa pequena fic que promete pra caralho e me prendeu. Abraço ^^

E sim Digi Rei, é esse ruído aí mesmo o muxoxo xD.
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Mensagem por Diego N.L. Seg 21 maio 2012, 4:03 am

@Digi Rei: Exatamente. =)

@Gol D. Roger: Que bom que curtiu esse começo! Minha intenção é justamente essa, fazer uma história relativamente pequena mas que consiga passar fortes emoções para o leitor (alegria no momento certo, medo idem, revolta, entusiasmo, etc.). Já tenho planejada toda a fanfic, mas vou escrever aos poucos mesmo. Como diz um dos ditados mais velhos do mundo:
"A pressa é inimiga da perfeição." Razz

Abraços
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Mensagem por Diego N.L. Sex 01 Jun 2012, 1:00 am

Trago agora o Capítulo II! Boa leitura. =)


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Crônica Digital 01 - Digimon Emundans Emundans-Captulo2

A madrugada se despedia e o Sol começava a despontar no horizonte, colorindo o céu com sua claridade alaranjada. Lentamente sua luz atingiu os magníficos jardins do Palácio Real, que possuía flores das mais variadas espécies e cores. Pelos caminhos de pedra que existiam entre os belos canteiros, um Digimon caminhava silenciosamente acreditando estar sozinho. Por incontáveis minutos se repetiu tal cena: ele andava em círculos, perdido em pensamentos.

Subitamente, percebeu que se aproximara do portão de ferro que conduzia para fora das propriedades da Rainha. Recuou receoso. Neste momento, olhou para cima e viu que não estava só. Uma figura pequena se encontrava no alto da muralha, e observava distraidamente o nascer do sol. Aquela cena já era rotineira, pois todos os dias ele acordava para contemplar a alvorada. Aliviado por ter alguém para conversar, o Digimon decidiu ir até lá.

Ezequiel era um homem de 32 anos. Alto e forte, trajava uma jaqueta de couro negra sobre camisa branca simples e calça jeans azul. Nos pés, calçava sapatos pretos e nas mãos usava luvas de mesma cor. Tinha cabelo louro-escuro e comprido, que atingia a altura de suas costas e estava preso em um rabo de cavalo. Em sua face de feições duras, cultivava um cavanhaque malfeito, e seus olhos se escondiam atrás de um par de óculos escuros. Ao ouvir passos às suas costas, virou a cabeça e viu aquele que se aproximava dele.

UlforceVeedramon era um Digimon enorme, com mais de dois metros de altura. Era bípede e tinha uma aparência predominantemente humanóide, embora também houvesse traços draconianos espalhados por seu corpo musculoso. De suas costas saía um par de grandes asas azuis, cuja face interior era rosada, e seus pés tinham extensas garras brancas.

Sua pele pálida era visível em pouquíssimos pontos: a maior parte dela estava protegida por uma reluzente armadura azul que refletia a fraca luz solar. Detalhes dourados e prateados se espalhavam por ela, sendo os de maior destaque um proeminente V que protegia seu peito forte e dois braceletes que usava nos pulsos. Sua cabeça triangular era pequena comparada ao restante do corpo, e dela brotavam dois chifres afiados e ameaçadores. Seus olhos amarelos estavam fixos no humano, que calmamente o cumprimentou.

- E aí, Ul! Acordou cedo hoje.

Antes de responder, o Digimon parou ao lado dele e se apoiou na muralha, fixando os olhos no sol nascente.

- Fui convocado pela Rainha.

Percebendo o tom de desânimo do outro, Ezequiel enrugou levemente o cenho.

- Saquei. Qual é o problema desta vez? Selvagens?
- Por incrível que pareça, não. É uma lenda que tem ganhado força nos últimos tempos, e aparentemente não se trata de mais uma bobagem do povo. Quero dizer, realmente há algo estranho acontecendo neste mundo ultimamente... A própria Rainha deu a entender isso.

O homem ergueu as sobrancelhas.

- E que lenda seria essa?

UlforceVeedramon ficou com uma expressão sombria.

- Um Digimon está viajando por nosso mundo usando uma motocicleta, e assassina qualquer um que cruze seu caminho.

Ezequiel deu um muxoxo de impaciência.

- A Rainha ainda se preocupa com uma coisa dessas? Até acredito que seja verdade, mas deixa os caras se matarem... Qualquer um sabe que os Digimons do sul são barra pesada, é melhor deixá-los lá absorvendo uns aos outros.

O Digimon riu.

- Seu pensamento é muito radical, a Rainha deve sim intervir nas guerras civis do sul ou podem se espalhar por todo o Digital World. Mas a questão não é essa... Tem algo estranho com esse Digimon em questão.

O humano estava descrente, e por isso exigiu mais informações.

- O que ele tem de tão estranho?
- Em primeiro lugar, ninguém sabe de onde ele veio. Surgiu de repente, já assassinando aqueles que cruzavam seu caminho.

Foi a vez do homem rir.

- Bobagem. Vocês não sabiam de onde eu tinha vindo no início, e nem por isso...

UlforceVeedramon o interrompeu.

- Tem mais. Ele ataca usando pistolas... E não fragmenta os dados daqueles que mata, ele os extermina completamente.

Ezequiel enrugou o cenho, sem entender.

- Como assim, extermina? Pensei que isso não fosse possível...
- E não é possível. Exatamente esse ponto é o que está intrigando a Rainha... Sabe, quando um Digimon morre, parte de seus dados vai ao Yggdrasil para gerar um novo Digitama, e a parte restante dele é absorvida pelo executor.

O homem pareceu um pouco impaciente.

- Sei disso faz tempo...
- Então, o problema é que esse Digimon não apenas fragmenta os dados, como também os destrói completamente. É como se apagasse a existência do Digimon que assassinou.

O outro enrugou o cenho, desconfiado.

- Isso parece mesmo ser apenas uma lenda urbana... Por que a Rainha levou esses boatos a sério? Vocês têm alguma prova concreta de que essa história é real?

UlforceVeedramon assentiu.

- Temos. O próprio Yggdrasil informou que o Digital World está tendo seus dados apagados, e que os ciclos de existência estão sendo quebrados.

Ezequiel riu nervoso.

- É... Se isso é verdade, parece que dessa vez a coisa ficou séria.
- Exatamente. E o pior disso tudo é a velocidade com que ele viaja. Anteontem recebemos emissários do sudeste informando que ele estava destruindo tudo por lá, e hoje nos comunicaram que ele foi avistado no oeste.

O humano se surpreendeu.

- Pô, então não é um só... É impossível ele atravessar o Digital World em tão pouco tempo.
- Já consideramos essa possibilidade, mas é um único Digimon, sim. Por isso eu fui designado para essa tarefa. Nenhum dos outros Royal Knights teria velocidade suficiente para alcançá-lo, e principalmente, para desviar dos disparos de suas pistolas.
- Tipo assim... Os tiros dele são tão perigosos? Um tiro já faz o inimigo se desintegrar?!

UlforceVeedramon assentiu.

- Sim. Não posso ousar subestimá-lo...

Um silêncio constrangido imperou por um breve minuto, durante o qual eles observaram o Sol que já estava alto no céu. Subitamente, Ezequiel esboçou um sorrisinho.

- Deve ser da hora lutar contra um cara desses...

O Digimon incomodou-se.

- Você diz uma coisa dessas porque não é um Digimon. Matar os semelhantes não é algo que me agrada, por isso eu trocaria de lugar com você sem hesitar.

O homem gargalhou.

- Relaxa, vai... Se você não matá-lo, ele vai continuar exterminando todos que ver pela frente e uma hora vai chegar ao palácio. Quando chegar, atacará a Rainha. Não quer protegê-la?

UlforceVeedramon cerrou os punhos, socando levemente a muralha e estreitando os olhos.

- Eu daria minha vida pela Rainha. Como Royal Knight, é o meu dever.

Fazendo um pequeno esforço para alcançar, Ezequiel deu um tapinha no ombro dele.

- Sua lealdade é admirável... Então vai até lá e só volta carregando a cabeça desse maníaco.

De repente, o Digimon sentiu falta de uma coisa e imediatamente questionou.

- Falando em lealdade, onde está a Íris?

O humano irritou-se.

- Dormindo, pra variar...

UlforceVeedramon gargalhou.

- Já era de se esperar...

Subitamente ficou sério e estreitou novamente os olhos.

- Enfim, vou cumprir minha missão. Enquanto conversamos aqui, o maníaco está matando outros Digimons.
- Beleza, vai lá... Quando voltar, beberemos juntos hidromel de FanBeemon pra comemorar!

O Digimon assentiu brevemente. Recuando dois passos, abriu as imponentes asas.

- Até depois, Ezequiel. – Despediu-se, com um aceno rápido.

Um segundo depois, causando um ruído similar ao de um trovão e uma forte ventania que desequilibrou o homem, ele cruzou o céu tomando a forma de um borrão azul. Exasperado, Ezequiel levantou-se e tirou a poeira da calça com a mão.

- Porra, que rápido...!

ooo ooo ooo
Já fazia cinco minutos que o Digimon cruzava o céu azul, tão rápido que o panorama se encontrava completamente distorcido, mas ele não prestava atenção nisso. Sua mente estava focada em apenas duas coisas: na direção que devia tomar para chegar ao local em que o inimigo fora avistado pela última vez, e principalmente em uma dúvida que insistia em dominar seus pensamentos:

- Os Royal Knights devem ter uma lealdade absoluta para com a Rainha e seguir suas ordens sem hesitar, mas... Será que isso realmente é o certo?

Após explicar a situação em que se encontravam, ela tinha ordenado que o cavaleiro exterminasse o inimigo sem hesitar assim que o encontrasse. Tal pedido perturbava sua mente: a Rainha sempre fora tão gentil e compreensiva, nunca ordenara que seus Royal Knights assassinassem Digimons inimigos. Havia um código de honra não-escrito que limitava o grupo a somente capturar os adversários. Então porque ela sentia uma aversão tão súbita a esse Digimon em especial? Por que estava desprezando a conduta que era seguida por seus cavaleiros desde tempos imemoriáveis?

Após refletir por algum tempo, UlforceVeedramon deduziu que ela temia a inusitada habilidade do novo inimigo: ao exterminar os dados de outros Digimons, ele potencialmente poderia causar o fim do Digital World, pois o equilíbrio estava sendo quebrado. Convencendo-se disso, ele percebeu que se aproximava de onde o motoqueiro tinha sido visto pela última vez. Neste momento, uma voz feminina falou dentro de sua mente:

- Ele está perto. É hora de aterrissar.
- Entendido, majestade.

Acatando a ordem, ele parou de avançar e olhou a sua volta: estava sobrevoando uma área montanhosa e árida. O terreno pedregoso e cinzento não permitia que plantas crescessem por lá, e provavelmente poucos Digimons viviam naquela região. Após analisar brevemente o campo de batalha, aterrissou e olhou a sua volta. O lugar estava completamente deserto. Caminhou em círculos por alguns minutos atento a possíveis ruídos, mas não ouviu nada. Sem entender, contatou a Rainha.

- Majestade, não há ninguém por aqui... E eu sinceramente não acredito que uma motocicleta consiga trafegar em um terreno desses.
- Não se engane, meu cavaleiro. O inimigo está por perto, eu tenho certeza. Fique atento...

Ele olhou novamente para os lados, e ouviu atentamente. Tirando a leve brisa que soprava agitando suas asas, não havia uma viva alma por lá. Enrugando o cenho, ele mais uma vez caminhou em círculos pelos caminhos íngremes da montanha. Passados longos minutos, quando já estava ao sopé dela, pensou em mais uma vez falar com a Rainha.

Neste instante, um ruído chamou a sua atenção. Começou baixinho, um ronco de motor quase imperceptível. E regularmente foi aumentando... A motocicleta que o emitia se aproximava velozmente. Estava mais perto agora que há um segundo. Ele recuou um passo, nervoso. O terreno não colaborava com ele: o eco causado pelas montanhas não permitia que ele distinguisse de que direção vinha o barulho. Cada vez foi se tornando mais alto, enquanto ele olhava incomodado para os lados. De onde o adversário viria? Cerrou os punhos. Não podia deixar o nervosismo tomar conta dele.

O ruído já estava ensurdecedor quando subitamente parou. O silêncio foi ainda mais torturante que o barulho da motocicleta, e até mesmo o vento parou de soprar. O próprio Digital World parecia prender a respiração para assistir ao que aconteceria em seguida. UlforceVeedramon hesitou, e deu um passo a frente.

- Quem está aí?! – Gritou.

Ninguém respondeu.

- Eu sei que está me ouvindo!

Novamente, o silêncio foi a resposta.

Muito tenso, ele decidiu já ficar pronto para o combate. Tocando de leve no bracelete que estava preso ao pulso direito, dele se projetou um sabre azul-esverdeado que aparentava ser feito de luz. Atento ao menor ruído ou movimento, ele voltou a caminhar pelo terreno árido. Tinha a sensação de estar observado, mas não conseguia localizar onde o inimigo estava. Em dado momento, ao se aproximar novamente do sopé da montanha, parou de avançar. Aguardaria o inimigo atacar primeiro.

Neste momento, sobressaltou-se: um ronco ensurdecedor de motor acompanhou o barulho de um pneu derrapando, e enfim ele pôde identificar a origem dos ruídos. Olhando para o alto, teve uma breve visão de uma grande motocicleta negra caindo em direção a ele. Sem tempo para pensar, saltou para trás e por pouco evitou que o veículo o atingisse. Abrindo as asas, levantou vôo e observou a nuvem de poeira que se erguera onde ele estava há um segundo. Se tivesse permanecido naquele lugar, sem dúvidas estaria seriamente ferido.

O vento se encarregou de dissipar a poeira, e enfim ele visualizou o motoqueiro dos rumores: Alto, vestes negras e três olhos vermelhos que estavam estreitados observando-o. Beelzebumon mostrava-se mortalmente sério, e permaneceu montado na motocicleta sem dizer uma única palavra.

UlforceVeedramon cerrou os punhos, pronto para o combate. O inimigo poderia atacar a qualquer momento. Fixou os olhos nas pistolas negras que ele empunhava apontadas para o chão.

- Então os boatos são verdadeiros... – Sussurrou.

Beelzebumon fez um brusco movimento, que fez o cavaleiro se sobressaltar, mas não foi um ataque. Ele apenas desceu da motocicleta, sem tirar os olhos do adversário. Após um breve instante de silêncio, no qual apenas o vento soprava, o motoqueiro abriu a boca e fez um único questionamento com sua voz fria e distante.

- Emundans?

UlforceVeedramon hesitou. Não fazia a menor idéia do que significava aquilo. O outro ficou analisando-o com o olhar, atento a cada mínimo movimento de sua face. O Royal Knight cerrou os punhos, receoso. O Digimon inimigo aguardava uma resposta para a pergunta feita.

- O que significa isso? – Perguntou, enrugando o cenho.

O monstro continuou encarando-o muito sério. Não parecia inclinado a explicar, apenas queria uma resposta. Após um momento de hesitação, o cavaleiro decidiu arriscar.

- Sim.

Por um momento, Beelzebumon não esboçou qualquer reação. Logo em seguida, sorriu. Riu. Gargalhou, de um modo frio e assustador que ecoou pelo terreno árido e expôs seus dentes afiados. UlforceVeedramon ficou observando-o sem compreender. De repente, o Digimon sorriu malignamente e apontou suas pistolas para ele, disparando.

Pego de surpresa, o Royal Knight desviou das balas por muito pouco, e ao atingirem a montanha os projéteis desintegraram uma parte considerável dela. Beelzebumon abriu um sorriso ainda maior ao ver que o inimigo tinha desviado. Aparentava estar impressionado. Olhava para os lados, tentando localizá-lo, mas tudo o que via era um borrão azul que o circundava. Enquanto isso, a mente do cavaleiro trabalhava agilmente.

- Então esse é o meu inimigo... O famoso maníaco da motocicleta. Aquelas balas são mesmo muito rápidas, se eu não tomar cuidado acabarei morto...

O monstro passou a disparar repetidamente contra o vulto que era UlforceVeedramon, em um frenesi assassino que o fez novamente soltar aquela gargalhada insana. Com estrondos, as montanhas a sua volta eram desintegradas e pequenos terremotos aconteciam. Deslocando-se agilmente, o Royal Knight optou por se manter na defensiva e fazer alguns questionamentos.

- Quem é você?

Não houve resposta. Beelzebumon continuou atirando contra o vulto, e por pouco não o acertou uma vez.

- De onde você veio? Quais suas intenções?

Novamente, como resposta recebeu mais tiros. O Digimon gargalhava alucinado, não parecia sequer estar ouvindo as perguntas. UlforceVeedramon suspirou.

- É inútil dialogar...

Admitindo isso, ele começou a se aproximar do inimigo enquanto o circundava velozmente. Estava conseguindo desviar de todos os disparos, mas Beelzebumon também era rápido. Disparava com as duas mãos, e com uma precisão assombrosa. O Royal Knight percebeu que estava correndo algum risco, e decidiu acabar com aquilo logo.

Partindo para cima do inimigo pelas costas, ergueu o grande sabre de luz, pronto para atingi-lo. Para sua surpresa, naquela fração de segundo o monstro apontou-lhe a pistola por cima do ombro e disparou. Fazendo uma manobra arriscada para desviar do projétil, UlforceVeedramon sentiu medo pela primeira vez desde que se tornara um Royal Knight. Aquele ser não tinha um ponto cego?

Beelzebumon parara de disparar, e o cavaleiro recuou alguns metros. Parado no ar, ficou o observando e se perguntando como o Digimon tinha percebido de que direção ele viria. Parecendo ler seus pensamentos, no instante seguinte o monstro deu-lhe a resposta: Do meio de seus cabelos louros e arrepiados brotou um quarto olho, igualmente vermelho, porém maior que os outros. Girou assustadoramente até focalizar o inimigo, que estava boquiaberto.

- Mas o que... Você realmente é um Digimon?! – Exclamou UlforceVeedramon, enojado e receoso.

O motoqueiro virou-se para ele e apontou-lhe as duas pistolas, iniciando novamente os disparos. Enquanto voava para desviar das balas, o cavaleiro olhou para os lados: em meio ao mar de montanhas, já tinha sido aberta uma clareira. Aqueles projéteis não poupavam qualquer forma de dados, simplesmente os exterminava. Dando um muxoxo de raiva, fez uma nova tentativa de acertar Beelzebumon, dessa vez pela lateral direita. Erguendo o Sabre Ulforce, investiu contra o Digimon.

Como tinha imaginado, ele apontou-lhe a pistola que empunhava na mão direita e disparou. Girando no ar, UlforceVeedramon conseguiu desviar do projétil e brandiu a lâmina quente no ar. Dividiu a arma exatamente no meio. Um pensamento de vitória passou por sua mente: fazendo isso, não precisaria assassinar o inimigo!

Mal pensou isso e com um movimento inesperado Beelzebumon o atingiu com sua potente cauda. O Royal Knight foi violentamente arremessado em direção ao chão irregular, onde rolou por alguns metros.

- Droga! – Pensou furioso, sentindo que sua face estava ferida pela queda.

Ofegando e sentindo muita dor, fez menção de se levantar, mas foi tarde. Ao encarar Beelzebumon, viu que o Digimon o fitava com um sorriso de vitória, apontando a pistola da mão esquerda. Sem hesitar, disparou. Tudo escureceu.

ooo ooo ooo
Um garoto loiro e mirrado chorava entristecido, enquanto uma mulher gritava furiosa com ele. O mesmo jovem, alguns anos mais tarde, era espancado por quatro rapazes bem mais velhos. No momento seguinte, com bem mais idade, uma arma era apontada para sua cabeça. O assaltante puxou o gatilho.

ooo ooo ooo
UlForceveedramon ofegou, sentindo a cabeça latejar fortemente. O que significavam aquelas visões? Neste instante, urrou com uma dor mais forte ainda. Olhou para a própria mão direita, que tinha sido atingida pelo disparo. Ela não existia mais. Tinha sido desintegrada, e agora as chamas prateadas subiam rapidamente por seu antebraço, exalando um vapor negro enquanto o consumiam.

Sem pensar, sem hesitar, o cavaleiro ergueu o Sabre Ulforce e cortou-o à altura do cotovelo. No instante em que tocou o solo, o membro terminou de se desintegrar e desapareceu completamente. O ferimento do Royal Knight passou a exalar uma fumaça prateada pelos dados que eram perdidos. Tentando ignorar a dor insana que sentia, ele fitou Beelzebumon, que o contemplava parecendo maravilhado. Sentindo a boca secar, berrou para o monstro.

- O QUE SIGNIFICA ESSAS VISÕES QUE EU TIVE?! QUEM É VOCÊ?!!

O ser não respondeu. Ficou observando-o com aqueles três olhos vermelhos por longos segundos, mas subitamente pareceu assustado. Arregalou os olhos e recuou um passo, tremendo. Observou a pistola que empunhava. Dando um grito, jogou-a longe e caiu de joelhos.

UlforceVeedramon não compreendeu o que estava acontecendo, mas não perdeu a oportunidade. Disparou em direção à arma e utilizando o sabre da mão esquerda a dividiu em duas. Imediatamente o objeto se desintegrou. Enfim, tinha acabado. Virou-se para encarar Beelzebumon, que gritava em desespero. Tinha levado as mãos à cabeça, e revirava os olhos parecendo alguém em crise de pânico.

Neste momento, mais uma vez o Royal Knight ficou boquiaberto: do olho que havia no meio da testa do monstro, uma única gota de um líquido vermelho tinha escorrido, e lentamente pingou no chão. De todas as coisas estranhas que vira naqueles minutos, essa foi a que mais o surpreendeu. Aproximou-se do motoqueiro, enrugando o cenho.

- Sangue...? Então você...!

Começou a falar, mas se calou no instante seguinte. Com uma súbita agilidade e um lampejo vermelho passando pelos olhos, Beelzebumon fitou-o e saltou em direção a ele. Sua garra afiada atravessou a armadura azul do Digimon e empalou-o.

UlforceVeedramon demorou alguns segundos para perceber o que tinha acontecido. Fora muito inesperado, ele sequer teve como reagir. O motoqueiro riu malignamente, com seus olhos vermelhos fixos nos amarelos do cavaleiro. Sem hesitar, já mortalmente ferido, o Royal Knight brandiu seu sabre em direção à cabeça do adversário. Surpreendeu-se uma última vez: Beelzebumon bloqueou o ataque, segurando a lâmina com a garra livre. Durante todo aquele tempo, ele estivera brincando. Nunca teve nada a temer.

Com um sorriso de nervosismo, UlforceVeedramon deu seu suspiro final e lentamente fechou os olhos. Em sua mente, apenas duas pessoas vinham a tona: A Rainha e Ezequiel.

- Não posso mais lutar por você, Majestade... Peço perdão por minha falha. E não tomaremos mais hidromel juntos, Ezequiel.

Logo após pensar isso, explodiu em dados, causando um clarão azul que foi visível a vários quilômetros de distância. Estendendo a palma da mão, Beelzebumon displicentemente absorveu sua recompensa, e começou a exalar uma forte luz branca. De suas costas, brotou um par de grandes asas negras, e seu braço foi integrado a um enorme e ameaçador canhão prateado.

Ele olhou a sua volta. Tudo estava completamente destruído e cheio de crateras, sequer parecia o terreno montanhoso de quando o conflito começara. Ele deu um muxoxo de impaciência, olhando para o ponto em que UlforceVeedramon tinha desaparecido.

- Parece que não...

Com o motor roncando, sua motocicleta que tinha se afastado durante o confronto trafegou novamente em direção a onde ele estava. Montando nela, o Digimon acelerou mais uma vez, visando unicamente continuar a busca por Emundans.

ooo ooo ooo
Caminhando apressadamente pelo corredor de metal, um Digimon se dirigia à sala do trono sentindo uma forte angústia. Era alto, humanóide e forte, tinha o corpo protegido por uma espessa armadura preta com detalhes dourados, e às suas costas balançava uma enorme capa azul que alcançava o chão. De trás da capa saía um par de asas douradas, mas que no momento estavam recolhidas por não estarem em uso.

Os olhos púrpura de Alphamon se estreitaram ao alcançar o final do corredor e empurrar a porta prateada. Viu-se então em um grande salão, que não possuía quase nenhuma mobília, apenas um belíssimo trono dourado e trabalhado nos mínimos detalhes que repousava sobre uma escada de poucos degraus. O chão em frente a ele era coberto por um tapete vermelho, e lá estava sentada uma jovem linda.

Aparentava ter vinte anos de idade, era alta e tinha uma aparência imponente. Seu cabelo era castanho-claro e cacheado, macio, alcançava a altura dos cotovelos. Tinha pele alva e trajava um magnífico vestido amarelo cuidadosamente bordado, feito de um tecido macio que arrastava pelo chão. Em sua cabeça, se destacava a fina coroa de ouro com fragmentos de esmeraldas, que refletiam a luz exalada pelo candelabro no topo do salão.

O corpo da Rainha era bem desenvolvido e os traços delicados de sua face lhe conferiam uma expressão meiga. Suas bochechas pareciam estar sempre rosadas. Seus olhos eram verdes, mas no momento se encontravam avermelhados: ela chorava, as lágrimas escorriam por seu lindo rosto e caíam ao chão. Ela tentou disfarçar aquilo ao ver seu cavaleiro se aproximar. Secando os olhos, esboçou um sorrisinho mínimo com os lábios finos. Parando perante ela, o Digimon ajoelhou-se.

- Majestade... Por sua expressão, percebo que já sabe a fatalidade que aconteceu.

Ela assentiu.

- Sim. Estou ciente, Alphamon... Muito obrigada por vir me avisar.

O cavaleiro ficou olhando para o chão, nervoso. A Rainha estava sofrendo, ele sentia isso... Cerrou os punhos, com ódio daquele inimigo inescrupuloso. Ouviu os passos delicados da moça se aproximando. Um instante depois, sentiu que ela repousava a mão sobre sua cabeça. Surpreso, contemplou sua face. Ela sorria. Tinha voltado a chorar, sim, mas sorria bondosamente para seu Royal Knight.

- Não se preocupe, meu nobre cavaleiro. O sacrifício dele não terá sido em vão...

Alphamon se levantou, sentindo-se confortado. As palavras gentis da soberana eram o bastante para acalmar seu coração em qualquer situação. Sempre fora assim.

- Obrigado, majestade... – Sussurrou.

Ela sorriu em resposta, dando as costas logo em seguida.

- Já sabe o que faremos para parar esse inimigo...? – Questionou, vendo que a Rainha não mais se manifestaria.

A moça demorou um pouco para responder, vacilante.

- Vou falar com ENIAC.

Alphamon se surpreendeu com aquela resposta.

- ENIAC?! Mas o que ele pode fazer por nós neste caso?
- Libertar Stux...

O cavaleiro ficou boquiaberto.

- Mas...! Majestade! É perigoso!

Ela encarou-o, nervosa.

- É nossa única opção... Não quero ver cada um dos meus cavaleiros morrer enfrentando aquele monstro. Ele ficou mais poderoso após absorver UlforceVeedramon...

O Digimon cerrou os punhos, angustiado.

- Eu sei, mas... Libertar aquela coisa...?!
- É nossa única esperança, Alphamon.

Ela parecia muito entristecida, e ao falar novamente foi em um tom choroso.

- Sinto muito... - Dizendo isso, disparou correndo por uma porta que havia atrás do trono.

Alphamon socou repetidamente o chão, furioso.

- Droga! Droga!! Que tipo de inimigo é esse que estamos enfrentando?! De onde ele veio?!!! Para precisarmos chegar a esse ponto...!

Ofegante, levou alguns minutos para se acalmar. Quando conseguiu, abandonou o salão, muito tenso.

ooo ooo ooo
A Rainha estava trancada em um pequeno aposento quadrado. Nua, suas roupas repousavam no chão aos seus pés, e o lugar estaria completamente vazio se não fosse por ela e por um grande espelho que havia a sua frente. A moça contemplou o próprio corpo refletido na superfície cristalina e sorriu satisfeita.

Caminhando até o objeto, tocou-o com a mão e sua superfície se agitou como se fosse água. Neste momento, um forte e breve clarão prateado se espalhou pelo aposento, e quando diminuiu a soberana não estava mais lá.
=========================================================================

Espero que tenham gostado da continuação da história! Aguardando os comentários. =)

Abraços


Última edição por Diego N.L. em Sáb 02 Jun 2012, 1:56 am, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Guill Sáb 02 Jun 2012, 1:47 am

Capítulo doido, bem diferente do anterior, com várias surpresas. Destaco entre essas surpresas a visão que Ulforce teve antes de ser morto e os humanos no DW, humanos que também deram uma sub-surpresa com aquele espelho estranho da rainha (e que rainha, pelo que captei da descrição, LOL). A luta também foi bem legal, graças à possibilidade do Belzebumon poder matar tudo em definitivo.

Espero o próximo capítulo e continuo querendo saber que diabos é Emundans. what
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Mensagem por wargreymon2 Sáb 02 Jun 2012, 8:01 pm

Bom capitulo, gosto de como cria a história. Digimon com sangue eu já vi, Digimon que desintegra dados também, mas um digimon com ambas as coisas nunca.
Pobre Ezequiel, nunca mais poderá tomar Hidromel com seu parceiro.
O QUE POR TODOS OS DEUSES DO DIGIMUNDO É UM EMUNDAM?!?!?
QUEM RAIOS É IRIS, ENIAC, STUX E O CARA DO FLASHBACK!?!?
E que jeito meio macabro de evoluir para Beelzemon Blast mode e peraí?!! ELE AINDA FICOU COM A BEHEMOT Gasp!
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Mensagem por Gol D. Roger Dom 03 Jun 2012, 11:10 am

Capítulo bem foda, não pude deixar de sorrir quando Ulforce e sua luta contra Beelzebumon foram descritos. A história agora já abriu várias perguntas a serem respondidas, o que só aumenta meu interesse. Só achei que mesmo sendo o "principal" da história, ficou parecendo que o Beelzebumon estava meio overpower demais. Pelo menos eu estenderia um pouco mais a luta, sei lá. Meio estranho ver um Royal Knight foda perder tão facilmente, mas novamente, se apenas um conseguisse lutar acirradamente, facilmente o resto dos RKs poderiam se juntar de uma vez e pôr um fim. Então tá equilibrado, fazendo sentido. Mas achei estranho o Ulforce não ter usado o Tensegrity Shield ou a Shining V-Force. Shocked

De resto, parece que vêm muito mais por aí, continuo interessado em saber como a história vai continuar. blz
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Mensagem por Diego N.L. Dom 03 Jun 2012, 11:33 am

Valeu pela presença, pessoal!

Guill: Que bom que curtiu! Em breve vai ser revelado o porquê daquelas visões, mas a existência de humanos no Digital World vai ser explicada ao longo das próximas Crônicas Digitais, e culminarão justamente na explicação do porquê de uma Humana ser a monarca do DW, ao invés de um Digimon.

wargreymon2: Calma, calma, aos poucos vão ser explicados cada um desses nomes. Cool No próximo capítulo mesmo, dois deles serão esclarecidos, fica a dica. =) Motoqueiro alado, agora a casa cai. Laughing

Gol D. Roger: Fico feliz que esteja curtindo! O Beelzebumon desta fanfic é sim bem mais poderoso que o normal, está em um patamar acima dos Digimons que conhecemos... Tanto que a própria Rainha se surpreendeu com a estranha habilidade dele, que tecnicamente nenhum Digimon seria capaz de fazer. Mas a explicação de ele ser tão "overpower" virá em breve.

Em relação ao Ulforce ter perdido fácil... Ele tinha potencial pra enfrentar o Beelzebumon, sim. É o meu digimon favorito e a meu ver um dos RKs mais poderosos... Posso dizer que ele não derrotaria o Beelzebumon, mas ao menos conseguiria feri-lo bastante. Contudo... Ele já estava condenado desde que começou a luta. Primeiro, por causa da batalha mental que se travava na sua mente - os RKs existem para proteger os Digimons dos Selvagens, contudo a Rainha ordenou justamente que ele matasse um Digimon, contrariando sua missão, e isso gerou um conflito moral nele.

Por causa dessa dúvida ele não usou seu poder máximo, tampouco suas habilidades mais poderosas. Ele ficou em um dilema entre obedecer aos seus princípios e não matar, ou seguir cegamente as ordens da Rainha e assassinar o "monstro". Enquanto ele estava em dúvida, Beelzebumon não tinha qualquer limitador às suas ações e lutou justamente querendo matar. Como curiosidade, fiquei em dúvida entre nomear esse capítulo com esse título que está agora ou "Lealdade", justamente pra destacar ainda mais o dilema dele.

Abraços!
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Mensagem por Death Dom 03 Jun 2012, 1:31 pm

Muito boa a fic. Assim como o Roger, achei estranho o Ulforce não ter usado esses golpes. Shining V-Force com certeza iria encher o desgraçado de porrada.
Não achei erros ortográficos.
Aguardo pelo próximo capítulo blz
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Mensagem por Gol D. Roger Dom 03 Jun 2012, 1:42 pm

Hmm, agora entendi o que você quis dizer. E na minha opinião "Lealdade" talvez realmente ficasse melhor, mas você quem sabe. Razz

E como o Death disse e eu iria dizer também, não achei erros ortográficos. Não que isso fosse atrapalhar, dependendo da história... Mas de qualquer jeito, nem tem aqueles errinhos acidentais que se cometem na pressa, quer dizer que foi escrito com bastante atenção mesmo e sem correria. xD
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Mensagem por Mickey Ter 07 Ago 2012, 9:01 pm

Diego

Parabéns por esse segundo episódio. Ficou bom mesmo.
Cheio de surpresas e duvidas. Mistérios não faltam.
Realmente essa história tem um ponto muito forte!

Pena é ver um RK cair...
Mas um Beelzebumon acima do normal cheio de Bônus...
Tomara que as lagrimas da rainha estejam certas e que o sacrifício não tenha sido em vão.
Até o próximo companheiro! E boa Criatividade!

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Mensagem por Diego N.L. Dom 12 Ago 2012, 10:49 pm

Death: Obrigado pela presença! Peço desculpas pelo sumiço, tempo anda apertado aqui e a fanfic está descontinuada temporariamente. Contudo, acho que até fim do mês consigo retomá-la, se tudo correr bem!

Gol D. Roger: Pois é, quando penso agora também penso que esse título ficaria melhor... Mas enfim, não estou escrevendo agora justamente por falta de tempo e por não querer escrever correndo... Quando ficar tudo mais calmo por aqui, aí termino!

Mickey: Fico feliz que tenha gostado! Bem vindo de volta, e espero continuar agradando quando continuar escrevendo futuramente.

Abraços
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Mensagem por youkofoxy Sáb 08 Set 2012, 8:01 am

o fanfic é boa, tirando a expressão meio esquisita (muxuxo?) é excelente.
não vejo muitos erros até agora, mas acho que você pode melhorar (especialmente se posta o proximo capitulo)
aguardo o proximo capitulo dessa fanfic.
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Mensagem por Diego N.L. Qui 20 Set 2012, 11:11 pm

Foxy: Fico feliz que tenha gostado. Quanto ao muxoxo, não culpe a mim, e sim a quem criou a palavra! Very Happy

@Todos: Peço desculpas pelo sumiço, o tempo andou apertado por aqui... Enfim, provavelmente o próximo capítulo chega até o final do mês! Para nossa alegria!

Abraços
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Mensagem por Diego N.L. Dom 23 Set 2012, 2:20 am

Finalmente, trago o novo capítulo da história!

Sem mais delongas (antes que arranquem a cabeça do autor lolmor ), eis a continuação da história:

=========================================================================
Capítulo III – Stux

O calabouço era escuro e úmido. A única fonte de iluminação era um pequeno candelabro que havia no corredor, e sua fraca chama não era o bastante para poupar da insanidade qualquer Digimon que se tornasse prisioneiro. Mas não havia Digimons ali. Apenas um grande vulto peludo que estava atirado no chão, e seria facilmente confundido com um carpete velho. Apesar de mal respirar, detestava aquele cheiro envelhecido e decadente que pairava no interior da cela sombria. Há quantos meses ou anos estava ali? Stux não sabia. Apenas sabia que, a cada dia que se passava, sua sanidade lentamente o abandonava. Em breve não se lembraria mais de quem era... Na verdade, mal se lembrava do porquê de ter ido parar naquele fim de mundo! Recordava-se que foi algo relacionado a uma rainha... Sim, a Rainha dos Digimons. A rainha daqueles que ele devia exterminar. Neste momento, ouviu o barulho da porta se abrindo. Quem seria? Não sendo exatamente um ser vivo, ele não precisava de água ou de alimentos... O simples fato de respirar já garantia sua existência. Seria alguém com saudades? Ele riu. Tinha matado todos os Digimons que cruzaram seu caminho. Se dependesse dos órfãos e das viúvas, tal qual a Rainha dissera, ele apodreceria naquela cela até que o Sol se apagasse. Sim, alguém ter vindo vê-lo fez suas memórias instantaneamente voltarem à tona. Parece que não o tinham abandonado, diferente do restante do mundo, afinal...

- Stux... – Chamou uma voz masculina e grave.

O ser abriu os olhos e fechou-os quase instantaneamente, cegado pela forte luz azulada que havia diante das grades de sua cela. Há tempos imemoriáveis estava acostumado à fraca luz do candelabro, e justamente por isso qualquer fonte de iluminação maior que essa bastava para cegá-lo.

- Stux...! – Chamou-o novamente.

Stux abriu os olhos alaranjados, e dessa vez conseguiu visualizar melhor: diante das grades de sua cela, havia um vulto humanoide. Contudo, não parecia ter exatamente uma forma definida. Se tentasse tocá-lo, provavelmente o atravessaria... O computador ENIAC não tinha propriamente um corpo físico. Aquele vulto de luz era uma mera representação que ele usava para se comunicar com os outros.

ENIAC habitava uma dimensão paralela ao Digital World, ou melhor, ele era a dimensão em si. De lá, agia como um computador central que processava as informações do mundo da Rainha. A principal defesa de ENIAC era o fato de que nenhum ser ou objeto formado inteiramente por dados poderia entrar em sua dimensão. Desse modo, se um Digimon tentasse invadi-la, seria automaticamente destruído.

- Stux, levante-se. – Ordenou.

O ser não obedeceu. Fechou novamente os olhos e permaneceu deitado, sem demonstrar qualquer emoção. Um segundo depois, abriu minimamente a boca e negou.

- Por que eu obedeceria a um maldito holograma de merda...? – Sua voz soava semelhante a um rosnado.

Foi interrompido.

- Ele não é um holograma de merda. E também não está sozinho.

A voz feminina e firme fez Stux se sobressaltar. Boquiaberto, fez um esforço para sentar seu corpo colossal no chão de pedra, e encarou a mulher que estava nua ao lado de ENIAC. A Rainha estava visivelmente perturbada, e ficou ainda mais ao ver a expressão de desdém da fera.

- O que faz aqui?

A Rainha adiantou-se um passo, aproximando-se das grades de ferro.

- Receio que terá que me tratar de forma mais respeitosa, como qualquer um que caminha por este mundo.

Stux impacientou-se, mas acatou a ordem.

- O que faz aqui, Sua Majestade?

Ela sorriu.

- Assim está melhor.

Os dois se encararam analiticamente. Passado um instante, a soberana começou a falar.

- Stux... Há muito tempo, foi criado por Selvagens para destruir o Digital World.

Stux riu.

- Insisto na pergunta que fiz naqueles tempos... Por que chama de Selvagens seus próprios semelhantes, humana?

A Rainha ignorou seu questionamento. Dando as costas, começou a caminhar de um lado para o outro em frente à cela, e logo voltou a falar.

- Uma vez capturado, foi condenado pelos crimes de assassinato, invasão de propriedade, desacato aos servos reais, resis...

O ser a interrompeu.

- Ah, cale a boca. Se for listar todos os crimes que cometi, o Sol vai se apagar antes de terminar a lista!

A Rainha enrugou o cenho, incomodada. ENIAC, por sua vez, mostrou-se visivelmente exasperado.

- Não mande a Rainha calar a boca, sua fera maldita. Enquanto estiver neste mundo, deve respeitar a grande soberana!

A mulher balançou a cabeça.

- Tudo bem, ENIAC... Deixe-o falar o que quiser. Afinal, temos coisas mais importantes para discutir neste momento.

O computador calou-se, porém continuou fitando Stux. Desviando o olhar para o chão, o ser murmurou algo de modo quase inaudível.

- Acredite, se dependesse de mim, eu estaria bem longe deste lugar...

Novo momento de silêncio. Com raiva, Stux fixou seus olhos alaranjados nos verdes da Rainha.

- O que quer aqui, além de listar meus crimes? Veio me abençoar com a morte?! Sim, porque a morte é uma benção para alguém que foi condenado a ficar preso nessa cela até que o Sol se apague!

Ela contemplou-o por um momento, hesitante. Não sabia ao certo quais palavras usar... Passados vários minutos, enfim decidiu.

- Vim lhe conceder o Perdão Real.

Stux ficou de queixo caído. Sua boca, que era similar a um rasgão que se destacava em sua face, ficou entreaberta e revelou dentes tortos, afiados e assustadores. Imediatamente pôs-se em pé, com a maior parte de seu corpo humanoide coberta por trapos cinzentos e rasgados. Somente sua cabeça estava visível, grande e com formato oval, onde se destacava um par de orelhas arredondadas no topo. Sua pele, dotada de um tom branco doentio, estava coberta por ralos pelos castanhos. Levou alguns segundos para se recompor, e então sussurrou as últimas palavras da Rainha.

- O Perdão Real...?

Ela assentiu.

- Exatamente.

Aquilo não fazia sentido para a fera. Após tantos massacres que tinha causado, por que receberia o Perdão Real tão repentinamente? Logo deduziu algo, e sorriu.

- Você não está fazendo isso por pena de mim.

Não foi uma pergunta, e sim uma afirmação. Sorrindo diante da sagacidade dele, a Rainha assentiu minimamente.

- Imaginei. E o que você quer de mim, Rainha dos Digimons?
- O que mais eu poderia querer de uma fera assassina? Preciso de seus serviços...

Stux hesitou. Seria aquilo uma brincadeira? Depois de tudo que tinha feito... Até mesmo assassinara um Royal Knight! Por que a soberana estava pedindo ajuda justo a ele?

- Seus cavaleiros não dão conta do recado dessa vez, Rainha? – Palpitou, em um tom cantado que destoava completamente de sua voz animalesca.

Ela não respondeu, somente estreitou os olhos verdes. A fera riu.

- Pudera, aquele Dynasmon era muito fraco. Se todos forem do mesmo nível que ele...!

Nesse momento, a fera soltou um berro de dor. A Rainha estendeu-lhe a mão e cerrou o punho, e esse simples gesto desencadeou uma corrente elétrica que atingiu Stux em cheio.

- Nunca... mais... diga... o nome... dele...!

Ofegante, com o rosto muito corado e lágrimas vindo aos olhos, a rainha se lembrou do honrado cavaleiro que caíra diante daquela besta. A simples menção de seu nome desencadeou uma onda de ódio escaldante, e ela sentiu um súbito desejo de punir Stux com as próprias mãos. O ser urrou de dor, debatendo-se no chão, enquanto seus gritos preencheram o aposento. ENIAC simplesmente observava a cena em silêncio, embora aprovasse interiormente aquela punição física. Passados alguns segundos, a Rainha interrompeu a corrente elétrica e deu as costas, com o corpo inteiro tremendo.

- Vamos, ENIAC. Não tenho mais nada para fazer aqui.

O computador se surpreendeu.

- Mas...
- Vamos. – Ordenou decidida, espiando-o por cima do ombro.

ENIAC sentiu-se muito mal ao ver que lágrimas escorriam de seus belos olhos. Voltando-se para frente mais uma vez, a soberana começou a caminhar, com passos delicados e silenciosos.

- É bobagem negociar com feras... – Sussurrou, mais para si mesma que para o amigo.

Sem se manifestar, ENIAC a seguiu em silêncio. Os dois atravessaram o curto corredor subterrâneo, e ao chegarem ao topo da escadaria que conduzia à saída, ouviram um sussurro fraco, ofegante, e ao mesmo tempo desafiador.

- Achei que precisava de mim...

Com a mão na maçaneta, a Rainha hesitou. Sentiu o rosto esquentar, com um misto de ódio, receio e vergonha envolvendo seu coração. Sua mente, por sua vez, fora dominada pela dúvida. Por longos segundos ficou ali, parada, ouvindo a respiração ofegante de Stux no final do corredor. Lembrando-se de UlforceVeedramon, apertou a maçaneta com força, tremendo. Se mandasse outros Royal Knights para a luta, eles também morreriam. Não havia escolha. Mortalmente quieta, voltou pelo corredor e parou diante da cela de Stux. A fera, com o corpo inteiro tendo espasmos, sorriu para ela.

- Vamos às negociações?

ooo ooo ooo
A noite caiu rapidamente, e apenas a Lua iluminava agora os belos jardins do Palácio Real. Do alto da muralha que cercava a moradia da Rainha, um grande vulto contemplava a imensidão negra a sua frente, completamente imóvel e silencioso.

Stux era um ser humanoide e gigantesco, tão grande que mal podia caminhar pelo topo da muralha. Seu corpo animalesco era musculoso, forte e coberto por uma espessa camada de pelos castanhos, exceto pelo rosto. Nele se destacava sua pele pálida e seus olhos alaranjados, além da fina boca que mais parecia um rasgão. Não trajava mais os trapos velhos de outrora, e sim uma colossal armadura prateada que lhe tinha sido confiscada no dia da prisão. Ao invés de mãos, no final dos braços tinha grandes e afiadas garras, similares às de um urso. Com os braços cruzados, ele contemplava o horizonte, enquanto uma brisa leve batia em seu rosto.

Ao seu lado estava Alphamon, visivelmente descontente com tudo aquilo. Seus olhos purpúreos estavam fixos em Stux, e já fazia longos minutos que apontava a espada para sua cabeça. Finalmente, incomodado, o ser o encarou.

- Há necessidade de ficar me apontando isso?

Alphamon assentiu.

- É lógico. A Rainha pode confiar em você, mas eu não confio, Stux.

O outro deu de ombros.

- Que seja. Que horas vamos partir?
- Quando a Rainha der o sinal. Seguiremos para o sudoeste, onde o inimigo foi visto pela última vez.

Stux continuou contemplando o horizonte, em silêncio. Passado um minuto, fez um súbito questionamento.

- Sente inveja?

Alphamon enrugou o cenho, surpreso.

- Do que está falando?

O ser o encarou, com um sorriso irônico.

- Nem mesmo você, o líder dos Royal Guards, pôde fazer frente ao motoqueiro assassino. Por causa disso, a sua poderosa rainha foi obrigada a soltar a fera que você mesmo prendeu outrora, e implorar de joelhos para ajuda-la a acabar com o inimigo.

O cavaleiro deu um muxoxo de impaciência.

- Cale-se. Deveria agradecer pela generosidade da Rainha em lhe dar uma nova chance de se redimir. Por acaso não sabe o verdadeiro motivo de tê-lo soltado?

Stux ergueu as sobrancelhas.

- Qual seria?
- Ao ser capturado, lembro-me de que você disse que matava Digimons porque não tinha outro objetivo na vida. Existia apenas para isso.

A fera enrugou o cenho, sem entender.

- Exatamente. Fui criado para exterminá-los.
- Então... Se não tem um objetivo na vida, a Rainha concedeu-lhe um: Sirva-a. Faça parte das tropas reais. Ajudando a punir criminosos, pode redimir todos seus pecados do passado, por mais graves que...

Foi interrompido por uma risada de Stux. Mais que uma risada, pois em pouco tempo a fera estava literalmente gargalhando. Suas gargalhadas roucas e animalescas ecoaram pelos jardins desertos, causando arrepios no Royal Knight. Receoso, logo tratou de se manifestar:

- Qual é a graça?

Ainda demorou alguns segundos para Stux se acalmar, e só então explicou.

- Acredita mesmo no que ela disse? É mais inocente do que eu imaginava, Royal Knight!

Alphamon estreitou os olhos e permaneceu encarando o ser, que estava visivelmente se divertindo. Com raiva, logo tratou de pedir esclarecimentos.

- Do que está falando, fera?

Stux deu uma nova risadinha para provoca-lo.

- Pense um pouco... Eu não sou um Digimon, mas fui criado e enviado a este mundo especialmente para exterminar os Digimons. Já o motoqueiro, também não é um Digimon, e também vem matando todos que aparecem na sua frente. Percebe a semelhança?

Alphamon arregalou os olhos.

- Ele também é uma criação dos Selvagens?

Stux deu de ombros e desviou o olhar.

- Deve ser... A questão é a seguinte: tanto ele quanto eu queremos destruir o Digital World, e ambos temos a plena capacidade de fazer isso. Acredita mesmo que a Rainha nos colocaria a lutar um contra o outro simplesmente para me “dar uma nova chance”?

O Royal Knight não respondeu, e a fera o encarou com uma expressão sombria.

- Ela quer que nos matemos. Nada além disso... Não se engane, Royal Knight. A Rainha Digital não é nenhuma santa. Sabe que nenhum de seus guerreiros tem poder o bastante para me matar, então decidiu me jogar na arena contra um oponente que tem essa capacidade. E você me acompanhará para dar o golpe de misericórdia no vencedor. Não foi essa a ordem que recebeu?

Alphamon ficou boquiaberto. Receoso, pensou em negar, mas logo percebeu que era inútil. Stux já tinha descoberto tudo.

- É mais inteligente que parece, fera...

O ser deu de ombros e desviou o olhar mais uma vez.

- Isso era algo óbvio, mas tudo bem. De qualquer forma, eu não tenho um lugar neste mundo... Como uma criatura programada para matar Digimons poderia viver entre eles?

Stux encarou o Royal Knight novamente, sorrindo e expondo seus dentes afiados.

- Matarei o motoqueiro, como me pediram. Assim que eu vencer, você me mata. Ou eu te mato, se ainda tiver forças para isso...

Aquelas palavras perturbaram muito Alphamon. Imaginava Stux como uma fera irracional, mas agora percebia que isso não era exatamente verdade. Engoliu em seco, tenso.

- Fera... Digo, Stux... Você não pode parar de matar Digimons?

O outro enrugou o cenho.

- É claro que não. Estou programado para isso... No momento, meu alvo é o motoqueiro. É apenas por isso que eu ainda não o matei, Alphamon.

O Royal Knight exaltou-se.

- Se é assim, que garantia temos de que não se voltará contra nós?! Que garantia nós temos de que não se aliará ao motoqueiro?! Ele nem mesmo é um Digimon, para você desejar matá-lo!

Stux exasperou-se. Escolhendo bem as palavras, lentamente começou a falar.

- Certamente, eu e ele temos origens semelhantes... Contudo, de acordo com as informações que a Rainha me passou, ele possui algo que não tenho...

Alphamon ergueu as sobrancelhas.

- E o que seria isso?

Pela primeira vez na vida, Stux demonstrou alguma tristeza. Seus olhos se perderam na imensidão negra diante da muralha, e ficou visível o ressentimento que se apoderou de seu corpo. Tal reação encheu o cavaleiro de pena, e quando a fera falou, sua voz saiu como um rosnado baixo e entristecido.

- Livre arbítrio. Ele teve a escolha de não se tornar o que é hoje... E, mesmo assim, decidiu virar um assassino.

Uma nova expressão surgiu no rosto da fera, e Alphamon demorou um pouco para perceber que era o mais puro desprezo.

- É por isso que eu vou mata-lo, Royal Knight. Não é por você, por sua Rainha ou por seu mundo. É por mim. Descontarei nele todo ressentimento que cresceu em meu peito ao longo desses anos. E, quando eu terminar o serviço, você será o próximo...

Perturbado, o cavaleiro desviou o olhar.

- Então nós somos apenas inimigos que têm um inimigo em comum. É isso que quer dizer, Stux?

A fera sorriu.

- Fico feliz que tenha entendido tão rápido.

Alphamon também sorriu. Nesse momento, o sino de uma das torres mais altas tocou, anunciando que era hora de partir. Sem hesitar, Stux saltou do alto da muralha e causou um estrondo ao aterrissar no chão frágil. O Royal Knight, por sua vez, levantou voo e olhou para a torre na qual o sino tocava. Lá, claramente visível através da pequena janela oval, estava a Rainha Digital. Sorria para ele, esperançosa. O digimon retribuiu seu gesto e acenou, dando as costas. Encarando a escuridão negra, começou a seguir Stux, que parecia estar em um êxtase selvagem atrás de sua presa. Alphamon engoliu em seco. Temia muito o combate sangrento que viria a presenciar.
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Espero que tenham gostado! Em breve virá o capítulo final - "A Fera e o Demônio".

Até breve! Cool
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Mensagem por Gol D. Roger Sáb 29 Set 2012, 6:57 am

Ae porra \o/ Ae porra!! Emundans voltou!!

Capítulo muito bom! 8D Escrita 100% perfeita como sempre. A história continua super realista e profunda, estou ansioso pra ver o final!

Selvagens = Wild Bunch? Só pensei nisso o tempo todo. =P
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Mensagem por Mickey Seg 08 Out 2012, 10:35 am

Glup!

@Diego

Rapaz... cada episódio dessa história me deixa curioso para saber como será o próximo.
Muito bem montada e muito bem elaborada.

Realmente está muito boa! E vale apena aguardar os próximos episódios!

Agora me pergunto... que luta há de acontecer... E se posso me cativar com os personagens...

Já que você deixa claro que não é uma história muito alegre...

Bom! É isso... aguardando ansioso o próximo!

BOA CRIATIVIDADE!
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Mensagem por Carlos Damasceno Qua 10 Out 2012, 5:25 pm

Olá, Daniel. Como você está? Espero que bem. Parabéns, você acabou de conquistar um leitor novo! Palmas...

Devo dizer que gostei muito do primeiro capítulo. Foi bem curto, mas já dei uma olhadela nos outros e vi que são muito maiores. A estória é vibrante, aterrorizante e - por que não? - muito divertida! Você tem ouro nas mãos.

Quanto à gramática, não vi erro algum. Muito bem. Só os outros autores sabem o quanto sou chato com isso. Mas aqui e ali, você não deu espaços entre os parágrafos (incluo aqui, as falas). Sugiro que, antes de postar, dê uma pré-visualizada no texto.

De qualquer forma, meus parabéns. Você é muito bom. Em breve, lerei os capítulos 2 e 3. Se cuide, Daniel. Até.
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Mensagem por Diego N.L. Sáb 13 Out 2012, 5:14 am

Bem... O "breve" não está sendo tão breve assim, mas logo mais devo finalizar o último capítulo. O tempo não colaborou neste mês, mas agora a situação se acalmou aqui!

@Gol D. Roger: Fico feliz que continue achando a história tão boa. Sobre os selvagens, a origem e os objetivos deles serão esclarecidos em uma fanfic futura! Cool

@Mickey: Relaxa, mesmo quando ela terminar ainda ficará curioso por causa das pontas soltas Razz Ainda teremos seis ou sete fanfics pela frente, e só então a história deste Digital World vai estar oficialmente finalizada... Ou seja, não verá tudo antes do fim do mundo em 22/12. Razz

Carlos Damasceno: Obrigado pela presença! Que bom que estou agradando, espero que aprecie também os capítulos seguintes e comente-os! =)
Quanto aos espaços entre parágrafos, onde exatamente faltou? Reli o primeiro capítulo e não encontrei... A não ser que esteja se referindo a momentos em que ocorrem duas falas seguidas, como aqui:

- Eu quero começar a ser ouvido! Você nunca dá ouvidos ao que...
- Neemon, fica quieto! – Sussurrou ela.

Se for o caso, é proposital! Questão de gosto mesmo, não falho linha durante diálogos.

Até breve! (agora é breve mesmo)
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Mensagem por Carlos Damasceno Qui 18 Out 2012, 2:19 pm

Olá, Diego. Como você está? Espero que bem. Acabei de ler o segundo capítulo e confesso estar vidrado no eu texto.

Envolvente, misterioso, sombrio e alucinante. Acho que essas são umas das várias qualidade de seu texto. Geralmente, quando leio algo, sempre tem algum detalhe a corrigir. Mas você me calou.

De qualquer forma, te desejo muita sorte e sucesso. Logo logo, lerei o terceiro capítulo. Se cuide. Até.
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