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Digimon Fate

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Digimon Fate - Página 3 Empty Re: Digimon Fate

Mensagem por Leonardo Polli Seg 07 Nov 2011, 3:05 pm

@Rikaru: Se eu realmente quisesse dizer que a primeira saga tem 100+ capítulos, eu teria colocado a palavra "cada". Desculpe se houve algum mal entendido, eu não levo isso como um, mas sim como crítica, o que é algo bom e me faz crescer \o Cada saga da Fate entra personagens novos, alguns ficam para o grupo de protagonistas, outros ficam somente naquela saga e talvez dão uma aparição mais tarde. A linha oficial do Dracmon é, Dracmon, Sangloupmon (que aparecerá no capítulo 09), Matadrmon (que aparece no já visto 04 e no 06) e GranDracmon.

Me desculpe se houveram mal entendidos rs. Espero que continue apreciando a história. Abraços.


Leonardo Polli
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Digimon Fate - Página 3 Empty Re: Digimon Fate

Mensagem por Rikaru Muzai Seg 07 Nov 2011, 3:19 pm

Eu imaginei isso do cada também Leo, mas é que o "com" me confundiu, é isso que eu quis dizer. rsrs Mas não se preocupe, agora está tudo claro, apenas peço que tente não escrever de um modo que possa haver outro mal entendido. xD Ah, eu gostei da linha do Dracumon, apesar de eu ter feito uma outra para ele há um bom tempo:

Dracumon > Devidramon > Vamdemon > GrandDracumon - Devimon as Slide Evolution of Devidramon, NeoDevimon as Slide Evolution of Vamdemon and Mephismon as Slide Evolution of Vamdemon evolving from Devidramon and being able to evolve to Galfmon as well as to GrandDracumon

Porque eu coloquei Vamdemon, NeoDevimon e Mephismon como possíveis Kanzentai para ele? Porque o GrandDracumon, após eu examiná-lo, mostrou ter semelhanças com os três, então poderia até ser uma Jogress Evolution ou DigiXros dos três. Sei que ficou estranho, mas eu até que gostei, apesar de a sua linha também ser bem coerente. ;D

Claro que irei continuar apreciando a sua história, eu adoro ela, já tive diversas emoções ao lê-la e espero por muito mais. \o
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Digimon Fate - Página 3 Empty Re: Digimon Fate

Mensagem por Leonardo Polli Sáb 12 Nov 2011, 12:19 pm



Saga 01 - Em Busca do Desconhecido
Capítulo 05 - Sin City


Os raios de sol estavam se cessando, pouco a pouco. O clima ficou ameno, e um leve ventinho pairou sobre aquela auto-estrada, que levantava poeira toda vez que os pneus do carro onde o grupo estava tocavam-no. O calor foi sendo substituído pela brisa que chegava, e o céu foi ficando nublado. Tudo indicava que aquele não seria um bom dia. O cenário ao lado do carro era pouco visível devido a poeira alta, mas dava-se para perceber que consistia em um longo deserto de areia quase branca, com várias formações rochosas, alguns cactos e vários tipos de animais, tal como escorpiões, lagartos, etc.

Mesmo assim, o ânimo do grupo dentro do automóvel negro estava um tanto alto, com exceção de Benjamin. O rapaz de cabelos ondulados estava com sua cabeça sobre os braços cruzados, que se encontravam sobre o vidro abaixado do carro. A notícia de que iam ficar um pouco em Las Vegas tinha sido interessante para ele, mas isso fora temporário. As lembranças da invasão na Area 51 vinham à sua mente, o que deixava-o mais preocupado ainda.

- Dee... Por quê?

-... Também não entendo. Você me contou que ela te atacou, sem explicação alguma, e que ela disse que estava atrás do pendrive. Não há lógica nisso.

Grim estava atento ao volante quando Fate contou a ele sobre o ataque surpresa de Melodee e Renamon. De começo, ficara assustado. Commandramon também se assustou, pois pensava que ambas estavam mortas, pois tinha sido o que tinha acontecido. Mas, não; segundo Fate, tudo havia sido um disfarce, uma farsa, para esconder algo de grande valia. Algo que Benjamin não sabia explicar direito. A única hipótese que o trio levantou foi que ela estava sendo controlada por Vion, ou por outra pessoa na Area 51. Mas, por quê? Por que alguém que protegia o pendrive iria fazer uma outra pessoa pegar o objeto para ela? Algo muito sem nexo.

O pendrive. Fate lembrou-se dele. Se arriscar e arriscar a vida dos outros por causa de um mero objeto, que continha algumas informações secretas. Sua vida inteira possuiu apenas uma meta: obter o pendrive. Pendrive. Aquela palavra soava em sua mente e latejava todas as partes dela, provocando mais lembranças em seu pensamento. Lembranças de seu avô, um homem inteligente e engraçado, como ele. Era um homem que amava muito o que fazia, e daria até a vida por causa do pendrive. Era algo muito valioso para ele e, para honrar a morte de seu avô, e cumprir com a sua palavra, Fate ia até os confins da Terra atrás desse objeto. Mesmo que isso lhe custasse sua vida.

O tempo passava rápido. Tão rápido que Commandramon estava caído no banco traseiro antes mesmo que Benjamin levantasse com leveza a janela do carro do banco de carona. Sobraram acordados somente os dois humanos, Joshua e Benjamin. O japonês tinha dito que iria dirigir até o final da "viagem", pois Fate estava muito debilitado para ir ao volante, e tinha que descansar um pouco. Mas, de fato, ele não queria descansar; queria ir atrás de sua irmã. Mesmo que ela xingasse-o e tentasse matá-lo. Afinal, ela era a sua única família.

Já eram quase onze horas da manhã. O horário do almoço estava chegando. Isso deixava os dois amigos preocupadíssimos, pois estavam morrendo de fome. Mas, tinham que se preocupar em se esconder primeiramente, pois nada adianta comer quando se está morto. A felicidade ia se estampando nas faces humanas com um sorriso largo, ao verem que estruturas urbanas iam surgindo, ao longe. Prédios indicavam que o carro estava se aproximando de Las Vegas, próximo ponto de parada do grupo.

Fate, com um sorriso largo, olhou para o pequeno e tecnológico rádio do carro, que indicava o seguinte horário: 11h00min.

- São onze horas, Grim. - informou o homem forte, clicando em alguns botões pequenos do rádio. - Em quanto tempo acha que chegaremos lá?

- Não se preocupe com o bife, Fate. - sorriso estampado, Grim brincava com o amigo. - Ele estará quentinho na hora do almoço.

- Entendo. - respondeu calmamente Benjamin, roçando seu queixo.

Um silêncio pairou no ar. Os amigos não se comunicavam muito bem pessoalmente, por fatos do passado, ou por Fate ser muito tonto mesmo, o que Grim não suportava em sua personalidade. Com a "missão" na sua mente, Grim decidiu ficar quieto, porém seu amigo fez o contrário.

- Acha que eles vão vir atrás de nós? - indagou, se referindo aos agentes da SWAT e os particulares da Area 51.

- Eles estão atrás de nós!

Fate ainda não havia caído na real. Eles invadiram a Area 51, o local mais misterioso de todo o mundo, para roubar o pendrive pertencente ao avô de Benjamin, o objeto mais cobiçado do mundo naquela época. Sim, eles saíram de lá sem o objeto; mas, mesmo assim, invadiram a base militar. Nenhuma pessoa poderia adentrar nas localidades da Area 51 sem a permissão direta do governo americano. Uma invasão era considerada como crime, que devia ser pago por uma pena de mais de trinta anos de prisão, ou multas caríssimas - que, conseqüentemente, nenhum americano pobre teria condições para pagar. Aquilo não era um jogo e, como Grim deduzira, os homens da SWAT, presentes no local no horário da invasão, e os agentes subordinados ao Comandante Jefferson Violentblade, que ficavam na própria Area 51 estavam atrás deles, juntamente com seus parceiros digimons. Fate não se lembrava disso, devido a sua mente estar muito confusa no momento.

Após a rápida saída do grupo - que estava no veículo - da Area 51, vários homens montados em monstros digitais os seguiam, pela auto-estrada. Passando-se pouco mais de uma hora após o início da fuga, o grupo havia despistado os agentes. Agradeceram - exceto Fate, que levou elogios à lógica - a Deus por terem saído dessa enrascada vivos.

De fato, nada eles podiam fazer, a não ser continuar adiante na auto-estrada. A leve brisa que passava pelo rosto de Joshua Kasagrim deixava-o sem preocupações alheias; sua atenção estava voltada somente à chegada deles em Las Vegas, que estava se aproximando cada vez mais.

----------------------------------------

Depois de algum tempo, o carro foi diminuindo sua velocidade. Grim percebera que haviam acabado de chegar ao seu destino; a cidade de Las Vegas. Pararam o carro, antes de entrarem numa rotatória, que levava a várias direções (auto-estradas), inclusive à cidade. Curiosamente, no centro da rotatória, havia uma espécie de local decorativo, com flores e tudo mais. O que mais chamava a atenção era uma inusitada decoração, que de começo assustou Grim - mas, após poucos segundos, ele pensou que combinava com o lugar.

Consistia na figura de um demônio humanóide, feita de pedra talhada. Tal figura possuía na mão direita um tridente na vertical, e a mão esquerda exercendo a função mecânica de aceno aos que chegavam ali. Sua cabeça possuía uma boca sorridente, olhos grandiosos e três chifres e duras orelhas pontudas. Do rabo pontiagudo saía um pequeno jato d'água, que atingia um pequeno painel - semelhante aos de estádios de futebol, mas num tamanho menor - acima da cabeça da figura. Tal processo fazia com que o painel se mantivesse energizado, surgindo assim as palavras Welcome to the Sin City, where sinners are winners! de boas-vindas.

Fate olhou de relance para o lado, pois estava meio que escorado na porta ao seu lado, e viu a face surpresa - e assustada - de Grim.

- Você não viu nada ainda.

- E espero não ver. - retrucou o japonês, com a mesma face.

Joshua deu partida no carro, roncando o motor. O barulho de engasgo foi tão alto que conseguiu despertar os dois digimons dormentes no banco de trás. Falcomon levantou suavemente, esfregando seus olhos, sem resmungos e sem esboçar nenhuma raiva; ao contrário de Commandramon, que disparou ofensas a todos que estavam no automóvel, menos ao próprio culpado - o carro.

Isso estava sendo muito estranho para o homem de feições orientais, o que o levou a acreditar que o automóvel havia acabado de perder o seu motor. Um cheiro estranho veio às suas narinas, o que confirmou a sua dúvida. Olhou com uma cara de sensatez para o amigo humano, indicando que algo devia ser feito. Fate, como estava um tanto cansado, pediu para que ele fosse averiguar a situação do motor do automóvel - logicamente, explicando a sua situação. Grim relutou instantaneamente, mas lembrou que não havia tempo a perder. Então, contra sua vontade, abriu a porta do carro, e desceu.

Locomoveu-se lentamente até o capô do carro negro, retirou a haste que prendia o capô e levantou-o, sem nenhum mínimo de cuidado. O resultado foi: o motor fundiu na sua cara, que ficou toda cheia de graxa. Dentro do carro, Fate analisava a cena, rindo pela burrice do amigo. Falcomon e Commandramon não se agüentaram e quase se matavam de tanto rir; afinal, qualquer um no lugar deles riria.

Com a mão esquerda levantada, segurando o capô, após a "burrice" precisa, Grim usava sua mão direita para limpar seu rosto, todo sujo de graxa.

- Ótimo. - abaixou o capô com tudo, depois de ter limpado sua face com as mãos limpas, que agora estavam sujas. Com cara de sonso, ele acabara de descobrir o que havia acontecido. - Fundiu o motor.

- Eu sei. - aos risos, Benjamin respondeu alto e claro ao amigo, que estava quase explodindo de raiva.

Joshua Kasagrim voltou para dentro do automóvel, abrindo a porta em que acabara de sair. Sentou-se no confortável banco de couro, levou as mãos sujas ao volante - o que o fez ser xingado por Fate - e olhou para frente. Tentou dar partida mais uma vez, mas o carro não ligou. Mais uma, e o resultado foi o mesmo. Como Fate pensara, seu amigo Grim não entendia nada sobre mecânica automotiva. É nessas horas que cursos são bons...

Commandramon disparou mais ofensas a Grim, chamando-o de "abre os olhos", "burro do leste" e "macaco quebrado". O japonês devolveu o que a fome não faz nos digimons?, sabendo o real motivo pelo estado emotivo do digimon escamoso. Falcomon, por outro lado, permanecia calado, apenas observando a situação. Aparentemente, ninguém sabia a saída daquele problema. Mas, entre mortos e feridos, sempre há um sobrevivente.

- Podíamos deixar o carro aqui, e irmos andando a pé. À noite voltamos aqui com um mecânico. - opinou o falcão, oferecendo sua sugestão. - O que acham?

- Se um dia você se candidatar a presidente, Falcomon, pode contar com meu voto. - comentou Grim sorrindo, fugindo totalmente da idéia da conversa.

- Não importa se formos de carro, andando, voando, nadando, rolando, mas se chegarmos a comida, eu topo. - Commandramon ficou feliz com a idéia, contudo pensava mais em enxer sua barriga do que nos amigos.

- E você, F...

O barulho da porta batendo praticamente em sua cara fez com que Falcomon entendesse que aquilo fosse um sim vindo de seu parceiro humano, Benjamin McFate. Sendo assim, Joshua Kasagrim recolheu seus pertences mais valiosos - tais como carteira, relógio - e saiu do carro, sendo seguido por Falcomon e Commandramon - afinal, havia somente duas portas no carro.

Havia vários carros buzinando uns para os outros, posicionados em fileiras distantes e indianas, ocupando todas as outras auto-estradas. A única "vazia" era a que o automóvel negro de Fate estava estacionado - a auto-estrada 66, que levava a Area 51. Por razões de segurança ou de lógica, eram vistos poucos carros indo e vindo naquela pista, a não ser um automóvel militar. Os carros circundavam a rotatória e seguiam para Las Vegas em sua maioria, ou passavam para as outras pistas, mas sempre evitando a 66.

O grupo começou a caminhar lentamente, na direção norte, rumo à cidade de Las Vegas. Fate, ao passar ao lado da figura diabólica, olhou de relance para o lado, fitando os olhos profundos do demônio talhado. Em sua impressão, os olhos estavam voltados para ele naquele momento. Mas, como, se a cabeça não era mecanizada? Como algo de pedra tomaria vida num piscar de olhos? Ele pensou que era apenas ilusão de ótica, pois sua visão ainda estava um pouco atordoada, devido à madrugada extensa e cansativa.

A cabeça do demônio voltou sua atenção para frente, na direção sul, no sentido da auto-estrada 66.

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- Isso é Las Vegas? - indagou o homem japonês, a seu amigo humano, estranhando o silêncio da cidade.

- Sim. A cidade fica praticamente morta de manhã e à tarde. - respondeu Fate, com os braços cruzados.

Os dois andavam lado a lado, enquanto Falcomon e Commandramon vinham logo atrás, olhando para os gigantescos prédios e arquiteturas magníficas. O digimon escamoso havia feito uma visita a cidade há muito tempo atrás, quando tinha dez anos. Já o falcão viera várias vezes com seu parceiro, embora em sua última visita ele tivesse dezoito anos. Ele e Fate conheciam a cidade bem mais do que Grim e Commandramon, embora não conhecessem ninguém que habitasse lá.

Faziam mais ou menos dez minutos que os quatro fugitivos haviam adentrado na cidade de Las Vegas. Estavam procurando um hotel para passarem o resto do dia, descansar um pouco, tomarem um banho e se alimentarem; afinal, estavam todos exaustos. Com a ajuda da dupla de digimons, vasculhavam uma das principais ruas da cidade, quando se tratava de hotéis. Mas, apesar da enorme quantidade de casas de hospedagem, era difícil achar uma que pudesse ser paga com a pouca quantia de dinheiro que Grim possuía no momento.

Fate já não agüentava mais aquele uniforme da SWAT. Estava muito calor, o que fez com que ele suasse muito, sem contar que a roupa era um tanto pesada. Não via a hora de pegar qualquer trapo que encontrasse pela rua e colocar em seu corpo, para poder jogar fora o uniforme negro.

Cada carro que passava em alta velocidade naquela rua diminuía sua velocidade para ver o grupo que andava na calçada. O que mais chamava a atenção dos passageiros dos veículos era Fate, e queriam saber o porquê de um homem estar vestido com um uniforme da SWAT, naquela hora. Primeiramente que, Las Vegas não precisava da SWAT - possuía seu próprio sistema de policiamento; e, em outro caso, era loucura estar com um uniforme negro com o calor que estava fazendo - passava da faixa dos 36ºC.

Mas, de fato, isso não desviou a atenção dos quatro de procurarem um local para ficar. Já haviam andando um bocado daquela rua, e não achavam pelo menos um hotel que fosse barato.

Até que, atenciosamente, Falcomon olhou para o alto e, com olhos suplicantes, encontrara uma placa, suspensa por duas hastes, que saía de uma casa simples de dois andares.

- Graças a Deus... Hotel Paraíso das Esperanças, onde fugir da vida não é uma opção.

- Até que enfim, encontramos... - comentou Fate, exausto e arfante. - Vamos entrar?

Commandramon e Joshua Kasagrim responderam positivamente, enquanto seguiam Falcomon e Fate, adentrando no estabelecimento.

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Suas faces se assustaram. Seus olhos se esbugalharam, suas bocas se abriram e seus semblantes brilharam. A casa de dois andares, que era simples por fora, em seu interior era totalmente o contrário. Estava mais para uma casa de ricos do que um simples hotel. A decoração da recepção era simplesmente magnífica, com paredes cobertas por um papel de parede azul, com figuras de estrelas brancas, que brilhavam. O chão, coberto por um carpete laranja, fofo e macio, fazia com que qualquer um que pisasse ali se sentisse nas nuvens. O teto chapiscado numa cor branca sustentava todo aquele térreo, pendendo algumas lamparinas de lâmpadas fluorescentes, iluminando completamente o local.

Havia alguns sofás de couro marrom ao fundo do lugar, com pequenas mesinhas ao lado, sustentando alguns vasos de flores vívidas. À direita do lugar, havia duas portas mecânicas, que eram elevadores. Próximo aos sofás, uma escada; ao centro do térreo, uma grande mesa redonda, com uma espécie de holograma, que continha vários prédios e estruturas estranhas - no pensamento de Grim, era o holograma da cidade. À esquerda do local, havia uma espécie de balcão de madeira clara, havendo sobre esta alguns papéis, pequenas estatuetas e flores. Por detrás do balcão, havia um homem de idade avançada - devia beirar os cinqüenta anos -, que trajava um simples smoking negro, possuía cabelos brancos penteados formalmente, barba feita e olhos castanhos.

Tal homem estava dando atenção ao monitor do computador que estava à sua frente, que ficava em cima de uma pequena mesinha atrás do balcão. Teclava astutamente, enquanto seus olhos brilhavam.

A entrada de Fate e dos outros lhe assustou um pouco, fazendo com que ele parasse de teclar e voltasse sua atenção aos visitantes, que se dirigiram até o balcão.

- Olá. - recebeu-lhes com uma saudação composta de um sorriso exuberante e uma face alegre. - Sejam bem-vindos ao hotel Paraíso das Esperanças, um dos mais famigerados hotéis de Las Vegas.- tirou suas mãos que estavam entrelaçadas de trás do seu corpo e colocou-as à frente dele, estralando seus dedos. - Em que posso ajudá-los?

- Hum, queríamos um quarto simples, que não custasse muito caro. - de início, Grim pensara que ia gastar pouco quando analisara a decoração externa do hotel, mas sua opinião foi mudada após a entrada deles no local.

- Tenho certeza absoluta que não vai sair mais caro que essa foice, meu caro. - comentou o homem, se referindo a arma que Joshua pusera encaixada em suas costas, inclinadamente, numa alça. O japonês ficou sem reação. - De qualquer forma, temos um quarto livre sim. - isso fez com que os olhos de Fate e Commandramon brilhassem pois, de fato, os hotéis de Las Vegas, naquela hora, deviam estar totalmente lotados. - Vai sair mais ou menos quinhentos dólares, se forem ficar somente hoje.

- O QUÊ!!? Tudo isso... ? - Fate se assustou com o tanto que teriam que pagar.

- Deus... Tudo bem, eu pago. Afinal, é a única coisa que podemos fazer mesmo...

Sem hesitações, Grim meteu sua mão direita num dos bolsos de sua calça skinny, e retirou de lá uma carteira de couro negro. Abrindo-a, vasculhou por alguns segundos e, após isso, encontrou algumas notas verde-escuras. Folheou-as durante algum tempo, e entregou o necessário para o homem de cabelos brancos, que ficou com um olhar sereno enquanto recolhia o dinheiro e, em troca, entregava-lhes uma chave prateada, com um selo branco, portando os números 18, em uma tipografia um tanto curiosa.

Grim guardou a chave no mesmo bolso em que guardara a carteira, após o pagamento da hospedagem. Fate e Falcomon já iam se direcionando ao elevador que levava aos andares de cima, enquanto Commandramon esperava seu parceiro ao seu lado. O velho voltou a digitar no teclado do computador, mas deu uma última parada para falar com o japonês.

- O quarto 18 fica no primeiro andar, na ala leste. É um dos quartos mais privilegiados desse andar, então lhes desejo um bom descanso. Se quiserem roupas, podem encontrar no armário do quarto e no do banheiro, e se precisarem de comida, é só ligarem para a recepção que, dentro de alguns minutos, ela será entregue. Caso precisem de algo a mais, é só dar um toque, que um dos nossos empregados vai até vocês. Boa tarde!

Joshua Kasagrim agradeceu ao recepcionista por tudo o que ele havia feito a eles até o momento, por ter sido tão gentil na recepção. Fate apertara o botão ao lado do elevador que levava ao primeiro andar, e aguardava a chegada do mesmo ao térreo, ao lado de seu companheiro digimon, Falcomon. Grim foi até eles, juntamente com Commandramon e, quando os alcançaram, a porta mecânica se abriu. As duas duplas adentraram no elevador, sendo Fate o último. Enquanto este entrava, o velho recepcionista olhava as costas de seu uniforme negro.

A porta do elevador se fechou, e um barulho mecânico indicava que o elevador estava subindo. O recepcionista estava um tanto curioso.

- SWAT... O que eles estão fazendo aqui, em Las Vegas?

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A maçaneta da porta inclinou-se numa curvatura de aproximadamente 40º, no sentido anti-horário, provocando um baixo rangido, enquanto estava sendo empurrada. Assim, um por um adentrou no quarto 18, ficando maravilhados com a decoração - que era menos impressionante que a da recepção. As paredes eram pintadas com um bege meio acinzentado, o teto era um bege mais claro, havendo uma lamparina com luz amarela ao centro, e o chão era feito com um carpete de madeira. Sobre o chão, um tapete longo e limpo cobria boa parte do quarto.

Ao fundo, havia duas camas de solteiro, arrumadas com lençóis e travesseiros brancos e límpidos. Atrás disso, havia uma janela, que estava fechada, mostrando as claras nuvens e o céu azul. Pequenas cabeceiras marrons ficavam ao lado das mesas, que sustentavam um relógio, um telefone e o controle remoto da televisão, que se encontrava na parte oeste do quarto. Paralelamente a porta de entrada, a leste, havia uma porta, e a oeste outra. Uma levava ao banheiro, e a outra a uma sala que, geralmente, ficava vazia.

- D-D-Deus...

Falcomon não agüentou, e de seus olhos começaram a escorrer lágrimas. Não eram lágrimas de tristeza, nem de outra coisa; mas, sim, de felicidade. Com todas suas forças, ele saiu correndo e pulou na cama da esquerda, caindo de boca nela. Não sentiu dor alguma, pois, de fato, a cama era macia. Commandramon correu para o telefone, Fate para o banheiro e Grim fechou a porta por onde entraram, olhando os outros três bobos se matando pra conseguir o que mais queriam naquela hora. Deixou sua foice encostada na mesma parede da televisão, e ficou de pé, pensando no que faria logo em seguida.

Realmente, nada chegava a sua cabeça. As preocupações dele eram resgatar Melodee, a tão amada irmã de seu grande amigo, e recuperar o pendrive, o motivo de todo aquele inferno que iniciaram. Mas, uma que ainda mais lhe instigava era a deles estarem sendo perseguidos. Porém, por outro lado, não havia mais indícios de que algum agente da SWAT ou da Area 51 estaria perseguindo-os, pois não haviam visto nenhum quando chegaram na cidade de Las Vegas. Mas, de fato, era bom estar cauteloso sempre.

Falcomon havia caído no sono. Afinal, sua noite anterior não tinha sido nada fácil; portanto, o descanso era merecido. Commandramon, por outro lado, tinha acabado de se distanciar do telefone, e havia deitado na cama da direita. Estava um tanto cansado também, mas a fome falara mais alto, e ele pedira várias porções deliciosas. Agora, era só esperar.

Grim se direcionou para a cama onde Commandramon estava deitado, mas não antes de passar perto da mesinha e pegar o controle remoto. Sentou-se na cama macia, deu uma espreguiçada, respirou fundo e ligou a televisão. Por sorte ou por azar, o canal que aparecera era o de notícias do dia.

Canal 9:

Uma mulher loira sentava-se atrás de uma mesa metálica e prateada, vestindo-se com uma roupa de apresentadora, que consistia numa espécie de smoking verde royal. Seus cabelos eram lisos e perfumados, e possuía olhos azuis. Aparentemente, ela estava preocupada com alguma coisa, pois olhava para a câmera com olhares um tanto assustados, mas com uma serenidade confiante.

Começou, de repente, a transmitir uma notícia que atiçou os ouvidos de Grim.

- Notícia urgente, saindo do forno! - imagens de um local conhecido pelo japonês começavam a aparecer na tela. – Nesta madrugada, a Area 51, um dos lugares mais misteriosos e secretos do mundo, foi invadida por um grupo de três humanos e três digimons. Aparentemente, todos estavam juntos, mas, felizmente, uma das três duplas foi capturada com vida. Os integrantes são uma jovem menina ruiva, de aparentemente quinze anos de idade, e uma Pokomon. Elas estão em bom estado e passam bem, segundo as fontes da notícia. - enquanto a mulher expelia as palavras, imagens do prédio principal explodindo, guardas correndo e digimons voando apareciam.

A mulher parou um pouco para respirar, pois estava falando tão rápido que estava quase explodindo. Sua mente estava um tanto confusa, porque em seu pensamento, o que havia ocorrido era impossível. Alguém se infiltrar na Area 51 sem permissão, e ainda matar centenas de soldados e agentes da SWAT, e ainda escapar com vida? Não eram humanos normais aqueles que andavam com os digimons fugitivos.

- Os outros quatro conseguiram escapar com vida, e agora a SWAT e os homens da Area 51 estão espalhados pelos estados nos arredores e nas pequenas cidades nas proximidades de Las Vegas, à procura dos fugitivos. Ainda não temos as verdadeiras identidades dos culpados, e não sabemos o porquê ou por qual motivo louco eles teriam invadido o lugar. Apenas sabemos que eles entraram na Area 51, mataram mais de quinhentos agentes e fugiram praticamente ilesos... Mais informações, na próxima sessão do jornal, às sete horas da noite.

As imagens da Area 51 sumiram, e outras imagens apareceram ao lado da bela moça. Agora ela estava um tanto sorridente e alegre, pois a notícia que estava por vir era um tanto inusitada.

- Agora, vamos falar da notícia mais quente do momento; um bando de Chuumons tentaram invadir uma delegacia policial...

Grim apertou o botãozinho vermelho do controle remoto, desligando a televisão. Com a cabeça baixa, se sentia arrependido. Arrependido por ter deixado sua casa, sua família, e de ter ido com Fate e Falcomon, para pegar o pendrive. Estava sendo um inferno desde que entraram nessa "missão"... Mas, ele tinha seus motivos, assim como Fate. Motivos que eram importantes demais para ele, pois daria até sua vida para que seu objetivo pudesse ser cumprido. Ele não podia vacilar... Não podia. Se vacilasse, perderia algo que ama muito em sua vida...

Começou a chorar. Lágrimas de serenidade caíam de seus olhos orientais. Lágrimas de tristeza, tristeza de se lembrar do motivo daquela missão. Commandramon, fingindo que dormia, sentia as lágrimas de seu parceiro humano. Pelo mesmo motivo, estava lado a lado de Grim desde o começo, pois também não queria falhar. Sua determinação não o deixaria.

O japonês escutou um barulho e, rapidamente, enxugou os olhos, curvando seu pescoço para trás, em seguida. Viu Fate, que acabara de sair do banho rápido, segurando uma regata preta com a mão direita, e secando os cabelos longos e ondulados com a esquerda. Estava com uma calça cargo bege, com um cinto negro - que, curiosamente, vinha com um coldre duplo, onde estavam colocadas as Twin Blasters - e tênis modernos brancos. Colocou a regata cuidadosamente, que ficou agarradinha em seu corpo; logo em seguida, colocou uma corrente por cima, que chegava até a região final de seu peito. Respirou fundo, fechou os olhos e abaixou a cabeça, começando a pensar dali pra frente, como Grim.

-... É melhor descansarmos agora. Pensamos no que vamos fazer mais tarde.

- É, é melhor...

Grim não queria contar a Fate o que vira na televisão, pois poderia chocar o amigo de algum jeito. De qualquer forma, Fate se direcionou a cama onde Falcomon estava, e deitou-se, ao lado do digimon falcão, e Joshua deitara-se ao lado de Commandramon. Não demorou muito para que três dos que estavam ali pegassem no sono; por outro lado, Commandramon estava esperando a comida até aquele momento. Iria matar sua fome antes de dormir, logicamente.

Alguns minutos se passaram e, como esperado, Commandramon não resistiu. A canseira venceu a fome, e ele logo pegou no sono. Afinal, nada adiantava esperar, se nunca chegava mesmo.

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Sentia-se sozinho. Sozinho, sem amigos ou familiares por perto. Sem ninguém. Estava tão frio. A leve brisa que passava queimando em seus braços deixava toda aquela situação tensa com um clima de deserto. Mas, não era um deserto. Por mais que tudo estivesse escuro, a forte lua iluminava aquele terraço, onde se encontravam duas figuras humanas.

Grim realmente não estava entendendo nada. Nenhuma explicação surgira da boca da outra pessoa, o que o deixou mais aflito. Seu coração pulava mais rápido e mais rápido a todo instante, o que dificultava sua respiração. Era praticamente impossível ver o rosto da outra pessoa - estava encoberto. Mas, de fato, era familiar... Grim só não lembrava quem podia ser.

- Me diga, onde ele está. - perguntou uma voz um pouco grossa e misturada com uma leveza pura, o que realmente impossibilitava a descoberta da pessoa.

- E-Eu já disse, não sei! - o japonês, aflito, respondeu. Por mais que temesse uma ação inesperada do homem desconhecido, ele não iria dizer a verdade.

De repente, o homem começou a caminhar em sua direção, lentamente.

- Abre a boquinha.

- Hum? - Grim não estava entendendo mais nada. O homem demonstrava, primeiramente, uma posição de respeito e determinação. Mas, de uma hora pra outra, começa a caminhar e a falar bobagens?

- Abre a boquinha!

- Hum... Hum... Hum... - Repetindo o mesmo som estranho, o japonês começou a sentir suas pálpebras pesando e, rapidamente, seus olhos se fecharam, e ele foi perdendo a noção de tudo ao seu redor.

Vagarosamente, aqueles olhos japoneses iam se abrindo. Ao abrirem completamente, os olhos de Grim queriam sair pra fora. Tomou como impulso um ato que não queria; Commandramon estava em cima de sua barriga, sentado, com as pernas para frente, com um pequeno vasilhame branco de cerâmica, e segurava com uma de suas mãos uma colher, que continha uma espécie de sopa. Aconteceu que o escamoso foi arremessado com tudo para trás e, após um segundo exato, bateu a cabeça na parede, ao lado da porta, e caiu no chão, com tudo ao seu redor girando.

Fate, que estava do outro lado da porta - que por sinal estava fechada -, encostado na parede e sentado no chão, presenciara a cena e, com um prato preenchido por macarrão e feijão, esboçava um pequeno sorriso, enquanto mastigava a comida e balançava a cabeça, com olhos sapecas.

- Tsc tsc... Você nem avisa quando vai acordar né, Grim?

-... Foi você que mandou o Commandramon fazer isso, Fate? - indagou o japonês, sentado na cama, olhando o parceiro digimon encostado na parede.

- Mamãe tem que começar ensinando o bebê que se come na boquinha, certo? - após mastigar e engolir certa quantidade de sua refeição, o americano brincou com seu amigo.

- Eu juro que um dia eu te mato, Fate. - com olhos serenos, mas que não expressavam raiva verdadeira, Grim foi se levantando, e se retirando da cama.

- Faz isso não, Grim... Eu já disse que te amo?

- Falo nada... - Grim, após ter levantado da cama em que estava dormindo, ficou ereto e esticou os braços lá em cima, se espreguiçando. Mas, um raio caiu sobre sua memória e ele se lembrou de alguma coisa. - MEU DEUS, que horas são?

- Tem... Um relógio ai... Atrás de você... - Commandramon, se recompondo da batida aos poucos, falava quase que gaguejando com o parceiro humano.

Benjamin McFate e o digimon draconiano não entendiam realmente o porquê de Joshua ter dado um chilique assim, do nada. Ao olhar para trás, o japonês encontrara um relógio digital, com um formato quadrado e de cor prateada. O relógio indicava, em vermelho, quatro números, que juntos formavam o horário local. 18h59min, Grim disse em voz alta e clara. Mas, de repente, todos os numerais mudaram, somente o primeiro que ficou intacto. 19h00min, o jornal vai começar agora!

O americano, que estava quase terminando sua refeição, não hesitou pelo breve anúncio do amigo japonês e continuou a ingerir a comida. Commandramon, enquanto se levantava, via Grim se locomover até o televisor e ligá-lo pelo botão, manualmente. A tela piscou e, no mesmo segundo, o televisor foi ligado. Fate tinha se esquecido, e Commandramon pouco suspeitara.

Era hora das notícias locais.

Canal 9:

A mesma mulher loira da primeira sessão do jornal noticiário local estava sentada na mesma mesa metálica de antes. Estava com a mesma roupa, mas, desta vez, com uma cara mais pasma e preocupada. Aparentemente ia dizer a notícia aos berros e rapidamente, como de costume, porém, a notícia que ela transmitiria parecia ser séria.

- URGENTE! URGENTE! Como dito anteriormente, na primeira sessão do jornal do canal 9, um grupo de seis seres, humanos e digimons, aparentemente parceiros, invadiram a Area 51, atrás de algo que ninguém sabe o que é até agora. Porém, graças aos homens da SWAT, conseguiram capturar uma das três duplas, constituída por uma jovem de aparentemente 15 anos e uma Pokomon. - a mulher parou pra respirar, e as imagens do vídeo, que filmavam a jovem moça, começaram a ser mudadas por imagens da Area 51. - As mesmas fontes que forneceram as notícias de hoje, na hora do almoço, sobre a invasão, nos acabaram de informar que os quatro fugitivos são dois humanos e dois digimons.

Enquanto isso, Fate havia se levantado, e estava ao lado de Joshua Kasagrim, ambos pasmos com o que se podia passar na televisão. Qualquer notícia que dessem sobre os nomes deles ou, simplesmente, mostrassem retratos deles, com toda a certeza do mundo, estariam mais que ferrados; seriam perseguidos até a morte. Suas faces se estremeciam a cada segundo que se passava, a situação estava tensa e Commandramon olhava tudo aquilo boquiaberto.

- Benjamin McFate, um americano delinqüente, que já está sendo procurado em mais de sete estados, com o parceiro digimon, Falcomon. - mostrou-se uma foto 3x4 de Benjamin McFate, sua ficha e várias outras fotos dele com Falcomon. Como previsto, tudo estava indo contra a maré, ao aparecer a foto 3x4 de Joshua Kasagrim, sua ficha, e fotos com seu parceiro, Commandramon. - Um japonês consagrado na área da ciência e da tecnologia mundial, já tendo ganhado vários prêmios por sua humildade e sutileza no ramo científico, Joshua Kasagrim, e seu parceiro, um dos mais rápidos e ágeis digimons dos EUA, Commandramon, integram o grupo de quatro fugitivos e invasores da Area 51...

- MERDA!

Fate, ao ver a sua foto, a de Falcomon, de Grim e a de Commandramon estampadas no canal 9, não pôde imaginar mais nada. Sua vida, com certeza, ia ser toda corrida desde aquele momento. Nunca mais iria viver em paz, nunca. Era o mesmo pensamento de Grim e de Commandramon, que ficaram sem saber o que fazer naquele instante. Pensaram e chegaram numa conclusão. Realmente, tudo estava perdido, mas eles estavam confiantes de que a moça calasse a boca e falasse de outra notícia, outra coisa boba. Só restava-lhes apenas mais uma chance...

-... e eles se encontram em um dos hotéis de Las Vegas, segundo pessoas que os avistaram enquanto caminhavam pela cidade.

Um puft indicava o desligamento do televisor e, conseqüentemente, o encerramento da notícia.

Realmente, tudo estava acabado. Fate ficou sem chão. Grim não sabia mais o que fazer. Commandramon apenas pensava no amigo Falcomon que, inocentemente, dormia, e não sabia de nada. Não havia nada que eles fizessem. Nada ia mudar o fato de que a cabeça deles acabara de ter sido postas a prêmio; logicamente, o governo ou a SWAT daria alguns milhares para alguém que entregasse vivo ou morto o grupo dos quatro fugitivos. E qualquer pessoa em sua sã consciência faria isso. Poucos eram os ricos naquela época. E, naqueles tempos, tudo era feito pelo dinheiro.

Fugir: era a primeira e, conseqüentemente, a única opção a ser escolhida. Fora pensada por Grim, pois, obviamente, Fate queria ficar para lutar e matar a todos aqueles agentes cretinos, que estavam com sua irmã e com o causador de todo aquele inferno, o pendrive. Se ele chegou até ali, vivo, poderia continuar. Mas, como lutar contra um exército...?

Pensou mais um pouco e, finalmente, chegou numa conclusão.

- Vou preparar umas coisas e avisar o Falcomon, Grim. - anunciou Fate, indo acordar seu companheiro digimon. - Você desce pra rua e vê se tá tudo limpo, pra gente poder dar o fora daqui.

- Tudo bem, Fate... Já volto. - respondeu o japonês, caminhando meio que apressado até a porta.

- Você me ajuda, Commandramon? - indagou Fate, ao pequeno dinossauro.

Fate sabia - não sabia, tinha certeza - que viriam atrás deles até no quarto onde estavam, por isso ele pensara e resolvera fazer umas surpresas pros agentes que entrassem no quarto. O americano explicara a Commandramon tudo o que eles dois iriam fazer no quarto até Grim voltar. O japonês se direcionava rapidamente ao elevador, enquanto Fate acordava Falcomon e explicava tudo a ele, sobre o que acontecera, e o que iria acontecer. Não tinham certeza se sairiam vivos dessa, mas pelo menos tentariam algo.

----------------------------------------

As duas placas metálicas verticais que juntas formavam a porta daquele elevador sofreram uma força mecânica e se abriram, abrindo caminho ao térreo para Joshua Kasagrim. Aqueles olhos castanhos que ele avistara aparentavam demonstrar certa agonia, uma espécie de medo interior. O senhor balconista realmente não estava passando muito bem, e seu olhar contínuo na tela do computador mudou sua direção para o homem japonês, que vinha caminhando em sua direção. Começou a tremer, de repente, mas tentou e fez de tudo, como respirar fundo, para disfarçar o medo que estava sentindo.

Grim achou estranha a atitude do velho, e decidiu perguntar.

- O senhor está bem? - estava começando a ficar confuso, pois não sabia o motivo do balconista estar daquele jeito.

- M-M-Me d-desc-culpe... - com olhos chorosos, mas sem derramar sequer uma lágrima, o senhor se redimia ao japonês.

- Hum... ?

Com certeza, nada estava fazendo sentido. Grim pensou em vários motivos, mas nenhum lhe dava idéias para chegar a alguma conclusão. Ele apenas tinha medo de uma coisa, que poderia estar acontecendo naquele momento. Para tirar suas suspeitas, virou-se, e caminhou até a porta do hotel, abrindo-a e saindo para a rua. Atenciosamente, olhou para as pessoas que caminhavam na mesma calçada, aflitas, correndo de um lado para o outro, com medo de algo. Depois, virou de costas e, como suspeitara, algo de muito ruim estava acontecendo.

-... DROGA!

Seus olhos se esbugalharam ao ver um batalhão de homens de preto, carregando armas rentes ao peito. Possivelmente, eram agentes da SWAT, pois usavam capacetes que lembravam o uniforme deles. Estavam em bastante número, praticamente cinqüenta homens preenchiam quase o fim daquela avenida toda. Estavam longe, sim, o que os deixava parecidos com almas penadas naquela noite. Grim observou, acima deles, vários digimons planando nos céus. Provavelmente, faziam parte do exército da Area 51.

Como nada podia ser feito, o japonês, mesmo assustado, correu para dentro do hotel, e viu que o homem estava com a mesma cara de horrorizado de antes. Tudo agora fazia sentido. O velho balconista viu as imagens do canal 9 na internet, ficou com medo de perder a vida e ligou para a polícia, avisando que nós quatro, os quatro fugitivos e procurados, estavam hospedados no seu hotel. A polícia local avisou a SWAT, que veio voando pra Las Vegas. Isso é mais do que óbvio. Tudo fazia sentido.

Cerca de trinta segundos se passaram, e o japonês abriu a porta do quarto onde estivera hospedado com tudo. Fate, que estava ao lado de Falcomon - ambos sentados em uma das camas -, olhou para a porta, um tanto assustado, devido a força do impacto que o japonês desferira para abri-la, percebendo, assim, que a coisa não estava boa.

Grim olhou para o lado, e viu Commandramon mexendo no armário de duas portas, que ficava ao lado da porta do banheiro. Com certeza, o digimon escamoso estava aprontando alguma, em sua concepção.

- Fate me explicou...- Falcomon, com uma cara um tanto triste, refletia consigo mesmo, e com os amigos. Levantou-se da cama e, caminhando, parou no meio do quarto. - Estou com vocês até o fim.

Fate, olhando a determinação e fé do companheiro digimon, também resolveu se manifestar. Levantou-se, fazendo o mesmo trajeto do digimon falcão, ficou a direita de Grim.

- Não vou desistir, não vou!

- Então, estamos todos juntos nessa? - Commandramon se uniu a pequena roda dos quatro, após ter feito o trabalho dado por Fate, dentro do armário.

-... Um por todos... - Grim começou e, com voz firme, alta e clara, os quatro se uniram com determinação e fé, numa entoação só, cabendo a todos estenderem as mãos ao centro da roda, como num verdadeiro grito de guerra. -... e todos por um!

- É o seguinte, pessoal: aquela porta leva a uma pequena sala - basicamente é um corredor, um sótão -, e lá tem uma janela... - dizia Fate aos outros três, apontando para a porta que ficava próxima a estante com a televisão.

- Mas, não tem uma janela aqui no quarto? - indagou Commandramon, curioso com a idéia de Fate.

- Sim, mas, se pularmos dessa janela, encontraremos o chão, e não uma escada... - explicou o homem de cabelos longos e ondulados, um tanto curioso consigo mesmo. Respirou fundo, pois estava na hora de irem. - Pessoal, vamos. Commandramon, tudo certo?

- Tudo em perfeito estado, sir! - respondeu o digimon escamoso, batendo continência.

-... Seja o que Deus quiser.

Benjamin McFate foi o primeiro. Caminhou rapidamente até a porta que levava à sala vazia, sendo seguido por Falcomon, Commandramon, e Joshua Kasagrim, que ficou por último devido ao encargo de fechar a porta do quarto e da sala em que adentraram - após isso, pegou sua foice e entrou na sala. O corredor era todo escuro - não era possível se ver a cor das paredes nem do teto, apenas era possível identificar o chão, que era feito de madeira. Ao final do corredor havia uma pequena janela, que supostamente os levaria para fora do quarto onde até agora estavam hospedados. Uma fraca luz branca estava sendo refletida através do vidro - a lua observava cada passado que eles davam naquela noite, mas permanecia silenciosa, como sempre.

Na mesma ordem em que estavam, foram saindo um por um daquele lugar, sendo que Grim foi o que fechou a janela após a saída de todos. Encontravam-se em uma espécie de escadaria metálica, de cor negra, anexada às paredes externas do prédio. Havia a opção de subir e descer. Como não havia nada a ser feito lá em cima, os quatro fugitivos simplesmente desceram a escada, numa velocidade um pouco fora do que se chama caminhar. Aparentemente, abaixo da escadaria se encontrava um beco, que era o resultado do lado externo dos vários hotéis que ali havia. Várias opções a se seguir, vários caminhos a se escolher. A determinação deles, juntamente com a fé e a crença que conseguiriam escapar vivos daquela situação os mantinham fortes para ao menos tentar escapar do exército que estava os procurando. Mesmo se morressem, a morte deles não seria em vão, pois pelo menos tentaram.

Não iriam desistir.

----------------------------------------

Seus olhos amarelos brilhavam enquanto andava sobre aquele corredor, seguido por um monte de homens, que vestiam os uniformes da SWAT. Aparentemente, o estranho homem estava liderando aqueles agentes, que procuravam em cada quarto os quatro fugitivos. Tal homem era alto, possuía cerca de um metro e oitenta de altura. Musculoso e de pele branca, estava vestindo uma roupa social, ao estilo smoking. Uma camisa social branca, com uma gravata vermelha, junto com um paletó cinza e o blazer negro por cima. Calça social e sapatos negros davam-lhe um toque de riqueza. Sua face era um pouco sombria e pouco identificável, pois usava um chapéu negro circulado por uma faixa branca e andava com a cabeça um tanto inclinada para baixo, possibilitando a visão de dois fios brancos e enrolados de sua franja, sendo que o restante do seu cabelo longo e liso podia ser visto somente por trás de seu corpo. Usava uma espécie de cachecol branco, que não estava amarrado - apenas colocado envolta de seu pescoço - e terminava no fim de seu blazer, e usava luvas negras de couro em suas mãos.

Ao lado dele caminhava um estranho animal, que aparentava ser um pintinho. Tinha mais ou menos um metro e cinqüenta de altura, e sua cabeça e suas asas eram amarelas. Suas sobrancelhas eram grossas e laranja, cor que também estava presente em seu cabelo, que consistia numa parte um pouco calva e triangular na frente, mas atrás era perceptível que ele era um cabelo longo, pois estava amarrado por um rabo-de-cavalo. Seu corpo ficava dentro de uma espécie de casca de ovo - parecia que ele havia acabado de nascer -, e uma espécie de laço verde royal estava presa a essa casca, servindo como bainha para a espada samurai que carregava nas costas. Seu nome era Hyokomon.

Andavam apressadamente; pelo que parecia, estavam nervosos. Até que, finalmente, encontraram o quarto dos fugitivos. Um dos agentes se direcionou até a porta, e movimentou a maçaneta, mas a porta estava trancada. O mesmo agente voltou seu olhar para o homem que estava o liderando e, num piscar de olhos, o homem enfiou sua mão dentro do seu paletó e retirou uma espécie de fuzil, modelo AK-47, mas não o usou. Ao invés disso, com todas as suas forças, levantou sua perna direita e, num impulso, desferiu um chute no meio da porta, que foi arrancada de sua posição, tombando para trás.

O homem rapidamente entrou no quarto e, sem pensar, mirou sua arma na cama da direita e atirou sem dó nem piedade. Fez a mesma coisa com a cama da esquerda. Era pena voando pra tudo quanto é lado, até parecia um galinheiro.

O líder dos agentes fez um sinal com sua mão direita, e dois dos agentes que ali estavam se direcionaram para as camas. Como ato de checagem, eles colocaram suas mãos direitas sobre as cobertas e, num ato rápido, puxaram-nos para cima. Havia dois bonecos de pelúcia - um em cada cama -, com formas humanas. Detalhe: estavam todos furados, obviamente devido a perfuração das balas. O homem emitiu um som de descontentamento, e mirou sua atenção para o armário. De longe, podia ser visto dois papéis colados na porta do guarda-roupa, escritos: "Você conhece o Mário?", já no outro, "Que Mário?". Suspeitando alguma insinuação, o portador da AK-47 se dirigiu até a porta do guarda-roupas e, cuidadosamente, tocou nela, em seguida abrindo-a com tudo. Não havia nada dentro, somente roupas. Mas, na "contracapa" da porta, havia um bilhete, escrito: "Aquele que te pegou dentro do armário!"

Era uma brincadeira. Ele devolveu a porta do guarda-roupa com tudo, e emitindo outro som de descontentamento e de raiva, se dirigiu até os agentes, que aguardavam próximos à porta do quarto.

- À deux balles! Estes humanos cretinos e aqueles digimons desgraçados vão me pagar!
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Digimon Fate - Página 3 Empty Re: Digimon Fate

Mensagem por Rikaru Muzai Qui 17 Nov 2011, 1:26 pm

Nossa, esse foi o maior capítulo até o momento e olha que haviam dito que o Capítulo 06 seria enorme. Se ele for maior que este, imagino que o pessoal vai ter muito mais preguiça de ler, assim como tiveram de ler esse. rsrsrs Brincadeiras a parte, foi um ótimo capítulo, você surpreendendo como sempre, porém... Há algo neste que os outros não possuem, ao menos eu não percebi. Você cometeu alguns erros estranhos, como descrever o olhar do Grim como sereno e dizer que mesmo assim não estava com raiva e erros comuns como trocar "passo" por "passado".

Obviamente isto não é o mais importante, apenas quis relatar isso para que você fique atento nos próximos capítulos. A parte que mais me agradou pela leveza e humor foi o Commandramon dando comida na boca do Grim e o mesmo levantando com um susto e jogando seu parceiro Digimon contra a parede. Inicialmente pensei que o homem misterioso no sonho do Grim iria fazer algo com ele, mas era o Commandramon pedindo para ele abrir a boca. hahahahahahaha

O podre Falcomon descansou bastante neste capítulo, primeiro no carro e depois no quarto, acho que ele está totalmente recuperado agora. rsrs Ah, algo que foi bem malicioso foi você ter dito que camiseta regata ficou "agarradinha" no Fate. Precisava dar essa ênfase maliciosa? xD Claro que eu adorei, estou ainda imaginando o Fate com o tronco definido querendo pular para fora da regata "agarradinha". rsrsrsrs Isso foi bem hilário, foi bem interessante. ;D

Eu nem havia imaginado que o recepcionista havia ligado para a polícia após ver a reportagem no jornal do início da tarde. Se você não tivesse dito isso, eu nem iria desconfiar. xD Eu fiquei imaginando o Grim dizendo a ele que eles não são maus, que não fariam mal algum a ele e para ele fugir de lá. Seria interessante mostrar que eles são bons e que não querem fazer mal a pessoas inocentes, mas enfim, não é nada demais.

Ah, houve outro momento engraçado, o Grim ficando sujo de graxa por não saber nada sobre o conserto de automóveis. Ele devia fazer um curso mesmo. xD O Commandramon é um pouco estourado, mas talvez seja por estar com fome que ele desferiu vários xingamentos. Ah, outras coisas estranhas estão nesta frase a seguir, irei destacar os erros:

"Ao fundo, havia duas camas de solteiro, arrumadas com lençóis e travesseiros brancos e límpidos. Atrás disso, havia uma janela, que estava fechada, mostrando as claras nuvens e o céu azul. Pequenas cabeceiras marrons ficavam ao lado das mesas, que sustentavam um relógio, um telefone e o controle remoto da televisão, que se encontrava na parte oeste do quarto. Paralelamente a porta de entrada, a leste, havia uma porta, e a oeste outra. Uma levava ao banheiro, e a outra a uma sala que, geralmente, ficava vazia."

1. Se a janela estava fechada, como poderia estar mostrando as "claras nuvens e o céu azul"?

2. As cabeceiras não ficariam ao lado das camas? Que mesas são essas?

Bem, isso é o que estranhei mais neste capítulo, ficou bem estranho mesmo. Continuando...

Como um hotel tão luxuoso como aparenta ser o que eles adentraram, pode custar tão barato? Claro que para um hotel tão luxuoso 500 dólares é barato e para o Grim ter pago este e não os outros, é mais um motivo para deduzir que é barato, ao menos mais barato que os outros. Eu espero um dia poder ficar em um hotel tão luxuoso assim, mesmo que só por uma noite. *-*

O Grim acabou ficando sem comer e dormindo pouco, mesmo depois de ter passado a noite acordado para dirigir até Las Vegas. Fiquei com pena dele, ele merecia descansar e comer. Por fim, mas não menos importante, o homem misterioso com seu Hyokomon. Quem será ele? Qual será a relação dele com a Area 51 ou com a SWAT? Será que ele terá uma grande importância na história? Será que no próximo capítulo ele irá se encontrar com os nossos heróis? Não percam o próximo capítulo de Digimon Fate e descubra as respostas. \o

Brincadeiras a parte, são muitas dúvidas envolvendo este homem misterioso, lembro até de você ter dito que iam surgir novos personagens na Fanfic e acho que serão importantes, mesmo que temporariamente. Me lembro também de você ter dito que do Capítulo 05 ao 09 seria o Sub-Arco da Fuga deles, então acho que posso esperar uma participação importante deste homem misterioso até o Capítulo 09. Ah, o Fate gosta de provocar, as mensagens do Mario devem ter irritado muito o homem misterioso. hahahahahaha

Bem, adorei o capítulo, só espero a explicação dos erros que citei. Aguardarei ansiosamente o próximo capítulo para ver o que irá acontecer com os heróis. Ah, outra coisa, que língua é aquela que o homem misterioso fala no começo da última frase e o que ele disse? Até a próxima! \o/
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Mensagem por Leonardo Polli Qui 17 Nov 2011, 3:19 pm

@Rikaru: Sim, o capítulo 05 é meio grandinho mesmo, e o 06 é ainda maior... ele tem 34 páginas, por ai. soaudodu só que é o único grande assim... o resto vai diminuindo, chegando a ficar na faixa das 10~15 páginas. Me desculpe pelos erros, mesmo revisando há aqueles desgraçados que sempre fogem de mim, rs. Sobre o sonho de Commandramon, bom, podia ser sonho, mas também pode ser realidade, rs. No capítulo 06 você descobre como esse sonho pode ser tanto sonho como realidade, também. E Commandramon está ao lado de Fate quando falamos sobre ser cômico, visto que Grim e Falcomon são mais sérios e tal.

OSUADOUEOUOSUAODUOEAUS, sim, eu descrevi a roupa dessa forma pra causar esse efeito no pensamento mesmo. E Falcomon descansou, mas como vocês verão no capítulo 06, haverão algumas batalhas e tal, o que o deixará muito cansado, novamente. E sim, o grupo está sendo caçado pelo país todo praticamente, e por isso eles serão chamados de fugitivos durante mais alguns capítulos. No caso dos erros, era pra sair janela aberta e camas no lugar de mesas, foi um erro que passou ligeiro mesmo =sO hotel é barato porque Las Vegas, lá pra 2100 (ano que a fic se passa), os menos luxuosos são os mais luxuosos de hoje em dia. Não soube trabalhar a tecnologia nesse capítulo de maneira correta, como já te disse, isso só passa a ser percebido um pouco depois do capítulo 10 (alguns veículos), e tudo mesmo no cap 15 adiante.

O Grim sempre vai ser o "pai" de todos, teoricamente. Enquanto Commandramon e Fate são digamos infantis, e Falcomon sempre dá a sua vida pelos outros, Grim sempre estará por perto para colocá-los no caminho certo, saoduoeu. Talvez ele tenha esse papel pois seu pai abandonou sua família quando ele era pequeno, e deixou ele para cuidar da mãe da irmã, Nathalia, que tem uma doença de cura incalculável (o motivo por ele ter entrado nessa missão. Será dito mais no cap 06) O homem misterioso tem muito mais a ver com a Area 51 do que você imagina. Como você vai perceber, ele é frio, mas é frio por demais, o que acaba tendo seu ponto fraco - não é frio como Vion. O Hyokomon é totalmente o contrário dele, mas tem semelhanças com Dracmon. E sim, ele vai ter uma grande importância na história, e não é um personagem temporário.

Ele vai permanecer até o fim da subsaga da Fuga, que é o cap 09. Depois, dá uma sumida e só reaparece na subsaga dos orbes. E, sim, o Fate quis deixar ele puto mesmo \o KKKKKK E o homem é francês, rs, e falou "Maldição!". Obrigado por ter lido e pelos elogios, eles são mt bem vindos. Espero que continue acompanhando! Abraços.
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Mensagem por Rikaru Muzai Qui 17 Nov 2011, 7:00 pm

Eu estava conversando com o Arthur mais cedo e ele me disse que o Capítulo 06 é bem maior que este, então vou ter muita preguiça de lê-lo. xD Mas acho que terei forças e lerei assim como este. ;D Sem problema, todos temos nossos momentos de distração e acabamos errando, esse foi o seu primeiro aqui na Fanfic e teve outro agora na resposta, o sonho não é do Commandramon, é do Grim. rsrsrsrs Hummm, interessante, então o sonho não é uma lembrança do passado do Grim como pensei, é algo que pode acontecer. Bem, não é possível criar muitas hipóteses, irei esperar o Capítulo 06 para saber.

Sério? Mas queria causar esse tipo de pensamento em quem exatamente? e.e Bem, parece que algo importante irá acontecer no Capítulo 06, afinal, terá batalhas novamente. Será que será a primeira batalha com o Tamer do Hyokomon ou com os soldados que estão junto dele? Por todo o país? Acha que irá dar conta em apenas mais 4 episódios? Entendi, mas as coisas devem estar muito boas para os EUA para manter tantas construções luxuosas, desde as piores como este hotel quanto as super luxuosas que são as melhores. rsrs

Eu gosto do Grim, da personalidade séria e equilibrada que ele possui, apesar de gostar também da personalidade do Fate. Em resumo, os Digimon protagonistas são o oposto de seus Tamers, ao menos por enquanto. Espero que as coisas acabem bem, mas acho que irão acabar sim, pois apesar de ser mais infantil, o Fate também é inteligente, fora que tem a ajuda de seus amigos. ;D

Hummm, acho que no próximo capítulo iremos saber um pouco mais do passado do Grim então, já que soubemos do passado do Fate nos últimos capítulos. Estou curioso para saber sobre isso e também sobre o sonho que é também realidade que o Grim teve. rsrsrs É muito frio, mas não tanto quanto o Vion? O Vion não me pareceu tão frio assim na sua aparição, mas é só a minha opinião.

Bem, parece que você coloca personagens e vai os tirando temporariamente, pois precisa dar foco em outros. Você continuará a fazer isso até o fim da Fanfic onde todos - provavelmente - se juntarão? Francês? Nunca que eu ia descobrir de que língua se tratava. xD Não precisa agradecer, adoro ler a sua Fanfic e comentar sobre ela, para você saber das minhas hipóteses e me esclarecer dúvidas. rsrs

Continuarei acompanhando com certeza. Até outra hora! \o
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Mensagem por Mickey Qui 17 Nov 2011, 7:54 pm

Ufa! Terminei!

Então! Ótimo episódio! Mostrando o desfecho da fuga... Então a área 51 não é um lugar desconhecido... É famoso... Pois foi anunciado na TV... Algo que negam até hoje na vida real! ^^

Parece que o grupo ficou muito para baixo depois dos acontecimentos. Senti tristeza e insegurança por parte de Falcomon e Fate...

Bom, Commandramon parece nem se importar desde que esteja de barriga cheia... Grim aparentemente normal...

Bom, agora que são procurados nacionais... A situação está feia! Como farão para escapar do impiedoso chefe da SWAT que atira primeiro e pergunta depois...

Parece que Dee, aparentemente, esta segura. Como foi anunciada em público haverá algum julgamento ou algo do tipo para servir de exemplo... Por enquanto esta segura. Fate e Grim terão um tempo para refletir o próximo passo... Isso é... Se conseguirem escapar xD

Bom, aguardando o próximo!
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Mensagem por Leonardo Polli Qui 17 Nov 2011, 10:30 pm

@Rikaru: Sim, o capítulo 06 é muito grande mesmo, é o maior que eu escrevi até agora (e tomara que o maior da fanfic, rs). E errei de novo, lol, é do Grim o sonho mesmo. E sim, você vai ficar sabendo mais sobre esse sonho no capítulo 06. Sei lá, pras meninas? saoaudoeus. Sobre o capítulo 06 e eventos, bom, posso dizer que

E sim, o grupo será bem equilibrado assim, mas nem todas duplas terão seus componentes opostos.

O passado do Fate não foi totalmente dito nos últimos capítulos, é algo pra perdurar por quase toda a fanfic, e o de Grim também. É daquele jeito, vou soltando aos poucos durante a história, conforme proceder. O Vion não te pareceu frio? Aguarde o capítulo 06.

Não. Alguns personagens chegam e ficam de vez no grupo, e ficam de vez mesmo. Outros chegam e ficam durante alguns capítulos, ou uma subsaga ou uma saga completa. Faço isso para não ter muitos personagens numa só situação, porque sei que isso atrapalha demais, e porque faz parte da história, também. E sim, Reverbel (o nome dele) é francês, mas acho que só faço menção a isso nessa frase mesmo. Nos outros capítulos esqueci de dar enfase a isso xD Mas, pretendo voltar a "francesear" ele, na reaparição dele nos capítulos novos lá pelo cap 16 (depois do 10 ele fica um tempo sem aparecer)

Obrigado por sempre estar conosco novamente \o Abraços.

@Mickey: Salve, salve, Mickey! Obrigado pelo elogio, fico imensamente agradecido. E não, a fuga está no seu INÍCIO xD E sim, a Area 51 é algo desconhecido, no caso é uma base, mas até hoje, 2100 (na fanfic), ninguém que nao seja autorizado pode entrar lá. Digimon Fate se passa em 2100 e tem o mesmo mundo humano que o nosso, mas o Digital World de Savers. Seria uma continuação de Savers, uns 90 anos depois (aparecerão algumas citações em capítulos futuros).

Fate é um cara foda. Destruído totalmente por dentro, por ter perdido família, namorada e melhor amigo. Mas, por fora, é o cara mais feliz do mundo. Ele sempre vai estar assim, sempre vai andar assim. E Falcomon compartilha de sua dor - nasceram juntos, praticamente -, embora seja mais realistae um tanto "frio". Mas, pouco a pouco, a insegurança deles vão sumir. Grim é sempre o cuca fresca, e Commandramon está nem ai mesmo xD, ele é do tipo "eu cago, sento na merda e sai deslizando sobre ela." saoaudoe

Estarão sempre na fuga de Violentblade, o chefe da Area 51. Mas, sempre arrumarão um jeito de escapar, rs.Melodee está segura, isto é, não sei o que você entende por segura né, mas... E eles sempre estarão sobre pressão, mas sempre pensarão no próximo passo. Agradeço pela presença e pelos elogios, até o próximo!
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Digimon Fate - Página 3 Empty Re: Digimon Fate

Mensagem por Rikaru Muzai Sex 18 Nov 2011, 9:41 am

Bem, na verdade não me importa o tamanho dos capítulos, o importante é o conteúdo, se você souber desenvolver bem, pode ter até 50 páginas no Word que eu lerei ele do início ao fim e ainda comentarei. Eu sei que nem todas as duplas serão opostas, Vion e Dracumon são um exemplo, ao menos pelo que percebi até o momento, eles são bem parecidos. Também sei que o passado do Fate não foi totalmente trabalhado ainda, o que eu quis dizer é que houve menção dele, mostrou um pouco dele, isso faz com que queiramos saber mais sobre ele, como irá afetar a história e tal. Por isso estou esperando para saber o passado do Grim, pois me parece ser tão importante para a história quanto o do Fate.

Faz bem em ir soltando aos poucos, de acordo com o desenvolvimento da história, pois é importante equilibrar as coisas e não soltar tudo de uma vez, o que poderia estragar a Fanfic. Estou vendo que esse Capítulo 06 vai ter muita importância, afinal, várias coisas serão mostradas nele, acho que esse é o motivo de ele ser o maior até agora, muitas coisas para serem trabalhadas. Só espero não me decepcionar, o que acho bem difícil de acontecer, ao menos pelo que você demonstrou até o momento, você não fará isso. ;D

Bem, não posso afirmar por não ter escrito nada ainda, mas acredito que ter muitos personagens em uma mesma situação pode atrapalhar e muito. Um exemplo é essa fuga agora, com muita gente, ela poderia ser facilmente descoberta e até teriam que voltar por alguém que fez uma burrada, que foi pego ou algo assim, aí teriam que enfrentar todos os soldados. Reverbel... nome interessante. Não sei dizer se é necessário demonstrar a nacionalidade dele, talvez se tivesse haver com a personalidade, bem, não sei ainda por ele ter tido pouco destaque neste capítulo.

Você errou de novo, o KM disse que a Area 51 é um local de conhecimento público, já que houve uma notícia bem detalhada sobre ela no jornal. Mesmo que pessoas comuns não tenham autorização para entrar nela, elas sabem de sua existência, tanto que evitam a Rodovia 66 como você disse neste último capítulo. "Cago, sento na merda e saio deslizando sobre ela.", isso foi demais, você deveria incluir algo nesse estilo de comédia na Fanfic, iria ficar bem legal. \o

A Melodee está segura sim, o V-Blade não fará nada a ela por precisar dela para atrair o Fate. Bem, ele fará algo, mas para extrair o que a família McFate possui, só não sei o que é, pode ser o sangue ou algum poder especial, tanto que a Melodee sobreviveu ao ataque do Wisemon. Acho que mesmo mudando de Sub-Arco e o foco principal, eles ainda estarão em fuga. Este Sub-Arco só tem este nome pois o foco principal é a fuga, não quer dizer que eles só irão fugir nele. Ao menos é isso que penso.

Nossa, comentei bastante de novo. xD
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Mensagem por Mickey Sex 18 Nov 2011, 12:00 pm

Rikaru Muzai escreveu:Você errou de novo, o KM disse que a Área 51 é um local de conhecimento público, já que houve uma notícia bem detalhada sobre ela no jornal. Mesmo que pessoas comuns não tenham autorização para entrar nela, elas sabem de sua existência, tanto que evitam a Rodovia 66 como você disse neste último capítulo.
Yap! Talvez ficou confuso o que eu quis dizer... Mas o Rikaru entendeu! Hoje, se não mudaram, tenho conhecimento de que área 51 é um lugar secreto que especulam existir no deserto próximo a Las Vegas. Mas é especulação e o governo americano alega que sua existência é uma mentira, um mito e que não passa da imaginação e que nega todo e qualquer tipo de atividades que nela aconteça... Como aliens, armas e etc...

Na sua FIC com a noticia na televisão em um "Jornal Nacional" tanto o nome do local "área 51" e incidentes ocorridos nela foram revelados... Aparentemente da impressão de que não é um lugar secreto... É REAL e de conhecimento da nação...

Talvez a noticia vazou e a jornalista estava nervosa justamente por este motivo... Nem ela sabia da existência da área 51 e seus experimentos... E agora o governo tem outro problema... O seu lugar super secreto agora é de conhecimento nacional... graças a FATE e GRIM e TUlMA!

Hauahau desculpe o detalhamento neste detalhe xD
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Mensagem por Rikaru Muzai Sex 18 Nov 2011, 12:22 pm

Eu discordo KM, acho que a jornalista sabia sim da existência da Area 51 e ficou nervosa pela invasão de um lugar super vigiado que todos tem medo de chegar perto, mesmo para ter uma visão de como ela é por fora. Pense bem, se o local fosse secreto até a jornalista mencioná-lo no jornal do início da tarde, então isso não seria comentado novamente e com mais detalhes no jornal da noite, pois o governo não permitiria. Chego a pensar que nem seria mencionado no primeiro jornal, pois o governo iria calar o canal ou algo assim.
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Mensagem por Arthur Sáb 19 Nov 2011, 9:19 am

Comentando o cap. 3.

Já tem dois dias que li, então vou esquecer de dizer muita coisa, então ñ liga pela review XD

A Dee é uma personagem q me interessa muito, gosto da história dela e tals. Desconfio que a telepatia com Renamon é o que a faz conseguir mirar as flechas, mas isso você deve explicar mais pra frente.

Tem uns errinhos, mas nada muito grave, e de qualquer forma, nem adianta ficar apontando isso agora, só quando chegar o cap. 15. Acho extremamente desumano esse modo de transformar humanos em mestiços, mas queria saber se esse será o único tipo de mestiço.

Outra coisa. O presidente dos EUA de moicano? WTF!!! E tome cuidado ao indicar idades. Quando foi falar de Bellamy, disse que ela "aparentava ter sessenta e um anos". Isso pra mim pelo menos fica parecendo muito estranho. Tipo, como é "aparentava" ficaria melhor com 60 ou 65, ou então vc deveria falar de uma vez que ela tinha 61.

Lembro mais ou menos do cap. 4, e a luta é realmente muito boa! Espero conseguir lçer semana que vem e já comentar.

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Mensagem por Leonardo Polli Sáb 19 Nov 2011, 12:45 pm

@Rikaru: O passado de Grim é algo tão importante pra história quanto o passado de Fate. Pra você ter uma idéia, haverá uma saga dedicada ao japonês: a quarta saga. O capítulo 06 tem muito suspense e ação, e um pouco de 'aventura' pela cidade de Las Vegas. Muitos personagens em apenas uma cena é algo que pode deixar um capítulo bastante desequilibrado, como poderemos ver nos capítulos 12 e 13. A Area 51 da Fate, no caso do futuro, é um complexo militar (a mesma dos dias de hoje) que investe em pesquisas tecnológicas, sobrenaturais e extraterrenas, conhecida por todos seres viventes, ou seja, todos sabem que entrar lá é suicídio.

Violentblade, uma vez tendo Melodee, não precisa mais de Fate. Fate agora é apenas mais um para atraplalhar seus planos, e ele terá que matá-lo para conclui-los. A sobrevivência do ataque de Wisemon a Melodee não tem nada a ver com ela ter superpoderes ou coisa parecida; é algo a ser explicado futuramente na fanfic.

@Mickey: Sim, a Area 51 na Fate é de conhecimento de todos. E a garota do tele-jornal ficou aflita porque ninguém, ninguém MESMO se atreve a entrar na Area 51. Fate e os outros se atreveram, rs.

@Arthur: Fala, meu grande amigo \o Nah, de boa.

Fico feliz por Melodee te atrair. A história dela é semelhante a do Fate, ambos perderam tudo e lutam pelos seus ideais, mesmo trilhando caminhos diferentes. Assim como os outros personagens, pretendo trabalhar profundamente com ela e, no final dessa incrível trama, torná-la uma mulher esplêndida. A telepatia que ela tem com Renamon não tem a ver com a mira precisa dela - isso é outra coisa, que explicarei mais pra frente.

Sobre os erros, bom, só capítulo 15 mesmo, lol. Haverão os mestiços normais também, e muitos deles aparecerão durante a fanfic - uns irão ajudar temporariamente, outros irão ficar até o fim e outros irão ser inimigos. E sim, Maximillian Gallagher usa um moicano, soduoeus. Presidente estiloso ele, oras. E desculpe por isso da idade, sempre me pego nisso, não costumo trabalhar com números =x oaduoeusd.

Obrigado pela presença, e espero que, apesar de eu estar postando uma vez por semana por ter todos capítulos até o 15 prontos, não atrapalhe a sua leitura. Se quiserem, passo a postar a cada duas semanas, assim vocês tem mais tempo e tal. Se bem que quando voltar a postagem normal de capítulos, eles demoram quase um mês pra sair mesmo xD Abraços!
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Mensagem por Rikaru Muzai Sáb 19 Nov 2011, 1:05 pm

Nossa, uma Saga especialmente para focar no Grim? Assim ele fica parecendo ser mais importante que o Fate. xD Ah sim, lembro de você ter dito isso. Mas é isso que me intriga, se o Fate não passa de um problema para os planos do V-Blade, por que o mesmo não se livra logo do Fate? Ele teve uma oportunidade de ouro e foi idiota a ponto de deixá-la passar, só porque se acha intocável e que o Fate não conseguirá atrapalhar seus planos. Por isso que odeio a maioria dos vilões, porque eles se acham os super poderosos e intocáveis, aí fazem a burrada de deixar os heróis vivos. --'''

Bem, no aguardo do Capítulo 06 então, já até estou criando coragem para lê-lo já que é enorme. xD
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Mensagem por Leonardo Polli Dom 20 Nov 2011, 9:41 pm

@Rikaru: Sim, uma saga que se passará no Japão. Não, na fanfic, ninguém é mais importante que ninguém, todos tem a mesma importância, mas, de fato, a fanfic se foca no Fate. O Violentblade tem esse defeito, o que ele chama de qualidade; ele acha que é superior a todos e que, tendo Melodee, Fate não poderá machucá-lo. É ai que ele se engana, hehe.

Pessoal, logo abaixo se segue o capítulo 06. Aqueles que odeiam capítulos grandes, terão 06 como um inimigo mortal, pois ele tem 32 páginas. Sim, é um capítulo gigante, imenso, um colosso, mas foi necessário para se abordar muitas cenas que mudarão o rumo da história. Até onde tenho pronto, o capítulo 15, não há mais capítulos com esse número de páginas - se não me engano, não ultrapassa os 17. Pretendo não fazer capítulos tão grandes assim como o 06, exceto fim de sagas, que é necessário um pouco mais de cenas e tal.

Peço desculpas e que tenham uma enorme paciência para lê-lo, pois pra mim, junto do 04, 07 e mais alguns, é um dos melhores capítulos que eu fiz até hoje. Boa leitura a todos vocês, see ya \o
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Mensagem por Leonardo Polli Dom 20 Nov 2011, 9:47 pm



Saga 01 - Em Busca do Desconhecido
Capítulo 06 - Eclipse


Freneticamente, seus dedos pulavam sobre os pequenos botões do relógio espião. A cada vez que os apertava, um barulho estranho parecido com fiktchul soava pelos becos escuros, por onde andava. De certa forma, algo holográfico surgia sobre o relógio, mas, num piscar de olhos, sumia. Aparentemente, o esforço que estava fazendo não estava levando a nada - o objeto estava quebrado.

Fate, que supostamente tinha o quebrado, andava às escuras dos becos de Las Vegas. Ao seu lado, Falcomon, que havia sugerido ao parceiro humano que tentasse ligar o relógio, dissera que o objeto iluminaria o caminho. Mas, de fato, eles continuariam no escuro, até quando achassem a saída daquele lugar, que aparentemente não tinha fim.

Grim não entendia aquilo. Las Vegas era completamente iluminada e colorida à noite e, provavelmente, seus becos seriam assim também. Mas, não eram. Eram escuros e sombrios. O japonês pensou na hipótese de que algo pudesse estar secretamente escondido em algum canto daquela escuridão, e esse fato devia ser o porquê de tudo ali estar escuro e quieto, indiferentemente ao ambiente da cidade naquele horário.

- Droga de relógio! - Fate começara furiosamente a dar espalmos no objeto, tentando reanimá-lo. - Quantas vezes já te disse pra revisar seu arsenal antes de sairmos mundo afora, Grim?

- Essa é uma das minhas menores preocupações. - rebateu rispidamente Grim, ofegando um pouco em seguida. - Temos que achar a saída desse lugar, e rápido. Provavelmente aquele exército desgraçado já está atrás de nós.

- Tem razão, Grim. Como você nos disse agora a pouco, eram muitos agentes da SWAT. - comentara Falcomon, sua doce voz ecoava pelos becos enquanto caminhava com suas asas à frente de seu corpo, prevenindo uma batida em algum objeto. - Mas, eu ainda não consigo entender. A SWAT não tinha motivos para estar na Area 51 e, muito menos, em Las Vegas. Sei que estão atrás de nós, mas, a mando de quem?

- Vion tem algo a ver com isso. Pode ter certeza. - interferiu Benjamin, com uma voz um tanto preocupada.

A discussão fora interrompida. Todos ficaram quietos, mas continuavam a caminhada nos becos escuros, tentando encontrar uma saída daquela profunda escuridão. Joshua Kasagrim lembrara que Vion havia atacado Melodee e Benjamin McFate e seus digimons, mas sem motivo algum. Em sua cabeça, quem estava envolvido por trás disso era o Comandante Blade, este que talvez estivesse controlando mentalmente o seu velho amigo.

Nada mais foi dito. Commandramon estava à frente de todos, pois possuía sentidos mais aguçados que o resto do grupo. Olhou para cima, e não via nada, apenas estrelas fracas. Até que, após alguns passos a mais, ele enxergara ao longe uma parede de tijolos, onde a lua refletia constantemente sua luz. Comentou com os outros três, que após passar alguns segundos, também avistaram a mesma parede. Podia-se perceber também que, na verdade, a parede consistia numa bifurcação, levando a um caminho à direita e outro, à esquerda.

- Isso parece mais um labirinto. - comentou Commandramon, que estava se aproximando cada vez mais da tal parede.

- Eu ainda não consigo acreditar... Melodee... - suspirou Fate, abaixando sua cabeça e cruzando os braços, chutando uma latinha de refrigerante amassada que permanecia no chão.

- Calma, amigo. Eu sei que está sendo difícil pra você - até pra mim está - a volta inesperada dela. Mas, forças. Forças, que você vai conseguir superar essa. - o japonês tentou animar Fate, colocando seu braço esquerdo sobre os seus ombros.

- Obrigado, Grim... Por sempre estar ao meu lado. - Benjamin agradeceu o amigo, colocando seu braço direito sobre os ombros do japonês. - Mas, eu não entendo. Vion esteve por todo esse tempo sem dar as caras, sem dar um sinal de vida. E agora volta, como se a nossa adolescência juntos não existisse; leva o pendrive consigo e a minha irmã. Eu, realmente, não consigo ligar os fatos...

- Não se preocupe. - aconselhou ao amigo, enquanto o grupo tornava o caminho à direita na bifurcação, onde se via mais luz. - Tenha fé em Deus, que ela está bem. Eles - o pendrive e Melodee - estão bem. Eles não teriam motivos para matá-la; você se lembra, muito bem, o que o comandante disse, certo?

- Aah... Então quer dizer que essa bela moça é sua querida irmã, Fate? Mas, ela estava morta, não... ? - pensativo, e com as mãos no queixo, Blade pronunciava palavras que deixavam Ben ainda mais cabisbaixo e nervoso. - Vejo que tudo, realmente, era uma farsa. Ela não merece ver o irmão bastardo dela. Até logo, pequena McFate. - agilmente, o comandante pôs sua mão sobre a cabeça da ruiva e de Pokomon e, surpreendentemente, elas perderam todos seus sentidos e caíram no chão, inconscientes.

Kid Vioner percebeu que estavam quase partindo. Pegou Dracmon, que também estava inconsciente, e colocou-o nos braços, para levá-lo para fora daquele lugar. Enquanto isso, o comandante Jefferson Violentblade caminhava lentamente à frente de Melodee e Pokomon, que não iam acordar tão cedo assim. Seus passos foram cessados quando ele retirou o pendrive de um dos bolsos de seu blazer e, com ar de confiança e de intimação a Fate, ele mostrava o pequeno objeto para o homem do outro lado do corredor.

- Espero te ver outro dia. Até lá, fique forte o bastante para conseguir fazer um arranhão em mim. - sorrindo, ele levantou o pendrive, analisou-o, e levou-o à frente do peito. - Vou levar isso como garantia de que nos veremos novamente.


- Deus... Se pelo menos ele existisse, não teria deixado Blade levar a minha irmã!

- FATE, não fale assim! - Grim repreendeu o amigo, utilizando uma voz mais autoritária. - Confie em mim. Juntos, sairemos dessa. Eles não farão nenhum mal a ela, e nem ao pendrive. Confie em mim. Eles precisam de algo que eles não têm. Eles precisam de algo que nós temos: nós!

----------------------------------------

Olhava o horizonte escuro sobre o terraço de um prédio comum e alto de Las Vegas. Seus cabelos lisos e brancos balançavam à esquerda conforme a brisa passava por seu corpo. O cachecol envolto em seu pescoço movia-se à mesma velocidade, indicando que ele estava parado. Admirava a gigante bola branca no céu com olhos brilhantes e bucólicos. O ambiente estava relativamente ermo e confortável, talvez não por completo, pois as buzinas e os gritos que lá debaixo vinham perturbavam seus ouvidos.

Suas mãos inquietantes, cobertas por luvas negras de couro, não paravam de bater na região de suas pernas. Talvez estivesse esperando algo. Bufou algumas vezes, o que provocou a atenção do pequeno ser que ao seu lado estava. Hyokomon sempre se preocupou com o bem-estar de seu parceiro humano, e não media esforços para ajudá-lo, qual fosse a maneira, qual fosse o modo. Sabia que ele estava a esperar algo fazia algum tempo, e que era nem um pouco paciente.

De repente, um sonoro bip pôde ser ouvido pelo pintinho. Pierre levou sua mão ao ouvido direito, tocando o dedo indicador num minúsculo botão que estava ligado a um fio, envolto à sua orelha.

- Reverbel? - a voz era calma e tranqüilizante aos seus ouvidos.

- Mande os Pteramons vasculharem cada parte escura da cidade, Vion. - piscou os olhos, tomando em sua cabeça a certeza do que estava fazendo. - Boarmons cobrindo todo início de pistas de Las Vegas. Ninguém entra, e ninguém sai.

- E você? - Kid Vioner estava sendo curto e grosso, pois era o que Reverbel esperava.

- Eu sei muito bem o que vou fazer.

Tocou o mesmo dedo indicador no pequeno aparelho no seu ouvido e, num rápido instante, desligou sua comunicação com Vion. A preocupação do parceiro de Dracmon fora desnecessária, pois ele sabia que Reverbel estava bem e que iria respondê-lo "mal". Mas, de fato, não era uma má resposta, mas sim o seu modo, o seu jeito de se comunicar com qualquer pessoa. Ele era rude, e frio. Hyokomon sempre detestou isso em seu parceiro humano, mas, com o passar do tempo, e por conhecê-lo há muitos anos, já se acostumara com a sua personalidade.

Não distanciou seu dedo de sua orelha sequer um centímetro, e logo tocou o mesmo botão, provocando um novo bip.

- Atenção, todas as unidades. - avisou ele, usando uma voz autoritária, como se estivesse falando com alguém de baixo nível. - Os fugitivos estão pela cidade, mas não muito longe da área de hotéis. Provavelmente, estão seguindo para a East Cross. Todos, sem exceção, verifiquem cada cassino, cada bar, cada residência, cada prédio próximo àquela área. Isto é uma ordem!

Tocou o indicador novamente no botão, encerrando aquilo que chamou de "ordem". O exército de trezentos e poucos homens da SWAT que ali estavam em Las Vegas não desobedeceriam a Pierre Reverbel, porque sabiam o que lhes aconteceria caso fugissem de uma ordem vinda dele. De certa forma, era meio cansativo tomar conta de tantas e tantas almas humanas, mas ele sabia que era prazeroso, pois tomava conta não só de almas humanas, mas almas humanas, sedentas por morte, e por sofrimento. Era como se fossem cachorros e ele estivesse segurando um osso de ouro, acima de um prédio, sem que eles pudessem alcançá-lo.

Hyokomon decidiu sair de seu aparente estado em coma e falar algo.

- É como procurar uma pessoa, numa multidão. Várias formas, vários caminhos, mas é impossível. Você não sabe se ela está ali, ou se está lá, ou se realmente está no meio da multidão. - olhou para os céus, tentando desviar sua atenção da lua. Ela realmente não lhe trazia lembranças boas. - Eles são como o vento, Verbzinho. Estão em todo lugar, mas não podemos vê-los, apenas senti-los.

- Cale essa boca. - respondeu rispidamente, cuspindo ao lado. - Você não sabe de nada. Eles estão cercados, sem lugar para fugir, ou se esconder. Quando os encontrarmos, a morte deles será certa.

- Eu espero, Verbzinho... - sua voz doce e melancólica soava pelos ouvidos de Reverbel, fazendo com que ele se lembrasse de sua infância, enquanto engolia seco e mantinha seus olhos fechados.

- Tch.

Com uma cara de desdém ao pequeno parceiro, Pierre Reverbel causou um impulso em seus pés, saltando de cima do prédio, caindo e sentindo a pressão em seu corpo, exercida pela gravidade. Suas roupas insistiam em ficar chacoalhando para cima, como se não quisessem ter ido juntamente com ele. Hyokomon, que pulara juntamente com o humano, não esperava a morte. Afinal, eles nunca chegaram perto dela.

A lua estava com um formato triste, um tanto achatado, mas redondo, e com um branco tão vivido que se talvez parassem pra pensar, haviam passado tinta branca nela. Tal pudera, pelas atitudes do homem francês em relação ao pintinho, qualquer um que se dissesse existente choraria. Mas, coitada da lua. Sem olhos para chorar, apenas seu corpo para expressar a sua tristeza.

De longe, pôde ser ouvido algo.

- Digisoul Full Charge!!!

Após o grito ensurdecedor, que se não fosse a calma e a tranqüilidade da rua logo abaixo, tudo estaria agitado. Uma enorme e brilhante aura laranja com um tom amarelo subiu aos céus, em formato de rajada. Antes mesmo que alguém pudesse reclamar pelo barulho, uma coisa gigantesca, de cerca de sete a oito metros de altura, e com um corpo simplesmente enorme, subiu aos céus, planando. O breu que ali permanecia impedira que a visualização de seu corpo fosse feita, mas, de cara, deu-se a perceber que era um monstro com características humanas, parecido com uma espécie de dragão bípede, possuidor de grandiosas asas.

- Butenmon!

Uma silhueta humana acima do ombro direito de Butenmon permanecia de pé, olhando para o horizonte, sem rumo e sem destino.

----------------------------------------

A situação estava um tanto engraçada. A luz, que os levara a escolher o caminho da direita na bifurcação, era somente uma luz, não "a luz guia", como eles esperavam. Em suas cabeças, aquela fraca iluminação da lua na parede indicava uma suposta saída, mas, de fato, eles apenas andaram mais e mais. Porém, agora, com a pouca, mas útil iluminação, eles conseguiam enxergar o chão, algumas latinhas de refrigerante espalhadas, baratas ladeando os becos e ratos adentrando em seus buracos, sem contar as caçambas com um fedor absurdo, que provavelmente era onde jogavam o lixo diário.

Fate já havia caído, no mínimo, três vezes. Botara a culpa no hotel, que fornecera os tênis que estava usando no momento.

- Não se fazem tênis como antigamente. - comentou, olhando para os seus pés, cadarços todos sujos e abarrotados.

- Se preocupe com a sua cabeça, não com seus pés. - repreendeu Grim, cruzando os braços e dando um breve sermão no amigo reclamão. - Enquanto tiver ela, poderá respirar.

- Mas, se eu não tiver meus pés, não poderei andar! - insistiu o homem americano, dando ênfase à última palavra dita. - E, se eu não puder caminhar, ficarei no chão, ai minha cabeça será um alvo fácil.

- Dá na mesma. - o japonês já estava começando a ficar irritado com a atitude de Fate. - A única coisa que difere a situação é que seus pés lhe proporcionariam cinco segundos a mais de vida.

- Não dá na mesma não! - Fate estava começando a agir feito criança, o que preocupou Falcomon e Commandramon. - Em cinco segundos, dá pra pegar uma arma e atirar na cabeça do meliante, antes que ele me mate. Assim, eu fico vivo!

- Oi, meu nome é hemorragia. Prazer. - Joshua Kasagrim estava pronto pra botar um fim naquela discussão infantil. Sabia que ia dar merda se prosseguissem.

- Você tem telefone, hemorragia?

O japonês se segurou pra não pegar a sua foice e decepar a cabeça do pobre Benjamin McFate. Seus cabelos ondulados e castanhos se chacoalhavam conforme ele andava e, se tivessem vida própria, estariam se matando de rir, como estavam Falcomon e Commandramon. De certa forma, aquilo era saudável para ambos, pois era uma das muitas formas que eles usavam pra manter a amizade vívida e engraçada. Grim sabia que andar com Fate sempre daria em merda no final, mas, antes da merda, ele se divertia, e muito. Falcomon apenas analisava, mas também não conseguia se segurar. Commandramon então, nem se fala. Era um palhaço ambulante.

A lua, realmente, não estava amigável com ninguém naquela noite. Conforme andavam por aquele beco mal clareado, a pouca luz que a gigante e curiosa bola branca nos céus se cessava a cada passo que davam. Aquele beco não levaria a nada, conforme suspeitas dos quatro. O fedor estava se tornando insuportável, as baratas cricrilavam feito grilos loucos fazendo sexo, e os ratos surgiam a cada instante, provocando certo medo interior no japonês.

Estavam se aproximando de uma área do beco em que a luz não atingia mais. Esperavam que pudesse ser finalmente a saída daquele labirinto de becos, mas, na verdade, seria tudo diferente. Dois grandes olhos verdes e amedrontadores permaneciam flutuando naquela escuridão, como se estivessem esperando o grupo chegar. Ouviram passos; algo muito pontiagudo se mostrava. Logo, percebeu-se que aquela ponta tinha o formato de um grande cone, que brilhava mesmo sem a luz no local. Enxergaram algo parecido com uma camada arroxeada de pêlos se direcionando a frente deles, a uma distância de quatro metros.

Finalmente, um enorme monstro deu as caras.

- Colônia de férias de toupeiras aumentou em Las Vegas, agora? - Fate, como sempre, decidiu falar antes que todos.

- Desde quando toupeiras têm uma broca gigante no lugar do nariz? - questionou Commandramon, estranhando o gigante animal a sua frente.

- Não é uma toupeira normal, Commandramon. É um Drimogemon. - respondeu calmamente o japonês, como se o monstro não estivesse se aproximando deles. - Você devia passar mais tempo nos estudos ao meu lado, Commandramon.

- Não é hora pra...

- Mole's Claw!

Enquanto conversavam sobre absolutamente nada, mal perceberam que a toupeira estava arrastando sua pata dianteira, preparando-se para uma investida que viria a seguir. Ficou bípede por um momento e, como um raio, desferiu sua pata dianteira num golpe diagonal, na tentativa de atingir Fate e Grim - que estavam lado a lado - com suas garras em forma de broca. Por sorte, Commandramon puxou com tudo o japonês para seu lado, e Falcomon empurrou Fate com todas as suas forças para a parede, fazendo com que a gigante toupeira de corpo branco e costas arroxeadas atacasse o ar, derrapando alguns metros para trás dos humanos e dos outros dois digimons.

Benjamin McFate e Joshua Kasagrim voltaram para a mesma posição que estiveram antes, mas desta vez olhavam atentamente para a toupeira que, surpreendentemente, havia tombado com o seu próprio peso, mas mostrava sinais de vida. Falcomon estava encostado em Fate, e Commandramon em Grim, ambos de costas para os outros, mas humano com humano, e digimon com digimon lado a lado.

Na escuridão de onde surgira Drimogemon, dois olhos vermelhos e estranhos - possuíam o formato de um raio - pairavam sobre o ar, num contínuo sobe e desce - o que indicava que o ser que ali estava não era terrestre. Um bzz sonoro e irritante estava sendo ouvido a cada segundo que se passava e, num intervalo curto entre os barulhos, asas ensurdeciam os quatro parados ali no meio, provocando um ruído muito pior do que qualquer outro já escutado.

- Deadly Sting!

Algo muito pontiagudo - talvez mais do que a broca de Drimogemon - atravessou o ar, numa velocidade incrível. Falcomon e Commandramon não pensaram; empurraram, com suas próprias cabeças e com força própria, as costas de Fate e de Grim, fazendo com que eles tombassem e fossem ao chão. Após, se jogaram com tudo ao chão; o ferrão - a coisa pontiaguda e vermelha - atravessou o ar, passando por perto dos ouvidos minúsculos de Drimogemon, fazendo com que ele se assustasse e levantasse no mesmo instante.

A gigantesca toupeira encarava com seus olhos amedrontadores Benjamin McFate e Joshua Kasagrim, que se levantavam após o súbito tombo que levaram; o portador dos olhos em forma de raio se revelou; era uma grande abelha, talvez tivesse o tamanho um pouco maior de um humano. Tinha o corpo totalmente amarelo, não fossem as listras azuladas e sua juba vermelha. Quatro asas rosadas o permitiam voar, e um ferrão vermelho e pontiagudo aguardava silenciosamente em seu abdômen, pronto para ser lançado. Sua boca se dividia em quatro partes, para facilitar o mastigamento, e suas garras negras e afiadíssimas o deixavam com uma cara mais diabólica. Também possuía espécies de patas amarelas, talvez para pousar com mais facilidade quando quisesse; seu nome era Flymon.

O grupo estava cercado, sem lados para fugir. Nenhum deles era um macaco, portanto teriam que batalhar, caso quisessem tentar sair dali vivos.

- Não só de toupeiras, pelo visto. - comentou Falcomon, lançando uma indireta à grande abelha. - Acho que o número de floriculturas também aumentou.

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Duas fileiras simplesmente gigantescas de carros de vários modelos estavam se formando de acordo com o passar do tempo. O incansável aperto de buzinas estrondosas havia sido substituído pelo liga-desliga dos faroletes dos automóveis que, mesmo com tanto desgaste, suas baterias ainda não tinham acabado. Ao longe se podiam ver as luzes coloridas artificialmente feito um arco-íris, vindas dos prédios e cassinos de Las Vegas. Majestosas placas indicando os nomes dos locais penduravam-se, ladeando a estrutura dos edifícios. Mas, isso estava longe de ser a principal preocupação dos motoristas.

A barulheira era infernal.

Os policiais da cidade estavam bem à frente de todos os automóveis, coordenando o movimento. Mas, que movimento, se todos os carros estavam parados? Era muito confuso. Mal eles sabiam explicar ao prefeito que Boarmons estavam tampando a entrada da cidade. A única entrada, o que levou o comentário malcriado de vários habitantes e visitantes de Las Vegas. Por que não abrem uma segunda entrada?, Por que insistem em dizer que o nosso trânsito é o melhor do mundo, quando se vemos dentro de um engarrafamento desses? Realmente, era muito triste.

Dentro de um Fusion 2099 preto, uma música country tocava suavemente. Em sua visão, pequenas notas musicais flutuavam dentro de seu automóvel, com linhas conseguintes e desajeitadas as acompanhando. Seus ouvidos pareciam se mexer ao ouvir aquela bela sintonia, mas tudo não passava de felicidade. Ao invés de estar esmurrando feito louco a buzina, ou estar batendo o dedo na travinha dos faróis do carro, estava com os olhos fechados, balançando a cabeça. Suas mãos cerradas pulavam com alegria em seu colo, conforme o tocar do violão na música.

De repente, a música parou. O barulho irritante de buzinas contínuas voltou aos seus ouvidos, o que o irritou. O simples fato fez com que ele abrisse os olhos, e voltasse a sua atenção para o caos que aquele trânsito havia se tornado; de um simples congestionamento, tornou-se um verdadeiro inferno. Fumaça acinzentada saía do capô dos carros, e havia muitos gritos humanos. Tudo isso fez com que sua vontade de sair esganando cada um que estava em Las Vegas subisse a cabeça.

Ele desceu do carro.

- Merda! - resmungou, batendo a porta do automóvel. - A gente não pode sair um minuto dessa droga de cidade que o capeta já vem fazer a festa. Tsc.

Saiu andando pelo canto da estrada, ladeada pela areia do deserto. Trajava-se com uma roupa esporte chique, consistindo num paletó e calça social bege, com uma camisa social azul-clara por dentro e por cima desta uma gravata azul-escuro. Havia um relógio em seu pulso esquerdo, que possuía a cor marrom em predominância, tal como seu sapato social. Seus cabelos lisos e grisalhos penteados formalmente, e seus olhos com uma profundidade vívida denotavam que aquele homem devia estar por volta de seus cinqüenta anos, com cerca de um metro e setenta de altura.

Ao seu lado, um pequeno monstro, que devia ter por volta de um metro e quarenta de altura, sendo um pouco menor que o humano que o acompanhava. Aparentava ser um leão humanóide, com a cor laranja predominante em seu corpo. Havia uma pelagem amarelada em seu peito, também possuindo garras em seus pés e nas mãos. Nos punhos, braceletes envolvidos em chamas, tal como o elmo de sua cabeça. Grandiosos e perfeitos olhos azuis reinavam sobre um pequeno focinho amarelo.

- Relaxa, Casablanca. - disse o digimon bípede, tentando acalmar o parceiro humano em relação ao trânsito. - Eu até tenho minhas suspeitas do que está acontecendo.

- Grim... - sibilou o homem, enquanto corria ao lado da fileira de carros, acompanhando seu digimon, que pulava sobre o teto dos automóveis.

-... e, conseqüentemente, Fate. - terminou o pequeno leão, se referindo ao "amigo atrapalhado de Joshua".

Aquilo não parecia ter mais fim. E, provavelmente, não iria mesmo. Já faziam cerca de cinco minutos que estavam correndo; realmente, ainda faltava muito para chegarem a Las Vegas. Com a velocidade que corriam nada podia ser ouvido; fora os maldizeres que os humanos dentro dos automóveis mandavam a Coronamon, porque estava pulando sobre seus carros. Também pudera. A maioria estava chegando de um longo e cansativo dia de trabalho e, obviamente, iriam aproveitar o máximo que pudessem aquela noite. Mas, um engarrafamento já é muito. Saber que a sua cidade foi invadida por gigantescos javalis flamejantes e dinossauros aéreos já basta pra matar qualquer pessoa. Agora, um leão laranja pulando em cima do seu carro? Isso é o fim.

O homem - denominado pelo digimon de fogo Casablanca - desvirtuou seus passos para fora da pista, em direção ao deserto. Avistara ao longe uma pedra grandiosa, mais parecida com uma lápide de corvos. Junto com Coronamon, se meteu atrás do pedaço de rocha abandonada e simplesmente sumiu.

- Digisoul Charge!

Uma pequena explosão - mas que, na verdade, não era uma explosão - atrás da rocha liberou uma espécie de aura vermelho-fogo, que cobriu aquela região do deserto. Não bastasse isso para assustar por inteiro os motoristas do congestionamento, algo como um rugido soou por aquelas redondezas. Um rugido de um animal, um rugido de um leão. Mas não era um leão qualquer.

- Firamon!

Dando um impulso com suas assustadoras quatro patas, o leão partiu rumo aos céus, na direção de Las Vegas, com Julian Casablanca montado em suas costas.

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- Crusher Bone!

Esmurrando o chão de concreto do beco e aprofundando a sua mão por debaixo da terra, Drimogemon ao retroceder suas pernas ao solo trazia consigo um grande osso, o qual segurava com a pata dianteira. Sem delongas, virou seu gigantesco corpo para trás e lançou o osso com todas as suas forças, na direção de Fate e Grim, que estavam de pé, lado a lado, posição esta que tomaram após desviarem dos ferrões de Flymon, que se contentava em lutar contra Falcomon, que estava sem a ajuda do derrotado Sealsdramon.

O osso atravessou o ar, devido ao fato dos dois humanos terem desviado um para cada lado. Falcomon percebeu o olhar da grande abelha se desvirtuar para o lado direito e se jogou no chão, fazendo com que o digimon inseto fosse atingido em cheio pelo osso, que se partiu em dois ao atingir seu corpo. Começou a gritar de dor, e foi ao chão também, um tanto distante de todos. Falcomon se levantara rapidamente, correndo assim que se estabilizou em duas patas na direção de Sealsdramon.

O digimon ciborgue estava deitado, com a mão direita apoiada sobre o seu peito, que subia e descia levemente. Falcomon ficara preocupado.

- Você tem que ser forte, Sealsdramon! Não se entregue... Não se entregue! - estava fazendo de tudo para animar o amigo, na tentativa de que ele acreditasse que estava vivo. - Vamos... Foi só um veneno temporário. Eu sei que você agüenta bem mais que isso, afinal, é um ciborgue!

- Sealsdramon pode ser um ciborgue, mas dentro dessa rústica armadura existe um corpo... E esse corpo tem DNA digimon. - com olhos piscando feito o bater de asas de uma borboleta, o digimon draconiano tentava explicar a Falcomon a sua situação. - Sealsdramon não vai agüentar por muito tempo...

- Seals...dramon... Por favor, não vá... Por mim, por Fate... Por Grim... - Falcomon estava esmurrando o chão ao lado do debilitado ciborgue, tentando com todas suas forças ajudar o amigo. Uma lágrima sincera caiu suavemente de seus olhos, escorrendo pelo seu rosto similar ao de uma coruja. -... Por NATHALIA!

Mais uma lágrima escorreu de sua face, mas desta vez caiu com tudo no corpo de Sealsdramon. Como se tudo estivesse em câmera lenta, ele sentiu aquela gotícula de água tocar sua armadura, penetrar em seu corpo e atingir a sua alma. Aquelas palavras tocaram seu interior. Ele estava a ponto de desistir; à beira da morte. Mesmo sabendo que, se morresse, iria deixar muitas pessoas tristes. Mas, apenas as palavras de Falcomon, o papel de amigo que o falcão estava tentando fazer, fizeram com que lembranças viessem à mente do ciborgue draconiano.

Seus olhos, um diferente do outro, se abriram a realidade. Ele não podia morrer. Entrara nessa, e dessa não sairia até terminar o que devia ser feito. Era seu papel estar ali. Era seu dever. Era sua missão, proteger Grim e os outros. Tiros e mais tiros saindo das Twin Blasters que procuravam atingir Drimogemon, mas sem muito efeito, fizeram com que ele aos poucos fosse se levantando. Cinco segundos se passaram, e a foice de seu parceiro humano viera ao seu lado.

Olhou confiante, para a antiga arma.

- Seals... Sealsdramon não vai desistir. Ele fez uma jura, como todos. - o digimon se lembrava do evento que acontecera no quarto do hotel, onde até agora pouco estavam. - Sealsdramon NÃO vai desistir... Por ela. Se for preciso ir até o inferno para salvá-la, SEALSDRAMON VAI!

-... Isso, amigo! É assim que eu gosto! - Falcomon ajudava o parceiro de Grim a se recompor de pé. Escutou um zumbido e ficou preocupado.

-... Tch. Não se preocupe. - avisou Sealsdramon, com desdém. - Acha que consegue tomar conta de Drimogemon?

- Com certeza! - Falcomon cerrou seu punho direito e socou o ar, contando vitória antes da hora. - Fate já abriu uns buracos nele, e presumo que há alguns cortes feitos por Grim.

Sealsdramon abaixou a cabeça, durante um segundo muito rápido. Um segundo, que fez com que ele pensasse, refletisse em sua vida. Ele estava certo em tomar aquela atitude, e agora iria fazer somente o correto. Levantou a cabeça, e piscou com seu olho direito para Falcomon. O falcão agarrou a foice de Joshua Kasagrim e saiu correndo, na direção dos dois humanos, que se encontravam desesperados próximos a gigante toupeira. Aparentemente, as Twin Blasters não estavam causando nenhum efeito no digimon, devido a sua broca, que atraía as balas e as destruía.

Sealsdramon deu um salto muito alto e planou na diagonal, na direção de Flymon, que se escondia na plena escuridão, de onde não saíra até o momento. Como visualizava claramente todas as coisas no escuro, o ciborgue conseguiu ver o corpo debilitado da grande abelha no chão, se mexendo como se estivesse com um ataque epiléptico. Preparou sua adaga e, ao se aproximar do solo, causou um impulso em seu corpo que ligou seus propulsores traseiros, possibilitando uma maior proximidade do corpo do digimon inseto. Ao menos pensou, e levantou seu braço, pronto para desferir um golpe fatal em Flymon.

Mas, de repente, a grande abelha levantou vôo e lançou-se numa investida, que atingiu em cheio o corpo de Sealsdramon. Continuou com o ataque e, em menos de quinze segundos, o corpo de Sealsdramon já estava sendo levado para cima dos prédios mais altos de Las Vegas.

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Suas forças haviam sumido, talvez pela gravidade constante que exercia sobre seu corpo. Ele nunca havia atingido uma altura tão grandiosa como esta, tanto fosse seu medo de altura. Flymon não parou; Sealsdramon já estava perdendo o fôlego, e começando a desmaiar. Mas, uma força interior fez com que ele se dedicasse no trabalho com as mãos, que foram empurrando a cabeça de Flymon fortemente. Quando parou de ser levado pela investida - já estava perto das nuvens praticamente - segurou com tudo a cabeça da grande abelha, girou seu corpo de ciborgue e, com todas suas forças, levantou a mão que segurava a cabeça do digimon e lançou-o para baixo, fazendo com que a toda velocidade estivesse cada vez mais próximo ao chão. Uma perfeita reviravolta.

Começando a cair, tal como Flymon - que estava desacordado, devido a pressão exercida em sua cabeça - Sealsdramon segurou firmemente sua adaga. Seu medo de altura aparentemente havia sumido naquele instante; sua determinação falara mais alto, e a sede de matar Flymon havia subido em sua cabeça. O digimon abelha bateu com tudo seu corpo acima de um prédio, causando uma pequena cratera onde pousara. Sealsdramon não teve pensamentos; resolveu ser mais rápido e mais eficaz do que já era.

Se teleportou para onde Flymon estava e, com a adaga empunhada na mão direita, levantou a mesma mão aos céus e desceu-a com tudo.

- Death Behind!!!

A adaga perfurou silenciosamente o abdômen da grande abelha. Um urro saiu ecoando de sua boca, indicando que não lhe faltava mais ar para pelo menos dar um contra-ataque. O monstro pareceu não morrer; o ciborgue draconiano forçou ainda mais a adaga, situação que provocou a explosão e o escorrimento de sangue pela boca do digimon. Forçando mais um pouco, Flymon deu mais um berro estridente e, de repente, não agüentou mais. Explodiu em mil partículas azuis, o que provocou um sorriso malicioso no rosto de Sealsdramon.

Correu, e saltou do prédio. Três segundos de queda se passaram, e ele ativou seus propulsores, tentando procurar em qual beco estava ocorrendo a outra luta.

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Benjamin McFate estava encostado a uma caçamba, xingando a si próprio por não poder fazer nada. As Twin Blasters nunca haviam lhe dado trabalho, e agora pouco haviam falhado. Era um tanto estranho, mas, em sua concepção, a broca tinha algo envolvido nisso. Joshua Kasagrim pensara na mesma hipótese, e não tinha chegado em nenhuma conclusão. Até que, miraculosamente, após lembrar-se de alguns estudos que havia feito há muito tempo atrás, lembrou-se de uma coisa que não devia ter esquecido, nunca.

- Já sei! - era como se uma pequena lâmpada acesa surgisse acima de sua cabeça, despertando interesse em Fate. - Aquela broca... É o que o protege! Ela deve estar ligada ao digicore de Drimogemon, ou seja, está ligada ao coração dele! Por isso essa extrema defesa e esse ataque tão poderoso... Eu nunca havia visto isso em algum digimon, mas deve ser um novo tipo de anticorpo, não sei...

- Falcomon; a broca!

Fate gritara quase berrando para seu parceiro digimon prestar atenção nele. Falcomon virou-se para trás, após ter dado várias combinações de socos e pontapés em Drimogemon, que estava um pouco atordoado, e acenou com a cabeça, indicando que havia entendido o que o humano tinha lhe falado. A broca é a chave, pressupôs ele. Mas, um breve descuido e a gigante toupeira desferiu uma patada em seu corpo. Falcomon foi jogado a muitos metros para trás dos dois humanos, porém nada o impediu de ricochetear em uma parede próxima e sair voando loucamente na direção de Drimogemon.

Ao chegar próximo, não teve compaixão; fincou suas garras esquerdas nas costas arroxeadas da toupeira - estava próximo à broca - e, com as garras que formavam a sua mão direita, apertou com tudo a broca da gigante toupeira. Apertou, apertou e apertou. Chegou num ponto que não dava pra apertar mais, e ele decidiu tornar o impossível, algo muito fácil.

Com todas as suas forças inumanas, Falcomon puxou com tudo a sua mão, na tentativa de retirar a broca do local do nariz de Drimogemon. Para Grim, era um milagre. Como que um seichouki conseguiria arrancar a broca de Drimogemon, que era um seijukuki? Era impossível. Para Fate, não era. Ele confiava, e sempre confiou na força e na capacidade de seu parceiro digimon. Mesmo que o nível que ele estava era considerado fraco, seu interior era totalmente o contrário. Mesmo sem o digivice, eles conseguiriam.

A broca foi jogada ao longe, deixando apenas um buraco no lugar onde estivera até então. Sangue, muito sangue começou a jorrar do buraco, fazendo com que Drimogemon se jogasse ao chão, urrando de dor, sem parar sequer um segundo. Falcomon não hesitou; com coragem e determinação, adentrou no buraco nasal da gigante toupeira. Joshua Kasagrim pensara que era suicídio fazer aquilo, pois o interior do corpo de um digimon terrestre era muito quente. Mesmo assim, Falcomon estava pouco se lixando para o clima lá dentro.

Fate já estava começando a se preocupar, quando o barulho de um propulsor se aproximava. Sealsdramon parou ao lado de Grim, são e salvo.

- Pelo visto, você matou Flymon, Sealsdramon. - comentou Grim, acreditando em seu parceiro. - Bom trabalho.

- Onde está Falcomon? - com desdém ou pouco se importando para comemorações naquele momento, o ciborgue olhava horrorizado o sangue que jorrava do buraco nasal de Drimogemon. - Não me digam que...

BOOOM.

Incontáveis partículas azuis surgiram no local do corpo da gigante toupeira. Agora não havia mais buraco para amedrontar ninguém. Agora não havia mais preocupação, nem dor de cabeça. Os dados de Drimogemon formaram uma espécie de fumaça azulada, impedindo a visualização do que estava além. Sealsdramon preocupou-se demais e foi ao extremo, pensando que Falcomon pudesse ter ido junto com a explosão. Fate estava confiante, como sempre. Joshua Kasagrim estava sem pensamentos; para ele, tudo estava bem, pois ao menos o sofrimento estava momentaneamente desaparecendo.

Os dados sumiram. A expectativa era grande. Algo com um formato de coruja pairava sobre o ar, batendo suas asas negras. O digimon ciborgue estampou um sorriso largo em sua face ao ver que seu amigo falcão passava bem. Correu para abraçá-lo e Falcomon, que estava sorrindo também, abriu seus braços. Os dois digimons selaram a amizade novamente, um contemplando o outro pelos feitos daquela batalha.

Após uma longa cerimônia de comentários sobre como você matou Flymon, Sealsdramon? e é quente dentro do corpo de uma toupeira, Falcomon?, os quatro fugitivos haviam se esquecido que estavam no meio de um inferno, onde os demônios estavam atrás deles.

- Merda... Eu acabei de pensar nisso. - Fate já começava a se sentir nervoso, enquanto o grupo andava para a escuridão de onde Drimogemon surgira. - Onde vamos ficar?

- Sinceramente, não sei... Nenhum lugar nessa cidade agora é seg- – como se um relâmpago caísse sobre o cérebro de Grim, ele teve mais uma idéia. - Já sei! Sealsdramon; lembra do Delicious Kitty?

- Delicious Kitty... - o digimon ciborgue tentava se lembrar, pensou em várias coisas mas, somente quando associou a Las Vegas que obteve a resposta. -... O cassino do Casablanca?

- Exatamente! - Grim respondeu, todo alegre.

- A gente vai se esconder... num cassino? - Fate cruzara seus braços, apoiando um sobre o outro, aparentemente preocupado. - Mas, como vamos pra lá?

- Eu ouvi barulho de carros quando fui jogado contra o lugar de onde Drimogemon surgiu... Aparentemente, ele deve ter surgido de lá. - comentou o falcão, atenciosamente.

Finalmente, eles chegaram ao lugar onde a gigantesca toupeira havia surgido, lugar esse onde o breu predominava. O fedor agora havia aumentado; de certa forma, pairava sobre o ar um cheiro estranho. Um cheiro de esgoto, de água poluída. Grim foi à frente para verificar, sendo cuidadoso como óbvio, pois tudo estava escuro ali. Fate logo atrás, e Sealsdramon e Falcomon atrás do humano de cabelos longos. Ratos ainda gemiam e baratas faziam barulhos igual ao dos grilos, mas o que mais chamou a atenção foi o grito que Grim soltara. Fez eco até certo ponto que um estrondo fora ouvido.

Fate xingou seu relógio, mais uma vez, por não estar funcionando. Como se adivinhasse, ele espalmou duas vezes seguidas o objeto, fazendo com que ele voltasse a funcionar. Tudo ficou iluminado a frente, após ele ter direcionado o relógio espião para a direção norte. Havia uma parede gigantesca - desta vez, não havia mais bifurcações, era o fim da linha mesmo - e, em seu meio, um grande buraco. Grim acabou tropeçando e caindo dentro da pequena sala que vinha adiante, sumindo. Após uma análise mais precisa, Falcomon percebera que havia uma espécie de buraco no chão da sala - que, como o da parede em que estavam entrando, não fora feito por Drimogemon - e uma tampa jogada do lado.

Grim gritou de lá debaixo do buraco, enquanto os outros três analisavam o mesmo.

- Ei... Pessoal... - como se estivesse morto, o japonês tentava sibilar algumas palavras.

- Tudo bem ai, Grim? - Fate, preocupado com o bem-estar de seu amigo, olhou pelo buraco, vendo o japonês bem lá no fundo.

- Tudo ótimo, fora a dor de cabeça que estou tendo devido a queda. - respondeu gentilmente Joshua Kasagrim. - Isso daqui é um esgoto, muito fedido, mas que, provavelmente, nos levará as principais ruas de Las Vegas, de onde poderemos chegar ao cassino que procuramos.

Antes que Sealsdramon pudesse abrir a boca, ou Falcomon explicar a situação, Benjamin McFate, na velocidade da luz, pulou dentro do buraco, gritando e se envolvendo com a queda que estava sofrendo. Por pouco não caiu em cima de Grim, que começou a xingar seu amigo. Falcomon olhou para Sealsdramon, que acenou para o falcão ir primeiro. O parceiro de Fate pulou no buraco e, antes de tocar o chão, planou, parando com seus pés levemente naquele solo de concreto do esgoto. Só restava Sealsdramon.

O digimon ciborgue, antes de adentrar na abertura que levava ao esgoto, olhou para trás, na profunda escuridão que estava fora da sala - onde a batalha havia ocorrido - para se certificar que não iriam ser seguidos. Após alguns segundos, reconquistou a sua confiança e se lançou dentro do buraco, caindo rapidamente e atingindo o solo. Joshua Kasagrim explicou algumas coisas antes que Fate tomasse seu rumo esgoto adentro, sendo seguido pelo resto do grupo.

No meio da escuridão, uma silhueta humana observava o grande buraco. Aparentemente conseguia enxergar através do breu, e possuía uma voz feminina.

- Cassino Delicious Kitty, hun?

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A tampa se levantara, sendo empurrada para o lado assim que saiu de seu encaixe. O buraco no meio da grande avenida ficou sem proteção, o que indicou acesso livre do grupo ao mundo exterior do esgoto. Fate subira calmamente uma escada de metal, fixada no concreto do túnel. Em poucos segundos, sentia o ar puro da cidade voltar aos seus pulmões, e agora não mais inalava o fedor constante da água poluída que corria sobre os pés de Joshua Kasagrim, Commandramon e Falcomon, que aguardavam embaixo.

Colocou sorrateiramente sua cabeça para fora do buraco. Num piscar de olhos, um carro passou sobre o buraco; caso não fosse sua atenção, ele estaria decapitado.

- DROGA! - ao voltar à realidade - havia ficado tonto - deu um suspiro forte.

- Vai mais, garanhão. - insinuou Falcomon, enquanto Commandramon e Grim riam.

Após ter recuperado os sentidos e ter voltado à realidade - pois estava vivo -, Benjamin McFate percebera que os barulhos lá fora do esgoto haviam se cessado. Resolveu colocar sua cabeça mais uma vez para fora e, desta vez, nenhum carro estava passando nos dois metros que cobriam as proximidades do bueiro. Rapidamente, subiu mais um degrau da escada e colocou suas mãos para fora do buraco, apoiando-as sobre o asfalto. Ocasionando certa força para baixo, o humano de cabelos ondulados conseguiu sorrateiramente sair do buraco. Ficou sentado no asfalto, com as pernas balançando dentro do bueiro.

Ficou de pé e num rápido olhar percebera que estava no meio da East Cross, uma das principais avenidas de Las Vegas, destacada pela maioria dos cassinos e bares serem localizados em seus arredores. Era uma avenida praticamente simples, com vários adornos entre os postes e os cabos. Ruas bastante organizadas e sem lixo, várias pessoas admirando para lá e para cá as luzes coloridas e as majestosas placas que indicavam os nomes dos cassinos. Consistia num cruzamento de quatro ruas, com duas vias cada. O bueiro em que o grupo se encontrara há poucos segundos antes, ficava no meio desse cruzamento.

Em menos de um minuto, os quatro fugitivos saíram sorrateiramente do bueiro, tampando-o a seguir. Grim que dera a idéia, porque sabia que qualquer acidente poderia ocorrer devido ao fato, e isso ele não queria. Só iria trazer mais problemas para eles.

De fato, estavam totalmente perdidos. A idéia era achar o Delicious Kitty, cassino em que o dono era um suposto amigo de Joshua Kasagrim. Mas, fazia tempos que ele não visitava a cidade e, como imaginava, ele havia esquecido sua localização. Custava agora seguir uma das quatro ruas e procurar um único cassino no meio de dezenas deles. Falcomon sugeriu que seguissem ao norte de onde estavam, pois era onde o movimento estava maior e vindo em mais freqüência. Grim sugeriu que seguissem pelas calçadas - mesmo que estivessem sendo procurados, era melhor seguir à risca do que ser atropelado.

Commandramon, enquanto desviava dos humanos, xingando alguns poucos, deu a bobeira de olhar para os céus.

- O que é aq-quilo?

Apontou exatamente para o meio dos céus, que se encaixava com o meio da rua. Três monstros aéreos, sendo que havia um à frente dos outros dois, estes lado a lado, planavam silenciosamente sobre o céu escuro e quieto. Tais monstros assemelhavam-se a pterodátilos, cobertos por uma armadura metálica azul-celeste. Possuíam duas asas e um leme, com um propulsor cada, tornando o seu vôo mais leve e acelerado. Mísseis estavam acoplados por debaixo de suas asas, sendo a sua principal arma. Suas garras traseiras cor de sangue e seus olhos profundamente amarelos os deixavam com um ar violento e frio.

Aparentemente, estavam procurando algo. Fate, mesmo sendo o mais burro da turma, logo adivinhou que os digimons no céu estavam os procurando.

- Droga. - sussurrou ele, chegando mais próximo das lojas em que passava, na tentativa de se esconder debaixo das árvores e não ser visto. - Tenho certeza que são do exército da SWAT, e que estão nos procurando.

- Sinceramente, eu não tenho idéias. - comentou Falcomon, suspirando.

- Nós não encontraremos esse cassino se ficarmos aqui, moscando. - disse Joshua Kasagrim, relacionando-se a situação que o grupo enfrentava. - Já estamos andando há mais de dez minutos, e nada desse cassino. Danem-se as pessoas, danem-se esses digimons do exército. Vamos CORRER!

A idéia do japonês pareceu brilhante à mente dos outros três. Sem demora alguma, começaram a correr, fora da calçada, mas beirando o meio-fio. Queriam acima de tudo chegar rapidamente ao cassino, ou pelo menos achá-lo, e pra agilizar o processo decidiram não seguir pela calçada. Os pterodátilos planando nos céus perceberam a ação e logo avistaram os quatro, correndo; Fate à frente com Falcomon, Commandramon e Grim logo atrás. O líder dos pterodátilos mudou seu curso de vôo para o noroeste, mas prosseguiu na mesma velocidade.

Preparou sua mira e, silenciosamente, decidiu agir.

- Side Winder!

Os mísseis desceram de ambas as asas e conforme planejado pelo digimon, seguiram um trajeto na diagonal, na direção do grupo. Os projéteis se locomoveram tão rapidamente que não houve tempo de escapar; atingiu a calçada ao lado deles antes que pudessem pensar em correr. Uma explosão ocorreu e os vidros da loja adjacente a calçada se estilhaçaram, assustando as pessoas que saíram atônitas para os lados. Benjamin McFate e Commandramon foram jogados para praticamente o meio da rua; Falcomon fora esperto e escapou voando, e Joshua Kasagrim havia percebido o ataque e se apressado, mas não tanto para avisar os outros.

Fate levantou-se do asfalto e ajudou Commandramon a se levantar. Após isso, olhou para cima, admirando o belo céu que destacava os três Pteramons.

- Vocês vão me pagar, desgraçados!

- NÃO Fate, não temos tempo!

Grim puxou Fate pelo braço e o trouxe a realidade. Se ficasse ali para lutar, os quatro fugitivos seriam descobertos e tudo estaria perdido. Falcomon seguiu Commandramon, que tinha visto algo como Delicious Kitty numa placa ao longe - afinal, sua visão era mais aguçada que os outros. Os dois digimons fugitivos saíram na frente, enquanto os dois humanos - o japonês e o americano - os seguiam logo atrás. Os Pteramons lançavam mísseis cada vez mais, o que preocupava e embaralhava a mente de Joshua Kasagrim. Como que o exército poderia atacar um local com pessoas inocentes?

Falcomon soou um berro por ver a gigantesca placa do cassino que procuravam. Vários carros cruzavam as duas vias daquela rua da East Cross, mas os fugitivos pouco se importaram com isso. Correndo e tentando desviar de cada automóvel que passava e freava quase em cima deles, cruzaram as duas vias da rua e chegaram ao outro lado, alcançando a entrada do cassino.

- Entrem, rápido! - Grim anunciou aos outros a certeza de que era aquele o cassino que procuravam.

Não repararam na estrutura exterior do cassino, apenas na adornada porta rolante que eles utilizaram para entrar no gigantesco prédio.

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- Hahaha, eu sou foda.

Fate acabara de ganhar mais uma rodada de poker. Estava à frente de uma mesa redonda e um pouco grande, feita de madeira, coberta por uma espécie de um tapete verde, onde se situava várias cartas e moedas estranhas. Ao redor da mesma mesa, estavam sentados em cadeiras de metal fixadas ao chão quatro homens, que juntos perderam todas as moedas para o americano de cabelos castanhos e ondulados, que estava trazendo para si as moedas com as mãos. Seus olhos brilhavam ao vê-las, mas já era de se esperar; havia ganhado quatro rodadas seguidas.

Teve a idéia de prosseguir a jogatina de cinco rodadas vale-tudo, mas, por sorte do destino, fora interrompido.

- Vamos embora daqui, Fate!

Grim puxara com tudo seu amigo musculoso pelos braços, com tanta força que impressionou os jogadores de poker, que ficaram sem jeito. Músculos são adornos dos braços, não demonstração de força, pensava o japonês. Caminhando por um corredor estreito e muito comprido, talvez devido às centenas de máquinas caça-níqueis que estavam enfileiradas perfeitamente ao lado do mesmo corredor, os quatro fugitivos procuravam o dono do cassino, com certa cautela. Já estavam ali fazia algum tempo e nenhum sinal de SWAT ou exército americano, o que deixou Falcomon e Commandramon um tanto aliviados.

O digimon falcão se surpreendeu. Eles estavam sendo procurados e seus rostos tinham sido levados à televisão, sendo mostrados a todo o mundo. As pessoas ali com certeza teriam assistido o canal de notícias da cidade e notado que os quatro fugitivos se situavam ali, logo avisariam a polícia local e conseqüentemente a SWAT agiria. Mas, de certa forma, nada disso estava acontecendo, o que o deixou confuso. Como que coisas materiais e coisas tão idiotas como jogos desse tipo conseguiam prender a total atenção dos seres humanos? Na cabeça de Falcomon, essa idéia não fazia nexo.

Caminhando apressadamente sobre um tapete vermelho no corredor, avistaram ao longe várias portas. Provavelmente, eram os toaletes do cassino. Eram portas feitas com um vidro bem trabalhado e majestoso, assim como todo o interior do cassino. O teto era uma espécie de espelho gigante, modelado e dividido em milhares de triângulos e sendo feito pelo mineral quartzo. Suas paredes eram de concreto rochoso, cobertas por uma espécie de carpete dourado mostarda, com vários desenhos de animais, destacando-se os leões. O chão dos corredores eram tapetes vermelhos e felpudos, enquanto o das áreas de jogos eram azulejos vinho com demarcações amarelas.

As pessoas gritavam de alegria a cada botão que apertavam nos caça-níqueis ou a cada jogada certa no poker e em qualquer jogo de cartas. O dinheiro rolava solto e provavelmente muitas pessoas sairiam felizes e infelizes daquele cassino. Mas, afinal, naquele momento ninguém estava pensando no dia de amanhã - muito menos Fate.

- Ele não está aqui, Grim.

- Pois é, geralmente ele fica próximo aos toaletes, papeando as moças que levam seus filhos para trocar as fraldas... - comentou Grim, arrancada uma leve risada de Fate. - Mas, eu já sei onde ele deve estar. Venham comigo.

Falcomon, que estava planando sobre os outros três, decidiu terminar o pequeno vôo e usou de suas pernas para se locomover juntamente aos outros pelo corredor. Grim deu um sinal, e os outros três fizeram a mesma coisa que ele - viraram um corredor à direita. Ao final desse corredor, existia uma espécie de parede de tijolos laranja, sem pintura e sem acabamento. Não havia ninguém ali perto, sequer um segurança do cassino, o que deixou Fate um pouco assustado. Mas, Grim estava confiante, e transferiu esse sentimento ao grupo.

Chegando ao final do corredor, deram de cara com a tal parede.

- Acho que entendi. - Fate, querendo usar de toda a sua inteligência para demonstrar aos outros que era o fodão, esboçou um sorriso e uma impressão de sábio, com a testa franzida. - O maluco sabe atravessar paredes, é isso?

- Hahaha. Gostei dessa. - finalmente Benjamin havia servido para algo, no pensamento de Grim. - Não, seu bobo. Esse lugar é o esconderijo de Julian Casablanca, o dono deste cassino. Ele costuma vir aqui quando o cassino está lotado ou não há mulheres para paquerar.

- Entendo. - disse o americano, estralando seus dedos. - Então a gente vai ter que aprender a atravessar paredes como ele, é isso?

Mais uma gargalhada, dessa vez atingindo o grupo todo. Falcomon bateu um pouco suas asas o bastante para aproximar-se da cabeça de Benjamin McFate, para dar um leve espalmo em sua cabeça. Commandramon se jogou no chão e começou a rolar, sendo repreendido por Joshua Kasagrim. O japonês, por sua vez, olhou com uma cara para Fate e caminhou mais um pouco, encostando sua mão na parede, e dizendo a palavra womans.... De repente, uma porção da parede brilhou intensamente e, após a forte luz, ela começou a se retrair para o chão. Uma leve nuvem de poeira subiu ao ar, causando a emissão de cof, cofs dos fugitivos.

Grim adentrou na valeta, chamando Fate e os outros, que o seguiram.

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Era um local magnífico. Digno de uma cena de filme, os fugitivos olhavam atenciosamente para cada detalhe daquela sala. Era um lugar um pouco apertado, mas que cabiam as coisas de um dito louco era certeza. Tal sala era redonda, tendo como óbvio uma única parede, que era feita de metal azul-celeste. Fixada à parede, havia uma mesa também redonda, sobre ela um computador de última geração, alguns retratos e fotos, flores perfumadas e atraentes, lápis, canetas, entre muitas outras coisas. Na parede, vários cabos subiam ao teto, de onde pendia uma grande luminária branca, que iluminava todo o local. Antes disso, um corredor, que levava ao cassino, de onde os dois humanos e os dois digimons tinham vindo.

Grim resolveu fazer algo que não fora dada permissão a ele, mas como de costume, era sempre bom verificar o que estava ocorrendo. Ligou o computador, e esperou. A tela que antes estava negra piscou, surgindo assim outra, de coloração azul. Não havia nada, apenas um pequeno ícone quase que invisível no canto inferior-direito da tela. Tal ícone era uma pequena carta; Grim sugeriu que fosse um e-mail, e decidiu abri-lo. Levou a seta até o pequeno ícone com o mouse e após um suspiro, resolveu clicar.

Uma janela pop-up surgiu.

Grim,

sei que neste exato momento você pode estar preocupado comigo e deve estar se questionando o porquê de eu não estar ai, ou porquê eu deixei esse email a você. Não se preocupe, estou bem. Estou viajando, e devo voltar logo. Você me contou que ia a Area 51 com o Fate, e eu já imaginava que tudo isso ia acontecer. É apenas o começo...

De seu grande e velho amigo, Julian Casablanca.

Grim fechou a janela e, num piscar de olhos, tocou no botão do monitor, fechando a tela e desligando o computador moderno.

- Viajando... - Grim pensara por poucos segundos e num ato de loucura saiu correndo. Sua foice balançara como nunca em suas costas, brilhando como se estivesse nova. - Venham comigo, pessoal!

Em menos de meio minuto, os quatro fugitivos já estavam de volta ao cassino, correndo como doidos pelo felpudo tapete vermelho. Viravam à direita na próxima bifurcação, e seguiram reto por poucos segundos, virando à esquerda na próxima bifurcação. Ao longe era possível de se ver uma escada e dois homens de smoking preto, um de cada lado da escada. Ambos estavam com as mãos para trás e com pistolas encaixadas perfeitamente em seus coldres. Óculos escuros os deixavam com um ar mais assustador, mas talvez fizesse apenas parte do traje que utilizavam.

Joshua Kasagrim dissera aos outros três para não pararem de correr, mesmo quando chegassem perto dos dois seguranças. Commandramon advertira que eram fortes os bastante para matá-los em um só golpe com as mãos, mas isso não amedrontava Benjamin McFate. Os passos se tornavam demorados e tudo parecia estar em câmera lenta quanto mais se aproximavam das escadas e dos temidos seguranças. O japonês estava confiante, mas o americano, o falcão e o pequeno dinossauro escamoso não estavam entendendo nada com nada.

Os seguranças perceberam, faltando alguns metros de aproximação, a estranha locomoção dos quatro fugitivos. Eram os fugitivos da Area 51 e, sem dúvida alguma, partiram para cima dos quatro. Fate partiu pra cima do menor dos seguranças, e desferiu um soco em sua barriga, fazendo com que o segurança levasse as mãos ao local atingido. Falcomon tinha se encarregado do outro, dando um chute em seu queixo, quase o quebrando.

Grim e Commandramon não tinham parado de correr. Subiram alguns degraus da escada e, ao olharem para trás, viram Fate e Falcomon lutando com os seguranças.

- Vão! Não se preocupem com a gente, nós vamos segurá-los! Podem ir!

Mesmo não sabendo o motivo de todos estarem indo para as escadas, Benjamin McFate transmitiu confiança ao dizer tais palavras ao amigo, Joshua Kasagrim. O japonês lançou um olhar sincero e um sorriso calmo e confiante ao americano de cabelos longos e ondulados, fazendo com que sua preocupação sumisse, no mesmo instante. Ver a determinação de Falcomon lutando e se defendendo do gigante de dois metros de altura fez com que o digimon dinossauro de Grim ficasse comovido, quase derramando lágrimas.

Grim o chamou e, após um último olhar, os dois viraram as costas, começando a rapidamente subirem os degraus de concreto da escada.

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Última edição por Leonardo Polli em Ter 29 Nov 2011, 4:21 pm, editado 1 vez(es)
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Digimon Fate - Página 3 Empty Re: Digimon Fate

Mensagem por Leonardo Polli Dom 20 Nov 2011, 9:53 pm

Sentia-se sozinho. Sozinho, sem amigos ou familiares por perto. Sem ninguém. Estava tão frio. A leve brisa que passava queimando em seus braços deixava toda aquela situação tensa com um clima de deserto. Mas, não era um deserto. Por mais que tudo estivesse escuro, a forte lua iluminava aquele terraço, onde se encontravam duas figuras humanas.

Grim realmente não estava entendendo nada. Nenhuma explicação surgira da boca da outra pessoa, o que o deixou mais aflito. Seu coração pulava mais rápido e mais rápido a todo instante, o que dificultava sua respiração. Era praticamente impossível ver o rosto da outra pessoa - estava encoberto. Mas, de fato, era familiar... Grim só não lembrava quem podia ser.

- Me diga, onde ele está. - perguntou uma voz um pouco grossa e misturada com uma leveza pura, o que realmente impossibilitava a descoberta da pessoa.

- E-Eu já disse, não sei! - o japonês, aflito, respondeu. Por mais que temesse uma ação inesperada do homem desconhecido, ele não iria dizer a verdade.

De repente, o homem começou a caminhar em sua direção, lentamente.

- Está... Está acontecendo... como no pesadelo.

Joshua Kasagrim começara a temer por sua vida. Sim, como dissera, tudo estava indo igualmente ao pesadelo que tivera, enquanto estava hospedado no hotel de onde fugiram. Mas, desta vez, o misterioso homem à frente do japonês e do digimon dinossauro não dizia coisas bobas como a boquinha, abre a boquinha!. Ao contrário; estava caminhando silenciosamente e sem fazer barulhos com suas botas de couro, como se estivesse flutuando sobre o chão e não andando sobre ele. De certa forma, o caminhar do tal homem lembrava Grim de certo alguém.

Seus braços, num constante vai-e-vem de acordo com os seus passos sombrios, demonstravam certa ansiedade em atacar. Tal demonstração passou a ser prática quando, de repente, uma lança surgiu abaixo do punho direito do homem, que não demorou a encaixar a haste de madeira dentro de seu punho cerrado e em seguida, o abrindo com tudo e ocasionando um impulso, jogando a lança para frente, na direção do homem japonês, que se jogou para o lado esquerdo com tudo, desviando do ataque. A lança varou o ar e sua parada foi a porta de uma pequena estrutura, aparentemente uma casinha, que dava acesso a escadaria para os andares de baixo do cassino, de onde a dupla viera.

Commandramon, após o ataque, ficou furioso.

- M16 Assassin!

Seu primeiro pensamento foi de pegar sua metralhadora e começar a disparar várias balas, que furiosamente iam à direção do homem misterioso. Caso fosse um humano normal, sua vida seria tirada naquela hora, mas, num piscar de olhos, algo com mais de um metro e meio parou a sua frente e estendeu suas mãos, deixando as palmas à mostra. Delas começaram a se formar ondas de coloração verde e vermelha que, de certa forma, repeliam as balas quando eram tocadas pelas ondas, fazendo com que elas não atingissem o homem atrás de seu defensor.

O digimon escamoso parou de atirar, e ficou impressionado. Suas balas não surtiram efeito algum, e um simples ataque de alguém que ele desconfiava em ser seu conhecido havia acabado com suas balas, que permaneciam no chão. Um sorriso esboçou-se na face da figura que surgira a tão pouco tempo, preocupando Commandramon. Grim olhava tudo isso um pouco longe do outro humano e do outro digimon, mas em paralelo ao seu parceiro Commandramon. O tilintar das balas nos pés de Dracmon, enquanto caminhava sobre elas quase as esmagando, fez com que o homem japonês se levantasse, com sua desconfiança tornando-se uma certeza.

Grim não estava acreditando.

- V-Vion?

- Onde está ele, Grim? - o misterioso homem, agora descoberto sendo Kid Vioner cruzara seus braços. - Onde está Fate?

- V-Vion... Eu não entendo. - boquiaberto e com a cabeça abaixada, o japonês piscava seus olhos orientais com uma expressão bucólica. - Por quê?! Por que você sumiu, por que está do lado do Comandante Blade... Por que quer nos matar!!?

- Muitas perguntas, poucas respostas. - descruzando os braços, o homem vestido com o sobretudo voltou seu olhar para a lua, que estava brilhando nos céus negros. - Onde está Fate?

- POR QUÊ!?

Suas narinas bufaram como se, assim como o dono, sentissem certa desaprovação relacionada a Joshua Kasagrim. Kid Vioner havia levado sua paciência aos desconhecidos limites, e abaixou-se um pouco para falar no ouvido de Dracmon, seu parceiro digimon. Segundos que mais pareciam horas se passaram e de certa forma amedrontaram Commandramon. O digimon vampiresco tomara passos em sua direção, com suas garras vermelho-sangue brilhando como rubis. Seu olhar frio e espantoso indicava que o que seu parceiro humano lhe havia dito não era brincadeira.

Vion voltou sua atenção para o homem japonês. Como se estivesse adivinhando, Grim moveu seu braço esquerdo sorrateiramente para as suas costas, retirando a foice do pequeno suporte em que estivera encaixada. Sua lâmina ofuscava os olhos do homem de cabelos loiros e arrepiados, conforme refletia a luz lunar. Mas, de fato, isso não interferira em nada; Vion saiu em disparada na direção do homem japonês, que preparava sua foice para lançá-la contra o atacante, enquanto ofegava.

O homem de cabelos loiros arrepiados interrompeu sua corrida e parou com tudo, com os pés firmes no chão do terraço.

- Idiota!

A foice vinha completando várias voltas de trezentos e sessenta graus no ar, enquanto violentamente cortava a direção do homem de sobretudo azul royal. Levou sua mão direita paralelamente à frente de seu corpo, com a palma a mostra. Surpreendentemente, a foice congelou no ar, sem cair. Os olhos de Joshua Kasagrim se arregalaram e a tensão começava a aumentar ainda mais depois da cena que acabara de presenciar. Como se não bastasse, Vion saltou no ar e juntou os dedos da mesma mão, descendo com ela como se fosse fatiar algo. Ao tocar os pés no chão, sua mão partiu em dois pedaços a haste da foice, fazendo com que a metade em que estivera a lâmina voasse para fora do terraço.

O japonês se assustou com a tamanha habilidade inumana e incompreensível de Vion. De certa forma, seria meio fácil quebrar a haste de uma foice, pois é feita de madeira. Mas, no caso de sua foice, a haste possuía interiormente uma camada de aço bastante reforçado, o que teoricamente tornaria impossível a possibilidade de quebrá-la. Passou a não confiar em seus olhos orientais, mas mudou sua opinião após ver Commandramon em desvantagem contra Dracmon, que havia destruído a metralhadora do digimon escamoso. Não só Vion como Dracmon acabariam com o japonês e seu digimon dinossauro dali alguns minutos, caso resistissem.

Grim não entendia.

- Por que, Vion? Apenas me explique, POR QUÊ? - sem entender nada, Joshua alinhava sua visão com a de Vion. - Por que você aparece do nada e resolve nos matar? POR QUÊ?

- Eu não preciso explicar uma coisa dessas para um ser humano tão desgraçado e insignificante igual a você.

O medo estava aumentando. Estava começando a temer por sua vida. De certa forma, a amizade que eles tinham havia se acabado. Uma coisa que levaram meses e anos para se concretizar se destruíra em poucos segundos, ou numa simples volta. Grim pensava e pensava, querendo saber o porquê do sumiço repentino de Vion após a formatura do terceiro ano do Ensino Médio. Os três - Grim, Vion e Fate - haviam feito planos para o futuro, como namoros, casamentos, viagens e até a faculdade, pela qual somente Grim passara.

Não havia nada no passado que havia feito com que a cabeça de Vion ficasse transtornada, ou motivo que fizesse com que ele mudasse seu modo de pensar. Tudo havia sido mil maravilhas, mas nada mudava o fato do sumiço do moço de cabelos arrepiados ainda ser confuso. Grim tentou por mil vezes forçar sua memória para estabelecer alguma resposta, porém, como previsto, nada conseguira.

Boquiaberto e sem reação, ele olhou além da sua direita e viu Dracmon desferindo um soco potente na região do abdômen de Commandramon, que tombou para trás, desacordado.

- NÃO! COMMANDRAMON! - sem pensar, o primeiro impulso que tomou foi correr para o lado de seu digimon e tentar reanimá-lo, mexendo em seu corpo. Ofegante, olhou com firmeza nos olhos de Kid Vioner, que permanecia quieto ao lado de Dracmon; ambos olhando para o japonês. - Por quê... Por que você está fazendo isso conosco, Vion? ME EXPLIQUE!

- Essa vai ser a última vez que eu vou te perguntar. - Vion começou a caminhar calmamente na direção de Grim, que estava ajoelhado ao lado de seu digimon, a uma distância de mais ou menos cem metros. - Me diga, onde ele está.

- Eu já disse, não sei...

- ONDE ESTÁ FATE?!?

Estendeu sua mão para frente e num piscar de olhos a lança cravada na porta da casinha veio a sua direção, sendo pega por ele. Correndo com todas suas forças, Vion se direcionou a Grim, que estava chorando ao lado de Commandramon, provavelmente se entregando à morte. Para ele, as esperanças haviam acabado, mas como um raio que desce rasgando os céus, um milagre acontecera.

BANG!

- Eu estou aqui.- com as Twin Blasters em mãos, Fate estava apontando-as para Vion, que estava imóvel e com uma cara de espanto. - Se der mais um passo, eu estouro seus miolos e você não vai mais poder usar o que você chama de cérebro.

Dois buracos curiosamente medianos soltavam um filete de fumaça, que subia calmamente o ar carregado por uma brisa fria e selvagem. Uma bala havia sido cravada em cada orifício aberto no chão do terraço, amedrontando Kid Vioner. Astutamente, Benjamin McFate havia chegado e ao lado de Falcomon, que lhe transmitira coragem e lealdade a cada segundo, atirara à frente de Vion, calculando o tempo para não acertar seu amigo Grim, e Vion, que a poucos metros do japonês permanecia. Sabia que era um tanto ruim de mira e que tremia um pouco para mirar, mas a confiança em si mesmo o ajudara a ultrapassar seus limites.

Soprando a fumaça que saía dos buracos de suas duas pistolas gêmeas, Fate, que estava com uma cara de sínico e sério, esboçou um sorriso gigantesco.

- Aqueles guardas deram um trabalho enorme pra gente, Grim. - comentara o homem americano, com o mesmo sorriso, mas um pouco diminuído. - Tanto que demoramos até agora para chegar aqui.

- Nos desculpe, Grim. Sentimos muito e não sabíamos que Dracmon viria nos atormentar. - disse Falcomon, com asas cruzadas e caminhando na direção do japonês, que estava ao lado de seu digimon.

- Que bom que vocês vieram, amigos. Eu lhes agradeço muito.

Joshua Kasagrim levou suas pequenas e delicadas mãos aos seus olhos, descendo-as e subindo-as por duas vezes, enxugando as lágrimas que escorriam. Voltou-as para o chão, fazendo força para se levantar, conforme o tempo passava, voltava a felicidade interior. Commandramon tossira por três vezes seguidas e incrivelmente conseguiu se levantar sozinho, com uma expressão facial que demonstrava sono. Sem a sua metralhadora ele não teria como atacar, salvo suas granadas, mas que eram ineficazes contra os velozes Kid Vioner e Dracmon.

Falcomon correu e com toda a alegria do mundo abraçou Commandramon, que soltara algumas falas boas. Grim, que estava feliz e ao mesmo tempo triste, talvez pela perda de sua foice, se direcionou até Fate, que ainda apontava as Twin Blasters para Vion e Dracmon - ambos parados e quietos, como se fossem estátuas que respiravam, ofegantes.

Fate, que por desviar sua atenção para o lado direito para ver se os três amigos estavam bem, mal percebera que Vion havia retirado seu digivice do bolso. Como que, por um milésimo de segundo, tudo havia perdido sentido e ele havia vacilado de bobeira, começando a se sentir mal por ter se descuidado de uma maneira tão, mas tão idiota.

Vion levantou o objeto e seu corpo meteu-se numa profunda e brilhante aura negra.

- Digisoul Full Charge!!!

Levantou seu braço direito, esticando-o como antes, fazendo com que toda a chama tenebrosa se espalhasse por ele, subindo aos céus. Concentrada somente em sua mão direita, a chama desceu rasgando o ar quando ao bater a mão no sensor superior do digivice, sua tela brilhou, indicando as palavras Perfect Evolution.

- Dracmon Chou Shinka...

A chama negra, composta pelos números zero e um, passaram pelo corpo do pequeno digimon vampiresco, mudando cada membro e cada parte de seu corpo negro. Sua estatura física, tal como altura e largura também mudaram, tornando-o naquele vampiro diabólico de antes. Mostrou as dez lâminas encaixadas em seus dez dedos das mãos, que cintilavam ao refletir a luz lunar. Seu sorriso demonstrava certa segurança após a transformação e a mudança de um digimon seichouki para um kazentai.

Tudo estava sob controle.

- Matadormon!

O digimon assustador de quase dois metros de altura posicionou a frente de Kid Vioner, mantendo o humano atrás de seu próprio corpo, talvez para protegê-lo de qualquer ataque. Vion esboçou um sorriso, que desmanchou o de Fate e destruiu em mil pedacinhos a recente felicidade que pulsava no coração de Grim pela súbita chegada do americano no terraço. Poderia avançar naquele momento e acabar com Falcomon, que já demonstrava um pouco de cansaço e Commandramon, que acabara de acordar, mas, como era esperto, Matadormon resolveu analisar mais um pouco a situação.

Cruzou as dez lâminas paralelamente a seu corpo, demonstrando certo receio de que os outros humanos e digimons se aproximassem de Vion.

- E agora, Fate? Quem vai te salvar, o papai noel?

- Papai noel só vem mês que vem, Vion. Ainda estamos em Novembro. - comentou Benjamin McFate, não perdendo sua postura. - E ele não traz presentes para as criancinhas más!

- Mas é um idiota mesmo. Está com a pá nas mãos e ainda me caçoa. Tsc. - Vion suspirou mais uma vez e, de certa forma, sentia dó de Fate.

- Eu não estou com uma pá em mãos. - Fate, sem que Vion percebesse, sorrateiramente recarregou as Twin Blasters. - Mas tenho em mãos algo que também pode abrir buracos.

Com um leve salto para a sua esquerda, Benjamin McFate preparou rapidamente as Twin Blasters e começou uma sessão de tiros direcionados a Vion que, como de início, estava sendo protegido por Matadormon e suas afiadas lâminas de metal. A velocidade das balas era tão incrível que, quando atingiam as lâminas de Matadormon, rebatiam com a mesma velocidade para várias outras direções ou caíam no chão, tinindo. Nada disso amedrontava Kid Vioner, confiante de que venceria a batalha e levaria os corpos de Fate e Grim. Fate sem digivice, Grim sem sua foice e podendo atingir somente o seijukuki; Dracmon em seu estado kazentai. Tudo estava indo como planejado.

As balas pareciam não surtir efeito, visto que atingiam somente as lâminas de Matadormon, que as girava rapidamente para desviar as balas. Vion estava inatingível e, de certa forma, se a sessão de tiros continuasse, seria em vão; os inimigos sairiam em vantagem e os fugitivos morreriam fácil. Fate acenou para Falcomon, que rapidamente entendeu a idéia. O falcão subiu ao ar e rapidamente voou na direção de Matadormon, parando e planando poucos metros de distância do vampiro. Abanando suas asas contra o vento, como se estivesse empurrando algo, fez surgir várias shurikens no ar, que se direcionaram e se chocaram contra as lâminas de Matadormon.

O choque fora tão grande que todas as dez lâminas caíram no chão, tinindo muito alto e arregalando os olhos do vampiro.

- Eu... Eu não sei se isso é o certo.

Vion ficou com uma profunda confusão em sua cabeça.

- O q-que está acontecendo, Matadormon?

Um kazentai perder o equilíbrio após ter se chocado contra shurikens disparadas por um seichouki? Isso até seria aceitável, visto pelo lado físico - provavelmente machucaria o corpo de Matadormon - mas, de fato, não era pra ter acontecido. Ele era dois níveis mais forte que Falcomon, fora que era bem mais forte que ele, tendo uma vantagem monstruosa por cima do falcão ninja, portanto, não tinha nenhuma possibilidade de se perder o equilíbrio. Se fosse outro caso, a sua determinação venceria seu medo. Mas, não era nada disso.

Era seu psicológico.

-... Mate-o, Matadormon! Mate Falcomon!

O digimon vampiro sem responder, se ajoelhou perante Falcomon, que permanecia planando. Vion continuava sem entender.

- Por quê? POR QUÊ?!?

- Eu... Eu... Eu simplesmente não consigo matá-lo, Vion.

Kid Vioner estava com olhos salgados. Sua determinação não adiantara de nada. O ar havia ficado mais pesado, e as lâminas estendidas ao chão, próximas aos joelhos de Matadormon demonstravam uma suposta derrota. Benjamin McFate já havia parado de atirar, deixando o trabalho para Falcomon finalizar. Joshua Kasagrim e Commandramon ao longe visualizavam a cena, um cuidando do outro. Falcomon, que ainda planava com suas asas negras e felpudas, olhava com certo remorso o digimon vampiro começar a brilhar, enquanto seu tamanho diminuía e ele voltava a ser Dracmon.

O digimon falcão lembrou-se do passado. Do tempo em que curtia a amizade com Dracmon. Dos momentos ao lado do digimon sapeca e travesso, que sempre jogava casca de banana na frente dos outros ou escondia seus materiais escolares, tudo para causar o caos e a desordem total na escola. Mas, era algo legal e interessante. Coisas como essa era o que mantinha a amizade deles. De certa forma, Falcomon se sentiu culpado, e desceu para o chão do terraço, caminhando para perto de Dracmon.

Vion, ao longe, com olhos esbugalhados perante a situação, tentava entender o porquê de Matadormon não ter matado Falcomon quando tivera a chance. Era pra ele estar saindo dali naquele momento, ele podia sair, mas não iria abandonar seu parceiro ali, sem forças. Praticamente impossível de se chegar ao pequeno vampiro, pois tinha se afastado demais depois que Fate parou a sessão de tiros com as Twin Blasters.

Grim não pensara duas vezes. Não queria ver quem sairia machucado, ou morto. Levantou-se e começou a correr na direção de Dracmon, que estava desmaiado à frente de Falcomon, que cuidava do pequeno vampiro. Commandramon, com metade das forças restauradas, gritara e alertara o amigo humano para ficar ali, mas não, lhe fora desobediente e partiu rumo a Dracmon, pronto para matá-lo. Que levasse Falcomon junto, mas iria matá-lo. Isso alertou Fate e Vion, que gritaram em uníssono o nome do japonês. Talvez as vozes tivessem sido muito fracas para pará-lo, mas, de certa forma, os tremores que começaram a aparecer no chão do terraço o amedrontaram de tal modo que ele parou de correr, ficando instável.

Uma enorme sombra subia aos céus. Aparentemente, era uma mistura de dragão com espadachim, de porte grande. Possuía asas metálicas e portava uma gigantesca espada embainhada em suas costas. Seus punhos carregavam espécies de manoplas acopladas com lâminas de machado. Seu corpo musculoso e monstrengo era azul, coberto por uma armadura cintilante composta pela combinação do vermelho-sangue com um verde meio opaco. Em seu elmo, ombreiras e peitoral demarcavam-se chifres de tamanhos e cores diferentes. Parecia mais com um gigantesco demônio.

O enorme monstro desceu o ar levemente, como se estivesse com propulsores nas costas. Falcomon voltou sua atenção para cima, dando de cara com os olhos do monstro que, mesmo lá em cima e distante, transmitiam muito medo. Commandramon havia corrido perto de Fate para assegurar que ele não fizesse nenhuma besteira e Grim, amedrontado e temendo pela vida, voltou para onde seu amigo americano estava. Os três próximos a porta, Falcomon e Dracmon praticamente no meio do terraço, Kid Vioner a noroeste dessa posição e o gigantesco monstro a norte de onde o falcão e o vampiro estavam.

Os pés com garras brancas e afiadas se posicionaram em terra firme. Do ombro direito de Butenmon saltou alguém, que aparentava ser um humano. Era muito alto e provavelmente morreria ao chegar ao solo, mas, para provar o contrário, seu pouso foi simples e leve, como se fosse uma pena. Levou sua mão direita ao chapéu, levantando a aba dianteira um pouco. Caminhou menos que dez passos medianos e olhou para frente, tendo uma visão de todos.

- Bravo, bravo! - o homem parabenizava alguém dos que estavam ali, mas nada se deduzira. - Dracmon ao chão, mais uma vez. Você realmente consegue provar seu valor, não Vion?

- Reverbel, eu não tenho culpa! Eu dei a ordem, ele não cumpriu! - Vion estava temendo pela sua vida, pois não sabia o que lhe aconteceria.

- Troque de digimon então, oras. Existem bilhões por ai, por que se preocupar com um que nunca vence sequer uma batalha e só dá problemas? - disse Reverbel, insensivelmente. - Veja o meu, que gracinha. Até hoje ele só vacilou uma vez comigo, e teve seu castigo. Depois, nunca mais.

Fate não gostou nada da atitude de Pierre Reverbel e decidiu interferir, mesmo sem ser chamado.

- Acontece que digimons são como os humanos; eles têm sentimentos!

- Benjamin McFate. É uma honra estar te conhecendo pessoalmente, caro amigo. - cruzou os braços e ajeitou seu chapéu, caminhando mais alguns passos. - Pena que cheguei a pleno velório.

- Alguém que diz que digimons são meros objetos não merecem a minha amizade, nem muito menos a minha paciência. - preparou novamente as Twin Blasters e começou a correr. - FALCOMON!

O falcão não olhou para trás. Ao invés, abaixou sua cabeça e deixou derramar uma lágrima de seus olhos. Não soube por que, mas aconteceu. Dracmon continuara desmaiado. Esquecendo tudo isso, enxugou as lágrimas, levantou a cabeça e deu um impulso, voando na direção do gigantesco digimon. Preparou várias shurikens e começou a disparar na direção do inimigo enquanto Fate, ao seu lado, corria e atirava sem parar. O choque das estrelas-ninja e das balas no corpo e na armadura metálica de Butenmon provocava um barulho muito agudo, mas que não chegava a incomodar.

Butenmon permaneceu quieto por certo momento. Até que, aproximadamente cinqüenta metros de distância de Fate e Falcomon, o gigantesco demônio levantou sua espada e desceu-a com tudo, rasgando o ar, provocando uma espécie de ventania muito forte, que levou o corpo do homem americano e do digimon falcão. Joshua Kasagrim correu com todas as suas forças e saltou, conseguindo agarrar o corpo de Benjamin McFate. Falcomon conseguiu se salvar graças ao constante bater de suas asas, que o estacou no ar, pouco a pouco.

Pierre Reverbel ainda não havia hesitado. Queria demonstrar mais um pouco da força de seu digimon.

- BUTENMON!

- Dance of the Sun!!!

O gigantesco demônio destacado pelo vermelho-sangue impulsionou seu corpo para trás, planando no ar, acima do terraço. Embainhou sua grande espada e levou seus punhos por cima de sua cabeça. Descendo cada punho formando uma semi-circunferência em cada lado, Butenmon formou uma espécie de bola negra gigantesca, a qual segurava com as mãos. Pierre permaneceu quieto e, de certa forma, Butenmon sabia o que fazer. Virou-se, o barulho de propulsores agitados, e lançou com um leve impulso a bola negra na direção da lua branca e límpida. Poucos segundos se passaram, e tudo ficou escuro.

Não havia mais orientação. Uma pequena, bem pequena iluminação vinha da casinha em cima do terraço - que levava a escadaria -, guiando-os somente alguns metros quadrados próximos àquela área. De resto, tudo escuro.

- Agora vocês vão ver o que é morte, amigos.

- NÃO!

Uma doce voz com um tom de agonia partiu cintilante pelo ar. Parecia clamar por socorro, mas de fato, não; havia interrompido a próxima ação de Pierre Reverbel, que esperava ansiosamente para matar Fate, Grim, e seus dois digimons. Benjamin não tinha idéia de quem poderia ser aquela voz feminina; lembrou de Felicia, mas a dela era totalmente diferente. Era mais bonita aos seus ouvidos, de certa forma. Mas, por outro lado, o deixou com mais certa calma, pois Reverbel havia pelo menos adiado a sua morte.

Grim analisou com cuidado a voz, mas não obteve nenhum resultado. Falcomon permaneceu ofegante ao lado de Fate, e Commandramon já tinha se levantado, embora estivesse demonstrando sinais de cansaço.

Vion, que trazia a seus braços o seu parceiro Dracmon, sabia a quem pertencia a voz.

- Sa-Sarah, é você?

- Eu não acredito nisso. Eu não acredito. - apesar da clareza de suas palavras, o seu corpo ainda continuava banhado na imensa escuridão, impossível de ser visto. - Reverbel, você sabe que pode ser morto por ter desobedecido as ordens de seu superior? - aparentemente estava furiosa, pois o seu tom de voz começou a engrossar e seus passos tornaram-se mais pesados. - A ordem era: capturar Benjamin McFate, Joshua Kasagrim e seus dois digimons, e trazê-los VIVOS!

Pierre sentiu o peso na consciência, mas pouco estava se importando com o que a mulher lhe falava.

- Dane-se! - direcionou sua ofensa a mulher. - Sou eu que faço as minhas regras.

A imensa escuridão não permitiu a todos que ali estavam ver que o homem de chapéu retirou sorrateiramente de dentro de seu smoking seu assustador fuzil, o qual segurou com ambas as mãos, partindo para cima dos fugitivos, que estavam todos juntos. Fate entrara em estado de alerta e havia pegado as Twin Blasters, segurando-as firmemente com as mãos, pronto para se defender e defender seus amigos. Falcomon posicionou-se em modo de ataque, e Grim ficou um tanto atrás de Commandramon, com certo receio de ser atingido antes que os outros, pois não possuía mais a sua foice.

Kid Vioner estava mais distante que todos os outros, carregando Dracmon em seus braços. Estava com medo de seu digimon acabar morrendo, pois mal havia se recuperado da batalha na Area 51. Pensava que estava fazendo tudo errado e colocando a vida do pequeno vampiro em risco, tudo para acabar com a vida de Fate. Dracmon, que era totalmente fiel ao seu parceiro humano, apenas fazia o que lhe era ordenado, tudo para ver seu parceiro se sentir bem. Mas, de certa forma, esses impulsos estavam acabando com as suas vidas.

Fate mirou as suas duas armas gêmeas para frente, de onde vinham alguns passos.

- NÃO Fate, NÃO atire!!! - Falcomon havia interrompido seu parceiro humano, agarrando-o pela cintura. - Você pode acertar outro alguém que não seja Reverbel. Por favor, não.

- Tudo b... AAH!

Sua cautela havia sido zero, o que fez com que Pierre Reverbel se aproveitasse da situação. Dando-lhe um potente soco com a mão direita na barriga de Benjamin McFate, Reverbel ficara com um sorriso diabólico enquanto via Fate ser jogado numa direção inclinada, com o corpo recuado, e cair no chão. O impacto fora tão grande que, no mesmo momento, seus olhos se reviraram e sua respiração havia parado. Seu corpo inteiro se enfraquecera, seus músculos não mais respondiam, e as suas forças já haviam se esgotado. Os olhos de Falcomon nada viam, mas de certa forma sentiram a mesma dor que o humano caído no chão estava sentindo. Uma lágrima salgada caíra de seu olhar assustado, que pouco a pouco se transformava em fúria. Fecharam-se e, com as duas asas, enxugou mais lágrimas que escorriam pela sua face felpuda. Cerrou seus punhos e, mordendo os dentes, com toda a raiva do mundo, partiu pra cima de Pierre, pronto para acabar com a sua vida.

Seus punhos latejavam de dor de tanto estarem apertados, porém nada mais importava naquele momento.

- TOME, SEU FILHO DA PUTA!

Como se estivesse em câmera lenta, Falcomon desferiu um soco para acertar a face do homem que deixara Fate desacordado. Rezando para que acertasse e tudo ficasse bem, o falcão negro, com olhos fechados, havia acertado uma coisa que, por acaso, não era sólida: o ar. Reverbel desviara com calma e tranqüilidade e, em seguida, cerrou seu punho direito e desferira um golpe eficiente com seu cotovelo na cabeça do digimon ninja, que perdera as forças e fora ao chão, também desacordado.

Joshua Kasagrim apenas escutara gritos de dor antes que duas coisas se tombassem no chão. O medo de morrer e as esperanças zeradas o deixaram imóvel; tão imóvel que mal conseguira levar a mão ao seu bolso e pegar seu digivice, a fim de evoluir Commandramon e pelo menos tentar sobreviver. Em todo aquele tempo ficara imóvel, seu sistema nervoso não respondera a nenhum movimento.

Reverbel, num salto inumano, voltara pra perto de Butenmon.

- Nada e ninguém nesse mundo consegue me deter, como você pôde ver, Watson. - cruzou os braços e guardou a sua AK-47. - Agora, só restam mais dois. Butenmon, ataque!

O gigantesco demônio draconiano foi ao ar mais uma vez e, cometendo o mesmo ritual de antes, fizera com que a gigante bola negra, que estava cobrindo a lua branca viesse parar em suas mãos, flutuando. Rapidamente, lançou a mesma esfera na direção de Grim e de Commandramon, que estavam lado a lado, a frente dos corpos de Fate e Falcomon. Caso os acertasse, a morte seria certa. Mas, eles muito tinham que fazer ainda, por que deveriam morrer, justo naquela hora, justo naquele dia, justo naquela batalha?

Grim já havia perdido as esperanças e começava a clamar aos céus.

- Deus... Por favor, eu Te imploro... Mostre-me... Mostre-me UMA LUZ!

De certa forma, como se uma estrela cadente tivera passado ao lado deles naquele momento, seu pedido ou desejo havia sido atendido. De longe, próximo a lua, que agora tudo iluminava, um pontinho laranja, aparentemente uma estrela qualquer, crescia e crescia cada vez mais. O japonês, como era inteligente, chutou que era algo que se aproximava daquele terraço. Um meteoro, um cometa? Mas, se ele pediu uma luz, por qual motivo surgiria algo que acabaria com as suas vidas? Devia estar errado, mas pouco a pouco, começava a pensar corretamente.

Passados alguns segundos, a suposta estrela laranja tornara-se um monstro encoberto por chamas brilhantes, que rasgavam os céus enquanto o ser descia inclinadamente. Ao atingir o terraço, cravou suas monstruosas garras no solo, fazendo com que ficassem marcas de sua aterrissagem. Era um leão. Um leão quadrúpede, musculoso e grande. Em cima dele, montado em suas costas, os cabelos grisalhos e o costume de vestir roupas sociais caríssimas e estilosas mataram as dúvidas de Grim.

Era Casablanca.

- De certa forma, penso que as coisas acontecem quando devem acontecer. - comentou, descendo das costas de seu magnífico digimon. - Grim e Commandramon; levem Fate e Falcomon para onde eu costumo ler jornal.

- Cas-Cas-Casablanca... Muito obrigado. Mais um favor que eu lhe devo. - seus olhos se sentiram nas nuvens, assim como seu corpo se sentia flutuando. Grim estava completamente feliz. - Rápido, Commandramon! Pegue Falcomon!

Julian Casablanca cerrou seus punhos e deixou-os um de frente ao outro, com os braços inclinados num ângulo de noventa graus a frente de seu corpo. Acenou positivamente com a cabeça, sendo imitado por Grim. Era um costume, um ritual de agradecimento japonês, o qual os dois sempre que faziam um favor um ao outro exerciam. O dono do cassino falara para os dois parceiros irem depressa. O japonês, com um pouco de esforço, colocara Fate em seus ombros. O mesmo fez Commandramon com Falcomon. Após, seguiram até a casinha, que os levariam para a escadaria, mas não antes de se despedirem de Casablanca e Firamon. Grim abriu a porta com um chute, e seguira rapidamente para dentro. Commandramon, quase se desvencilhando do corpo de Falcomon, descia as escadas com cuidado, a ponto de não derrubar o falcão.

Os três humanos, que permaneciam a norte de Casablanca e seu digimon, não demonstravam medo.

- Você acha que pode nos vencer, velhote? - Vion, com olhos determinados e à esquerda dos três - na visão de Julian - estava com olhos determinados.

- Um Firamon não pode causar nem um arranhãozinho em Butenmon. - comentara Reverbel, ao meio dos três e a frente de Butenmon.

- A Tríade nunca perdeu, e nunca perderá. - a mulher, que agora era possível ser vista graças a claridade da lua, estava a frente de uma abelha, que flutuava atrás dela, possuindo o corpo do tamanho de uma criança de onze anos praticamente. Estavam à direita dos outros, totalmente alinhados. - Saia da nossa frente, e deixaremos você viver.

- Vocês não sabem de nada da vida, minhas crianças.

Sorrateiramente e com uma confiança maior que qualquer outra, Julian meteu sua mão esquerda num dos bolsos de seu smoking e retirou de lá um digivice totalmente estranho, diferente dos outros. Fez um ritual muito rápido e num piscar de olhos, seu corpo havia sido encoberto por uma aura alaranjada que explodiu e se transformou numa chama vívida. A chama diminuiu muito e restou apenas uma borda, envolta de seu corpo. Após, apontou o digivice na direção de Firamon, disparando um turbilhão de dados da tela do objeto, que envolveu o corpo do digimon.

- DIGISOUL CHARGE! OVERDRIVE!!!
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Digimon Fate - Página 3 Empty Re: Digimon Fate

Mensagem por Rikaru Muzai Ter 29 Nov 2011, 7:41 am

Primeiramente, peço desculpas pela demora em ler e comentar este capítulo. Como eu devo ter lhe dito, eu estive ocupado durante esta última semana e estes últimos dias, tanto que me desatualizei em toda a dF. Também lhe disse que leria até ontem a noite para que você pudesse postar o Capítulo 07, mas não terminei a tempo pois acabei dormindo pouco antes da meia noite após ter lido um pouco do capítulo. Bem, finalmente terminei e agora posso comentar com muito prazer este capítulo incrível. \o/

Não compreendo o por que da total escuridão no beco. Estou com a mesma dúvida do Grim, a cidade deveria ser totalmente iluminada durante a noite, mesmo um beco deveria ter ao menos uma quantidade mínima de luz. A Lua estava tão calma e triste, assim como foi dito, ela parecia estar refletindo a situação dos protagonistas e isso me agrada, não que seja verdade, mas usar algo natural para representar uma situação. Acredito que o Grim esteja certo, se o V-Blade precisasse apenas da Melodee e os dois e seus Digimon fossem inúteis, eles já os teriam matado sem os rodeios que teve no final do capítulo.

Tudo bem que, como você disse, é a personalidade do V-Blade, mas deve ter alguma autoridade maior que ele que não seja um retardado mental que se acha intocável e que ordenaria que os possíveis obstáculos fossem eliminados mesmo que apenas por precaução. Só agora eu me toquei, o Reverbel, ou talvez a Tríade toda sabia que eles iriam para East Cross, mas eles ainda não haviam decidido ir para o Delicious Kitty, isso é bem estranho. Shocked

"Oi, meu nome é hemorragia. Prazer. - Você tem telefone hemorragia?" Ri muito nesta parte, foi muito bom você colocar esse toque de humor em uma situação difícil. Holy Alphamon! Eles tiveram dificuldade com um Drimogemon e uma Flymon? Estão bem enferrujados, sendo que o Falcomon bateu de frente com um Matadrmon que é mais poderoso que os dois juntos. tsc tsc As coisas estão indo de mal a pior para eles. u.u Mas eu gostei do esforço dos dois na batalha, principalmente na parte em que o Falcomon tenta re-animar o Sealsdramon.

Falando nisso, quem é essa Nathalia? Alguma pobre coitada que teve seus 5 segundos de fama? Laughing Coitado do Falcomon, teve que entrar no corpo nojento do Drimogemon, cheio de sangue e muito quente. Porém o mais incrível é que ele saiu de lá limpinho, ele deve fazer mágica agora. xD O Grim vai ficar com as piores situações imagino, de início até pensei que ele tinha caído na água do esgoto e estava todo sujo e com cheiro ruim, mas não, ele só machucou a cabeça caindo no concreto. u.u

Poxa, bem que o Fate podia ter perdido a cabeça quando colocou ela para fora da entrada do esgoto. =/ rsrsrs Incrível que não foi explicado o por que de ter parado de aparecer carros e eles poderem sair do esgoto facilmente. u.u Eles são uns retardados, querem ir ao cassino para se refugiar e chamam a atenção dos Pteranomon para que os inimigos vejam eles entrando no cassino, quanta idiotice. :evil: xD

Que beleza, o Casablanca tem até seu cantinho no cassino, eu queria um cantinha assim. rsrsrsrsrs Não sei quem é mais idiota, o Fate ou o Grim, eles deixaram as moedas que poderiam trocar por dinheiro. :evil: Como o Casablanca advinhou que o Grim iria para o cassino dele? Será que sabia que ia dar algo errado e que mesmo assim eles iriam escapar? Não entendi o por que de dois seguranças guardando a escada para o terraço, por acaso tem um tesouro invisível lá que ninguém viu? Ai ai. u.u

Então o Grim sonhou com o Vion.... Mas espera, o Grim é paranormal ou algo assim? Shocked O Grim é muito frágil, perdeu a foice e já perdeu as esperanças. tsc tsc Ele deveria se jogar do terraço para morrer logo. Pessoas que por perderem um brinquedinho não luta nem pelos seus amigos me dão nojo. :evil: Ele foi completamente inútil lá no terraço, perdeu o brinquedo e perdeu a utilidade também, nem se importou com seu Digimon um pouco debilitado, desprezível. --'''

Aqueles seguranças devem ser bem fortes para o Fate e o Falcomon terem demorado para lidar com eles. O Fate demonstrou ser bem esperto, mas o Falcomon foi bem idiota. Se eu fosse o Falcomon teria aproveitado a chance não para desarmar o Matadrmon e sim para pegar o Digivice do Vion e reverter a evolução, é a coisa mais óbvia e inteligente a se fazer naquela situação. u.u Como se não bastasse os idiotas, ainda chega o metido do Reverbel que se acha a última uva do cacho. tsc tsc

Eu gosto do Butenmon, mas queria mais ação com ele, uma ação de verdade e que eu acho que terá no próximo capítulo, mas não tenho certeza. Mas o que eu quero ver mesmo é uma luta entre Apollomon e Chronomon Holy Mode. \o Então há um grupo de elite que serve ao V-Blade? Interessante... Quero ver a Sarah em ação, ainda mais se eu deduzi corretamente e o Digimon dela for uma Funbeemon, cuja a linha evolutiva me agrada bastante. Very Happy Será que foi a Sarah que ouviu a conversa dos protagonistas no beco? Como não foi mencionado quem poderia ser, então suponho que tenha sido ela.

Outra coisa sem explicação, onde foi parar a bola negra que foi atirada pelo Butenmon na direção dos protagonistas? O Casablanca chegou e a bola desapareceu ser nem ser mencionado isso? Que estranho. u.u O Butenmon nem usou muito de suas forças e quase mandou os protagonistas desta para uma melhor - ou pior -, imagino o que acontecerá quando ele usar todo o seu poder. Shocked Eu gostei bastante do final, foi bem feito e a melhor parte do capítulo na minha opinião. Eu inicialmente achei que o Fate e o Falcomon estavam caindo do terraço quando o Butenmon provocou a ventania, mas agora já entendi. rsrs

Eu me arrepiei no penúltimo parágrafo e na frase final, sério mesmo, foi tão incrível que até meus olhos lacrimejaram. Parabéns Leo, você fez um excelente capítulo e agora entendo o por que de esse ser um dos melhores na sua opinião. Esperarei o próximo capítulo muito ansioso para saber o que acontecerá. E não ligue para as minhas reclamações dos personagens, eu gosto deles, mas algumas coisas me irritam e algumas são muito idiotas, mas eu entendo que é para a história seguir o caminho certo.

Ah, uma coisa que esqueci. Você copiou a parte da provocação do Fate ao Vion do capítulo da outra batalha, a que o Vion fala se o Papai Noel irá salvar o Fate. Eu tenho 99% de certeza que essa parte é idêntica a da outra batalha. Não sei se foi proposital, mas não seria legal ficar copiando isso e colocando sempre que o Fate e o Vion se encontrarem.

Até a próxima! \o/
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Mensagem por Leonardo Polli Ter 29 Nov 2011, 4:39 pm

@Rikaru: Não precisa se desculpar, como eu havia dito antes, o capítulo 06 é um dos maiores da trama e precisa-se de um pouco mais de tempo para se ler. Na hora de escrever dos becos, eu acabei confundindo becos de Las Vegas com becos do Brooklyn. Mas, a batalha fixou-se corretamente nessa escuridão e deu pra dar continuidade a história. Sobre a lua, sempre procuro dar uma descrição do ambiente relacionada ao sentimento do grupo. Há sim uma entidade maior que Violentblade, embora ela não seja muito bem destacada. Mas, as aparências podem enganar, como eu sempre lhes digo.
Sobre a batalha no beco, bom, eu tentei deixar a luta um tanto realista quanto a luta contra Dokugumon e Matadormon. Sei lá, um golpe aqui e um golpe ali e fim de luta não dão prazer pra mim.

Nathalia, como devo ter dito a você, é uma personagem deveras importante na história, e que vai ser só citada por enquanto. Casablanca é um velho amigo de Grim, ambos são pau a pau no ramo tecnológico. O velho Julian já sabia que Grim iria a Area 51, como no email, e levaria Fate, assim, logicamente ia dar merda. E ele confiava no potencial de ambos e sabia que conseguiriam escapar e que, caso viessem a Las Vegas, viriam pedir ajuda ali no cassino. Sobre o terraço, bom, digamos que é uma área particular, assim como o cantinho do Casablanca \o

O Grim é apenas um cara normal, rs. O sonho foi pura coincidência mesmo. E o japonês é assim, quando se sente fraco, sente medo, e assim se sente inútil. Mas, você vai ver, no 07 e nos próximos capítulos, que ele nem vai precisar mais da sua foice. Butenmon, i'm sorry, creio que não verá ele por um bom tempo. Mas, haverá muita ação por parte do grandalhão de Reverbel ainda. Apollomon irá dar as caras novamente só perto do fim da saga, e Chronomon Holy Mode vai demorar mais um pouco. \o Sarah em ação, você verá somente no capítulo 09. E sim, no beco ela era mesma.

O destino da bola negra foi um erro cometido, me desculpe \o Butenmon, de fato, é um dos digimons mais poderosos que o grupo vai enfrentar. Sem falar que sua linha evolutiva toda vai ser foda. Digamos que o Buraimon, Seijukuki de Butenmon, é pau a pau com Sealsdramon e o futuro Seijukuki de Falcomon, JUNTOS. Pra você ver como o cara é fera. Essa foi a intenção, de fazer um capítulo grande para que o final ficasse simples e fodástico \o Fico feliz por ter adorado as frases finais de Casablanca, fico lisongeado mesmo \o 99% de certeza? Oloco amigão, então esse 1% prevaleceu, LOL. Eu vi no capítulo 04 e não tem nada de papai noel, e se eu me lembro bem, não copiei nada pra esse capítulo, ele é totalmente original.

Agradeço imensamente pela paciência, por ter lido e comentado. Você é sempre bem-vindo aqui e espero que continue acompanhando \o Abraços.

Pessoal, mais tarde venho para postar o capítulo 07.
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Mensagem por Leonardo Polli Qua 30 Nov 2011, 9:11 pm



Saga 01 - Em Busca do Desconhecido
Capítulo 07 - Fúria Kasagrim


- Meu Deus... Onde fomos nos meter.

Com os braços apoiados em cima de seus joelhos dobrados, o homem japonês respirava com um pouco de dificuldade. Talvez pelo odor praticamente insuportável que permanecia no ar, mas tendo mais certeza pelo cansaço que tomara conta de si. A água curiosamente esverdeada que passava pelo canal logo abaixo dele escoava com certa leveza. O calmo gotejar de água do teto daquele esgoto deixava o local mais calmo. Sentado sobre uma espécie de calçada que ladeava tal canal, sua preocupação não era o bem estar de suas narinas, mas, sim, dos que estavam ao seu redor.

Commandramon passava um pano branco na cabeça de Falcomon, que estava sem consciência e deitado ao lado de Grim. Tentava de qualquer maneira fazer voltar os sentidos do amigo, mas não havia obtido nada até o momento. Começara a pensar na hipótese da morte do falcão ter chegado, mas neutralizou tal pensamento num rápido instante, pois qualquer pensamento negativo naquela situação realmente não era bem vindo.

Seus olhos orientais não ousavam abrir-se. Estava concentrado na oração que estava praticando. Orava pela vida de Falcomon, e pela de Fate. Os dois parceiros não podiam perder a vida naquela hora. Grim ia precisar deles. Commandramon ia precisar deles. O mundo ia precisar deles. Ia ser difícil.

- Estamos mortos... ou perto de sermos.

- Não pense assim, Grim. - repreendeu o digimon escamoso, parando de passar o pano em Falcomon. - Casablanca apareceu para nós e nos salvou. Nós conseguimos fugir. - com olhos sensatos, Commandramon tentava mudar a opinião do humano. - Deus nos deu mais uma oportunidade para nos aproximarmos do nosso objetivo. Confie nEle. Confie em você. Em seu potencial.

- Não... dá. Simplesmente, não dá. - Grim respirou fundo, e se levantou. - Temos um exército atrás de nós, e três pessoas que estão loucas atrás das nossas cabeças. Somos somente nós quatro, não há como vencermos.

- Com um exército de trezentos homens, os espartanos venceram os persas que possuíam centenas de milhares de soldados. - comentou Commandramon, lembrando-se de um evento do passado.

- Os espartanos perderam e morreram, e os persas ganharam. - corrigiu Grim, cruzando os braços. - Não havia como ganhar.

- Eles permaneceram firmes, fortes e confiantes em si até o último pulsar de seus corações. ELES VENCERAM! - demonstrando estar certo, o digimon dinossauro usara uma voz um pouco grosseira. - Isso mostra que, mesmo em menor número, eles resistiram até o último segundo. Devemos ser assim, ter garra. Não baixar a retaguarda. Demonstrar que somos fortes, perseverantes e que podemos vencer!

Permaneceu calado. Grim se virou de costas, e se abaixou, levando suas mãos por debaixo do corpo de Fate. Passado alguns segundos, havia levado o corpo do homem de cabelos longos sobre seus ombros, segurando-o pelos braços. Com um pouco de esforço, deu seus primeiros passos para o lado, começando a caminhar calmamente para frente.

Seus olhos se encontraram com Commandramon carregando Falcomon quando se virara novamente.

- É pior se ficarmos aqui. Eles podem nos achar. - disse o japonês, dando as costas para o digimon outra vez. - Vamos.

-... Você nunca vai entender, que eu faço isso pelo seu bem... Pra que quando chegue a hora, você esteja preparado. - pensou o digimon.

----------------------------------------

Era uma sala quadrada, com paredes beges e azulejos brancos cobrindo o solo. O teto, feito por gesso claro, deixava aquele local com um ambiente mais agradável, tornando as manchas negras de sujeira nas paredes uma espécie de decoração esquisita. Várias prateleiras espalhadas aqui e acolá, sobre elas várias ferramentas que se qualquer pessoa as analisasse diria que eram usadas por mecânicos. Janelas azuis estavam abertas parcialmente, deixando atravessar parte da luz que o sol transmitia naquela linda manhã. Havia uma mesa principal ao fundo do local, feita de madeira e adornada por fios negros espalhados, ligados a um computador portátil.

À frente da mesa, um extenso corredor levava a uma porta de ferro com vários riscos. Ladeando o corredor, carros permaneciam silenciosos sobre macacos hidráulicos, travados ao último, fazendo com que os automóveis chegassem praticamente a tocar o teto. Mas, havia uma exceção; próximo a mesa, uma caminhonete negra e monstruosa, com uma carroceria um tanto grande. Tal automóvel estava parado acima do macaco hidráulico, este que estava sem ser utilizado. Curiosamente, havia um humano por debaixo do carro.

Reverbel ziguezagueava o corredor, com os braços cruzados a frente de seu corpo. Aproximou-se de um pilar de pedra e desferiu um chute em sua estrutura.

- MERDA!

A cadeira de metal atrás do computador portátil foi empurrada para o lado, devido à grande velocidade que a pessoa que estava a utilizando havia usado para se levantar. Trajando um vestido longo e deslumbrante, de um vinho com desenhos de borboletas em sua constituição, alça ao pescoço e não possuindo mangas, com um dos lados totalmente aberto, até a altura de sua cintura, uma mulher de cabelos longos, cacheados e negros se direcionou para frente da mesa, sentando-se em cima dela em seguida. Calçava espécies de sapatilhas de borracha de salto alto, de coloração negra. Possuía um corpo praticamente perfeito, com seios volumosos e curvas únicas, aparentemente possuindo um metro e setenta de altura.

Seus olhos castanhos acompanhavam o tremendo nervosismo de Pierre Reverbel, que começara a reclamar pela dor que sentia no pé.

- Mas que droga, Reverbel. Você não vai mudar, nunca? - a jovem mulher com seus aparentemente vinte e quatro anos cruzara as pernas, indicando impaciência. - Eu já disse, pare de chutar as coisas como se elas tivessem culpa.

- Merda, merda, merda! Eu não consigo acreditar... Perder para um Apollomon? Eu não acredito! - reclamou o homem embelezado por seu terno francês. - E aqueles pirralhos conseguiram escapar... Estamos mortos... MERDA!

Um barulho estranho de algo rolando no chão penetrara os ouvidos de Reverbel e da mulher morena, provocando-lhes certa curiosidade. Atraídos pelo barulho, seus olhares se voltaram para o lado esquerdo da grandiosa caminhonete negra, onde se encontraram com um homem forte, que se vestia com uma camiseta azul-escura de mangas curtas e uma calça cargo com tons diferentes de verde. Havia um cinto negro em suas calças que as deixava mais agarradas, servindo também de suporte para sua lança, que estava guardada na horizontal na parte de trás de sua cintura. Calçava-se com um par de tênis bege, apropriadamente para cursar trilhas.

Seus cabelos louros e arrepiados, que sempre destacaram os olhos verdes em sua face, estavam um tanto manchados de graxa.

- Há cinqüenta anos que o mundo não é o mesmo. - comentara ele, utilizando um pano branco para limpar seu rosto manchado. - Você fica reclamando ai, chuta os pilares à toa. Sabe que isso não levará a nada, certo?

- Seu loiro desgraçado metido a espertão, quando eu tinha a sua idade você estava no útero da vadia da sua mãe. - rebateu Reverbel, ofendendo Vion.

Sem pensar, Vion se levantou e partiu pra cima de Reverbel. Como se não quisesse encrencas logo pela manhã, a mulher de cabelos cacheados correu até os dois e parou no centro deles, fazendo com que a briga que iria se iniciar nem começasse.

Seu olhar não só transmitia raiva, mas também impaciência para ambos.

- Não comecem. Você não é nenhum velho e a mãe dele não é nenhuma vadia, Reverbel. - disse a mulher, apartando a briga. - Sim, nós perdemos. Nós falhamos na missão de capturar os fugitivos da Area 51. Mas, por outro lado, agora eles devem estar todos cansados e derrotados, enquanto estamos somente machucados. Pense por esse lado, estamos em vantagem. Nada adianta termos algo a mais que eles se brigarmos o tempo todo.

- Pode ficar sossegada, senhorita Sarah Watson. Não vou encostar um dedo nele. - respondeu o homem de cabelos grisalhos, com um sorriso malicioso e largo.

- Tudo bem, Reverbel. E não me chame pelo nome completo, você sabe que eu não gosto. - lembrou a mulher, desaprovando a atuação de ambos.

Vion se virou de costas para a mulher e para o homem, balançando a cabeça negativamente em seguida. Caminhou para frente, parando seu corpo do lado da caminhonete negra.

- Tch. - sibilou o homem de cabelos arrepiados, agachando-se. - Enquanto ficamos sem fazer nada, eles fogem, sem sabermos pra onde vão.

- Você sabe que somente estamos aqui porque nossos digimons estão inconscientes na enfermaria, certo? - perguntou Sarah, caminhando até Vion.

- Sim, sei. Aquele Apollomon deu uma surra neles...

- Então, esperaremos até que todos os três estejam em perfeito estado. - disse a mulher, como se estivesse perguntando para os dois homens ali presentes.

O homem musculoso concordou, com um aceno com a cabeça, deixando a mulher de cabelos cacheados mais tranqüila. Deitou-se no macaco que estava utilizando anteriormente, e com um movimento com as mãos no chão fez o equipamento rolar, para debaixo da grande caminhonete. Deveria estar mexendo em algo que ficava dentro do motor, pois suas mãos, braços e face estavam parcialmente sujos de graxa e poeira, sem contar o odor de líquido que ele exalava no momento. O ruído de porcas girando, parafusos sendo apertados e chaves de fenda caindo toda hora no chão faziam com que, por muitas vezes, Pierre Reverbel e Sarah Watson levassem as mãos aos ouvidos, indicando que havia dor em cada burrada que Kid Vioner cometia.

A jovem moça, após a volta de Vion ao trabalho, voltou para o lado de Reverbel, que estava com as mãos nos bolsos da calça. Com uma cara de pensativo e preocupado, o homem encostava sua cabeça no mesmo pilar em que havia desferido um potente chute, o qual causara a dor que até agora sentia no pé. Seus olhos fechados denotavam que ele tentava procurar centralização em alguma coisa que estava pensando, mas o constante tilintar de dentro do motor da caminhonete o desconcentrava de tudo, deixando difícil planejar seus próximos passos.

Para tentar ajudar, Sarah ficou frente a frente com Pierre.

- Eu já devo ter te dito antes, mas me sinto bem em repetir incansavelmente. - aparentemente, ia começar um enorme texto que havia gravado da leitura de livros, mas não era nada do tipo. - Às vezes, sinto que você é como um pai pra mim.

- Você já disse isso, e não se cansa de repetir. - disse Pierre, sem abrir os olhos. - Você sabe que eu te amo, como se fosse minha filha. Mas, não consigo demonstrar esse sentimento. Não combina comigo.

- Tudo bem... Cada um demonstra seu amor pelo outro da sua forma, certo? - comentou Sarah, abraçando com todas as suas forças Pierre. - De certa forma, isso basta.

-... A-Ah, eer...

Recebendo o abraço mais apertado do mundo, Pierre Reverbel estava se sentindo bem. Abrira os olhos e vira a jovem morena com os braços entrelaçados em seu corpo, com olhos fechados. Devia estar sonhando com algo, ou realmente se sentindo nas nuvens por estar o abraçando. Abaixou a cabeça, e levou seus braços para o corpo da mulher, também a abraçando. Ela apoiava a sua cabeça no tórax dele. Direcionou seus lábios para a testa dela, e lançou-lhe um beijo estalado e molhado. Mesmo não sendo bom com romantismo, ele estava se sentindo bem, de certa forma.

A mulher tirou seus braços do corpo do homem alto, e olhou profundamente em seus olhos.

- Lembra do que o velho falou? - perguntou Sarah Watson.

- Sim... Vão pra onde eu costumo ler jornal. - respondeu Pierre Reverbel, entregando a resposta que a mulher queria. - Eu não entendi... Aquele velho realmente era misterioso.

- Aonde costumamos ler jornal? - aparentemente, parecia uma pergunta boba. Mas, de fato, não era.

- Hm... No banheiro?

- Exato. - afirmou, balançando a cabeça num sinal positivo e abrindo um sorriso largo. - E o que fazemos no banheiro vai pra onde?

- Vai pro... esgoto?

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- Mmm... Ynhawn...

De repente, seu corpo parou. Barulhos estranhos que, se qualquer pessoa os ouvisse, deduziria que haviam sido feitos por algum animal gigantesco, com o corpo todo estranho e com mais de dois metros de altura. Mas não. Grim achara estranho aquilo, pois havia se repetido por mais de três vezes seguidas. Decidiu soltar um dos braços do homem que carregava em suas costas, e o inesperado ocorreu. Ele ouviu algo se chocar com o chão, e rapidamente se virou para trás, dando de cara com Benjamin McFate. Vivo, como nunca.

O homem de cabelos ondulados levou seus braços o máximo que pôde para cima, espreguiçando-se. Abriu uma boca bem larga e bocejou, em seguida. Fingiu que estava mastigando algo, só para demarcar ainda mais seu rosto demonstrando sono. O japonês o olhava assustado, mas ele não entendia o porquê. Passaram-se alguns segundos, ele mandou um beijo para Grim, fazendo com que ele se estranhasse ainda mais.

-... Eu te amo, Grim.

Ao primeiro impulso o japonês reagiu. Seus braços, que compartilhavam de sua felicidade, se auto lançaram na direção do homem corpulento, entrelaçando-se ao torno de seu corpo. Um forte e profundo abraço fez com que ele tivesse a certeza de que realmente, seu amigo estava vivo, e não morto como esperava. Suas esperanças pareciam com floquinhos de neve num inverno frio e rigoroso; penetravam seu corpo e subiam à cabeça, de tanta felicidade que estava. Distanciou-se de Fate, e deu dois passos curtos para trás.

Commandramon olhava tudo de longe, ainda com Falcomon nos ombros.

- Eu sabia que você não ia morrer, Fate. Eu sabia. - disse Grim, com olhos arregalados e uma face surpresa.

- Eu só vou morrer quando eu tirar mais de três em Biologia. - comentou Fate, sarcástico.

- Haha, no grau de impossibilidade, isso é impossivelmente impossível. - disse Commandramon caminhando até os dois humanos. - Mas, e ai Fate, a pancada foi forte, não?

- Pois é... Isso... Isso me cheira ovo de galinha caipira. - com as narinas se mexendo constantemente, Fate analisava o local.

- Não... Isso é um esgoto. - respondeu Grim, tapando o nariz e fazendo gestos de criança.

- Aah, um esg... O QUE, UM ESGOTO!!?

Fate não havia entendido a colocação de Grim. Um esgoto? Que diabos estavam fazendo um esgoto, sendo que há pouco tempo atrás se encontravam na cidade de Las Vegas? Não conseguia raciocinar corretamente, devido a algumas dores que ainda sentia na região de seu abdômen. Isso o lembrou da batalha que havia travado há pouco tempo, na qual havia levado uma surra de um homem que era desconhecido. A dor tinha sido tão forte que o sentimento de culpa e de incapacidade começaram a surgir em seu pensamento.

O japonês tentou explicar ao americano a situação.

- Sim, um esgoto. - afirmou o rapaz de olhos orientais, mexendo em seu cabelo. - Viemos para cá depois daquela luta...

- E... E como estamos vivos? Céus... - a cara de Fate não era das boas, o seu entendimento em relação a situação estava demonstrando ser zero. - Como chegamos... Aqui? Pelo que me lembro, aquele desgraçado me deu um soco na barriga, depois disso eu caí no chão e ouvi Falcomon gritando. Em seguida, tudo ficou preto, e eu fiquei inconsciente.

- Nós vimos toda a batalha, Fate. - interveio Commandramon, descarregando Falcomon e encostando o digimon na parede adjacente. Os dois humanos permaneciam frente a frente, discutindo. - Depois que você perdeu os sentidos, Falcomon partiu pra cima daquele homem para tentar matá-lo, mas... Como pôde ver, ele não conseguiu.

Fate olhou para os olhos fechados de seu parceiro digimon. Demonstravam querer se abrir, mas nenhuma reação a não ser a respiração era esboçada pelo falcão ninja. O homem americano se sentiu culpado, por de certa forma ter influenciado a perda da consciência de Falcomon. Seu vacilo instantâneo fizera com que ele perdesse totalmente seus sentidos, desencadeando uma completa fúria por parte do falcão negro, que levara o mesmo fim que seu parceiro humano.

Tudo que queria era que Falcomon acordasse.

- Falcomon...

- Não se preocupe, Fate. Ele só está desacordado. - disse Grim, tentando acalmar o amigo. - Mas... Estou preocupado com Casablanca.

- Pois é. Chegou e nos salvou... Devemos nossas vidas a ele. - salientou Commandramon, se referindo a mesma pessoa.

- Hein? Não entendi...

O homem, que até agora pouco estava desacordado, ainda estava meio desnorteado e confuso. Grim resolveu ajudá-lo.

- Aah, me desculpe. Não terminei de contar. - disse o japonês, cruzando os braços. - Depois que vocês dois ficaram inconscientes, o homem ia nos matar... Mas daí, graças a Deus, Casablanca chegou montado em seu Firamon, e segurou os três inimigos. Assim, conseguimos escapar, e fugimos seguindo uma dica de Julian... De certa forma, viemos parar aqui. Como eu não agüentei, quando cheguei ao esgoto eu caí no chão, morto de cansaço, e adormeci. Commandramon fez o mesmo, e ficamos nós quatro no chão.

- Nossa... Seu amigo nos salvou. Não esperava isso... - comentara o americano, dando-se por entendido.

- Sim, e agora o que mais me preocupa é o que aconteceu com ele... Olhe seu relógio, são 10h47min. Pelo que me lembro, havíamos chegado ao terraço mais ou menos às 20h30min. - analisou Grim, apontando com seu dedo indicador o relógio no pulso de Fate.

-... Tem razão. Passou-se muito tempo.

Aquela voz despertou certa felicidade em Fate. Começou a se sentir melhor, de certa forma. Virou-se para o lado, e se encontrara com o olhar profundo de Falcomon. O digimon, com um pouco de dificuldade, se levantou, utilizando de suas asas para se apoiar. Caminhou lentamente até o corpo de Fate, este que estava muito alegre por saber que o falcão estava bem. Abraçou-o com força, e um perguntou a situação do outro. Ambos receberam um melhor não poderia estar.

Desenrolou as asas do corpo do humano, e se distanciou um pouco, com passos para trás. Recebera um forte abraço de Commandramon e, em seguida, encostou seu corpo na parede.

- Temos duas hipóteses: ou Casablanca ganhou, ou ele perdeu. - disse o digimon, tentando respirar normalmente. - Eu aposto mais na de ele ganhar, pois como sei que um velho como ele seria esperto, e já bastante experiente, evoluiria seu Firamon para o nível kyuukyokutai, Apollomon. Sem sombra de dúvidas alguma, um Apollomon de meia idade conseguiria dar cabo tranquilamente de um Butenmon, de um Matadormon e, logicamente, de um FanBeemon.

- Commandramon concorda com você, amigo. - disse o digimon dinossauro, fazendo um gesto com as mãos.

- Mas, pense no caso. - Grim interrompeu a futura conversa que se iniciaria entre Falcomon e Commandramon. - Se ele ganhou, provavelmente tentaria manter contato conosco em seguida. Agora, se ele perdeu...

- Ele não perdeu.

Fate, de certa forma, havia se colocado no lugar de Julian Casablanca, homem que havia lhe salvado da morte. Sentiu-se mal por Grim ter ofendido o velho dono do cassino, portanto tinha que pelo menos defendê-lo. Estava certo em tomar aquela atitude, mas logo caiu na realidade e percebeu que qualquer confusão que se iniciasse ali não seria bem-vinda para o bem estar do grupo. Como Commandramon pensara, eles ainda eram fugitivos, e assim permaneceriam por um bom tempo.

Estar fugindo de três pessoas que querem a sua cabeça não estava sendo fácil. O sentimento de culpa por terem saído de casa atrás de um simples objeto voltou-lhes a cabeça, fazendo com que pensassem se tudo estava sendo certo. Arriscar a própria vida, para saber o que existe dentro de um pendrive? De dez bilhões de pessoas, somente os quatro seriam loucos e retardados o suficiente para cometer tal feito. Não era a curiosidade. Era uma promessa, uma jura que Fate havia feito a seu avô. E ele iria até os confins do universo para obter o pendrive.

Erguendo sua cabeça, antes refletindo, o americano de olhos verdes começou a caminhar na direção contrária de Grim, caminho que levaria a algum lugar que eles não sabiam ainda. Falcomon balançou negativamente sua cabeça, demonstrando que o clima não era dos bons, sendo levado por passos a caminho de Fate. Grim fitou o olhar de desconfiança de Commandramon, e ambos seguiram atrás da outra dupla, mais adiante no esgoto.

Não esperavam sair dali tão cedo, e nem queriam. Naquela situação, um esgoto era o melhor lugar do mundo para se esconder.

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- Um à esquerda, um no centro e um à direita. Mate os três.

-...

A aljava de couro se mexeu numa certa rapidez, quando de si fora retirada uma flecha bem trabalhada. Seus cabelos ruivos se balançaram ao colocar a haste de madeira e posicioná-la corretamente na corda entre seus dedos delicados. Com certa leveza, puxou a flecha ajustada na corda e com uma mira precisa a largou, fazendo com que a haste de madeira e a sua ponta ferrosa varassem o ar tranqüilo. Seu fim de curso fora o abdome de um anfíbio, que possuía manchas roxas espalhadas pelo corpo branco e usava um moicano alaranjado. Sangue começou a brotar e a escorrer de onde a flecha estava cravada, e dando um urro ensurdecedor, o animal se explodiu em inúmeras partículas azuis.

A face demoníaca do homem que estava parado ao seu lado iria provocar medo nela, caso não estivesse vendada e fosse cega.

- Muito bem. Devo admitir, mesmo cega você é uma boa arqueira. Meus parabéns. - com uma voz confiante e de bom grado, o homem batia palmas com muito ânimo. - Agora, restam dois.

A jovem não respondera nada. Ficara de boca fechada, sem esboçar nenhuma reação. Levou novamente sua mão a aljava, retirando desta vez duas flechas. Fez como anteriormente, colocou-as entre seus dedos, apoiando-as na corda do arco. Puxou a mesma corda para trás e, desta vez, com mais força, soltou as flechas, que dispararam rapidamente em direções diferentes. Os alvos eram dois anfíbios, um de corpo amarelo e cabelos alaranjados com uma barbatana negra, e o outro com o corpo esverdeado cheio de marcas azuis, uma barbatana vermelha e um abdome branco. Os pares vermelhos e azuis de olhos demonstravam medo enquanto os dois animais tentavam de certa forma se soltar das correntes presas a seus membros.

Varando o ar daquele armazém gigantesco, de paredes de madeira, um teto e um solo nada atraente, as flechas não tiveram dó, nem piedade. O anfíbio verde fora atingido em cheio em seu abdome branco, lançando um forte grito de dor e logo depois tendo seu corpo explodido em dados. Por sorte, a outra flecha saíra da rota e atingira a parede acima do anfíbio amarelo. Fechou os olhos e começou a orar, agradecendo pela segunda chance de vida. Mas, não demorou a abrir novamente seus olhos, se deparando com uma grande raposa quadrúpede vindo em sua direção.

O seu corpo arroxeado e as chamas alaranjadas presentes nas pontas de suas nove caudas e quatro patas demonstravam que aquele monstro que seguia numa velocidade incrível não era dócil.

- Jaenryu!!!

Saltou, e como se tivesse asas e se tudo estivesse em câmera lenta, rodopiou horizontalmente por duas vezes no ar. As chamas de suas caudas saíram das mesmas, e antes da leve queda da raposa quadrúpede no chão, as chamas seguiram um rápido trajeto e atingiram o abdome do pobre do anfíbio amarelo. Suas forças se esgotaram com o impacto profundo, e não tinha mais como respirar. A única saída e o trágico fim fora a explosão e a liberação de partículas azuis de seu antigo corpo aquático.

A jovem ruiva havia recolocado seu arco próximo a aljava. Correndo, a raposa quadrúpede veio mansamente para perto da menina vendada. Com sensação de trabalho feito, o monstro de coloração roxa levou sua cabeça para perto da mão direita da menina, que não hesitou em acariciar o digimon poderoso.

O homem, que usava um terno azul royal, se gabava pelo feito das duas criaturas.

- Tenho em minhas mãos a arma mais poderosa de todo o universo: uma McFate! - em gargalhadas e soluços, o homem olhava atenciosamente para a jovem e a raposa, que estavam unidas num ato de carinho, como se nada chegasse a seus ouvidos. - Divirta-se enquanto é tempo, Fate. Seu tempo de vida está prestes a ter um fim.

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- Oh, me sinto no Lago Ness.

Haviam chegado a um local onde toda a água do esgoto era absorvida por frestas na parte de baixo das paredes de tijolos marrons e velhos. Para a passagem tranqüila, existiam espécies de hastes negras de ferro, nos ditos buracos com formatos de arcos. Isso não surpreendeu os rapazes, visto que estavam num esgoto. Fate havia reclamado todo o caminho até o local por estar pisando em água suja e isso era nojento, sabendo-se que desde certo momento atrás tiveram que descer da calçada adjacente ao canal e adentrar no próprio.

Falcomon havia permanecido quieto durante todo o trajeto, sempre atencioso a qualquer detalhe que percebera pelo olfato ou visão. Commandramon não deixara de recitar alguns cuidados para os outros três, mesmo Fate falando que tudo que o dinossauro havia falado era bobeira e que estavam num esgoto, não num campo de batalha em plena Guerra Fria.

Grim deixara sua boca calada até o momento. Não havia falado nada, o que preocupara os outros fugitivos. Mas, para eles, o japonês devia estar buscando refúgio em sua mente. Viajando em pensamentos, lembrando de pessoas queridas que deixara "para trás" pelo mesmo motivo que os outros: o pendrive.

Seus pés estavam ensopados. Fate, como no dia anterior, reclamara novamente dos sapatos, e da água que já adentrara em seu interior. Grim mal se preocupava com isso, e Falcomon, para evitar qualquer alarde, sobrevoava a água, tomando cuidado com os respingos que Commandramon provocava na água ao dar passos largos. O japonês procurava astutamente por uma saída, mas, de fato, estava sendo difícil. Tantas frestas por onde a água passava, mas a sua mente lhe dizia que não levariam a nenhum lugar. Continuaram a caminhar ao norte, onde supostamente Commandramon avistara uma saída.

Falcomon estava atento a tudo e a todos ao seu redor. Os quatro caminhavam numa formação dois por dois, uma dupla a frente da outra.

- Pessoal... Tem alguém nos olhando. - disse o digimon, com a cabeça empinada e um certo receio. - Eu sinto isso.

- Não é nada, Falcomon. É a água causando efeito em seu cérebro. - mentiu Fate, rindo.

- Eer... Commandramon sente o mesmo. - disse o dinossauro, repartindo da mesma opinião que o falcão.

- Não é nada... Não é nad...

- Nume Sludge!

O falcão percebera o grito e agilmente olhara para cima, se deparando com uma coisa estranha de coloração rosa. Achou que era brincadeira ou ilusão, mas não, era real, e quando tomou a noção lançou suas asas nas costas de Grim, fazendo com que ele fosse empurrado alguns metros à frente, caindo de cara com a água do esgoto. Fate correu e conseguiu escapar, junto com Commandramon. A coisa rosa se chocou com a água, surpreendentemente causando uma explosão.

Falcomon ficou sem saber o que fazer. Como sempre, era ele que tomava as medidas cabíveis para que tudo saísse como planejado. Mas, de onde viera aquela coisa rosa estranha, que ele deduzira que era um detrito? Era tudo muito curioso, pois estavam num esgoto. Que tipos de digimons poderiam existir em um esgoto?

Grim partilhou da mesma dúvida que o digimon negro. Olhou para o teto, que estava distante de ser alcançado.

- Mas que merda... Eu sabia, eu sabia. - um pouco tremendo, talvez pela imprevisível emboscada, o japonês tentava falar algo que fosse certo.

- O quê? Não estou entendendo nada... - Fate se fazia de santo.

- Numemons, Fate. Numemons. - disse o japonês, citando algo que acendera uma luz no túnel escuro que era a cabeça de Benjamin. - Digimons desgraçados que permeiam esgotos e causam desordem pelo mundo afora.

- Esqueceu de uma coisa; jogam "totô" rosa na gente também, né? - acrescentou o americano.

- Não é hora de brinc...

- NUMEMONS, ATACAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAR!

O teto, antes de tijolos marrons, tornou-se um verde espalhado pra cada canto. Formas de vida estranhas começaram a se formar lá em cima, e estranhamente se despencavam do teto, caindo na água suja e tornando-se monstros esquisitos e feios. Seus corpos eram predominantemente verdes, possuindo algumas manchas roxas. Tinham línguas grandes e dentes branquíssimos e perfeitos, sem contar seus olhos vermelhos que reinavam sobre dois músculos acima de seu corpo. Era como se não tivessem cabeças, somente olhos.

Os digimons começaram a se mexer, como se estivessem dançando. A esquisitice do corpo gosmento que continham deixava Grim cada vez mais amedrontado. Falcomon havia se posicionado em modo de ataque, e Commandramon estava à frente de Fate e de Grim, cautelosamente protegendo os dois humanos. Qualquer movimento em falso dos monstrengos seria fatal para suas vidas. Eram dezenas deles.

Distanciados a mais ou menos trinta metros, os Numemons elevaram seus corpos e iniciaram uma chuva de detritos rosa.

- Bomber!

Lançaram os detritos de coloração rosa na direção dos quatro fugitivos, que se encontravam próximo ao canto inferior esquerdo daquele lugar. Viram-se encurralados e não sabiam para onde correr, pois os digimons fedorentos se alastravam por toda aquela sala praticamente. Falcomon pensou que era o único que podia evitar qualquer morte que ali ocorresse. Em sua opinião, a mesma que a de Grim, os Numemons eram fracos demais e capazes de perder até para um younenki II, nível anterior ao seichouki, de Falcomon.

- Shuririnken!!!

Com suas asas negras e habilidosas, o digimon falcão começou a gesticular e formou no ar várias shurikens, que estranhamente se fundiram enquanto uma luz branca as tornava numa só estrela ninja. Colocando-a frente de si e usando-a como escudo para proteger seus amigos, Falcomon conseguiu evitar que os detritos se chocassem com os protegidos, fazendo com que se chocassem na grandiosa estrela ninja e explodissem ali mesmo, sem causar nenhum dando sequer no corpo dos quatro fugitivos.

Estava na vertical, o que possibilitou uma proteção maior. Após o eminente ataque, Falcomon utilizou suas asas para nivelar a estrela ninja na horizontal, deixando-a flutuante sobre as suas garras. Com certa agilidade, dobrou suas asas para trás e causou um impulso nelas, fazendo com que a estrela ninja saísse cortando o ar, despedaçando uma boa parte dos nojentos Numemons e deixando dados em seu lugar. Pedaços de gosma voavam para todos os lados, melecando todo o local, e tirando o único azul que restava na água.

Tal reação deixou alguns deles nervosos; outros com medo, outros furiosos.

- Vocês invadiram nossa casa, e ainda ousam nos matar? - disse um deles, indo à frente dos outros. - Vocês... Vocês não merecem viver!

- Então por que até agora estamos vivos? - perguntou Fate, querendo dar uma gargalhada.

- Seu... SEU DESGRAÇADO!

A fúria presente nos estranhos e medonhos olhos daquele Numemon estava nítida. Fate pensara e admitira que não devesse ter dito nada após o contínuo ataque de detritos que, graças a Falcomon, não explodiu na sua cara. Grim estava com medo, medo de morrer. Não que simples formas de vida com um corpo feito a base de gosma o deixassem nervoso, mas estava lembrando-se da noite anterior, em que havia falhado e quase perdido a vida. Tentando entre permeio analisar a situação, ele não encontrou outra saída. As TwinBlasters de Fate não surtiriam efeito; Commandramon estava sem a sua metralhadora, e ele sem a sua foice.

Falcomon provavelmente não agüentaria formar outra estrela ninja gigante, pois só uma já o deixava ofegante. Seus olhos se esbugalharam, e sua mente já não mais trabalhava como antes. Nitidamente, estava com medo de morrer.

Sua locomoção rastejante foi imitada pelos outros Numemons, que fizeram o mesmo.

- Super Stinky Spray!!!

Suas goelas gigantescas se abriram para disparar uma estranha rajada de coloração rosa, que atingiu os quatro fugitivos. Encurralados, eles não conseguiram fugir e, conseqüentemente, ficaram indefesos ao ataque. Seus olhos se fecharam, suas pálpebras estavam pesadas e seus lábios se tornaram secos como uma folha. Não conseguiam mover mais nada, nem pensar, nem agir. Pouco a pouco, foram perdendo a consciência, e de certo modo, não havia como evitar. Naquele canto daquela sala, os quatro fugitivos caíram e não sentiam mais nada.

De repente, tudo ficou escuro.

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Seus olhos se abriram pouco a pouco, como se tudo estivesse em câmera lenta. Bem devagar. Mexeu suas mãos a ponto de saber se elas ainda continuavam ali, normais. Porém, algo estava errado. Com o punho direito, desferiu um soco no ar, percebendo que não só esse, mas também o outro estava enganchado a uma espécie de pulseira grossa de ferro, acoplada a uma corrente vindo da parede adjacente as suas costas, feita de tijolos de barro. Tentara o mesmo ato mais uma vez, reparando que haviam prendido suas mãos para não deixar possibilidades de fuga.

Suas pernas estavam livres, o que lhe deixou mais aliviado. Conseguiria escapar, mas seria difícil, pois precisaria de suas mãos, e não as tinha disponíveis no momento. Tudo que queria era que Commandramon estivesse bem. Olhando para o lado esquerdo, visualizou a mesma cena que estava interpretando, mas, desta vez, o acorrentado era Commandramon, que não estava acordado, mas sim dormindo, com uma respiração um tanto pesada. Seu peito coberto pelo peitoral esverdeado demonstrava um sobe e desce constante, com um intervalo de dois segundos.

O japonês pensou que seu parceiro digimon estivesse em coma.

- Commandramon?! Commandramon!? - sussurrava o homem oriental, tentando se soltar das correntes em vão. - Commandramon... Commandramon!

Alguns sons estranhos saíram de uma boca que se revirava a todo instante.

- Munch munch... Hmm... - era Commandramon. - G-Grim... ?!

- Aah... Graças a Deus. - disse o homem, respirando fundo e parando de mexer seus braços.

- O... O que aconteceu? - confuso, o digimon dinossauro fez o mesmo que anteriormente o japonês praticava: tentava se soltar das correntes, não tendo a mínima idéia do por que estarem em seus braços. - Correntes... Por que estamos presos?

- Os Numemons conseguiram nos emboscar, e nos deixaram desacordados. Depois... Eu não sei.

- Eu... Falcomon.

- Fate...

- Querem calar a boca?

As cabeças abaixadas e pensativas rapidamente se levantaram, fazendo com que os dois acorrentados olhassem a frente no lugar onde estavam. Era uma sala pequenina, com um teto sujo e um chão de ferro, com vários quadradinhos. Mais adiante, uma lacuna na parede indicava de onde talvez os dois presos supostamente houvessem vindo, onde estavam duas figuras nada convidativas. Demonstravam certa nobreza em seu olhar, mas de fato nada eram agradáveis.

Eram corpulentos, cheios de espinhos nos corpos rosados. Dentes amarelos e olhos azuis, o que não devia pertencer a digimons tão sujos e nojentos. Tatuagens pelo corpo, e uma casca de banana que usavam como cabelo. Estavam dentro de latões de lixos metálicos, com um verde bonito, estragado por pichações em branco. Portavam uma bazuca colorida, com predominância do azul e do vermelho. Talvez possuíssem um metro e meio pra mais, mas o que mais incomodava era o horrível fedor que exalavam.

Provavelmente, eram guardas do local. O da esquerda, que havia virado para trás e chamado a atenção dos dois acorrentados, voltara a sua posição inicial. Idéias começaram a ser formuladas na mente inumana de Joshua Kasagrim, que pouco a pouco foi assimilando uma saída à situação. Decidiu mexer as correntes envoltas em seus dois braços, a fim de chamar a atenção dos dois guardas. Em dez segundos não provocara nada, apenas alguns sons de desaprovação.

Mas, não hesitara.

Continuara com a sessão de chacoalhamento de correntes. O barulho chegava a latejar os ouvidos, realmente, correntes tinindo no ar não era uma boa idéia para tentar fugir. A tentativa de irritação funcionou, e o digimon da direita se virou e olhou com fúria para Grim, que não parou de chacoalhar as correntes de ferro. De certa forma, não estava com medo. Eram Garbagemons, não lhe podiam fazer nenhum mal. O que esperava, aconteceu; o digimon, aos pulos, foi chegando próximo ao corpo do japonês.

Enquanto pulava, resmungava.

- Seu inseto desgraçado! Vai aprender a nunca mais mexer com os príncipes do esgoto!

O digimon fedorento preparou sua bazuca e sem pensar puxou o gatilho, disparando algo parecido com um detrito rosa. O ataque foi direto para Grim, que havia entrado em estado de choque e tentara a todo custo sair das correntes. Mas, como o destino brinca com as pessoas como se fosse uma criança a brincar com legos, o ataque atingiu em cheio o japonês. O sorriso diabólico cresceu estampado na face do Garbagemon, enquanto o outro gargalhava sem parar.

Uma poeira se levantou com a explosão. Commandramon ficou muito preocupado, pensando que seu amigo tivesse perdido a vida. Logicamente, ele seria o próximo. Tentava trazer à tona todo pensamento positivo, a fim de que tudo desse certo. Pouco a pouco, o efeito da poeira sumiu e, inacreditavelmente, lá estava Grim - e a corrente presa a sua mão direita, simplesmente, havia sumido.

Com todas suas forças, o japonês agilmente desferira um chute potente no latão de lixo, conseqüentemente atingindo a região do estômago do Garbagemon, que foi jogado a alguns metros para trás, batendo a cabeça na parede. O outro de prontidão correu e preparou sua bazuca, pronto para atirar.

- DCD Bomb!

Sua boca servira não só para praticar onomatopéias, mas também para retirar o pino da granada e lançá-la contra o Garbagemon, que estava pronto para atirar com sua bazuca. A granada girou no ar, e no fim de seu curso, atingiu o corpo do Garbagemon, lançando-o para a mesma direção do outro digimon caído, derrubando-o em cima do mesmo. Enquanto isso, Grim conseguira se soltar da outra corrente, remanescente em seu braço esquerdo, se livrando totalmente do sufoco de estar preso.

Levantara-se, esticara seus braços e suspirara. Estralou seus dedos e seu pescoço, tomando passos para a direção de Commandramon. Ajudou o digimon dinossauro a retirar as correntes e as pulseiras de ferro, tirando-o também da prisão. O sentimento de liberdade tomara conta do espírito de ambos, e eles finalmente se sentiram livres. Olharam para os dois Garbagemons, que estavam inconscientes, deitados um em cima do outro, próximo ao canto superior direito da sala.

O humano e o digimon dinossauro não trocaram palavras, e começaram a caminhar na direção da lacuna e além dela.

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- Sabe, Fate. Eu acho que se te mandassem para o inferno, nem o capeta te agüentaria lá.

- Deve ser... porque eu sou muito frio, talvez.

- Você é um grande de um filho da puta mesmo, e merece morrer. - seus grandes olhos negros brilhavam com uma intensidade nunca antes vista. - Purple Rain!

Punhos cerrados, de coloração roxa formaram-se no ar. Com suas próprias mãos, causara um impulso, disparando os punhos na direção de Benjamin McFate. Em menos de um segundo, atingiram o estômago do rapaz, deixando-o com muita dor não só na região atingida, mas no corpo todo. Sua respiração ficou ofegante, e seus olhos se reviravam a cada instante. Acorrentado e suspenso, praticamente colado na parede da sala que antes estivera com Grim e Commandramon, Fate não conseguia se soltar, visto que ambos os braços e pernas estavam presos.

O digimon que os colocara ali era o mesmo que havia acabado de atacar o homem de cabelos ondulados. Tinha mais que quatro metros de altura, e tinha um corpo redondo, aparentando ser uma bexiga amarela. Vestia uma roupa de rei, com uma capa vermelho-branca, luvas brancas e botas negras. Suas bochechas marcadas deixavam-no com uma aparência mais nobre, mas o seu jeito e a coroa em sua cabeça demonstravam que ele não tinha nada a ver com a realeza digital, mas sim com o esgoto.

Sorriu diabolicamente para Fate. Falcomon desaprovou o digimon gigante.

- NÃAAAO... - disse o digimon falcão, chacoalhando as correntes, abaixando a sua cabeça e derramando lágrimas de seus olhos. - Seu desgraçado... Eu juro por Deus, quando sair dessas correntes perfurarei até seu fígado.

- Te dou duas chances: uma para retirar o que disse, e a outra para morrer. - avisou o gigantesco digimon, cruzando seus longos braços. - Seu tempo está acabando, meu querido.

- Eu... Eu escolho a chance de perfurar seu fígado. - pressionando seus olhos a tentar limpar suas lágrimas, o falcão deu uma gargalhada baixa.

-... Pim. Tempo acabado.

Ao pronunciar sua última palavra, a gigantesca bola amarela banhou-se numa aura arroxeada, que cobrira todo seu corpo. Seus dentes antes sorrindo se combinaram com a sua face diabólica, enquanto ele forçava seus pés no chão e suas mãos pressionadas e cerradas. Dando um impulso com seus pés, saltou na direção do digimon falcão, e com todas suas forças, desferiu uma poderosa cabeçada, que atingiu em cheio o corpo da vítima. Recuou para trás com outro salto ligeiro, dando para visualizar a enorme cratera que havia se formado ao redor de Falcomon.

De repente, alguns pedaços de tijolos começaram a despencar da cratera na parede e, num piscar de olhos, as correntes começaram a descer, conseqüentemente levando o corpo de Falcomon para perto do solo. O digimon falcão estava desacordado, com a cabeça abaixada. As correntes em suas asas estavam com um maior comprimento e vinham de lá de cima, onde antes estivera. As que antes estavam em seus pés, haviam ficado presas à parede. A cena lembrava uma espécie de crucificação suspensa.

Fate olhou para baixo, desacreditando que aquilo pudesse estar acontecendo. Seu digimon, praticamente morto.

- Você... Vo-Você... Você... - sibilou Fate, não conseguindo terminar o que queria falar.

- Você está valendo milhões de dólares Fate... Talvez bilhões. - comentou PrinceMamemon, levando a mão ao queixo. - Se eu te matar, ficarei mais rico do que já sou! Hahaha!

- Morra com a sua ambição... Seu podre. - rebateu o homem americano, cuspindo na direção do digimon, que mesmo não sendo atingido, sentira a rejeição. - É por esse motivo que vermes como você não merecem viver. - continuou, com a boca escorrendo sangue. - Lei de Éden?... VOCÊ NÃO FAZ PARTE DELA!

-... MORRA, SEU DESGRAÇADO!

Com uma expressão facial nada convidativa, PrinceMamemon centralizou toda a sua fúria sentimental em seus pés, cobertos pelas botas negras e fofas, e começou a raspar um deles no chão alagado, com o corpo totalmente inclinado. Passado um tempo, disparou na direção de Fate, que formou uma face um tanto preocupada. Seus braços e suas pernas começaram a sentir a tensão, provocando o chacoalhamento das correntes presas aos mesmos. Estava com medo, pois qualquer golpe ali poderia ser fatal.

Trinta metros. Vinte metros. Dez metros... PrinceMamemon levantou sua mão direita e esticou seu braço, preparando seu grande punho para acabar com a vida de Benjamin usando um golpe fatal. Seu sorriso milimetricamente perfeito desabou com a sua fúria quando, de repente, ouvira uma voz.

- FAAAAAAAAAAAAATE!

O americano que havia sido chamado pelo apelido tirou totalmente sua atenção, antes voltada para PrinceMamemon, e olhou para o alto, na parede à esquerda. Havia uma espécie de buraco, no formato de um arco, tampado por canos de ferro na vertical, separados por mais ou menos meio metro de distância cada, onde se encontrava Grim, e o digimon dinossauro, Commandramon. Ao mesmo tempo felizes e tristes, por terem encontrado os amigos, mas numa situação tão complicada.

O digimon gigantesco virou totalmente seu corpo para a direção do buraco no alto. Voltou o mesmo sorriso de antes.

- Vo-Vocês... Como... Garbagemons malditos e imprestáveis. - gaguejou PrinceMamemon, aparentemente preocupado com alguém. Mudou sua face rapidamente. - Vieram para se juntar aos restos humanos de Fate e Falcomon?

- Vim... Vim para salvar o meu amigo! - respondeu o japonês, com as duas mãos agarradas aos canos, como se tentasse arrancá-los de lá.

- Errado. Você veio para morrer. -

Suas pupilas se contraíram, e Grim começou a ficar com medo. Novamente. A insegurança fez com que começasse a tremer. Os dedos de suas mãos, agarradas aos canos de ferro, pulavam, como se fosse ter um ataque epiléptico. PrinceMamemon apontou sua mão esquerda para onde estava a dupla que havia acabado de chegar, magicamente retraindo todos os canos para baixo, deixando o buraco livre. Grim quase foi jogado para baixo, caso não fosse Commandramon e sua total atenção no parceiro humano.

O digimon amarelo olhou para os dois, com a mão abaixada.

- Vamos, pulem. Pulem, e vocês morrem. Assim, é mais fácil, e poupará meu tempo.

Com gestos e uma cara de palhaço, PrinceMamemon conseguiu irritar Commandramon, que não conseguiu se segurar e saltou com tudo do lugar de onde estava, pegando uma granada, tirando seu pino cuidadosamente e lançando-a contra o bexigão amarelo. Ao atingi-lo, provocou-se uma explosão e as águas embaixo dos pés de PrinceMamemon formaram pequenas ondas, que logo se cessaram. Por trás dessa pequena explosão, apareceu um digimon exagerado e furioso, que havia conjurado várias silhuetas de punhos cerrados, flutuantes sobre a água.

Commandramon, ao tocar seus pés e mãos no chão alagado, havia ficado numa posição um tanto curiosa, devido a gravidade da queda. Recompôs-se rapidamente, e quando PrinceMamemon percebera, dera um soco no ar, lançando o seu ataque de punhos cerrados na direção do digimon dinossauro. Infelizmente, o tempo não ajudara o pequeno digimon, que recebeu o ataque em cheio no peito, sendo jogado para a parede com eficiência. Caiu desnorteado, com consciência de tudo, mas com uma tontura visível.

Sentiu-se culpado, por ter falhado na missão de proteger a todos.

- Se... Se ao menos Commandramon tivesse a sua metralhadora...

- Poupe-me das suas últimas palavras, seu inseto.

Sem forças, Commandramon não obteve êxito em tentar se levantar daquele lugar imundo. A água fria e nojenta que passava sobre seu corpo caído fazia-o lembrar de várias situações que estivera no fim da linha, mas conseguira se salvar, e salvar os próximos. Pensava no por que de não conseguir achar uma saída para aquele momento... Tudo que queria era que tudo ficasse bem. Que Falcomon não estivesse morto - o que demonstrava estar. Fate com cortes nos braços musculosos, sangue escorrendo da boca, respiração ofegante.

PrinceMamemon gargalhando, sem parar.

Grim olhou lá de cima para Fate, que devolveu o olhar preocupado. O homem japonês tentava achar maneiras, meios de salvar o americano de cabelos ondulados, mas não chegara a nenhuma resposta. Estava com medo, muito medo. Tudo estava perdido... PrinceMamemon apontou um de seus dedos direitos para Commandramon, e com um rápido gesticulamento lançou magicamente o digimon dinossauro contra Fate, que foi atingido no estômago. Sua barriga se contraiu, e vagarosamente ele sentia o mundo ao seu redor ficar em câmera lenta. Até que, de repente, tudo ficou distorcido, e não enxergava mais nada.

Commandramon caiu, à frente de Fate. Com as mãos e braços empurrados contra o solo tremendo a todo tempo, e pernas estiradas, tentava se levantar.

- Por... favor... não... nos faça... nenhum mal... - o digimon escamoso implorava, para que PrinceMamemon os deixassem ir. Seus olhos se fechavam e abriam, conforme a sua lenta respiração. - Poor... favor...

- Hahaha... HAHAHA! - entre uma gargalhada e outra, repetira a mesma cena. Começou a raspar um dos pés no solo, espirrando água para todos os lados. Estava com o corpo direcionado para Fate, e Commandramon. - Você ainda pensa que eu vou deixá-los viver, seu verme?

Grim, ao longe e observando a cena, se fechou em seus pensamentos.

- Não... Tudo está errado. Eu não posso ter medo... nunca. Esse medo... Esse medo que eu tenho só me atrapalha, e faz com que os outros percam a vida. Eu não posso ter medo... EU NÃO POSSO TER MEDO!

PrinceMamemon saiu em disparada, como nunca antes. Grim abrira os olhos, e logo de cara percebera que o digimon estava prestes a dar uma cabeçada em cheio em Fate, além de esmagar o pequeno corpo de Commandramon. Tudo estava acabado... Cerrou seus olhos novamente, franzindo a testa. Seus pensamentos se distanciaram de toda a sua mente, que agora só pensava em uma coisa. Uma coisa, que havia subido da ponta dos dedos dos seus pés à raiz de seus cabelos. Uma coisa que o fez cerrar os punhos e brotar sangue deles de tão forte que os apertava. Uma coisa que havia tomado conta de si.

Fúria.

- SEU DESGRAÇAAAAAAAAAAAAAAAAADOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!

Dera um salto que qualquer ser humano diria que quem fizera aquilo não era um descendente de macacos, mas sim de dragões. PrinceMamemon se assustou com o grito ensurdecedor, e se virou, apenas para dar de cara com a mão sangrenta de Grim. Atingindo em cheio o meio da gigantesca bola amarela, o japonês miraculosamente conseguiu derrubar o corpo do digimon nobre, que tombou e ficou praticamente desacordado. Com a leveza de uma pena, Joshua Kasagrim pousou seus pés calçados com allstar no solo alagado do esgoto, estralando o pescoço.

Um sorriso maroto surgiu em sua boca, acompanhado da monstruosa aura de dados verde azulada que ocupou o redor de seu corpo oriental e musculoso. Com agilidade, meteu a mão direita no bolso da calça skinny azul escura, retirando de lá um objeto formidável. Seu digivice tinha a predominância na cor verde escuro e azul escuro, mostrando uma tela com uma borda preta e visor claro. Ao pegar o objeto, instantaneamente deu um salto mortal incrível e parou de pé ao lado de Commandramon, que com ânimo e bastante esforço para sobre suas duas pernas répteis.

- Digisoul Full Charge!!!

Levou o digivice a frente de seu peito, espalmando-o com a outra mão. Surgiu no visor do objeto as palavras Perfect Evolution ao retirar a outra mão, deixando somente a que segurava o digivice a mostra. Essa mesma mão que não havia nada se ergueu para o alto, curiosamente concentrando toda a aura verde azulada nesse mesmo braço, atirando os dados para cima. Como se tudo que estivesse acontecendo fosse inacreditável, Grim fechou os olhos e toda a aura concentrou-se em sua mão, que desceu rasgando os céus e atingiu o sensor superior do aparelho, fazendo com que a tela brilhasse intensamente e disparasse uma rajada verde azulada, na direção do digimon dinossauro.

- Commandramon Chou Shinka...

O corpo do pequenino escamoso foi ganhando músculos e se tornando azul, conforme a aura verde azulada passava sobre seu corpo, mudando cada centímetro. Havia ganhado dentes afiados e um elmo amarelo mostarda, tatuagens a mais e olhos totalmente sanguinários. Seu corpo, penetrado em um tanque de guerra de coloração marrom e verde, possuía várias armas poderosas acopladas a si, desde dois canhões superpotentes e metralhadoras minigun automáticas. Abaixo de seu peito musculoso, havia projéteis semelhantes a mísseis, que ficavam centralizados e dividiam seus dois braços, encaixados em manoplas com garras pontiagudas de ferro.

Soltou um rugido como se fosse uma fera. Devia ter praticamente três metros de altura, mas a extensão de seu corpo era a de um verdadeiro tanque de guerra.

- Tankdramon!

PrinceMamemon havia recuado, após ter levantado. Finalmente, a batalha seria de igual pra igual. Tankdramon respirava como se estivesse com uma fúria tremenda dentro de si, algo que seu coração digital não poderia controlar. Grim estava confiante por demais até por estar finalmente feliz, e confiante. Confiante por estar ao lado de seu novo digimon. O engraçado era que Commandramon só tinha êxito de atingir o nível seijukuki, no caso Sealsdramon. Era a primeira vez de Tankdramon.

O japonês guardou seu digivice, estralou os dedos das mãos e limpou o sangue contido nelas.

- Você... não vai encostar mais um dedo nem nele, nele, e nem nele. - avisou com clareza Grim, apontando para os citados. - Ataque sem dó, nem piedade, Tankdramon!

-... Inimigo localizado. Tankdramon, destruí-lo!

O gigantesco tanque de guerra partiu pra cima do bexigão amarelo. De começo, disparou alguns mísseis presentes no seu tórax, que numa velocidade incrível seguiram na direção de PrinceMamemon, que desviou com facilidade com um simples rolamento lateral. Como contra-ataque, o digimon amarelo socou o ar várias vezes, formando e disparando projéteis de punhos cerrados, de coloração roxa. Seu corpo agüentaria o impacto, mas Tankdramon resolveu intervir com seus dois canhões acoplados às costas; disparou duas vezes seguidas, destruindo por completo o ataque de PrinceMamemon.

O seu sorriso maléfico se tornou algo preocupante quando seus olhos viram que as balas dos canhões de Tankdramon haviam não só destruído o seu ataque, mas como também atravessado-os, vindo em sua direção. Foi atingido em cheio, sendo lançado para trás e parado o trajeto na parede, caindo aos poucos. Sem hesitar, subiu, com alguns cortes no seu corpo amarelo e redondo, e saiu em disparada contra o gigantesco tanque de guerra, novamente. Não queria perder e nem morrer, propositalmente honraria a coroa que até o momento estivera em sua cabeça.

Grim tentava a todo custo acordar Fate, que graças a Deus estava com vida.

- O quê?... Commandramon conseguiu evoluir para Tankdramon?... Nossa, Grim, atingiu o kanzentai?... Meus parabéns, amigo! - congratulava o recém acordado americano, enquanto o japonês, feliz da vida, ajudava-o a se soltar das correntes.

- Fate, não fale... Pelo amor de Deus, olhe seu estado! - disse Grim, referindo-se aos cortes nos braços de Fate e os hematomas na bochecha, sem contar o sangue que expelia ao falar. - Nós... Nós temos que procurar um médico!

- Não... Não antes de ver o meu amigo... vencer.

Era Falcomon. Grim dera graças a Deus que não só Fate, mas o digimon falcão estava bem. E cheios de vida, porém com vários cortes, escoriações e hematomas. Precisavam de um médico e rápido, senão poderiam até morrer. Era uma situação perigosa, visto que Grim não manjava muito bem na área de medicina. Aliás, não manjava quase em nada, a não ser coisas que envolvesse digimons, humanos, e a relação entre eles. Grim era expert nisso. Agora, em medicina, o mestre era Commandramon, que na sua forma de Tankdramon, lutava com PrinceMamemon.

O digimon tanque de guerra já estava começando a ofegar, e a pegar cansaço. Havia passado por várias chances de matar PrinceMamemon, mas em uma ou outra havia vacilado. Mísseis, balas de canhão e das miniguns que carregava consigo. Força bruta, empurrando o digimon bola contra a parede. Mas, de fato, estava perdendo, ou quase. O inimigo havia atirado vários projéteis ilusionistas contra o tanque de guerra, e hora ou outra dado cabeçadas nele, deixando-o cada vez mais dolorido e sem vontade de lutar.

Mas seu ânimo e sua vontade de vencer, sua confiança nos amigos fez com que, miraculosamente, o tanque de guerra levasse PrinceMamemon para cima de seu corpo e, com todas suas forças, jogasse-o para o centro da sala. Com suas rodas apropriadas para aquele terreno molhado, o digimon tanque se locomoveu para trás do digimon amarelo, que estava se levantando para receber o golpe final, todo atordoado.

Com uma respiração profunda e cativante, as miniguns de Tankdramon começaram a girar numa velocidade incrível, e de repente, dispararam balas na velocidade da luz, perfurando o corpo do digimon. Como se não bastasse, os dois canhões começaram a disparar várias balas, na direção de PrinceMamemon, que cada vez mais foi sendo jogado contra a parede. Carregando uma potência ainda maior, e rezando para ser sua última cartada, Tankdramon usou seus dois canhões mais uma vez e disparou uma bala de cada, numa velocidade lenta.

PrinceMamemon, encostado na parede, chocou-se com as balas. A força foi tão grande que esmagou a parede e com o poder de seu corpo destruiu a sua metade, abrindo um imenso buraco, deixando passar toda a luz solar que os fugitivos não viam por um bom tempo. Isso fez com que o solo começasse a tremer; as águas criarem ondas poderosas e o teto despencar pedaços de tijolos.

Tankdramon cansou-se por completo e voltou a ser Commandramon, num piscar de olhos.

- De-De-Deus!

Grim havia corrido tempo suficiente para salvar Falcomon, que estava em seus braços. Fate, que estava de pé, acompanhava a cena, enquanto as duas crateras na parede adjacente as suas costas se abriam e delas surgia uma explosão de água. Ficaram surpresos, pois o perigo maior havia acabado de chegar. A água que saíra fulminante das crateras começou a lotar aquela parte do esgoto, e conseqüentemente, começou a sair pelo buraco aberto pelo PrinceMamemon morto , levando os corpos de Grim, Fate, Commandramon e Falcomon.

Os quatro fugitivos gritavam loucamente, clamando pelas suas vidas enquanto eram levados para fora pela gigantesca maré do esgoto.
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Mensagem por Mickey Qui 08 Dez 2011, 11:08 am

Ufa... Demorou bastante dessa vez...

Bom! Primeiro ao Episódio 06.

É pensei que eles teriam uma fuga mais cautelosa... Mas me enganei. A briga foi feia e ficou pior com o aparecimento de Sarah e Reverbel... Aparição de Casablanca (LOL) foi de ótima ajuda e de salvar o dia...

A relação de Grim, Fate e Vion está se desdobrando... Além do passado feliz que tiveram, aparenta haver algum vestígio de passado sombrio... O que os motivou a tomar caminhos diferentes a ponto de estarem batendo cabeça agora...

A forma que o Vion foi pressionado por Reverbel... Há possibilidade de no futuro ele se aliar com os ex-amigos? O Matadormon mesmo não conseguiu mesmo em vantagem eliminar o antigo amigo...

O Grim ficou meio indefeso durante a última luta... O cara que segura a foice da morte com medo da morte?

Agora o Episódio 07.

Hehehe ocultou a luta e o desfecho da batalha entre Sarah, Reverbel e Casablanca... Mas sabemos que a dupla perdeu... Isso pode significar que Casablanca esta vivo...
Um Apollomon de meia idade? Isso me fez lembrar de algo... Os Digimons levam a mesma idade do seu parceiro... Isso então vai influenciar em questão positiva ou negativa? Pois humanos quanto mais velhos... Menos força...
Que esgoto do mal... Numemons... Garbagemons... Além do cheiro ainda ter que correr de Tôtô de Digimon... Nada pior...

Grim parece que encontrou motivos para lutar e a Digievolução de Commandramon para Tankdramon foi o resultado...

Onde será que eles irão parar agora...


Outra coisa... O que não imaginava... A nova arma inimiga... Uma McFate... Parece que Dee recebeu uma nova dose de "Deve matar meu irmão"... Como será dessa vez? O que a levou a participar daqueles que há alguns dias ela estava enfrentando...

É isso aew Leo! Meus Parabéns pela história! E desculpa o atraso e aguardando os próximos!
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Mensagem por Rikaru Muzai Seg 12 Dez 2011, 1:48 pm

Como de costume, primeiramente irei comentar a sua resposta ao meu comentário, depois lerei o Capítulo 07 e comentarei sobre ele. Sim, mesmo com essa falta de coerência nos becos, foi um local propício para a batalha. Falando nela, talvez a falta de luz, juntamente com o cansaço dos Digimon protagonistas, tenham contribuído para a dificuldade na batalha. Tudo bem que o Falcomon aguentou uma luta contra o Matadrmon, mas não conseguiria vencê-lo se não tivesse evoluído para Yatagaramon.

Uma entidade maior que o V-Blade que não possuirá muito destaque? Hmmm, será que esse destaque não será agora ou o V-Blade é como o Barbamon em Digimon Next, que mesmo sendo mais fraco, tem seus próprios ideais, faz as coisas da sua maneira e se aproveitou de um momento de fraqueza de Yggdrasil e se fundiu à ela? Seria bem interessante isso e até combinaria com a personalidade dele, mas não sei se você pretende algo assim. As aparências enganam mesmo, algumas coisas podem nos surpreender bastante e isso pode tornar a Fanfic mais emocionante. \o

Bem, como li o Capítulo 06 já faz um tempo, não lembro direito o que é dito, mas acredito que a Nathalia seja uma pessoa ligada ao passado do Fate e do Grim e, como você disse que ela é importante, já me deixou curioso para saber qual será a importância dela. Então o Casablanca se preparou para a missão na Area 51, mesmo ele não estando diretamente envolvido nela. Isso sim é um bom amigo com quem se pode contar. Eu compreendo que o Grim sentiu medo sem a sua arma, mas ele ainda tinha seus amigos para proteger, eu não desistiria tão rapidamente.

Ah, não acredito que você já vai deixar o Butenmon de lado. e.e Mais um? Poxa, fica apresentando personagens novos e logo os tira de cena, você é realmente um rapaz muito mau. u.u Bem, fazer o que, vou ter que esperar para ver o que eu quero, mesmo estando ansioso para isso. Só uma coisa me intriga, por que o Reverbel tem o Digimon mais poderoso da Tríade? Eu esperava que fosse o Vion, mas acredito que é porque ele futuramente vai se juntar ao grupo do bem. Já a Sarah, bem, as mulheres sempre são menosprezadas, mas ainda espero um papel importante por parte dela e muita ação da melhor qualidade. \o/

Você conseguiu realizar então, o capítulo foi totalmente fodástico, mesmo com os toques de simplicidade. Vou esperar a ação dos Seijukukis, assim verei o ???? e o Sealsdramon levando uma surra do Buraimon, mas também se esforçando ao máximo e talvez até vencendo a luta. Desculpe pelo meu erro, eu conferi aqui e não achei nada, mas eu podia jurar que eu já tinha visto a parte do "Não tenho uma pá, mas tenho algo que pode abrir buracos." e quase certeza de uma provocação entre o Fate e o Vion na outra batalha. Bem, talvez tenha sido um Dejavú. =P

Não precisa agradecer, eu adoro ler a sua Fanfic como já disse outras vezes e pode apostar que não irei parar de acompanhá-la. Agora vamos para o Capítulo 07 ver o que vai acontecer. \o

Edit - Comentando sobre o Capítulo 07

Eu nunca iria pensar em esgoto com a dica do Casablanca, acho que sou bem desligado mesmo ou muito burro. xD Grim e Commandramon cuidando de seus amigos em um esgoto depois de escaparem da morte, uma situação deveras difícil e desesperadora, ao menos para o Grim. Sei que não deve ter sido fácil, ele se acostumou a ter uma arma para lutar, se acostumou a formar uma boa dupla com o Fate, mas eles foram derrotados facilmente por apenas uma única pessoa, isso é realmente desesperador e abalou profundamente a confiança do Grim, o que foi bem retratado por todo o capítulo, até perto do fim.

Onde a Tríade estava? O que eles faziam em uma oficina mecânica? Ainda estou surpreso com essa cena, não consigo entender o porque de eles estarem em um lugar assim. Bem, isso foi bom para sabermos como a Sarah é fisicamente e que eles agem mesmo como uma equipe, se desentendem, conversam sobre seus feitos, sobre as missões que precisam cumprir, enfim, parece que a oficina é o HQ - Headquarters - deles, mesmo sendo um local estranho para isso. Pelo que parece a Sarah e o Reverbel tem uma bela ligação afetiva, enquanto o Vion é o Lone Wolf da equipe. Eu pensei que a Tríade iria mandar investigar o esgoto ou até ir lá, mas isso não aconteceu.

"... Eu te amo Grim!" WTF?! Fiquei chocado e um pouco desnorteado só com essa frase, mas o pior é que não foi uma brincadeira, foi sério. Eu realmente não esperava que o Fate fosse dizer algo assim. Bem, o importante é que ambos Fate e Falcomon estavam bem, apesar de fracos e cansados, assim como Grim e Commandramon também estavam. Caminhar por horas pelo esgoto deve ser completamente entediante e cansativo para no final acabarem encurralados por vários Numemon e capturados.

Primeiramente pensei que era a Tríade dando ordens para investigarem os esgotos, mas depois percebi que era o V-Blade dizendo para a Melodee a localização de seus alvos. Novamente a garota teve uma breve participação, mas estou certo de que isso é importante para a história. O que me surpreende é a frieza com que ela e a Renamon tratam a situação delas e tudo ao seu redor, podendo assim demonstrar carinho uma pela outra. Fico imaginando o que elas passaram durante esses vários anos, as dificuldades, as situações desesperadoras, o sofrimento e a solidão que sentiam. Sinto pena das duas, passaram por tudo isso e agora estão sendo utilizadas como armas contra dois seres importantes para elas.

Mesmo que elas sintam ódio e desprezo por Fate e Falcomon, eu imagino que ainda há uma gota de amor que ambas sentem pelos dois em seus corações, mesmo que eles estejam duros como pedras para o resto do mundo. Estou curioso para saber como essa relação entre os 4 irá ser trabalhada no futuro da Fanfic. Ah, algo que esqueci de comentar. A confiança que o Falcomon e o Commandramon tiveram de que o Casablanca havia vencido a batalha contra a Tríade. Porém eu também não compreendo o por que de ele não ter entrado em contato com o grupo de alguma forma.

Uma coisa me intriga, como Fate e Falcomon estavam presos na mesma sala em que Grim e Commandramon estavam presos? Duvido que Grim e Commandramon ficaram esperando alguém aparecer na mesma sala da qual eles escaparam, fora que as duas duplas devem ter sido presas ao mesmo tempo e por guardas diferentes. Acredito que o correto seria dizer que Fate e Falcomon estavam presos em uma sala semelhante à que Grim e Commandramon estavam presos.

Me agradou esta parte da prisão das duplas, o Grim mesmo com medo, agiu instintivamente e se livrou de uma das correntes e, em seguida, se livrou dos dois Garbagemon - o que não é tão difícil, pois eles não são alguns dos Digimon mais fortes. A violência abordada na cela do Fate e do Falcomon foi bem forte, até mais do que a mostrada no treinamento da Melodee e da Renamon. Isso me agradou, pois proporcionou um realismo do sub-mundo do mundo da Fanfic.

Falcomon deveria estar bem mais machucado que Fate, mesmo Fate sendo um humano e, portanto, mais frágil. O PrinceMamemon realmente pegou mais pesado com ele, apesar de Fate não ficar muito atrás. Estou curioso para saber como eles irão resolver este problema dos ferimentos graves, pois é arriscado ir à um hospital, eles terão que procurar ajuda talvez no sub-mundo ou com algum conhecido com quem possam contar sem correrem o risco de serem capturados novamente.

O que posso dizer? Fiquei maravilhado com a evolução do Commandramon para Tankdramon, que é um de meus Digimon preferidos por ser magnífico e fodástico. Eu compreendo que pelos ferimentos que o Commandramon sofreu e pela Chou Shinka, o esgotamento é mais rápido e por isso ele estava tendo dificuldades na batalha, tanto que precisou apostar a vitória em um ataque desesperado que acabou dando certo. E que posição curiosa é essa em que o Commandramon ficou? Bem, foi uma bela batalha, bem acirrada, desesperadora para ambos os lados e me agradou.

A "Fúria Kasagrim" foi incrível, esse momento em que o Grim adquiriu o poder da Chou Shinka foi muito bem pensado Polli. Estou aqui pensando, será que todos os Tamers tiveram algum sentimento em particular que os possibilitou adquirir a Chou Shinka e até a Warp Shinka? Isso me animou bastante, por isso espero que seja algo assim, pois espero ver coisas assim em outros capítulos. \o Bem, batalha incrível, final aparentemente feliz, mas no final, acontece um desastre e os heróis acabam em uma situação ruim novamente, talvez essa pior que as outras, dependendo de para onde a enchente irá levá-los.

Um errinho só que percebi: "Grim estava confiante por demais até por estar finalmente feliz, e confiante." Um pleonasmo se não estou enganado, além de ter ficado bastante estranho. Acho que não vi mais nenhum erro, nem mesmo de ortografia. Parabéns por esse capítulo Polli, se tornou um de meus preferidos pelo Tankdramon aparecendo e por ter abusado do realismo, o que é algo importante na minha opinião. Fora o final desesperador que me deixou curioso para saber o que irá acontecer agora. Aguardo o próximo capítulo, acho que lerei ainda essa semana, então fique tranquilo, não irei te perturbar novamente para adiar a postagem do próximo capítulo. =P
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Digimon Fate - Página 3 Empty Re: Digimon Fate

Mensagem por Leonardo Polli Ter 13 Dez 2011, 9:13 am

@Mickey: Grato pela presença, amigo. Bom, a fuga era pra ser cautelosa né, mas... tem Fate no lugar? Então dá tudo errado, aoeuoau. O passado deles não foi sombrio, mas a separação de Fate e Vion vai ser explicada futuramente. Digamos que essa parte é mais ou menos a relação de Sora com Riku, de Kingdom Hearts. Sobre Vion e Dracmon se aliarem ao inimigo, é algo que você verá não muito em breve, mais ou menos na segunda saga.

Sobre o Grim, é praticamente isso que você falou... e eu adorei a frase, haha. Casablanca, vivo ou morto? Você saberá nos próximos capítulos, e isso vai dar muito o que falar nessa saga ainda. No caso dos digimons, digamos que, dependendo do digimon, ele fique mais forte. O Apollomon, por exemplo, é extremamente forte, rs. O destino deles agora será descoberto no capítulo 08, e a fuga não pára por ai... Melodee permanecerá um mistério durante alguns capítulos, devendo retornar lá pro capítulo 15.

Novamente, obrigado pela presença, agradeço os elogios, e não precisa pedir desculpas \o Espero que continue acompanhando amigão, abraço!

@Rikaru: Violentblade vai dar muito o que falar ainda Digimon Fate. Vai aparecer e reaparecer diversas vezes, e vai dar muito trabalho pros protagonistas. Essa entidade maior por trás dele, é algo que não há de ser grande destaque na fanfic, mas deixará todos de queixo caído. Nathalia vai ser uma das protagonistas, mas tardará a aparecer. Casablanca não se preparou, ele nasceu preparado... como assim? capítulo 10 você descobre. Isso é necessário para apresentar todos os personagens da história, senão fica um bolo de nego e eu não consigo escrever ;/ Digamos que Reverbel e Vion tem digimons pau a pau, mas Hyokomon é mais poderoso, e Dracmon mais ágil (contando com suas linhas evolutivas). Não se preocupe, Sarah vai ficar até o fim da fanfic.

Eu estava sem ideias para o capítulo 07 quando fui escrevê-lo, ai decidi focá-lo no Grim. Por que a Tríade estava numa oficina mecânica, e por que Vion tava mexendo numa caminhonete? No capítulo 09 você descobre, heheheh. É desse jeito mesmo que voce falou, apesar de serem vilões, eles também são humanos, e também tem sentimentos. E não, não é HQ deles, eles nunca terão HQ, porque sempre estarão indo de um lugar ao outro... raros serão os que terão HQ. Sarah e Reverbel é uma relação de pai e filho, mas não, Vion não é o Lone-Wolf, ele é bem mais íntimo com Sarah do que Reverbel, você vai descobrir porque. E não, lembre-se, a Tríade sempre está um passo a frente dos caras.

Grim e Fate se conhecem desde pequenos, a amizade deles é longa e deveras verdadeira, e na minha concepção, "eu te amo" não se diz só para namorada ou para os pais, se diz também para os amigos, pois a amizade é uma forma de amor também, talvez seja por isso que você se assustou. Você verá muito disso ainda, ainda mais com Fate e Vion, que eram/serão BEM mais unidos que Fate e Grim.

Melodee e Renamon vai dar muito o que falar ainda, elas são digamos uma peça-chave nessa primeira saga. Casablanca realmente não entrou em contato com o grupo, por que será em? Capítulo 09 você descobre. Acho que você não entendeu. Fate e Falcomon estavam acorrentados à parede numa sala, no solo/térreo mesmo. Digamos que essa sala em que essa dupla estava é o "fim" do esgoto. Já Grim e Commandramon, estavam numa sala acima do solo, ou seja, no "primeiro andar", e aquele buraco com grades de onde Grim pulou era uma passagem, que levava a um corredor e à sala onde essa outra dupla (Grim e Comm.) estavam. Entendeu?

Fico feliz por essa parte ter parecido realista, e a sala/local onde Fate estava não era bem uma cela, rs. Falcomon e Fate estarão muito machucados mesmo, e você vai descobrir como eles irão se curar no capítulo 08. Obrigado pelos elogios a batalha e as demais cenas, fico realmente mt lisongeado. Posição curiosa é ele ter ficado de quatro, kkk. Para mim, o Digisoul é o poder da alma, em forma de energia. Seria o ki dos Sayajins, ou o chakra. E, por um sentimento maior, quando essa energia se expande, ela fica sem limites, assim surge a Chou e a Warp Shinka. Vamos supor, um fdp vai lá e mata sua mãe, na sua frente, a sangue frio. Porra, você fica fora de controle. Warp Shinka nele. Pleonasmo, ah, os pleonasmos... me perseguirão até meu caixão. Obrigado pelos elogios de sempre, e grato pela presença! Espero que continue acompanhando. Abraços \o

Pessoal, devo postar o capítulo 08 no sábado. Até lá \o
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Digimon Fate - Página 3 Empty Re: Digimon Fate

Mensagem por Rikaru Muzai Ter 13 Dez 2011, 10:30 am

Deixará a todos de queixo caído? Nossa, então deve ser algum conhecido dos protagonistas e/ou alguém que ninguém sequer cogitaria a hipótese de ser a autoridade superior ao V-Blade. De novo isso de "Capítulo ?? você descobre", que saco Polli, você fica querendo me deixar mais e mais curioso. u.u Bolo de nego? Gargalhei aqui. xD Se esse capítulo você faz sem ter ideias, imagino a magnificência que vai ser um que você tiver ideias. =P Olha só, de novo o suspense. Ainda vou dar uma de Grim e usar a Chou Shinka no meu Lucemon para ele lhe mandar para a Dark Area com seu Dead or Alive. u.u -q

Hummm, Vion bem íntimo de Sarah é? Imagino que tipo de intimidade eles tem, deve ser algo com relação à posição curiosa do Commandramon. hahahahahahaha Certo, não entremos nesse assunto, há crianças no recinto. -q A Tríade está sempre um passo a frente dos heróis? Humm, o que será que eles estão planejando então? Acho que irei descobrir no próximo capítulo. Não me entenda mal, eu não me assustei por amigos dizerem isso, mas sim pelo Fate dizer isso, pois eu não esperava algo assim dele. É bonito demonstrar o amor fraternal pelos amigos, eu gosto disso. ^^

Peça chave, hein? Humm, talvez elas irão adquirir o Pendrive e entregá-lo ao Fate, mas acho bem improvável isso. Não consigo pensar em qual será a importância delas nessa Saga, só posso esperar para descobrir. =P A terceira vez em um só comentário que você me deixa no vácuo, tendo que esperar para descobrir as coisas. u.u Sim, eu entendi. Mas isso de primeiro andar e térreo não foi dito no capítulo, o problema foi o que você disse, isso:

"Acorrentado e suspenso, praticamente colado na parede da sala que antes estivera com Grim e Commandramon, Fate não conseguia se soltar, visto que ambos os braços e pernas estavam presos."

Isso me fez entender que o Fate e o Falcomon estavam na mesma sala que Grim e Commandramon estiveram. Porém, agora re-lendo essa parte, o que consigo entender é que as duas duplas estiveram juntas nessa sala, o que também é estranho, pois não me lembro de eles terem estado em uma sala assim nesse capítulo. Ah não, de novo? Quatro vezes em apenas um comentário. Estou avisando, vou usar a Chou Shinka. u.u -q

Eu imaginei mesmo que a posição curiosa era de quatro, mas não precisava destacar isso no capítulo. xD Hey, apesar de eu não ter assistido Savers, eu sei que a DigiSoul é uma energia interior que se manifesta em certos momentos em que os portadores estão com um sentimento no ápice, assim transbordando esse sentimento em forma de energia.

Ah, uma coisa que eu esqueci de falar antes, o que é bom, pois agora tenho uma visão melhor disso. Acredito que cada membro da Tríade tem o seu inimigo principal nos heróis. Vion = Fate, Reverbel = Grim e Sarah = Nathalia. Antes eu não tinha ideia de quem seria o inimigo principal da Sarah, mas como você disse que a Nathalia será uma protagonista, então imagino que seja ela. Fico imaginando uma batalha entre os dois trios, seria demais. \o

Não precisa agradecer os elogios, eu tenho muitos motivos para elogiar seu excelente trabalho nesta Fanfic. Agradeço por me dar um tempinho até a postagem do próximo capítulo, assim talvez eu crie coragem e me atualize em outras Fics. xD
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Digimon Fate - Página 3 Empty Re: Digimon Fate

Mensagem por Leonardo Polli Ter 13 Dez 2011, 2:59 pm

@Rikaru: Como eu disse no começo da fanfic, o Fate é baseado totalmente na minha personalidade, então obvio que ele iria falar que ama algum amigo \o Não, essa do pendrive ser entregue a Fate e cia. está fora de cogitação, primeiro que vai demorar pra caralho pra Melodee e Renamon cairem na real, e ainda mais voltarem a ser como eram antes... A sala que eles estiveram juntos, é a sala onde eles foram atacados pelos Numemons... aí, eles ficaram inconscientes, e as duplas foram separadas, manja?

Vion = Fate, Grim = Reverbel até vai, mas Sarah = Nathalia está fora de cogitação. Está mais para Sarah = Felicia. Nathalia é paraplégica, filho.

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