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Mensagem por Leonardo Polli Qua 12 Out 2011, 12:54 am

Nome da Fanfic: Digimon Fate
Nome do Autor: Leonardo Polli
Gênero Principal: Ação, Suspense, Mistério
Recomendação Etária: 16+
Uma pequena Sinopse da História: O Digital World foi tomado pelo mal. Não havia nada a fazer para acabar com esse mal. Os digimons do bem descobriram um meio de viajarem por uma linha da internet para fora dela, para um mundo conhecido como Planeta Terra. Desde certos tempos, os monstros digitais convivem em perfeita harmonia com os humanos da Terra. Porém, nosso mundo mostra estar sendo tomada pelo mal, pouco a pouco. Apenas um grupo raças diferentes pode mudar o destino da Terra e do Digital World. Agora cabe a eles correrem contra o tempo para que ambos os mundos não possam ser destruídos...

A data dos capítulos 00 ao 14 não é a mesma data de quando os capítulos foram criados, mas, sim, de postagem aqui no fórum (nada a ver com a postagem da antiga DF; a fanfic teve seu início dia 15/11 de 2009, um dia antes do meu aniversário).

Para utilizar o guia abaixo, certifiquem-se que a opção 'permitir HTML' esteja ativada em seu perfil.

Guia de Episódios:
Capítulo 00 - Invasão de Domicílio - 12/10/2011
Capítulo 01 - Matar Pra Não Morrer - 16/10/2011
Capítulo 02 - Encontro Inesperado - 24/10/2011
Capítulo 03 - Problemas Familiares - 29/10/2011
Capítulo 04 - Explosão - 05/11/2011
Capítulo 05 - Sin City - 12/11/2011
Capítulo 06 - Eclipse - 21/11/2011
Capítulo 07 - Fúria Kasagrim - 01/12/2011
Capítulo 08 - Chuva de Novembro - 19/12/2011
Capítulo 09 - Fim da Linha - 26/12/2011
Capítulo 10 - Ponto de Equilíbrio - 05/01/2012


Última edição por Leonardo Polli em Qui 05 Jan 2012, 10:31 am, editado 20 vez(es)
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Mensagem por Leonardo Polli Qua 12 Out 2011, 12:57 am

<a name="fate00"></a>

Saga 01 - Em Busca do Desconhecido
Capítulo 00 – Invasão de Domicílio


A noite estava muito quieta. Talvez pelo fato de estarem muito acima do solo. O local estava relativamente ermo. Nenhum pio ou coisa do tipo. Realmente, o vento não estava contribuindo para o plano de ambos. Suas penas e seus cabelos esvoaçavam para trás a cada vez que uma rajada de ar passava sobre eles. Parados de pé sobre o telhado daquela construção gigantesca estavam duas figuras. Dois seres vivos. Um era um tanto mais alto que o outro. Um era um ser humano, o outro era um digimon.

O humano estava vestido formalmente com uma calça social preta com leves listras brancas na vertical, um blazer também preto abotoado até a região do peito, dando para mostrar sua gravata vermelha, que ficava sobre sua camisa social listrada, também de cor preta. Possuía a pele clara, um pouco bege. Era bastante corpulento; seus músculos elevavam a parte do antebraço do blazer. Seus olhos verdes como a folha de uma árvore estavam sob um óculos ray-ban que possuía lentes transparentes de cor preta que, inexplicavelmente, estava do lado contrário. Talvez por gosto próprio, ou apenas para se exibir. Os calçados que usava no momento eram sapatos sociais, também da cor preta. Em suma, o homem gostava de preto, e aparentava possuir um metro e oitenta de altura. Seus cabelos eram ondulados e castanhos, e iam até o final do pescoço.

Por outro lado, o digimon aparentava ser um falcão negro de um metro e trinta de altura. Seus olhos eram amarelos como uma banana, porém com tom laranja. A região que ficava em volta de seu olho esquerdo era vermelha. Suas sobrancelhas eram tão grossas que pareciam ser penas, que terminavam numa cor roxa. Seu bico e as garras que ficavam abaixo de suas coxas tinham o tom laranja-claro. Sua perna fazia parte de sua garra, fazendo com que ele ficasse com a aparência de não ter pernas. Possuía uma barriga um tanto avantajada, mas não chegava a ser gordo ou obeso. Seus braços penosos possuíam garras roxas, finas e afiadas o bastante para cortarem um coelho ao meio. Na região do peitoral, ele utilizava uma espécie de colete roxo, sendo que na parte superior-esquerda havia um desenho de uma shuriken - espécie de "estrelas" cortantes utilizadas por ninjas - de cor amarela.

O humano parecia estar impaciente, pois não parava de bater seu pé direito no chão de concreto do telhado (não havia telhas no telhado, apenas um reto e duro chão de concreto). Já o falcão estava um tanto mais calmo, pois assoviava alegremente uma espécie de música americana com seu bico. Olhavam atentamente para um tipo de elevação no telhado, que era constituída por uma espécie de janela de vidro, só que em cima do telhado. Era a única chance de eles entrarem na Area 51, uma espécie de centro de pesquisas gigantesco de seres estranhos que apareciam subitamente no Planeta Terra. Estar às 4h30 da manhã no Condado de Lincoln, em Nevada, não era uma boa coisa, mas eles teriam que fazer esse esforço.

O inerte silêncio foi subitamente quebrado por um estranho bip vindo de algum lugar do corpo do humano. O falcão olhou para o homem, com olhar de alívio. Apenas viu-o levar sua mão direita à sua orelha direita, onde estava um estranho objeto, que aparentava ser uma espécie de microfone ou algo do tipo.

- Já podemos ir, Grim? - disse o homem, com a mão no objeto em sua orelha.

De repente, uma voz soou do objeto. O homem retirou-o da orelha, puxou a manga do blazer para trás (uma pequena parte da manga de sua camisa social curta de cor preta ficou à mostra) e tacou-o no braço. Num rápido segundo, como se fosse um passe de mágica, o objeto se entrelaçou no braço do humano, e se transformou num relógio estranho, de cor prata, mas o que havia de mais estranho eram os vários botões que o circundavam. O homem, sem hesitar, apertou um dos cinco pequenos botões azuis, e um holograma de um humano surgiu da tela redonda do relógio. Era um homem um pouco magro, que estava manuseando um teclado astutamente. De súbito, ele parou a digitação, e olhou para frente, bem nos olhos do homem.

- Benjamin! Pensei que você tivesse morrido. - disse o homem, que aparentava ser um japonês. Estava usando óculos redondos.

- Ah, Grim. Essa bosta está com problemas. Você precisa checar melhor seu arsenal antes de virmos para missões assim... - comentou o homem denominado Benjamin.

- Não se preocupe. Afinal, você não vai morrer porque um mero aparelho está com problemas. Você tem Falcomon, não se esqueça disso. - lembrou o homem japonês, voltando a digitar no teclado, mas desta vez um pouco mais lentamente.

Benjamin olhou para o japonês. Havia algo nos olhos do amigo que o intrigava. Pensou se era algo ruim, mas descartou a possibilidade deles morrerem. Afinal, sua autoconfiança e seu ego estavam muito além da imaginação. Muito além do pensamento de morte. Falcomon olhou para cima, e cutucou o humano. Fez um sinal com a cabeça para prosseguirem, e disse que estava com um mau pressentimento. Benjamin devolveu calmamente, dizendo que era pra ele aguardar mais um pouco. Falcomon sentou-se no chão, e ficou a esperar que a conversa terminasse.

- Por que você está a digitar tão rapidamente? - indagou o humano, ainda de pé, com o braço direito erguido na horizontal, próximo à sua boca.

- Tenho boas e más notícias... - avisou Grim.

- Não me venha com esse seu papinho, Joshua. Você sabe que odeio suspense. Vamos, desembuche logo! - ordenou Benjamin, com voz firme e grossa, e uma expressão sorridente, como se quisesse tirar sarro da cara do amigo.

- As boas ou as más primeiro? - perguntou o japonês novamente, abrindo um leve sorriso no canto da boca, já determinando em sua mente a resposta que iria receber.

- Eu juro por... Por... Por mim que acabo com a sua raça se você não parar de gracinha. - avisou Benjamin, mudando sua cara de alegre para uma mais brava.

- Não é mais fácil jurar por Deus? - perguntou Joshua ao homem do outro lado do relógio.

Joshua Kasagrim era um típico japonês calmo e refletivo. Ele pensou que não deveria ter perguntado aquilo ao amigo, pois sabia a resposta que iria receber. Sabia que o amigo Benjamin não iria perdoá-lo pela pergunta. Mesmo sendo conhecidos desde criancinhas. Pensou na possibilidade de pedir desculpas, mas descartou. Seria uma escolha tola a se fazer naquele momento.

O japonês sempre soube que Benjamin não acreditava em Deus. Antigamente, há muitos anos atrás, ele acreditava. Mas depois de certo evento, ele deixou de acreditar. Sempre dissera que Deus abandonou sua família. Sempre dissera que Deus o abandonou. Desde aquele dia, Deus não existia mais para Benjamin. Ele apenas confiava nele próprio, e em Falcomon. Ser deixado para trás por Deus era uma coisa inacreditável, inexplicável. Isso era o que pensava o americano nato, Benjamin. Porém, Joshua, mesmo trabalhando na área da Ciência, não deixou de acreditar em Deus. E sempre dizia que era para o americano acreditar n'Ele, mas não adiantava, de fato. Era continuar cada um com suas crenças, e seguir a vida.

- Não. Não é mais fácil. E você sabe o porquê. Não preciso repetir. Agora, me diga o que você tem a me dizer. Não há o que esconder, pois somos amigos. Se não contar, paro tudo por aqui e nunca mais olho na sua cara. - falou Benjamin calmamente, olhando para os olhos no holograma. Falcomon continuava sentado, com uma expressão facial de tristeza.

- M-me desculpe... Sinceramente, não queria te ofender. - pediu Joshua, calmamente.

- Tudo bem, Grim. Odeio ficar de mau humor, você sabe disso. Vamos, me diga logo quais são essas notícias! - aceitou Ben, logo questionando.

- Vou começar pela má, hehe. - avisou Joshua, soltando uma breve risada logo em seguida, para cortar o clima chato. - Segundo minhas fontes, não será fácil cumprir seu objetivo. Haverá muitos inimigos para serem derrotados aí dentro. Tome cuidado. Aliás, você já sabe como se cuidar. Tem Falcomon e suas mascotes, estou certo disso?

- Ah, só. Sim, sim, Falcomon está aqui do meu lado, esperando que essa conversa termine para que possamos prosseguir, hahahahaha. - afirmou o homem corpulento, rindo feito um palhaço. - E sim, as minhas belezinhas estão comigo. Acha mesmo que vou sair de casa sem elas?

- Pode ser, ué. Visto que você é forte e tal. - ressaltou o japonês, tentando lembrar outro ponto fraco da mente de Benjamin. - A boa é que vocês já fizeram a metade do plano. Ou seja, já passaram pelo alto muro de pedra, pela enorme cerca elétrica, e pela barreira invisível que juntos protegem o redor da Area 51. Em suma, já passaram pelos três dos cinco sistemas de defesa deste lugar.

- E quais seriam os outros dois... ? - indagou Benjamin, temendo que pudessem ser piores os outros dois sistemas.

- O quarto você sabe: são os malditos guardas. Presumo que você lutará com humanos, digimons e...

- Mestiços. Os malditos mestiços. - interrompeu Benjamin, dando um ar espantoso a Falcomon, este que se levantou rapidamente do chão. - Os desgraçados só servem pra destruir a vida dos humanos. Matarei eles com vigor.

- Bom... De qualquer forma, estou me retirando. Acho que se ficarmos mais alguns minutos conversando eles podem interferir no sinal, e dai fodeu legal. Espero que não morra. Abraços, desligo. - avisou previamente Joshua Kasagrim, se despedindo do amigo e terminando sua comunicação com ele via relógio.

Após a despedida pelas palavras, Joshua acenou com a mão para Benjamin e apertou uma tecla do relógio. Um bip pôde ser ouvido pelos dois que estavam ali acima daquela construção gigantesca, sendo que logo em seguida o holograma do homem japonês sumiu. A tela redonda do centro do relógio futurístico ficou com a coloração de um azul-escuro, porém com a luz fraca. Terminava ali a comunicação entre os dois amigos. Agora era a hora de agir. Agora era a hora de botar o gato pra correr, e a pomba pra fugir. O homem forte arrumou a manga de seu blazer, e abaixou o braço onde estava o relógio.

Falcomon olhou para o homem alto ao seu lado, e ficou durante alguns segundos encarando-o. Já havia passado vinte minutos desde quando subiram no telhado daquela gigantesca construção. Era maior que todas as outras, visto que havia muitas. E o falcão ficava apenas no aguardo, sem tomar nenhuma providência. Enquanto Benjamin se comunicava com Kasagrim, ele ficava sentado no chão, esperando ansiosamente que o humano ao seu lado desse um sinal para que pudessem prosseguir na missão.

Ficar parado sem fazer nada já estava começando a ficar muito cansativo; ele queria se entretiver com lutas. Mas sabia que ali não haveria entretenimento. Pelo contrário, estava correndo um risco de vida. Mas era preciso ser feito tudo para que pudessem chegar a seu objetivo: o pendrive.

- Joshua se esqueceu de dizer o que era o quinto sistema de defesa, Fate. - lembrou Falcomon, com ar de impaciência nos olhos.

- Nós descobriremos sozinhos. - avisou Ben. - E não me chame de Fate. Você sabe o porquê.

- ... - Falcomon ficou quieto. A única ação que tomara foi balançar a sua cabeça para os lados. - Acho melhor irmos, o céu já está começando a clarear. Ou você não quer pegar esse pendrive?

- Obviamente quero! - bradou Benjamin, levantando suas sobrancelhas. - Ou você acha que percorri sete estados dos EUA à toa?

- Então, o que está esperando? - indagou Falcomon.

- Você tirar essa bunda de coruja desse chão. Hahahahahahahahahaha! - Ben tentou ser palhaço, mas Falcomon ficou com a mesma expressão facial de antes.

- Falcão, Fate, falcão... - corrigiu o digimon.

- Benjamin, Falcomon, Benjamin... ! - Ben também corrigiu.

Os dois pararam de fazer gracinhas, e começaram a andar na direção daquela elevação de vidro – conhecida como clarabóia. Ficar brigando por causa de nomes era coisa de criança, como diria Falcomon. De fato, o nome completo de Ben era Benjamin McFate. Odiava que as pessoas o chamassem de Fate. Não haveria motivo por ter ódio, mas cada um com seus problemas e gostos. Sem contar que o americano sempre confundia Falcomon - que era um falcão - com uma coruja. Os dois estavam kits, no entanto. Já Kasagrim sempre chamava seu amigo comumente de Benjamin - sempre o chamara pelo nome desde a infância, o que acabou se tornando um costume.

Após uma pequena caminhada até o local desejado, os dois pararam. Entreolharam-se por alguns segundos, e sentiram seus corações baterem mais forte. Benjamin tinha que entrar, mas não queria. Não iria abandonar seu objetivo naquele instante, quando estavam "no meio do campo minado". Já Falcomon viera com ele apenas para ajudá-lo, pois um humano não é nada sem amigos. E, no caso, o parceiro de longa data de McFate era Falcomon. Conheceram-se quando o americano acabara de nascer, por motivos ainda inexplicáveis. Desde então, se tornaram parceiros de vida e amigos na eternidade. Um nunca abandonaria o outro - esse seria o juramento.

- Está pronto? - indagou Benjamin ao digimon, com ar de desafio na face.

- Estou pronto pro que der e vier. - respondeu o falcão, lembrando essa frase de um dos livros que lera juntamente com Ben, há alguns meses atrás.

- Palavras sábias de uma coruja. - disse Fate, ironizando com a cara de Falcomon.

- Não vou lhe falar mais nada... - sibilou Falcomon, franzindo o cenho e gesticulando com a garra direita.

- Então, aqui vamos nós! - exaltou-se o homem corpulento, levantando seu braço para o alto.

Falcomon se segurou para não rir da expressão alegre de Benjamin, porém levou sua garra direita à testa, balançando sua cabeça levemente para os lados.

O digimon olhou para o humano, este que começou a se aproximar ainda mais da elevação de vidro. Quando chegou perto do local desejado, Benjamin se abaixou, ficando com seu joelho direito no chão, e sua perna esquerda dobrada pela metade. Após isso, posicionou seu braço esquerdo em cima da perna do mesmo lado do corpo, e ficou a fitar a elevação. Estava procurando algo, decerto. Finalmente, após alguns segundos, o homem alto achou o que estava procurando: algo que pudesse abrir aquilo. Era uma pequena trava, e estava posicionada um pouco abaixo de uma das telas de vidro, visto que havia seis no total.

Olhou para trás, e encontrou Falcomon, poucos metros longe dele, com cara de preocupação. Fez um sinal de "tá tudo bem", e o digimon se aproximou dele, após alguns segundos de caminhada. A altura do digimon era quase a mesma de Fate quando este estava abaixado. Então, sem delongas, o homem puxou para trás o pino que segurava a trava, e girou-a para o lado, dando, assim, para puxar a tela de vidro. Um pequeno buraco retangular ficara no lugar do vidro, este que estava parado diagonalmente noutro lado. Olharam para baixo, e viram que era muito alto para eles pularem. Se tentassem se jogar daquela altura, acabariam mortos.

Mesmo assim, Ben lembrou que Falcomon podia voar. Porém, isso seria uma coisa fútil e inútil ao mesmo tempo. Falcomon era um falcão (uma ave, portanto) de porte médio, por isso, com certeza, não agüentaria carregar um humano pesado que nem Benjamin. Além de correrem risco de vida, poderiam ser vistos pelas câmeras de dentro do local, ou serem pegos e mortos pelos vigilantes do local. No entanto, era uma ação muito arriscada, então descartou a possibilidade de pularem daquela altura.

- E agora? Como vamos descer sem sermos vistos? - indagou Falcomon, com esperanças de que Benjamin tivesse uma resposta rápida.

- Eu... Não sei... - respondeu Benjamin, aflito. - Não há como contatarmos mais Grim, porque a essa altura os vigilantes já devem ter percebido um buraco na barreira invisível, que pode se tornar visível quando houver um buraco... Estamos perdidos se não fizermos algo rapidamente... Está tudo acabado...

- Não. Não está tudo acabado. - disse Falcomon, na tentativa de levantar o ânimo de Benjamin. - Você se esqueceu dela. Nossa boa e velha amiga nos tirou de enrascadas inúmeras vezes.

- Mas não seria muito arriscado? - indagou McFate, já sabendo do que Falcomon falava.

- Não, claro que não. A velha e boa Strike vai nos ajudar. - comentou Falcomon, se referindo a uma coisa que Benjamin portava no momento. - Vamos, pegue-a.

- Pronto. E agora?

Abrindo seu blazer, Benjamin olhou para um pequeno arsenal de pistolas e munições que estavam nos bolsos de dentro do casaco preto. Pegou uma arma prata com detalhes em azul, sendo que na boca dela havia uma espécie de gancho. Olhou para Falcomon, deu uma rápida polida na arma com as mãos, e apontou para frente - apenas para ver se sua mira continuava boa. Falcomon acenou positivamente com a cabeça, e Benjamin, que continuava abaixado, mirou para baixo, para dentro da construção. Aguardou silenciosamente que o falcão se pronunciasse.

- Mire naquela parede e atire. - ordenou Falcomon, apontando suas garras da mão direita numa parede branca, que ficava dentro da construção gigante. - Com precisão, é claro!

- Aqui vai nada. - balbuciou Benjamin, segurando a arma com suas duas mãos e apertando o gatilho da arma.

A surpresa foi tanta que Falcomon chegou a tapar os ouvidos antes do tiro para que não sofresse de dores nos ouvidos após o disparo. Pressionando o gatilho, foi feita uma pressão dentro da arma, o que ocasionou a saída fulminante de um grosso cabo preto, que possuía uma ponta estranha, feita especialmente para perfuração de paredes. Ainda segurando a pistola, Benjamin via o cabo preto atravessar o ar até que, em poucos segundos mais, a ponta perfurante do cabo grosso perfurou a parede, deixando o cabo suspenso no ar, na diagonal. Era uma boa maneira de descerem.

Benjamin ainda ficou segurando a arma, para que ela não caísse lá embaixo e sua descida fosse embora de uma vez por todas. Tirou a mão esquerda da arma e ficou segurando-a com a direita. Após isso, passou a mão esquerda na testa - estava começando a suar. Olhou para os céus, o sol ia subindo mais rapidamente. Pediu para que Falcomon olhasse em seu relógio por ele; o digimon respondeu dizendo que eram 5h00min da manhã. Estava começando a amanhecer. Caso isso acontecesse, o plano deles iria por água abaixo.

Antes de os dois irem a este local, Joshua Kasagrim havia reunido informações. Segundo fontes não-identificáveis, haveria uma reunião do presidente dos EUA com o comandante da Area 51, pois eles estariam juntos fazendo um projeto. O presidente chegaria às 7h00min da manhã. Cada minuto desde então era precioso. Haviam de pegar o pendrive em menos de duas horas. Mas como iriam achá-lo em menos de duas horas, se nem sabiam onde estaria o objeto? Tinham que descobrir por própria conta e risco.

- É melhor irmos. - anunciou Benjamin, com receio de não saírem do lugar vivos.

- Também acho. - concordou Falcomon. - Irei descer primeiro. Vou voando para ver se há alguma câmera próxima da onde vamos descer pelo cabo, ou se algum vigilante está lá. Dentro de alguns minutos eu volto. Até.

McFate confirmou positivamente com a cabeça, então Falcomon desceu o buraco retangular. O homem segurou mais firme a arma, pois estava com mais receio ainda de que ela caísse. De qualquer forma, Falcomon iria poder buscá-la. Porém, seria arriscado demais, e um erro ocasiona outro. Sentou-se no chão de concreto, e ficou no aguardo do digimon falcão. Nem ousou olhar para baixo, apenas ficou sentado, imóvel. Pensando se conseguiriam chegar a tempo no pendrive, antes que o presidente viesse à sua reunião.

Após cinco minutos de espera, Falcomon subiu feito uma bala, e disse que estava tudo limpo. Porém, disse também que tinha ouvido guardas comentarem sobre um buraco estranho na barreira invisível, a falta de um pedaço de fio da enorme cerca elétrica, e pegadas suspeitas em cima do muro alto.

- Ou seja, somos suspeitos. - concluiu o digimon.

- Tá ai mais um motivo para entrarmos logo. Está pronto? - indagou Benjamin ao falcão.

- Se eu vim até aqui, obviamente estou pronto. - respondeu rispidamente Falcomon. - Vá à frente, eu vou atrás.

McFate olhou com uma cara de desconfiança para Falcomon, depois soltou uma leve risada. Amarrou o começo do cabo preto na trava do vidro retangular, que ainda se encontrava suspenso no ar. Certificou-se que estava preso firmemente, e colocou suas duas mãos no cabo. Deu dois leves puxões no cabo grosso, e começou a deslizar facilmente para baixo, pois o cabo estava suspenso no ar na posição diagonal. Sua mão estava começando a queimar aos poucos quando ele chegou ao fim do cabo. Parou seu corpo com os dois pés na parede, e olhou para baixo. Realmente, estava num lugar relativamente alto. Algo como três metros de altura. Mas era bem melhor pular daquela altura do quê de sete metros.

Confiando no seu taco, Benjamin McFate soltou suas mãos do cabo negro e foi caindo, caindo. Até que caiu de pé, milagrosamente. Verificou se não havia perdido nada durante o trajeto, poliu seu terno (amava muito ele; era seu terno preferido) e ajeitou-o. Olhou para cima, e viu Falcomon trazendo a pistola-gancho Strike nas garras, voando. Jogou a arma para baixo, enquanto voava. Ela caiu nas mãos de Benjamin, este que não perdeu tempo e puxou o gatilho. Nesse meio tempo, Falcomon já estava no chão. A ponta perfurante do cabo voltou com tudo para a arma, sobrando apenas um pequenino buraco negro na parede branca, e a janela aberta. Eram as duas únicas pistas que eles deixariam para trás.

Fitaram-se por um momento, com incerteza. Prosseguiam ou não prosseguiam? Pensamentos estavam ficando escassos enquanto o tempo se passava. Faltavam menos de duas horas antes que o presidente chegasse. Tudo estaria perdido. Para que isso não acontecesse, Benjamin começou a caminhar na frente de Falcomon, este que se aproximou rapidamente do humano. Olhando para o alto à procura de câmeras, os dois estavam começando a ficarem preocupados.

- Vamos rápido. - disse Benjamin. - Vamos atrás deste pendrive.


Última edição por Leonardo Polli em Qua 12 Out 2011, 7:19 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Gustavo Andrade Qua 12 Out 2011, 12:59 pm

Finalmente, Digimon Fate, cara. o/

Esse primeiro capítulo, "Invasão de Domicílio" é pequeno comparado aos demais da Digimon Fate, mas apresenta muito bem os protagonistas da série - embora faltem muitos personagens para serem mostrados ainda. Estava morrendo de saudade dessa relação Fate x Grim x Falcomon e espero ansiosamente pelo próximo capítulo postado, pois estou morrendo de saudade mesmo é de Commandramon (um dos meus favoritos). Bah, não vou estragar o suspense revelando o nome dos demais personagens da fanfiction, porém ainda estou com muita vontade de rever aquelas que vão aparecer em breve.

Enfim, minha primeira participação na área de fanfics foi merecida. Um abraço apertado, irmão.


Última edição por Gustavo em Qua 12 Out 2011, 6:13 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Arthur Qua 12 Out 2011, 2:30 pm

Dessa vez eu leio a Fate! XD

Cara, acho que a sinopse que você perdeu deve ser a mesma que usou quando postou lá na Kanshin. Se for, ainda deve estar lá.

Enfim, continuo gostando da história, e como você me disse, deu uma revisada e corrigiu vários erros que lhe eram frequentes. Deu resultado: os pleonasmos não estão em lugar algum, e os erros são poucos, apesar de existirem. Como o Gustavo disse, este não é um episódio grande comparado aos outros, mas cumpre seu papel de prólogo (00, certo?)

Agora é esperar o segundo cap. Te desejo muita sorte com a Fate, sempre ^^
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Mensagem por Leonardo Polli Qua 12 Out 2011, 7:14 pm

@Gustavo: Finalmente, há tempos que não posto! \o E sim, como você disse, o capítulo 00 é pequeno mesmo - 8 pgs se não me engano - comparado aos outros... E relaxe, vai matar as saudades logo, logo xD Commandramon tem uma pequena aparição no capítulo 01 apenas, ele aparece mais no 04, entra em ação e tudo. E calma, há tempo pra tudo, logo você vê aquelas que vão aparecer em breve xD Grande abraço, grato sempre pela presença!

@Arthur: Espero que consiga acompanhar agora, imundo xD E sim, Arthurzão, fui lá na Kanshin e pior que tá lá mesmo; vou mudar. E bom, eu dei uma revisada rápida, então devem ter sobrados alguns erros... Mas, você sabe, com o passar da história, os erros foram diminuindo \o E sim, o 00 é um prólogo, grande, mas é! KAOPSKAPOSKAOPS Primeiro capítulo, você diz xD Grande abraço, e espero que continue acompanhando a fanfic!

Capítulo 01 vai ser postado no domingo (tenho até o 14 pronto). Grande abraço!
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Mensagem por Edu Qua 12 Out 2011, 9:11 pm

E lá vamos nós de novo! XD

Eu não me lembrava muito do tamanho desse prólogo, mas achei menor que da última vez. Será que foi só impressão minha?

É sempre bom ver essa tua escrita melhorada, sem pleonasmos - pelo menos eu não vi nenhum - e um vasto vocabulário. Serve até de dica pra quem lê, que se lembra que sempre podem ser adicionadas novas palavras pra dar um toquezinho de interesse com a própria obra. Legal isso. E ainda quero ver os outros capítulos e relembrar o que esses dois aprontam, pois não lembro mais de nada! HEAUHEAUHEAUHEUAHUEAHEA'

Abração, cara. Té mais.
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Digimon Fate Empty Re: Digimon Fate

Mensagem por Leonardo Polli Qua 12 Out 2011, 9:21 pm

@Edu: Again, and again \o Sim, parece estar menor, mas não é o capítulo em si; é a largura do post que o deixa com cara de menor. Assim, ninguém reclamará do capítulo 06, que tem 30 páginas, LOL. Eu dei uma revisada justamente pra tirar os malditos da maldição amaldiçoosa do pleonasmo, KOPASKPOAKSOPAKOPSKOPA. Fate e Falcomon vão aprontar MUITO ainda, e bem na hora voce vai ter um dejavu \o KOPASKOPAKSOPK

Grato pela presença! Grande abraço.
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Digimon Fate Empty Re: Digimon Fate

Mensagem por Leonardo Polli Dom 16 Out 2011, 1:27 am



Saga 01 - Em Busca do Desconhecido
Capítulo 01 – Matar Pra Não Morrer


Como nunca tinham entrado na Area 51, os dois amigos olhavam presunçosos para a aparência do local. Lembrava uma espécie de laboratório, pois as paredes eram feitas de uma placa metálica. O piso, azulejos brancos límpidos como uma luz fluorescente. O teto, a mesma placa metálica, porém, em algumas partes, havia clarabóias, sendo que uma delas fora o meio que os dois usaram para entrar na construção. O local era muito bem arejado e iluminado, visto que em algumas partes do teto havia vidros com o formato de quadrados, dentro deles havendo lâmpadas fluorescentes redondas. O mais incrível era a enorme quantidade de aparelhos tecnológicos que estava por todo o local - desde computadores a máquinas estranhas e robôs encostados nas paredes.

De fato, aquele não podia ser outro edifício. Era a principal construção da Area 51. Para o espanto dos presentes no local, havia poucas câmeras. Câmeras que não se movimentavam, por acaso. Como Benjamin pensou, as câmeras precisariam se movimentar para os lados para captar mais imagens. Porém, parecia que elas estavam "congeladas". Ou quebradas, talvez. Mas, no entanto, o humano pensou em ser cauteloso, e pediu a Falcomon que andassem próximos às paredes, para que não pudessem ser vistos pelas câmeras "congeladas". Ser mais cuidadoso naquele local seria uma boa opção caso quisessem vaguear pelo interior da Area 51 sem serem pegos, até chegarem ao pendrive.

O que mais chamou a atenção de Benjamin foi uma espécie de mesa metálica no centro do local. Ao ver aquilo, os dois se aproximaram rapidamente. Viram que estavam no centro da entrada, e ao redor da mesa havia quatro corredores, cada um levando a um ponto cardeal. Mas, o que os deixou abismados foi o que havia em cima da mesa. Aparentava ser uma espécie de radar verde escuro, com várias linhas verde-claras traçando-o. Havia vários quadrados azuis e algumas palavras acima destes quadrados.

- O que é isso? – indagou Benjamin ao falcão, olhando para o radar.

- É um radar. Provavelmente deve ser o mapa deste edifício. – explicou Falcomon, colocando suas garras sobre o holograma retangular na mesa.

- Então já sei o que devo fazer. – murmurou Fate, puxando a manga de seu blazer, deixando o relógio de última geração à mostra.

Apertando um segundo botão azul, da esquerda para a direita, Benjamin fez seu relógio apitar outro bip. A tela redonda do relógio ficou verde, e, misteriosamente, começou a subir, sendo que abaixo dela vinha uma espécie de cabo fino. Após subir poucos centímetros de sua base, a pequena tela redonda parou sua ascensão, completando-a com outro bip. Falcomon achou estranho, e não sabia o que Fate estava planejando. Saberia logo em seguida, pois o humano pegou seu relógio e colocou a tela virada para baixo, com a face no plano do radar verde-escuro. O relógio prata começou a brilhar intensamente numa cor verde-escura, sendo que essa luz passava pelo pequeno cabo e ia até a base do relógio.

Assustado com o ocorrido, Falcomon não tardou a perguntar.

- O quê você está fazendo, Fate?

- Já disse pra não me chamar de Fate, corujinha. – lembrou Ben. - E estou transmitindo o sinal do radar da mesa para o meu relógio, de forma que nós possamos acessar o mapa desse edifício em qualquer lugar. Entendeu ou quer que eu desenhe?

- Ah bom... Pensei que estava recarregando a energia do relógio. Hehehe... – comentou Falcomon, soltando uma risada em seguida.

- O que é aquilo? – Benjamin tinha avistado algo.

Após o término do envio do mapa do radar para seu relógio, McFate apertou o mesmo botão que iniciou o processo, fazendo com que a luz verde cessasse e o cabo deslizasse para baixo, levando consigo a tela redonda do relógio, que em meros segundos voltara para sua base. Com o relógio normalizado, o humano deixou a manga de seu blazer do jeito que estava, e correu para o outro lado da mesa, passando primeiro pelo lado esquerdo dela. Enquanto andava apressadamente, ele não tirava os olhos da máquina.

Falcomon o seguiu pelo lado direito da mesa, e acabou sabendo do que se tratava. Era uma espécie de esteira, que estava ligada no momento. Sobre ela rolavam caixas quadradas de mais ou menos um metro de largura e de comprimento. Tais caixas saíam de uma espécie de buraco com formato quadrado, da parede à direita, e desapareciam de vista no outro buraco quadrado, na parede à esquerda. Por sinal, uma placa metálica verde revestia a esteira à frente dela, pois a parte detrás estava “colada” na parede.

- Tem certeza de que estamos na Area 51? – indagou Benjamin, fitando as caixas passarem sobre a esteira ligada. - Tá parecendo mais uma mera indústria, hehe.

- Sim, esta realmente é a Area 51. Mas, esta deve ser a parte industrial. – explicou Falcomon, cruzando seus braços penosos. - A parte industrial serve como uma “máscara” para a verdadeira Area 51 que há mais afundo.

- Hmpf... Interessante. – falou Ben, com desdém. - Acho que a corujinha aqui passou horas usando a internet com o Grim.

- Pelo menos eu não sou igual ao Fate, que se lambuzou de sorvete de chocolate com o Commandramon. Hehehe! – revidou Falcomon, rindo em seguida.

-... – Benjamin não queria causar confusão ali dentro, então resolveu ficar calado. Olhou para a esteira, e pensou em desligá-la ao voltar sua atenção a um botão vermelho, mas pensou que isto seria muito arriscado, e provavelmente alertaria os guardas. - Vamos voltar à mesa. Ainda faltam dois corredores, lembra?

O digimon falcão balançou positivamente sua cabeça, então McFate fez um sinal com a cabeça para voltarem à mesa. Então o fizeram e, quando voltaram, olharam para a parte esquerda da mesa. Havia um corredor um pouco largo, que terminava num enorme portão de alumínio, sendo que no seu meio estava escrito a palavra Exit. Falcomon deduziu que aquela era a saída daquele edifício, e que era o portão que os dois não tinham usado para entrar na construção. O falcão pressionou seu olhar ao fitar Benjamin, este que fazia uma cara de que queria fugir dali, voltar para o furgão de Joshua e “sair voando” daquela região o mais rápido possível.

Acharam que era uma besteira voltar para casa agora, depois de tudo que fizeram para entrar na Area 51. Arriscaram a vida para entrar naquele gigantesco campo de terra com várias construções por um mero objeto, que continha informações ultra-secretas e muito valiosas. Era uma coisa muito importante para Fate, então ele não sairia dali antes de pegar o pendrive. Já haviam feito a metade da “invasão”, quase morreram eletrificados e esmagados, então não tinha outro jeito além de prosseguir com a missão.

Viraram-se para trás, cruzaram a mesa metálica com o radar mais uma vez, e chegaram ao outro lado, no corredor que esperava a visita de ambos. Havia outro enorme portão de alumínio, mas com palavras diferentes escritas em seu meio. Tais palavras eram Keep Out!, sendo que, logo abaixo, vinham as seguintes palavras: Authorized Personal Only. Tal mensagem servia para afastar pessoas curiosas, como pensara Falcomon. Como não eram curiosos, e sim invasores, decidiram prosseguir. Antes de chegarem à metade do corredor largo, Falcomon parou o homem.

- Espere um pouco. – ordenou, colocando seu braço à frente de Benjamin, parando ele. - Fique ciente que, ao passarmos por aquele portão, não voltaremos até pegar o pendrive. Se quiser correr pra casa, ou chamar o homem-cueca, faça isso agora. Haverá muitos inimigos pra frente, e você terá que estar pronto para enfrentá-los.

- Acha que vou fugir numa altura dessas? – respondeu o homem, sorrindo sarcasticamente. - Nem a pau. Estou com você até o fim dessa missão. E você, está pronto?

- O que você acha? – disse o falcão, olhando seriamente para Fate.

-... Esqueça. – respondeu o humano de terno.

Benjamin teve um mau pressentimento, e se virou subitamente para trás. Ao piscar de olhos, o humano viu uma câmera se movimentar para a direita, visto que, a hora que ele se virou para trás, ela estava o fitando, como se estivesse a ouvir a conversa dos dois amigos. Falcomon achou estranho que Ben havia parado estranhamente, e também fez o mesmo que ele, virando-se para ver o ocorrido. Estava tudo normal, nada de estranho ou sobrenatural. Falcomon sentiu uma vontade imensa de dar uns cascudos em Benjamin, mas antes resolveu perguntar o que havia acontecido, pois bater nele à toa seria catastrófico para a amizade de ambos.

- O que ocorreu? Por que você se virou assim, do nada?

- Juro que vi aquela câmera se mexer. – disse Benjamin, apontando seu dedo indicador da mão direita para a dita câmera.

- Não é nada. Agora vamos, antes que...

Antes que... Falcomon não conseguiu terminar a frase, pois ao virar-se para trás, para continuarem a caminhada, avistou algo enorme. Algo que ele não previra que estivesse ali. Como colocaram aquilo ali? Da onde isso veio?, pensara o digimon, sem obter respostas, pois o pouco medo que ele ganhara já estava arrepiando seus pêlos. Por toda sua vida, nunca tinha visto algo daquele tipo. Seria uma espécie de defesa contra invasores? Falcomon não sabia responder, mas que uma coisa enorme e estranha de cor preta que estava tampando o enorme portão ele tinha certeza.

Após ficar vários segundos olhando para a câmera, no aguardo de ela se mexer mais uma vez e ele ter certeza de que estava ficando louco ou que estavam filmando-o, McFate virou seu corpo para trás e também viu a mesma coisa que Falcomon. No início ficou abismado, mas depois ficou visualizando. Uma enorme coisa estranha estava “grudada” no portão, impedindo-os de abri-lo. Aparentava ter sete metros de altura a tal coisa. Benjamin, como não tinha medo de nada, começou a andar calmamente, mas seu coração pulava instantaneamente, querendo pular da boca pra fora.

- C-cuidado... – sussurrou o falcão ao amigo.

Sem olhar para trás, Benjamin continuou a caminhar. Reparou primeiramente no enorme desenho que cobria grande parte da coisa preta. Era a face de uma caveira assustadora, com dois ossos cruzados abaixo dessa face. Pelo símbolo, achou que podia ser um mero sistema de defesa. Mas, como Falcomon pensara, poderia ser outra coisa. Um monstro. Um digimon. Porém, Benjamin, que andava confiante, e estava a poucos metros longe da coisa estranha, não pensava assim. Estava certo que era um dos cinco sistemas de defesa, o quinto, visto que Josh tinha terminado a comunicação sem contar qual seria ele.

Com pouquíssimo receio de que algo de súbito pudesse acontecer, o homem corpulento cerrou seu punho direito e apertou-o fortemente, se preparando para socar alguém que aparecesse do nada, exceto Falcomon, que permanecia imóvel, alguns metros atrás dele.

O tempo estava passando, porém Benjamin sequer nem ousou a olhar a hora em seu relógio. Estava muito concentrado em descobrir o que era aquela coisa grudada no portão, pois, se ela continuasse ali, eles não poderiam progredir. Não havia outro meio de adentrarem, então ou era verificar o que era aquela coisa, ou sair correndo dali. O homem ia se aproximando vagarosamente, sempre cauteloso. Faltavam menos que três metros que ele se aproximasse da coisa. Poucos segundos depois, ele se aproximou.

Levantou seu braço, e apontou seu dedo indicador direito para frente, levantando-o. Hesitou em tocar na coisa primeira vez, mas não na segunda. Sentiu uma coisa dura, como se fosse um casco de algum animal. Era áspero, e possuía alguns pêlos estranhos. Benjamin suspeitou, e concordou que podia ser um animal. Mas estava morto, ao parecer. Porém, se estava morto, como ficaria grudado no portão, para impedir que os dois passassem por ele? Havia algo muito sinistro nisso.

Benjamin resolveu dar passos leves para trás, mas, para seu incrível espanto, algo se mexeu. Os cabelos vermelhos que estavam abaixo do casco preto se mexeram. Acelerando o passo para trás, o homem não tirava a atenção do cabelo vermelho. Num piscar de olhos, os cabelos se levantaram, dando surgimento a uma espécie de cabeça amarela e oval.. Dois chifres amarelos com riscos pretos estavam dos dois lados da cabeça oval, que eram curvados para cima na ponta. Na cabeça, havia nove pequenas esferas verdes. Benjamin deduziu que eram olhos. O gigantesco monstro também possuía uma boca azul, que ficava abaixo da face amarela. Tal boca possuía quatro dentes mais afiados, que ficavam separados dos dentes debaixo, estes que, por sinal, aparentavam serem dentes humanos. Dos dois lados da boca dois braços azuis com as garras vermelhas puxavam duas mechas de cabelos.

O gigantesco monstro afastou sua cabeça um pouco para trás e, abrindo sua larga boca, utilizou-se de sua grossa voz para anunciar algo.

- Poison Thread!

Após o anúncio oral, o monstro disparou da boca uma rajada verde, que saiu fulminante pelo ar. Estava na mira dos pés de Benjamin e, quando o homem percebeu, surpreendentemente ele deu um mortal de costas para trás, e foi fazendo a mesma coisa, até chegar do lado do digimon falcão. A rajada atingiu o chão, formando um buraco. Era ácido, deduziu McFate em seus pensamentos. Ben olhou para o falcão arfando, com um pouco de cansaço demonstrado em sua face e em seu corpo. O gigantesco monstro sem dúvida alguma era um digimon, pois sua aparência era horrível. Falcomon ficou calmo, não fez barulho algum. Apenas esticou seus braços, fez alguns movimentos estranhos, e então olhou para Benjamin, este que permanecia cansado, com olhar assustado.

- O qu-quê é isso? – perguntou Fate ao digimon.

- É um digimon. E dos piores, ainda por cima. – explicou Falcomon, sem tirar sua atenção da gigantesca aranha. - Um Dokugumon, pra ser mais exato. Um dos piores digimons do nível Adulto. Geralmente, vivem em grandes esgotos, lixões, e lugares com lixos tóxicos. Acho que podemos ficar com a última alternativa.

- Há uma maneira eficaz de matá-la? – indagou Ben, ignorando o comentário do digimon.

- Matar pra não morrer.- redargüiu Falcomon.

- Nesse caso, já sei a quem posso recorrer. – disse o humano, abrindo seu blazer preto, e retirando duas pistolas estranhas, sendo que o cabo delas era preto, e o “corpo” era vermelho. Beijou as duas, e apontou-as com os braços cruzados na direção da aranha, que continuava grudada na parede. - Twin Blasters!

- Não sei por que, mas você sempre dá nomes toscos às suas armas. – comentou Falcomon, referindo-se ao arsenal de pistolas de Benjamin, cada qual com um nome diferente.

- É um charme meu. Agora, vamos parar de conversar, e matar essa coisa. – pronunciou calmamente Benjamin, começando a correr na direção da aranha.

O gigantesco digimon se desgrudou do portão, e ficou em sua posição normal, assim expondo suas pernas, que estavam dobradas. O que restou no portão foi uma grande teia em forma circular, que fora o suporte da aranha para ficar grudada nele. A aranha gigante possuía oito pernas, estas que possuíam duas garras vermelhas cada. Espécies de cintos pretos e faixas azuis estavam amarradas a elas. Após alguns segundos correndo, Benjamin deu uma rápida freada em seus calcanhares e começou a andar, apertando os gatilhos das duas armas, o que ocasionou disparos de balas comuns, que em menos de um segundo atingiam a cabeça da aranha, porém ao invés de penetrarem, as balas eram refletidas, assim caindo no chão.

Falcomon analisou a situação entediante, e lembrou-se de algo. Ao mesmo tempo, McFate parou de atirar e abaixou os braços, ainda segurando as duras pistolas. A gigantesca aranha começava a andar em sua direção.

- Fate, não adianta. A cabeça dela parece ser revestida por um material muito resistente. Não há como quebrá-lo, suponho.

- Não há outro jeito. Vou ter que continuar atirando... – insistiu o homem, apontando novamente as armas para o monstro.

- NÃO ATIRE! – ordenou Falcomon, bradando fortemente. - Irá gastar munição à toa. Deixe-me cuidar disso.

Benjamin continuou sem ação, enquanto via Falcomon voar pelo corredor alto, para se aproximar da aranha gigante. Após de ter alcançado uma boa altura, rapidamente o falcão planou para baixo, descendo velozmente na direção da cabeça de Dokugumon. Ao chegar mais próximo, Falcomon fez um movimento com as garras parecido com um corte, que fez com que a placa metálica de cor amarela na face da aranha ficasse com um pequeno risco, de onde saía uma linha de sangue amarela. A aranha deu um pequeno urro de dor, e logo partiu pro ataque, utilizando suas garras. Porém, como Falcomon era muito ágil, desviava facilmente para os lados, mas não conseguia revidar. Dokugumon cansou-se de desferir ataques com as garras, então afastou sua cabeça para trás e disparou de sua boca uma rajada verde. Se o digimon falcão não tivesse sido rápido em seu desvio, teria seu corpo derretido pelo ácido venenoso da rajada, que atingiu a parede metálica, corroendo-a, deixando no lugar um buraco negro.

No entanto, Dokugumon não parou. Continuou a disparar rajadas verdes na direção de Falcomon. Porém, o digimon desviava com facilidade. Certa vez, quando Falcomon desviara, uma rajada percorreu velozmente o ar, na direção de Benjamin. Mas este percebeu rapidamente e também desviou, ficando mais cauteloso. A sessão de rajadas não terminava, e o falcão já estava começando a ficar cansado. A aranha não iria parar até atingi-lo, o que causaria sua morte.

Não desistindo, o digimon ave afastou seu penoso braço direito e, estranhamente, acima de suas garras, uma grande quantia de shurikens apareceu, totalizando mais ou menos trinta delas. Impulsionando o mesmo braço para baixo na diagonal, as estrelas-ninja obedeceram ao comando de Falcomon, e partiram na direção de Dokugumon, atingindo sua cabeça. Porém, algumas não a acertaram. E, incrivelmente, duas acertaram dois dos noves olhos da aranha, explodindo-os, fazendo com que uma gosma verde jorrasse sem parar do lugar. Dokugumon urrou muito e, após o grito ensurdecedor, surpreendentemente, a aranha ficou de pé, dando um soco no falcão, jogando-o para muito longe, próximo a McFate. O humano correu até o digimon.

- Falcomon, tudo bem? – indagou Fate, se ajoelhando perante o caído Falcomon. Percebeu que do bico do falcão escorria sangue. - Por favor, não morra agora...

- Não se preocupe, estou bem. – respondeu Falcomon, para o alívio de Benjamin. Limpou o sangue que descia do bico, e se levantou.

- É melhor você fazer. Faça! – pediu Ben ao falcão.

- Não e não. Seria desperdício de energia. Eu ficaria fraco e não poderia mais andar direito. Precisaria de repouso. Acho que podemos cuidar dele comigo deste jeito. – redargüiu o digimon, cancelando as esperanças de Benjamin.

Dokugumon olhava diabolicamente para a dupla, que conversava sem parar. Não era hora de atacar; era, no entanto, melhor esperar que algum deles baixasse a guarda ou viesse atacar. Daí sim seria uma boa hora para utilizar um de seus ataques. Após cerca de um minuto, a aranha viu que Benjamin havia feito um sinal positivo com a cabeça para Falcomon. O digimon falcão começou a correr na direção da aranha, seguindo pelo lado esquerdo do corredor; já Benjamin corria pelo lado direito. Fizeram a aranha de tonta, visto que ela ficava olhando para os dois lados, não sabendo em qual desferir seu ataque primeiro. Decidiu atacar Benjamin inicialmente, pois humanos são mais lerdos que digimons.

Afastou sua cabeça, e disparou de sua boca uma rajada verde. Tal disparo foi com muita força, o que ocasionou o crescimento da rajada no decorrer do percurso no ar. Estava a vir muito veloz na direção do humano, porém quando estava prestes a atingi-lo, ele desviou para o lado esquerdo num pulo, e começou a atirar com as Twin Blasters, que levava em mãos. As balas atingiam a cabeça de Dokugumon, mas eram refletidas. Isso tomou a atenção da aranha para Benjamin, dando tempo suficiente para que Falcomon pudesse preparar um golpe poderoso. Enquanto o falcão corria, Benjamin estava parado no meio do largo corredor, atirando com suas pistolas. O gigantesco monstro já estava ficando cansado de levar tiros, e decidiu agir rapidamente.

- Poison Cobweb!

Levantando-se do chão e ficando de pé, a aranha mostrou seu abdômen para a dupla. Ao meio dele ficava um pequeno orifício, este que começou a se aumentar rapidamente. Enquanto isso, Falcomon parou de correr e observou aquilo, com olhar assustado. Sabia decerto que Dokugumon iria atacar. Benjamin não parava de atirar, mas sempre errava o orifício. Acertava o abdômen, provocando pequenos furos, de onde escoria sangue. A aranha, no entanto, não sentia nenhuma dor. Benjamin parou de atacar quando percebeu que o buraco no abdômen da aranha ficara muito grande e que, de repente, uma grande teia redonda saíra da abertura.

A teia cruzou rapidamente o ar na direção de McFate, este que não teve tempo de desviar e acabou sendo atingido pela teia, que grudou em seu corpo e o levou à parede – parecia que a aranha estava controlando-a telepaticamente, visto que Fate estava no meio do corredor, e ficou grudado na parede esquerda.

Falcomon olhou a situação em que estava, e não viu outro jeito. Se fosse salvar Benjamin, acabaria sendo morto, pois não sabia como tirá-lo de dentro da teia. Apenas via o humano se debatendo, tentando sair da teia, enquanto estava grudado na parede. O digimon voltou sua atenção para a aranha, esta que, por sua vez, já havia voltado a sua posição normal, e ria diabolicamente para Falcomon, com cara de deboche. A situação estava feia, e não havia outros meios de melhorá-la além de atacar Dokugumon.

Ficara quieta por muito tempo, porém, finalmente, decidiu falar. Dokugumon tinha uma voz grossa, como se fosse uma velha senhora brava e rabugenta.

- Acham que vão conseguir passar por mim? – indagou, com desdém.

- Vamos sim. Eu sei disso. – respondeu Falcomon, arqueando as sobrancelhas.

- Porém, estão completamente enganados. Eu, Dokugumon, um dos três guardiões do principal edifício da Area 51, não permitirei isso. – anunciou a aranha gigante.

- O quê!!?? Três guardiões? Só pode tá brincando... – gritou Benjamin lá do fundo.

- Exatamente. E, adivinhem... O primeiro sou eu. Mwahahahahahahahahahahaha! – confirmou o digimon, rindo diabolicamente em seguida.

- Tudo bem... Se você diz. Temos que passar por você primeiro? Então, beleza. – comentou Falcomon, começando a correr na direção da aranha. Pulou no ar quando se aproximou dela, e levantou seu braço direito, forçando suas garras. - Scratch Smash!

Iria acertar a cabeça de Dokugumon, porém viu outro meio melhor de causa dor e cancelou o ataque, caindo de pé no chão. A aranha cuspiu um líquido verde na direção de Falcomon, porém esse deu um salto para frente, fazendo com que o líquido caísse no chão, corroendo o piso. Após o salto, Falcomon desceu diagonalmente o ar, planando, e cravou suas garras no casco de Dokugumon. O digimon soltou um grito ensurdecedor, pois até Benjamin, que continuava colado na parede, tapasse os ouvidos com os dedos que podia mexer. O falcão não parou, e continuou o ataque. Retirava as mãos e cravava novamente as garras, porém em lugares diferentes. A sessão acabou quando Dokugumon fez um movimento com o casco, jogando Falcomon para longe. O digimon ave conseguiu parar de pé, próximo ao humano, que continuava colado à parede.

Benjamin, que estava imóvel devido à teia que não permitia que ele mexesse seus braços (podia mexer apenas os dedos), olhou para Falcomon, este que já estava com sinais de cansaço. Suor escorria pela face da ave, e ela arfava sem parar. Porém, não iria desistir até matar Dokugumon. Caso contrário iriam morrer, pois como dissera Falcomon, “é matar pra não morrer.”

- Falcomon... Você consegue amigo. Acredite em sua força. Você não é fraco. Já passamos por situações piores que estas. Vamos, acredite em sua força! – disse McFate, fazendo com que Falcomon refletisse seus pensamentos.

- Obrigado... Fate. – agradeceu ao homem.

Falcomon movimentou sua cabeça para baixo, agradecendo a Benjamin por suas palavras. Um ânimo que nunca havia contagiado seu corpo tomou-o de súbito. Sentiu que sua força estava aumentando a cada segundo que se passava, mostrando que aquilo não estava sendo perda de tempo. O homem apenas observou o digimon falcão caminhar até o meio do largo corredor, acreditando em sua força, e que conseguiria matar a aranha gigante. Dokugumon, no entanto, estava confiante de que não deixaria a dupla passar pelo portão, e para isso tinha que matá-los. Nenhum invasor era permitido dentro da Área 51, e aqueles que se arriscavam eram mortos. Porém, o caso de Benjamin e Falcomon era especial, o que fazia com que a força de vontade deles não deixasse que alguém os matasse.

Falcomon ficou parado por alguns segundos, e depois levantou seus braços para o alto. Esticou bem as mãos, por sinal. Shurikens começaram a surgir sobre suas palmas, que estavam tremendo. Pequenas e médias estrelas-ninja se agrupavam em dezenas. Depois centenas. Fulminava Dokugumon com os olhos. Eram muitas estrelas-ninja. Após o ato, o falcão desceu seus braços, deixando-os dobrados. Uma espécie de energia começou a ser formada em suas mãos, que foram impulsionadas para frente. Um disco azul-claro foi formado no ar. Fazendo gestos com os braços, o falcão fez com que as shurikens descessem para o disco azul-claro. Quando o tocavam, desapareciam. Após todas terem desaparecido, o disco azul-claro desapareceu, deixando no lugar um disco comum, de cor prata, porém ao seu redor estavam várias pontas afiadíssimas, como se fosse um disco-serra.

Dokugumon estava analisando a situação, pensando que o falcão iria rapidamente pegar o disco e cortar sua cabeça. Ficou parada do jeito que estava, no entanto. Sabia que ele não iria conseguir. Porém, seus pensamentos foram em vão. Falcomon impulsionou seus pés e começou a planar, mas rapidamente desceu rasgando o ar na direção da gigantesca aranha. Ela, por sua vez, começou a se afastar para o lado de Benjamin, com receio. Não obteve sucesso, pois num piscar de olhos Falcomon estava embaixo de sua cabeça.

O digimon ave começou uma sessão veloz de socos, com seus punhos cerrados, sempre alternando entre a mão direita e a esquerda – o disco-serra à sua espera. Dokugumon nada pôde fazer, pois os socos desferidos estavam machucando-o muito, por serem sucessivos. A dor era tremenda, mas não podia fazer nada, além de esperar por uma brecha curta para revidar. Porém, parecia que Falcomon não ia parar nunca de atacar. Estava tomado por uma fúria incontrolável, que provavelmente poderia matar a gigantesca aranha.

O digimon aranha já estava tendo esperanças de que o falcão parasse de socá-lo, porém, incrivelmente, Falcomon deu seu último golpe. Cerrando fortemente seu punho direito, o digimon falcão deu uma investida com o punho bem no queixo azul da aranha. Como sua força fora incrível, a aranha teve seu corpo jogado para o alto, de costas para Benjamin. Caiu em pé, como estava das outras vezes. Seu abdômen e o orifício não estavam à mostra para o humano. Velozmente, o falcão voou até o disco-serra, pegando-o nas duas mãos, enquanto Dokugumon ia levemente caindo para frente, na direção dele.

- Até mais, amigo! Espero que, quando volte, seja um bom digimon. – despediu-se Falcomon, segurando fortemente o disco-serra.

- Nããããão! N-não f-f-faça i-ss-so comig-go! – implorou a aranha, gaguejando de tanta dor, para que Falcomon deixasse-a viver.

- Não há retorno. Você vai morrer. Adeus.

Pressionando ainda mais suas garras ao segurar o disco-serra, Falcomon saiu em disparada segurando-o. Estava muito pesado, mas o ânimo o sustentava e permitia que ele carregasse qualquer esforço. Dokugumon estava quase caindo, pouco a pouco. Porém, antes que pudesse chegar à metade do ar, Falcomon alcançou a aranha. Após ter corrido velozmente, o falcão pulou na diagonal e impulsionou seus dois braços, fazendo com que o disco cortasse o abdômen da aranha. Do corte saía muito, mas muito sangue de cor amarelo. Poucos segundos se passaram após a penetração do falcão no corpo da aranha e, miraculosamente, ele saiu do outro lado, no casco negro da aranha. Por sinal, a caveira fora cortada também.

O disco havia sumido. Devia estar dentro do corpo de Dokugumon. As duas partes da aranha que foram divididas começavam a escorregar cada uma para um lado, sendo levadas pelo rio de sangue amarelo. Porém, antes que pudessem tocar o piso de azulejos brancos, a aranha deu um gemido muito, mas muito forte. Após isso, seu corpo fez um estranho barulho, e BUM! Explodiu em inúmeras partículas azuis. Eram os dados de Dokugumon. Toda vez que algum digimon morria, seu corpo explodia em partículas azuis, que eram chamados de dados.

Falcomon via as partículas sumirem pouco a pouco, enquanto perdia o tempo de se vangloriar. Mas, pra quê se vangloriar? A batalha fora fácil. Fácil demais, até. A fúria ajuda seu caso, e cooperou para que pudesse destruir a gigantesca aranha. Três guardiões, eh?, pensou o digimon, pensando se os outros guardiões seriam mais difíceis. No entanto, algo de estranho havia acontecido. Algo não, duas coisas. O portão havia sumido, e apenas uma enorme passagem retangular ficara no lugar. A outra era que Benjamin McFate já não estava mais grudado na parede; vinha caminhando em direção ao falcão, limpando seu blazer, como sempre.

- Mandou bem hein! Como sempre digo, uma frase vale mais do que mil palavras. – parabenizou o humano, todo serelepe.

- Hehe, foi nada... – devolveu o falcão, todo sem graça.

- Não, você fez bem. Acabou com aquela aranha num piscar de olhos. – comentou Ben, se comportando como uma criança ao ver algo inacreditável. - O jeito que você cortou ela... Foi... Foi incrível!

- Tudo bem, tudo bem... Mas foi apenas uma batalha. Não há porque ficar me vangloriando. – advertiu o falcão, com expressão séria na face. - Que horas são?

- Não... Acredito. – assustou-se Fate, ao olhar para o relógio. - São 5h30min da manhã. Faltam 1h30min para a reunião... Droga! Merda! Nós não vamos conseguir chegar ao pendrive!

- Acalme-se, Fate. – ordenou o falcão. - Nós vamos conseguir sim! Pare de ficar se rebaixando, meu Deus... É só pararmos de perder tempo e vasculhar cada canto desse edifício. Vamos, não desista agora!

- Tudo bem...

Benjamin McFate abaixou a cabeça, pensando se realmente conseguiriam sair da Area 51 vivos, levando consigo o tão procurado pendrive. Seria uma tarefa difícil pegar o objeto, mas teriam que se arriscar. Não havia outro jeito mesmo. Voltar agora seria morte na certa, visto que guardas adentravam a Area 51 para começar o expediente de patrulha naquele momento.

Falcomon já estava parado diante da abertura retangular, esperando que Ben viesse até ele para continuarem com a missão. Após alguns segundos, o humano alcançou o falcão. Ambos atravessaram o portão retangular. Enquanto Fate andava cabisbaixo, com as mãos nos bolsos da calça social preta, o digimon caminhava com a cabeça erguida, visualizando os detalhes da construção. Após o portão, vinha um longo corredor, igual ao anterior. No entanto, não havia câmeras ou nenhum digimon que protegesse o local de invasores. Aquele corredor estava demasiado quieto por sinal. Ficou assim, até que a dupla alcançou outro portão retangular, menor que o anterior. Havia um pequeno painel do lado direito do portão, que continha uma espécie de leitor biométrico verde, na verdade era uma tela verde com uma gravura de uma mão digital.

O humano pensou em não colocar a mão no painel biométrico, porque poderia ser perigoso, e algo ruim poderia acontecer, como alguma armadilha ou um alerta vermelho soar sem parar pelos vastos corredores da Area 51. Como ficou receoso, decidiu recorrer a Falcomon.

- O que vamos fazer? – indagou, referindo-se a porta e ao painel.

- Nesse caso, não há outra opção senão usar o relógio. – aconselhou o falcão. - Que eu me lembre, ele possui várias funções, certo?

- Exatamente. Posso burlar o sistema e pegar as digitais de qualquer humano que trabalhe na Area 51. – respondeu Benjamin, com expressão maliciosa.

Levantou a manga de seu blazer, deixando o relógio à mostra. Aproximou-se do painel, e começou a mexer no relógio, apertando o terceiro pequeno botão azul. Um pequeno facho de luz verde saiu do relógio, parando a vinte centímetros após de ter subido. Meteu as mãos nos bolsos das calças e retirou uma luva branca, que colocou rapidamente na mão direita. Colocou a mesma mão acima do facho de luz, com a palma virada para baixo. Após alguns segundos, o relógio apitou um bip, fazendo com que o facho descesse velozmente, e a tela do relógio fosse desligada automaticamente. Feito isso, Benjamin abaixo a manga direita de seu blazer, e colocou a palma da mão com a luva branca sobre o painel biométrico. Um, dois, três, quatro, cinco segundos se passaram e o painel emitiu dois bips, mas com sons diferentes dos do relógio.

De repente, o portão começou a deslizar-se para cima, deixando no lugar outro buraco retangular. Falcomon agradeceu a Deus que nada aconteceu, pois se algum alarme soasse a dupla estaria perdida. Não queriam chamar a atenção até chegarem ao seu objetivo, por isso que era preciso ser cauteloso naquela situação. Começaram caminhar devagar, mas estranhamente o portão começou a deslizar para baixo. A dupla não teve escolha; saiu correndo e passou por baixo do portão, este que após três segundos se fechou... Não havia mais volta.

Chegaram numa sala quadrada, com quatro paredes brancas. O chão consistia em um carpete azul, com o desenho de uma cabeça verde de um extraterrestre no meio dele. Benjamin sequer olhou para a figura no carpete. Ao invés de várias mesas, havia somente uma, que dava volta na sala, colada nas paredes. Havia apenas duas intercessões: a de onde vieram, e uma do outro lado. Vários computadores estavam sobre as mesas, e cadeiras estavam à frente deles. Por sinal, todos os computadores estavam desligados. Também não havia sequer uma câmera naquela sala. Falcomon e Benjamin estavam estranhando de não haver câmeras naquela sala, nem no corredor anterior. O local parecia abandonado... ou os guardas haviam tirado férias.

Por cautela, resolveram não mexer nos computadores. Então, resolveram atravessar a sala e ir direto à intercessão, passando por ela e caminhando por um estreito corredor, que virava à esquerda. Em seguida, estavam em outro corredor, este que era um pouco mais largo e bem mais comprido, que possuía a mesma aparência da sala anterior. Após dois minutos caminhando, os dois chegaram a uma alta porta metálica, que tinha um corte no meio. Ao chegarem mais perto, cada lado da porta se retraiu para pequenos fachos verticais na parede. Passaram da porta, e chegaram num local esquisito. As paredes eram feitas de concreto bege, sendo que o chão era uma plataforma de arame. Havia uma ponte no meio do local, porém dos lados delas era vazio, não havia chão. Pular dali seria morte certa, por isso, para evitar mortes, havia uma espécie de mureta de ferro dos dois lados da ponte, e da entrada, começando dos dois lados da parede de concreto bege, avançando dos dois lados da ponte, e terminando do outro lado, em duas paredes. Porém, não foi isso que chamou a atenção de Fate.

Um humano estava parado próximo a ponte de ferro, provavelmente patrulhando a área. Vestia-se com uma espécie de colete negro por cima de um macacão azul. Usava cotoveleiras, caneleiras e duas botas negras. Um fio de escuta estava amarrado dentro do capacete preto que usava. Sobre este, um grande óculos de proteção. Nas mãos usava luvas, estas que estavam segurando no momento uma grande arma. Um coldre ficava em sua coxa direita, onde estava uma pistola. Nas costas do colete, estava escrito SWAT. Ele estava calmo, no entanto.

- Fique aqui. Não faça nenhum barulho ou movimento. – sussurrou Benjamin, abrindo seu blazer, enfiando sua mão direita lá dentro, tirando uma espécie de adaga.

Falcomon permaneceu instável desde que chegou ao local estranho. O guarda estava muito quieto. Benjamin se agachou, e foi andando sorrateiramente, segurando o cabo da adaga fortemente. Quando chegou próximo do vigilante, Benjamin prendeu sua respiração, e se levantou, tentando fazer o menor barulho possível. Ficou de pé, um metro atrás do guarda da SWAT. Pressionando ainda mais seu punho no cabo, velozmente o humano de terno fincou a adaga no lado direito do pescoço do pobre homem da SWAT. Falcomon virou a cara para o lado esquerdo para não ver a cena. O guarda colocou as mãos no pescoço, agonizando, como se estivesse engasgado. Era tarde demais. Quando Benjamin retirou a adaga do pescoço do homem, um rio de sangue vermelho jorrou do buraco que a adaga deixara. O homem, ainda com as mãos no pescoço, caiu de joelhos, e por fim de cara no chão.

Fate sentiu remorsos após a morte que causara, porém achou que o que estava fazendo era o certo a se fazer. Matar pra não morrer, como dissera Falcomon. O digimon falcão pensou o mesmo, pois se o agente da SWAT os vissem provavelmente os matariam. Era terminantemente proibido entrar na Area 51 sem autorização. Mesmo assim, McFate jogou a adaga na abertura direita da ponte. Não queria que a achassem, portanto. Falcomon olhou para o homem morto no chão, sendo que de seu pescoço ainda saía sangue. Pensou que a roupa dele poderia ser muito proveniente.

- Pelo menos foi uma morte rápida e eficaz. Ele nem sentiu. – argumentou Fate, olhando para o homem, com um pouco de piedade.

- Nem era necessário matá-lo. Você é treinado em várias artes marciais. Por que não botou ele pra dormir? – perguntou o digimon, com olhares de piedade do homem. - Mas isto não vem ao caso. Eu tenho certeza de que não vamos deixá-lo aí, jogado no chão. Então, o que acha de usar a roupa dele?

- Seria uma boa idéia. Mas, e você? – indagou Fate, se abaixando, começando a tirar as roupas do homem morto.

- E quem disse que digimons precisam de disfarce? – redargüiu o falcão, cruzando os braços, indignado. - Ande logo, se troque. Não vou olhar, pode ficar tranqüilo.

McFate retirou as armas do agente primeiro, e as colocou sobre a plataforma com cuidado. Depois, retirou as roupas do homem morto. Pediu para que Falcomon não olhasse, e se despiu. Tirou todo seu terno, ficando apenas com sua roupa íntima. O corpo de Benjamin era bem malhado. Peitoral bem definido, barriga tanquinho, braços musculosos. Era o desejo de todas as mulheres. Beijou seu terno, e o colocou-o no chão, também com cuidado. Colocou a roupa do agente da SWAT, as armas nos lugares corretos, e o capacete, e colocou os óculos do agente. Deixou seu ray-ban em cima do terno, que estava dobrado. Olhou com dó para sua roupa, que estava dobrada no chão, e para os óculos ray-ban, que estavam sobre a roupa dobrada. Não queria deixá-las ali, não podia deixá-las ali.

- Jogue fora. – ordenou Falcomon, ainda com os braços cruzados, apontando sua cabeça para uma das lacunas ao lado da ponte. - Se não quiser ser pego, é claro.

- Meu... Meu terno... Minhas... Minhas armas... Não acredito... – balbuciava Benjamin, quase chorando.

- Não, você pode levar Strike e as Twin Blasters se quiser. Mas somente essas. Pegue-as, e coloque-as dentro dessas bolsinhas que estão agarradas aos coletes.

- Sim, eu sei... Mas... E as outras... ? – perguntou o homem, seus olhos pingando lágrimas.

- Sinto muito... Mas vai ter que jogar o terno e o resto das armas fora. Sei que são como filhas suas, mas terá que fazer isso. É pro nosso próprio bem, Fate. – explicou o falcão, levantando um pouco o ânimo de Ben.

- Tudo bem...

O homem pegou seu terno, e retirou as suas duas armas favoritas: Strike e as Twin Blasters, logo em seguida guardando-as em duas bolsinhas que estavam presas ao colete negro. Pegou seu ray-ban, e guardou-o no mesmo lugar em que estava a arma-gancho. Era a vez de dizer adeus às outras armas e ao seu terno preferido. Segurou a roupa fina com firmeza, e, com muita dó, jogou-o na lacuna. Enquanto via as armas caírem do terno e o blazer voar, Benjamin lacrimejava. Havia pagado caro naquele terno, e era a mais vistosa vestimenta que possuía. No entanto, era útil para a missão. Falcomon não sentiu remorsos por fazer o amigo chorar. Estava certo de que aquilo fora o correto a se fazer.

McFate limpou as lágrimas e olhou para o homem morto no chão, perguntando a Falcomon o que iriam fazer com seu corpo. O digimon respondeu que era bom jogar o corpo na lacuna, para que nenhum outro guardam passasse por ali e visse o corpo jogado no chão, com um buraco no pescoço. Ai sim, a dupla estaria morta. Um alerta vermelho seria feito, e centenas de guardas iriam procurar pelos culpados. Não teriam escapatória. Então, Benjamin pegou o corpo do homem morto e, com um pouco de piedade, jogou na lacuna à direita da ponte. Via o homem cair, com um pouco de remorso, pois havia matado um ser humano. Mas, às vezes, era melhor fazer coisas que não deviam fazer, do que se arriscar. Não esperou o homem ser esmagado pela pressão ao cair e estourar os ossos no chão lá embaixo. Mas aquele vazio preto não aparentava ter fim. Em seguida, o humano com o uniforme da SWAT e o digimon falcão se entreolharam por alguns segundos.

O homem de uniforme policial puxou a manga azul de seu macacão, utilizando a mão esquerda, que ainda estava dentro da luva negra. O relógio continuava lá. Olhou para os lados, e em seguida apertou o primeiro botão azul, e o relógio fez um bip. Um facho de luz verde subiu ao alto, projetando um holograma de um humano. Fate havia contatado Joshua, que estava sentado, talvez esperando o contato do amigo americano.

- Ah, Benjamin. Faz um tempinho, não? – comentou o japonês, abrindo um leve sorriso no canto da boca. Continuava com os óculos redondos.

- É. Um pouco. – respondeu o homem, secamente.

- Pesquisei aqui um pouco, e fiquei sabendo que noventa por cento do exército militar que trabalha na Area 51 está escoltando o presidente do país de carro. Ou seja, a missão fica mais fácil, e você vai ter pouca dor de cabeça. – explicou Joshua, para o espanto da dupla que estava dentro do edifício.

- Isso explica o porquê de agentes da SWAT estarem aqui dentro. – disse Benjamin, fazendo com que Grim ficasse assustado.

- Agentes da SWAT? O que agentes da SWAT estariam fazendo dentro de um sítio militar defendido pelo governo americano, basicamente pelo FBI? – assustou-se o japonês, com olhos esbugalhados. - E o quê vocês fizeram com esses agentes?

- Até agora, encontramos um. E já cuidamos dele. Inclusive, estou usando seu uniforme como disfarce. – respondeu Fate, mostrando o uniforme da SWAT para Kasagrim.

- Isso explica o fato de você estar com esse uniforme. Hehe. – disse Joshua, rindo. - Tome cuidado. Os agentes da SWAT são os mais bem treinados do mundo.

- Eu sei disso. Eu já fui um deles. – disse Ben, fazendo com que Joshua lembrasse o passado, onde ele ficava fazendo cursos de informática, e Benjamin fazia missões pelos EUA.

- Esqueci deste detalhe. Porém, tome muito cuidado. Mesmo tendo poucos guardas do governo americano e alguns agentes da SWAT, eles são perigosos. – advertiu o amigo de Benjamin, pressionando seu olhar para além dos óculos redondos. - Acho que o disfarce é uma boa idéia. Apenas tome cuidado pra não andar com a língua solta. Caso contrário, você morre.

- Eu sei disso, eu sei disso... – repetiu o homem corpulento, tentando irritar Grim. - Agora, vou desligar. Faltam menos de duas horas para quê o presidente chegue para sua reunião. Até.

- Commandramon mandou lembranças. Até mais. – disse o japonês.

Após a despedida do japonês, o holograma desapareceu, e o facho de luz verde desceu para a base do relógio, fazendo com que a luz verde ficasse inativa, assim desligando o objeto. Falcomon disse que estava pronto, e os dois atravessaram a ponte de arame, calmamente. Andaram mais um pouco sobre o plano e alcançaram uma porta, que possuía um corte no meio, idêntico ao da porta anterior. Aproximaram-se dela, e o corte despachou cada lado para uma fenda nas paredes. Adentraram num local redondo, tendo a aparência de um coliseu, cheio de tecnologia. Porém, algo de estranho estava acontecendo. Cinqüenta agentes da SWAT estavam reunidos juntamente com cinqüenta agentes do FBI, e vários digimons. Todos estavam de pé e atentos, escutando alguém que parecia um aristocrata dar ordens.

O comandante da Area 51, Jefferson Violentblade, estava ordenando os agentes que cobrissem toda a área em torno do edifício principal, pois havia dois suspeitos de quererem roubar o pendrive dentro do edifício.
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Mensagem por Gustavo Andrade Dom 16 Out 2011, 5:20 pm

Mais um pouquinho de Fate!

Tinha me esquecido de muitos detalhes sobre esse capítulo, mas lembro perfeitamente que antes era coberto de pleonasmos e algumas descrições exageradas que agora foram amenizadas. Isso me faz perceber o quanto você evoluiu desde o começo disso tudo, aumentando seu vocabulário e melhorando ainda mais sua escrita – que me agrada bastante pela forma um tanto quanto única de descrever os fatos.

Uma coisa negativa que pude perceber, porém, é que ainda existem vários errinhos. Diferente do prólogo – em que não notei nenhum erro – esse capítulo me pareceu um pouco corrido, um pouco cansativo para se ler; o que não tem nenhuma relação com o número de páginas nitidamente maior. Tome cuidado com o uso errôneo de algumas palavras, com repetições desnecessárias, descrições sobrecarregadas de informações, parágrafos com frases confusas, erro de digitação e falta de atenção, etc. Grande parte desses erros foram notados na cena de luta entre os protagonista e o primeiro guardião (Dokugumon), pois realmente não é fácil escrever uma cena de ação envolvendo três personagens.

Estou esperando ansiosamente pelos próximos capítulos e pela aparição dos demais personagens dessa trama! Também estou ainda mais atiçado para ver a aparição de Commandramon em batalha, principalmente com a citação dele nesse episódio, e pela aparição daquelas duas que também estão na Área 51. Continue evoluindo com a fanfic, Leo. \o

Um abraço apertado.
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Mensagem por Leonardo Polli Sex 21 Out 2011, 9:53 pm

@Gustavo: Sim, como eu disse anteriormente, estou revisando os capítulos antes de postá-los aqui, para corrigir alguns erros fúteis que eu cometia no passado, rs. E sim, nesses capítulos que iniciam a história há muitos erros assim, de repetir palavras e descrições gigantescas mas, pouco a pouco, isso vai se amenizando.

Teoricamente, é fácil trabalhar uma cena de ação com três personagens, fica foda quando se tem muitos personagens, que nem mais pra frente na fanfic. O capítulo 02 deve sair no domingo, e sim, você verá mais uma parte dos personagens da história, e aquelas que você espera hehe \o Commandramon em batalha só vai aparecer no capítulo 04, então aguenta ae :p

Obrigado pela presença, espero que continue acompanhando. Abraços!
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Mensagem por Arthur Sáb 22 Out 2011, 7:19 am

Imundo!review pobre abaixo

Bom cap., já com mais ação, como lhe é habitual. Da luta Dokugumon eu até me lembrava, mas depois disso foi tudo novidade, não recordava mesmo do agente da SWAT.

Também quero ver Commandramon, mas como você disse, só no cap. 4 que ele aparece

Olha, mesmo com a revisão, ainda há alguns erros (principalmente de concordância) poucos e às vezes quase imperceptíveis, mas é só um toque XD Mas a escrita é boa, e nem tem pleonasmos mais kkk
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Mensagem por Mickey Dom 23 Out 2011, 4:33 pm

Uau! E já terminou de postar a FIC toda?
Rsrs história muiito legal. Diferente do esperado (devido o titulo)... engraçado parece que já li ela antes...
...mas minha memoria ta fraca @.@

Oras o Fate me chamou mais atenção que o Falcomon.
E a relação dos dois juntos é muito boa.

Parabéns pela criação!

Espero ler os próximos! =)
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Mensagem por Alice Dom 23 Out 2011, 6:05 pm

Não sabia que você escrevia tão bem, Leo

Acho que capítulos não precisam ser grandes. Não entendi o por que de muitos aqui ficarem reparando em tamanho.. O essencial é conseguir passar o que quer da forma mais clara.
Machado de Assis fazia capítulos de um parágrafo extremamente bem, não ficava nem um pouco atrás dos capítulos maiores. Esse moço consegue fazer a gente babar de qualquer maneira..

É claro que ele é Machado de Assis, mas o que quero dizer é que não há necessidade de quantidade.. ^^


Bom, eu adorei o que já escreveu. Nunca tinha visto esta fic, então não posso comparar com as outras versões, então continue!


Beijos, Leo.
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Mensagem por Arthur Dom 23 Out 2011, 6:39 pm

Concordo com a Alice que qualidade não necessita de quantidade, mas acho que o que reparam em tamanho foi pelo fato de o Leo fazer alguns caps. bem grandes, daqui a algum tempo você vai ver. XD
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Mensagem por Leonardo Polli Dom 23 Out 2011, 9:52 pm

Fala galerinha do mál! OASUOUSOAUSOEUEOAUO boa noite frangos. Vamos a rodada de massacres.

@Arthur: Olha o sujo falando do mal-lavado. OAUEOUSOUEOUAOU. Dokugumon foi um marco na história, é a primeira vez em que vemos Falcomon fodendo legal. Você não vai só se lembrar desse agente da SWAT como outro que está por vir, Kid Vioner, o Vion, oaeuaosu. Commandramon em ação só capítulo 04 mesmo, vai demorar um pouco (duas semanas no caso). E obrigado por notar a falta de erros, eu tentei melhorar, mas ainda assim sobrou alguns \o oaeuoasuoue. Continue acompanhando a história, abraços! Obrigado pela presença!

@Mickey: Grande Mickey! Bom, se procura uma fanfic curta, Digimon Fate não faz parte desse grupo... OAEUOUSOUEOUSOU. Eu gosto de fazer um capítulo com várias cenas, pra injetar mesmo na cabeça do leitor e fazer com que ele leia a cena e automaticamente imagine ela em sua cabeça, rs. E sim, se não me engano você chegou a comentar o prólogo da Fate na antiga DF. E sobre o título da fic - Digimon Fate/Digimon Destino -, em partes é por causa do sobrenome do protagonista, e por outro lado é porque a história trata do destino de todos personagens, da humanidade e dos dois mundos, rs.

Sobre o Fate, bom, como eu sempre digo, ele é o meu alterego, rs. Em si, ele é o personagem mais foda de toda a fanfic, enquanto eu ache o Falcomon. Mas, bem, cada um tem seu ponto de vista. A relação deles é muito estável mesmo, afinal, eles nasceram juntos - como toda dupla de humano/digimon - e se conhecem a longa data. Mas, no decorrer da história, você vai se deparar com outras duplas que vão te surpreender, como a de Kid Vioner e Dracmon.

Obrigado por estar acompanhando e espero que continue marcando presença. Abraços!

@Lice: Obrigado pelo elogio, Lice. Sobre tamanho de capítulos.. é o que eu disse. A minha intenção não é de deixá-los grandes; eu começo a escrever e as ideias vão fluindo. As cenas aparecem na minha mente e eu as descrevo. Ae as vezes sai meio grandinho, sabe \o OAEUAOSUOUEOU Machado de Assis, grande homem, já li uma obra dele, mas não me recordo o nome.

Obrigado por apreciar a história, e espero que continue a acompanhando. E a Fate só tem uma versão - a verdadeira \o OASUOUEOUEOUOAUOEUOU beijos.

@Arthur: É o que você falou ai \o Não sei se vocês acham isso, mas eu pelo menos acho que o que escrevo é algo que agrada os leitores. Não me acho um dos melhores, mas me acho um bom escritor. O foda é que essa coisa de tamanho me persegue mesmo, e se me recordo, nos capítulos 10 pra frente eles ja são menores (umas 9, 10 paginas).

Segue abaixo o capítulo 02, pessoal. Desculpem por não postar logo cedo, tive alguns probleminhas e tive que dar um role. rs Abraços!
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Mensagem por Leonardo Polli Dom 23 Out 2011, 10:02 pm



Saga 01 - Em Busca do Desconhecido
Capítulo 02 - Encontro Inesperado


Benjamin engoliu seco, pois ao entrar na sala, o comandante parou de falar e olhou para a dupla, que adentrara ao local sem aviso prévio. Os agentes da SWAT, do FBI, e os digimons que estavam de pé dentro do grande buraco, viraram-se para trás, e fitaram Fate e Falcomon. O homem corpulento estava com receio de serem pegos, pois chegaram bem na hora em que Violentblade estava dizendo que dois suspeitos de quererem roubar o pendrive estavam dentro do edifício. Ficaram instáveis, imobilizados, sem se mexer, pois o comandante não tirava a atenção deles.

Jefferson Violentblade colocou seus braços para trás, e entrelaçou suas mãos. Estranhamente, estendeu-as para frente, como se estivesse chamando a dupla.

- Presumo que esteja atrasado, agente Cordec. Sabe que não tolero atrasos neste local. - disse o comandante calmamente, com expressão de pouca raiva nos olhos. - Retrate o acontecido.

- Err... Bem... - gaguejava Fate, não entendendo do que o homem estava falando. Então, decidiu falar sobre os dois suspeitos. - Os dois suspeitos tratam-se de um humano e um digimon, senhor. Foram vistos há pouco tempo pelas câmeras da sala de entrada do edifício, e alguns vigilantes disseram que os três sistemas de defesa iniciais tiveram rupturas em suas estruturas. Eles podem ser perigosos, se me permite a palavra, senhor.

- Hum... Então, aproxime-se ao centro, meu caro. Estou dando ordens a cada um que está abaixo de mim. Ordens para caçar e matar os dois estranhos. - disse o comandante, com expressão maliciosa.

Fate engoliu seco novamente. Estava se denunciando, e denunciando Falcomon, juntamente com ele. Falou o que veio à sua cabeça, e pareceu que isso dera certo. Acreditou que as câmeras não haviam registrado a imagem de Falcomon, por isso o espanto dele sobre os outros na sala, de não terem desconfiado nem um pouco. Era o único meio de conseguirem acesso ao pendrive.

Começaram a andar, e desceram as escadas, seguindo até o meio da pequena multidão vestida de preto. Agora, a dupla podia observar o comandante. Possuía olhos azuis e cabelos curtos, sendo que estava usando um topete. Era branco e corpulento. Vestia-se com um blazer azul-marinho, este que estava sobre uma camisa social azul-clara, juntamente com uma gravata preta, e uma calça social de mesma cor, o que dava um ar de alto nível ao comandante. Seu blazer possuía botões e dois bolsos, um de cada lado, sendo que, um pouco acima do bolso esquerdo, estava preso ao peito três medalhas. Duas eram pratas, e estavam dos dois lados. A outra era dourada, e estava ao meio do trio de medalhas. Calçava sapatos sociais, de cor branca.

Ao ver que a dupla estava posicionada no meio da multidão, Jefferson decidiu continuar com a sessão de ordens.

- Escutem bem, meus caros agentes. - ordenou o homem, tirando as mãos de trás do corpo e começando a gesticulá-las. - Vocês, da SWAT, irão cercar o edifício, para que estes invasores não tenham por onde fugir. - continuou, ordenando para que os agentes de preto da SWAT saíssem rapidamente. Após minutos, agentes do FBI e alguns digimons ficaram presentes no local. No meio, Benjamin e Falcomon estavam atenciosos. - Vocês, do FBI, irão vigiar o interior do edifício. Cacem estes dois até que os achem, e matem-nos. Não deixe nenhum dos dois vivos, pois podem ser perigosos. Afinal, já conseguiram entrar aqui, sabe-se lá o que podem fazer. Mesmo assim, tenho a certeza de que vocês são prestativos. Não falhem comigo. Já sabem se isso acontecer. Até logo, me retiro.

Os agentes da SWAT já haviam sumido pela porta por qual Fate e o falcão haviam usado para adentrar no recinto. Já os do FBI estavam caminhando para fora da sala também. Os digimons que estavam no local seguiram um humano cada, deixando apenas Benjamin e Falcomon no buraco da sala. O comandante estava caminhando para uma porta metálica, com um corte no meio, mas se esqueceu de algo, e resolveu virar.

- Vocês, venham comigo.

McFate e o digimon se entreolharam por um breve instante. Seria muito arriscado seguir o comandante, mas se não o fizessem, Jefferson iria desconfiar, e estariam mortos. Então, caminharam para fora do círculo, que era um buraco de dois a três metros, praticamente. Subiram as escadas e olharam para a sala. Parede, teto e chão eram feitos de placas metálicas. Uma grande esfera presa no teto iluminava a sala redonda, com uma cor fluorescente. Um local muito simples, perfeito para uma reunião entre o comandante e os agentes.

O comandante se aproximou da porta metálica, esta que se afastou para as duas frestas na parede, deixando o caminho livre. Um grande corredor pôde ser observado pelo homem que acompanhava o falcão, já que agora estavam atrás do comandante. Tal corredor era extenso, e um pouco estreito. O chão era feito de um carpete verde-escuro, as paredes eram metálicas, e do teto lâmpadas fluorescentes iluminavam o local. O mais interessante eram riscos pretos nas paredes metálicas, que aparentavam ser estranhos desenhos. Mesmo tendo vontade de perguntar, Benjamin resolveu ficar quieto, pois deviam saber do que se tratava, porque estavam disfarçados.

O coração de Fate começou a bater mais rápido quando o corredor chegava ao seu fim, que era uma porta de ferro. Ao lado dela, havia uma espécie de leitor biométrico, semelhante ao que a dupla havia visto. O comandante se posicionou a frente do aparelho tecnológico, e mandou-os esperar. Colocou sua mão direita no painel verde, que emitiu um bip, sinalizando um ruído, fazendo com que a porta de ferro subisse até uma fresta no teto. Após isso, Jefferson fez um aceno com a mão, mandando o humano e o digimon ave atravessar a porta, que agora era um buraco retangular. Depois de os dois terem saído do corredor, o comandante seguiu-os.

No entanto, chegaram a outro corredor, de mesma estrutura que o anterior. Após dois minutos caminhando, chegaram numa espécie de interseção, que possuía dois caminhos - à esquerda e à direita. Benjamin parou, e virou para o comandante.

- Aonde deseja nos levar, senhor? - indagou Fate, com suor escorrendo do corpo, devido ao receio de ser descoberto.

- Por favor, sem formalidades... Sei que você é um dos melhores agentes da SWAT, mas, me chame apenas de Jefferson ou comandante Blade. - ordenou o homem de terno azul-marinho, muito calmo. - Estamos indo para um local restrito, apenas os agentes em que confio podem ir até ele. Você e seu digimon são dois deles.

- Por obséquio, onde fica este local restrito, e o que há nele, comandante? - perguntou o falcão, aflito e com medo ao mesmo tempo.

- Fica a três andares abaixo de nós, num andar conhecido como B3. E, adivinhem. Lá está escondido o pendrive. - disse Jefferson, com cara de esperto, dando uma risada.

No mesmo instante, Benjamin sentiu um ânimo interior, que teve que controlar, senão estragaria tudo. O comandante iria levá-los ao pendrive, então era apenas uma questão de tempo. Antes, deviam seguir as ordens de Violentblade, para que ele não desconfiasse e descobrisse que os dois eram os tais suspeitos invasores. O homem com o uniforme da SWAT ficou imóvel, mas queria gritar de felicidade. Violentblade os levaria até o pendrive. Então, esperou que o comandante falasse algo, pois tudo estava seguindo como não fora planejado.

Por outro lado, Falcomon permanecia calmo e quieto, pois sabia onde tudo isso ia dar. Sim, havia sentido uma vontade de gritar de alegria por causa da trajetória que os levaria ao tão cobiçado e protegido pendrive, mas decidiu permanecer quieto, para não ser morto. Viu que o comandante olhou para os dois lados, e, após alguns segundos, olhou para os olhos do falcão, este que estava com olhos duvidosos.

- Antes de qualquer pergunta, já lhes dou a resposta. O corredor à esquerda nos leva ao elevador para o andar B3. Já o da direita leva a parte industrial deste edifício. - disse Jefferson subitamente, para a alegria da dupla.

- Então vamos, comandante. – disse Benjamin, apontando para o corredor esquerdo.

- Por que a pressa? – indagou Violentblade, olhando diretamente para os olhos do outro homem.

- P-porq-que o quanto antes chegarmos a sala do pendrive, mais tempo o senhor terá para se preparar para a reunião com o presidente, comandante... – respondeu o homem de uniforme da SWAT, gaguejando.

- Hum? – estranhou Jefferson, olhando duvidosamente para o homem corpulento. - Como você sabe da minha reunião com o presidente?

McFate iria inventar qualquer desculpa, mas fora interrompido por Falcomon, fazendo com que ficasse sem ação. - Ouvimos alguns guardas comentarem, comandante.

- Hmpf. Pensava que teria ordenado a Vion que não contasse a ninguém sobre a reunião, mas o maldito espalhou pra todo mundo... – retrucou o comandante, bravo. - Mesmo assim, cuido dele depois. Vamos ao elevador.

Benjamin McFate nunca ouvira falar de alguém chamado Vion, nem sabia quem era. Muito menos Falcomon. Mas, ambos pensaram um pouco e o nome parecia bastante familiar... Embora não se lembrassem de onde. Decidiram não perguntar, pois deviam saber. Se perguntassem “quem é Vion?”, estragariam seus disfarces. Então, para que tudo no plano corresse bem, resolveram ficar calados.

O comandante Blade começou a caminhar, até virar à esquerda, continuando a caminhada pelo corredor que levava ao elevador. Fate e o digimon acompanhavam o homem de terno azul-marinho, seguindo atrás dele. Após alguns segundos caminhando, o comandante se aproximou de uma porta metálica, de cor prata. Havia um corte preto ao meio dela. As duas partes da porta deslizaram-se uma para cada lado, entrando nas frestas da parede que estavam ao lado dela. Entraram no elevador, e Jefferson Violentblade apertou um botão verde, que estava num painel na parede que continha dois botões: um verde e um vermelho. As partes da porta voltaram ao estado normal, e o elevador tremeu um pouco. Estavam começando a descer.

A tensão aumentava a cada minuto que se passava dentro do elevador. Não tinham certeza de que iriam conseguir chegar ao pendrive. Benjamin pensava em tudo, mas não em morrer. Afinal, se morressem, morreriam tentando. Falcomon pedia a Deus que tudo desse certo. E era o que estava acontecendo. Porém, ele refletia algo. E se conseguissem o pendrive, mas não conseguissem sair vivos da Area 51? Era uma coisa fútil de se pensar no momento, pois o elevador acabara de tremer outra vez, parando de se locomover. A porta metálica se abriu novamente, e os três saíram do elevador, sendo que o comandante foi à frente, e a dupla de invasores disfarçados atrás.

Benjamin achou estranho o fato de o elevador não ser controlado por voz eletrônica, e resolveu perguntar.

- Comandante, desculpe a pergunta, mas, por que o elevador não é controlado por voz eletrônica?

- É mesmo, também tô com essa dúvida. Se bem que estamos no ano de 2100, e a nossa tecnologia é bem avançada. – exclamou Falcomon, para não ficar de lado.

- Simples. – explicou Jefferson, virando-se, para conversar frente a frente com a dupla. - Este é o andar B3. Acha que é o último andar do subsolo da Area 51?

- Bom, se guarda o pendrive, tenho certeza de que é. – replicou o humano corpulento, não sabendo a resposta certa a se dizer.

- Você está enganado, agente Cordec. – redargüiu o comandante seriamente. - Isso é um disfarce. Existem muito mais andares abaixo deste. É apenas um disfarce, para proteger o pendrive. Afinal, ele é valioso. O mesmo vale para o elevador. Tudo neste andar é simples. Nada de sofisticado, para aparentar que não há nada de valioso aqui embaixo. E antes que pergunte como viemos parar aqui sem ter botões para indicar andares, já lhes dou a resposta. O computador central reconheceu meu cérebro, que estava a dizer para irmos ao andar B3. Então, o elevador obedeceu.

- Entendido, comandante! – disse Fate, sorrindo sarcasticamente, batendo seu braço esquerdo na região da coxa esquerda, e levando a mão direita à cabeça.

- Podemos continuar? – indagou Falcomon, apontando sua mão para frente.

- Obviamente. – respondeu Jefferson, com clareza.

Virou-se novamente para trás, e continuou a andar. A dupla esperou alguns segundos antes de seguirem o comandante. Depois, começaram a caminhar. Seus pés faziam barulhos que ecoavam pelo corredor em que estavam. Ao olharem para baixo, perceberam o que provocava os ecos. Estavam andando sobre uma espécie de elevação do chão, feita de arame enferrujado, com uma cor meio marrom misturado com laranja escuro. Havia azulejos negros abaixo da elevação de arame enferrujado. As paredes possuíam uma forma meio hexagonal. Eram feitas de concreto, com uma cor cinza, e nelas estavam presas algumas lâmpadas que emitiam luzes amarelas, apontando para frente, assim iluminando o local.

Fate já estava começando a ficar incomodado com os ecos que surgiam naquela espécie de túnel, então deixou seus pés mais leves. Olhou por alguns segundos as costas do comandante, que parecia ser um zumbi; andava calado, nem ousava virar para trás. Falcomon olhou para seu amigo humano e sussurrou para que ele olhasse as horas. Eram exatamente 6h00min. Seis horas da manhã, respondeu sussurrando Benjamin a Falcomon. Mesmo faltando uma hora para a reunião, Fate não ficou incomodado. Estavam tão perto de pegarem o pendrive. Essa estava sendo a parte mais fácil do plano. Agora restava saber se tudo iria dar certo.

Aquele túnel não parecia ter fim. Andaram por mais de dez minutos, e ainda não achavam uma saída. Quando Fate ia perguntar ao comandante se iria demorar mais pra chegar à sala em que estava o pendrive, avistou uma porta. Uma porta com uma aparência um tanto estranha para a tecnologia que os Estados Unidos possuíam. Era uma porta de madeira, que possuía o formato de um arco, com uma espécie de argola na parte direita da metade. O comandante se aproximou da estranha porta, puxou a argola para trás, e empurrou-a. Para o espanto de McFate e Falcomon, aquela não era a sala do pendrive.

Os três foram adentrando rapidamente a sala.

- Desculpe-me perguntar, comandante, mas, o senhor não nos levaria a sala do pendrive? – indagou Falcomon, curioso para saber o porquê de estarem naquela sala.

- Reparem na sala. – pediu o homem, levando sua mão ao ar.

A sala toda era metálica. Não havia cadeiras, mesas, estantes, computadores. Nada. Apenas havia uma espécie de lâmpada que emitia uma luz branca, no teto da sala. Estranhamente, nos quatro cantos da sala, havia espécies de pilares enferrujados. E, na parte dos lados dos pilares, havia frestas. No meio da sala, no chão metálico, embaixo da lâmpada de luz branca, havia um desenho de um ET verde, semelhante ao que a dupla tinha visto há certo tempo atrás.

- Não me diga que... – começou Benjamin, com cara de exaustão.

-... estamos num elevador? – terminou o falcão, com a mesma cara do humano ao seu lado.

- Exato. – afirmou Jefferson Violentblade, colocando seus braços atrás do corpo e balançando a cabeça positivamente.

- Mas não ficava no B3 o pendrive? – indagou Falcomon, estranhando a explicação que o comandante havia dado anteriormente.

- Mas fica.

O comandante Blade estalou seus dedos, e a sala começou a tremer. Dentro de alguns segundos, ela permaneceu instável, mas, depois, para a surpresa de Benjamin e do falcão, começou a se mover. Nem para baixo, nem para cima. O elevador estava avançando para frente, a toda velocidade. No início, Benjamin e Falcomon quase caíram de costas no chão, porém conseguiram se equilibrar e evitar o pior. Passaram-se alguns segundos, e já haviam se acostumado ao ranger do elevador e do treme-treme. O comandante permanecia com os braços imóveis atrás das costas, muito calmo. Aparentava estar certo do que estava fazendo, pois ficou sem falar nada até quando o elevador parou de avançar.

Violentblade olhou para a dupla, que estava um pouco assustada. Benjamin pensava na hipótese de não chegarem à sala do pendrive antes que o presidente dos EUA chegasse à Area 51. Era uma corrida contra o tempo, praticamente. Falcomon queria apressar as coisas, mas se fizesse isso estaria estragando o disfarce. Então, resolveram esperar as ordens do comandante.

- Não falta muito. São apenas mais alguns minutos de caminhada, e logo, logo chegaremos à sala que guarda o pendrive. Vamos. – explicou Jefferson, se direcionando à porta de madeira, convocando o humano e o falcão a saírem da sala.

McFate estava começando a estranhar. Não havia guardas nem câmeras desde que saíram da sala redonda, onde encontraram o comandante fazendo seu “discurso”. O pendrive era algo muito confidencial e de enorme importância, então como não haveria nenhuma proteção antes da sala que o guardava?

Novamente, o trio andava dentro de um túnel, semelhante ao anterior. As paredes, a elevação de arame enferrujado e o teto eram exatamente iguais. Sinais de cansaço já começavam a aparecer pelo corpo de Benjamin, com suor escorrendo pelos braços. Estava muito quente, e ficar dentro daquele uniforme não tinha sido uma boa escolha. Nem uma má, porque se não estivesse dentro do uniforme negro da SWAT, ele e Falcomon não poderiam estar disfarçados, caminhando naquele momento com o comandante.

O túnel era muito extenso, o que também deixou Falcomon cansado. Pensou em voar, mas gastaria mais energia à toa, sendo que podia andar tranquilamente. Porém, suas pernas estavam começando a ficar exaustas, e ele não estava mais conseguindo andar direito. Resolveu, então, andar um pouco mais devagar. Para o alívio da dupla, o corredor havia acabado. Havia acabado em nada. No fim daquela caminhada, havia uma parede de concreto. Quebrá-la não seria uma opção. Benjamin começou a ficar nervoso, pois o suor escorria mais rapidamente. Coçou algumas vezes o uniforme na região das axilas, a fim de parar o suor que estava escorrendo pelos braços.

O comandante olhou para Falcomon, que demonstrava cansaço em seu olhar. Depois, olhou para o homem de uniforme, este que dizia palavras com os olhares. Ambos estavam cansados. Para aliviar a situação drástica, o comandante ficou quieto, mas deu um sorriso com o canto da boca, antes de se virar para a parede. Bateu duas vezes na parede de concreto, e chamou os dois para ficarem ao seu lado. Falcomon ficou à direita do comandante, e Fate à esquerda. Cutucou mais duas vezes a parede, e a elevação de arame que estava embaixo dos três emitiu um ruído. Então, subitamente, começou a descer.

Benjamin McFate ficou mais nervoso ainda, mas tentou se controlar com suas palavras.

- Aonde você está nos levando, comandante? – indagou o homem corpulento, olhando para a parede à sua frente. - Não íamos a sala do pendrive?

- Vem cá, por que você está tão apressado? Por que você quer ir rapidamente para a sala do pendrive? – perguntou o homem de terno azul-marinho, desconfiado.

- Nada, comandante. – interrompeu Falcomon, antes que Benjamin pudesse dizer algo. - É que o pendrive é um objeto de muita valia, então sem proteção durante a sua reunião é algo arriscado.

- Concordo com você. – comentou o comandante Blade, balançando a cabeça positivamente.

Fate teve que engolir seco várias vezes, pois pensava que podia ser descoberto caso abrisse a boca novamente. Após alguns minutos, não havia mais parede à frente dos três. A plataforma retangular em que estavam parou de se locomover para baixo, deixando um caminho livre para o trio. Agora, havia outro corredor à frente deles. Muito mais largo. E muito mais comprido. As paredes e o chão eram feitos de concreto, pintados de branco. Não havia nenhuma sujeira nelas. O teto era preto, e nele estavam presas várias lâmpadas de cor branca. Iluminavam bem o local, por sinal. Não se podia ver nada mais a frente, apenas um longo e extenso corredor.

Começaram a andar, sendo que o comandante foi na frente da dupla. Enquanto andava, Falcomon olhava para o chão de concreto. Havia uma espécie de linha azul. Acompanhou a linha com seu olhar, e viu que tal linha se encontrava com outra, como se as duas fizessem ziguezagues pelo chão do corredor, sendo que terminavam numa parede, e já ia para a outra, diagonalmente. O mesmo desenho estava nas paredes, mas na cor verde, no meio delas. A exaustão de seus corpos pouco a pouco foi passando, pois haviam descansado durante alguns minutos, enquanto estavam de pé na plataforma que os trouxe ao corredor em que estavam caminhando.

Fate, por outro lado, não voltava seu olhar para os lados. Continuava olhando firmemente para frente, na esperança de que visse uma última porta. Então, poderiam descansar mais. Porém, eles estariam na sala para proteger o pendrive, não descansar ou dormir. Aliás, era muito arriscado fazer isso quando chegassem lá. O homem teve sua esperança concluída ao se passar três minutos, quando viu um grande portão. Dois digimons estavam parados na frente dele. McFate deduziu que eram guardas.

Violentblade se aproximou dos dois digimons, ficando a dois metros à frente deles. Ben achou esquisito, mas os dois monstros realmente eram feios. Aparentavam possuir a mesma altura que a de Jefferson, porém um pouco mais altos. Seus corpos eram roxos, revestidos por uma armadura metálica prata. Usava um elmo prata, que cobria a sua cabeça até a parte do nariz, e deixava os olhos à mostra. Seu peitoral tinha riscos negros e duas espécies de lacres vermelhos – acima deles ficava uma placa metálica que protegia o pescoço, de onde saíam mísseis.

Seus antebraços eram finos, sendo que o esquerdo não era revestido pela armadura. Em seus braços, usava espécies de manoplas grossas, com quadrados azuis-claros. Sua perna direita estava à mostra, enquanto a esquerda estava revestida pela armadura, com apenas um buraco. Seu pé esquerdo estava coberto por um tipo de tênis metálico, porém o pé direito deixava à mostra suas garras vermelhas e afiadas. A mão direita era coberta por uma luva negra, enquanto a esquerda era revestida por uma luva metálica, da mesma cor que a armadura. Estranhamente, aparentava possuir cabelos e barba, o que demonstrava ainda mais seu aspecto de andróide.

Os dois estavam parados à frente do portão. Um do lado esquerdo e, o outro, do direito. O portão era enorme, e possuía no meio uma espécie de arco metálico. De cada lado havia uma espécie de painel com um teclado e uma tela verde. Benjamin cogitou na idéia de os painéis estarem relacionados ao enorme portão. Voltou sua atenção para Jefferson, que se afastou um pouco para trás.

- Caros Andromons, estes são o agente Alan Cordec e seu companheiro digimon, Falcomon. – apresentou o comandante aos andróides. - Eles estão encarregados de protegerem a sala do pendrive, que está além deste portão. Ordeno que o abram, agora.

- Apenas para checar, senhor. – disse o Andromon da esquerda, digitando rapidamente no teclado, olhando para a tela verde do painel e voltando a atenção ao comandante. - Os sistemas de defesa da sala estão todos ligados e funcionando perfeitamente, senhor.

- E a reunião com o presidente dos Estados Unidos começa daqui vinte e cinco minutos, comandante. – avisou o andróide da direita, olhando para a tela verde do painel que estava à sua frente. - Então, recomendo que os dois agentes se apressem.

- Muito obrigado, caros Andromons. Encarregarei-me de promovê-los. – congratulou o comandante, acenando com a cabeça.

Os digimons andróides sorriram, e bateram continência. Logo em seguida, começaram a digitar rapidamente no teclado. Enquanto isso, Benjamin pensava se realmente aquela era a última porta que teriam que passar para chegar à sala do pendrive. Se não, era tarde demais. Faltava pouco menos que meia hora para que o presidente chegasse à Area 51. Já devia estar nos arredores do condado, no entanto. Porém, faltava tão pouco tempo para que eles pudessem pôr as mãos no tão protegido pendrive. Afinal, o que teria de tão importante num pequenino objeto tecnológico? Benjamin McFate não queria lembrar naquela hora, porém Falcomon fez questão de lembrar.

Um garoto alto, que aparentava possuir quinze anos e tinha cabelos loiros acastanhados e ondulados estava de pé, ao lado de uma cama hospitalar, em que se encontrava um senhor de aproximadamente noventa anos, coberto por um lençol azul. Tal senhor possuía a cara toda enrugada, cabelos ondulados e brancos, que iam até o final de seu pescoço. Seus olhos eram verdes, iguais ao do garoto que estava parado ao seu lado. O velho estava com os olhos cerrados. Talvez estivesse esperando a morte, pois não movimentava a boca, e respirava de pouco em pouco, como se seus pulmões estivessem carregados de poeira.

Estavam numa sala, que possuía paredes e chão feito de azulejos brancos, que estavam límpidos no momento. Ao meio da sala, no teto de concreto, pintado de azul, havia um ventilador, que prendia uma lâmpada oval amarela em seu meio. Uma janela de vidro com persiana estava entreaberta, o que possibilitava a entrada de ar e de vento, que esvoaçavam os cabelos do garoto que estava em pé. Inclusive, o garoto permanecia instável, frente a uma espécie de criado-mudo, em que se encontravam várias guloseimas acima dele. Acima da cama havia alguns equipamentos, que emitiam um bip a cada segundo.

O garoto se vestia com um terno preto. Blazer, calças e sapatos sociais, todos de cor preta. Estava um pouco atônito, pois ver o seu avô deitado na cama em estado de quase morte era difícil. Dos olhos verdes do garoto caíram duas lágrimas, que atingiram a cama. O velho viu o ocorrido.

- Não chore, Benjamin. A vovó vai cuidar de vocês dois. - disse o homem, soltando um longo suspiro.

- Por favor, vovô, não nos abandone... Sentirei falta do senhor; das nossas partidas de jogo da velha, das nossas caçadas aos pombos... - balbuciava o garoto branco, quase chorando.

- Eu quero dizer uma coisa a você... A você não, aos dois... Vá chamar... - o velho iria terminar de falar, mas foi interrompido por uma menina que adentrou na sala.

Uma pequena garota entrou na sala, um pouco assustada. Seus cabelos eram lisos e ruivos cor de fogo, e terminavam nas costas. Era pequena, sendo que a sua cabeça batia na altura da cintura do garoto. Era branca, e tinha olhos azuis, ao contrário do velho avô e do garoto de cabelos castanhos. Vestia-se com um vestidinho branco, com bolinhas rosa. Usava pequenas sapatilhas, também rosas.

A menina carregava em mãos um pequeno animal, que aparentava ser uma pequena bola de futebol de cor amarela e com um rabo de mesma cor, que terminava em pêlos brancos. Possuía duas orelhas, que estavam afastadas para trás, e quatro pequenas patinhas. Seus olhos eram azuis como o mar, e sua boca era fininha. A digimon estava um pouco triste, igualmente a menina que a carregava. A ruiva se posicionou ao lado do garoto, colocando antes o pequeno monstro amarelo em cima da cama. Pouco tempo se passou e um animal que parecia uma coruja negra voou rapidamente, parando em cima da cama hospitalar.

O velho sorriu.

- Vejo que todos estão aqui... Que bom. Todos reunidos. Sempre gostei de ver isso. - comentou o velho, abrindo de sua boca um largo sorriso.

- Vovô, não vá... Por favor! - pediu a menininha com sua doce voz, chorando. - Nós já perdemos nossos pais... Não queremos perder o senhor também!

- Mas vocês ainda têm a vovó. E garotinha, não se preocupe. Você tem apenas cinco anos de idade. O mundo é grande. - explicou o velho, com expressão facial de felicidade. - Sem contar que Pokomon e Falcomon nunca os abandonarão... Nunca. Certo, monstrinhos?

- Sim, Johnathan. - respondeu o digimon ave seriamente, acenando com a cabeça.

- Com certeza, vovô! - bradou o pequeno monstrinho amarela, sorrindo.

- Agora... Cof cof! - o velho levou a mão à boca, tossindo por alguns segundos sem parar. Depois, suspirou. - Acho que minha hora está chegando, mas... Escutem bem, meus netos. Seus pais foram mortos pelos mestiços. Vocês sabem disso. Viram a cena... Apenas digo uma coisa: procurem o pendrive. Ele é um objeto pequenino, que contém informações que talvez possam levá-los aos assassinos de seus pais... É a... Única solução... Cof cof, cof cof, cof cof... Chegou a minha hora. Cof cof... -

O velho avô dos dois garotos não parou de tossir. Suas tosses saíam com catarro, que eram sugados por cada vez que ele engolia saliva. Sua hora estava chegando. Benjamin sabia disso, e estava atônito por dentro. Ficou imóvel, instável, mas não chorou. Por outro lado, a garota ruiva saiu correndo da sala, levando consigo a pequena bolinha amarela, gritando "vovó! vovó! o vovô!".

Sendo assim, ficaram apenas o velho, o garoto e o digimon ave na sala hospitalar. Vendo isso, o velho puxou um estranho objeto debaixo do lençol azul, que parecia um iPod de cor preta. Apontou o objeto para o garoto, que se afastou um pouco para trás, por causa do susto que havia levado. Ele retornou à posição anterior, e olhou determinado para o velho.

- Tome, Benjamin... Falcomon já está grande o bastante para evoluir... Pegue, será útil na evolução de seu amigo digimon... - insistiu o velho, até que o garoto pegou o objeto e colocou-o no bolso.

- Pode ficar tranqüilo, vovô. Irei me vingar desses mestiços. Por papai. Por mamãe. Por você. E pelo Guilmon. -

O garoto retirou o estranho aparelho do bolso, e fitou-o durante alguns segundos. Viu que o certo era guardá-lo, então fez isso. Falcomon olhava fixamente para os olhos do garoto, este que segurou a mão esquerda do velho, até que ele morresse. Os bips ficaram freqüentes, indicando que ele tivera uma parada cardíaca. Depois, os barulhos pararam de ser emitidos, e uma luz verde ficou piscando em um dos aparelhos. Médicos começaram a adentrar na sala, sendo seguidos pela garotinha ruiva e uma senhora de mais de setenta anos.

Benjamin McFate via a cama de seu avô sendo levada para fora da sala, chorando. Porém, suas lágrimas não eram de tristeza ou agonia. Eram lágrimas de ódio. Lágrimas de determinação. Desde este dia, ele obteve um ódio mortal pelos mestiços. Mestiços... A raça que destruiu sua família.


As lembranças do falcão foram interrompidas por um rangido muito alto. Voltando à realidade, viu que o arco metálico no meio do portão estava subindo vagarosamente, fazendo um barulho estranho. Quando chegou ao topo do portão, o arco parou de subir, deixando um vazio no lugar. Porém, antes que os três pudessem progredir, o portão começou a deslizar para os lados, encaixando corretamente nas frestas em cada parede. Feito isso, os barulhos foram cessados, um bip fora emitido de cada painel, e os Andromons disseram que podiam continuar. Então, foi o que fizeram.

Poucos segundos depois, já estavam dentro de uma sala circular, sem saída. Estavam sobre uma espécie de plataforma de aço, que circulava por toda a sala, cobrindo ela por inteiro. As paredes e o teto eram, também, feitos de aço. Para que pudessem chegar ao chão da sala, os três desceram cinco degraus que estavam logo à frente deles. Fate reparou que alguns quadrados amarelos no teto iluminavam toda a sala, dando destaque a um grande pilar quadrado, este que ficava no meio da sala redonda.

Tal pilar era feito de concreto, revestido por um ferro negro. Havia aberturas com formatos quadrados em seus quatro lados. Era possível ver algo que brilhava instantaneamente dentro do pilar, através das aberturas, estas que serviam como porta. O homem disfarçado de agente da SWAT ficou aliviado. Estavam se locomovendo até o pendrive.

A sala redonda era realmente muito grande e vasta, tanto que Benjamin nem se assustou em caminhar por alguns segundos, que chegaram a quase um minuto. Seus olhos começaram a brilhar, quase derramando lágrimas. Teve que passar a luva negra nos olhos para evitar que as lágrimas caíssem, estragando assim o plano. Falcomon, por outro lado, ainda permanecia calmo, ainda lembrando-se do dia em que o avô de McFate tinha morrido.

- Eis aqui, a sala do pendrive. – apontou o comandante Blade, parando poucos metros de distância do pilar quadrado, que aparentava ser uma pequena sala. - Seus deveres são proteger essa sala a todo custo, nem que isto custe suas vidas. A própria sala possui seus sistemas de defesa, então não há nada com o que se preocupar. Apenas fiquem atentos, e não deixem ninguém, ninguém, entrar nesta sala. – ordenou, com olhos firmes.

Algo começou a apitar de seu bolso do blazer, então ele socou a mão dentro dele e retirou um rádio preto, logo em seguida apertando um botão.

- Desculpe-me interromper, senhor, mas tenho que lhe informar que o presidente dos Estados Unidos da América está adentrando a base da Area 51. – avisou a voz, emitida pelo rádio. Um chiado foi ouvido.

- Tudo bem, já estou indo para a entrada. Aguarde-me, Vion. Tenho muita coisa pra falar com você. – respondeu Jefferson, com uma voz aguda e brava ao mesmo tempo. - Câmbio, desligo.

Violentblade apertou um botão do rádio preto, e guardou este no bolso de seu blazer azulado. Olhou para os dois cadetes disfarçados com olhar de determinação e confiança.

- Vocês compreenderam o que eu ordenei, correto? – indagou o comandante, testando a memória da dupla.

- Sim, comandante. – respondeu Falcomon, calmamente.

- Está tudo bem, senhor Jefferson. Iremos proteger o pendrive a todo custo. – replicou Benjamin, com olhares maliciosos.

- Então, estou indo. Boa sorte a vocês dois. – disse o homem de terno azulado, virando-se e caminhando. De repente, parou perto dos degraus. - Ah e, mandarei os Andromons fecharem o portão para que os intrusos não possam adentrar nesta sala.

Benjamin McFate e o digimon falcão acenaram positivamente com suas cabeças, logo em seguida batendo continência com firmeza e determinação. Enquanto pensavam em como roubar o pendrive e fugirem ilesos, viam o comandante sair da sala, a porta voltando ao meio e o arco metálico deslizando para baixo, trancando totalmente a porta. Um alívio subiu suas mentes, e eles suspiraram por um breve momento. Entreolharam-se, com vontade de se abraçarem, mas não o fizeram. Olharam para os lados e, a surpresa: não havia câmeras. Então, se abraçaram firmemente. Agora era só pensar em como roubar o pequeno objeto e fugir daquele gigantesco lugar.

Resolveram ir visualizar o interior do grande pilar. Benjamin foi à frente, e Falcomon atrás dele. Fate viu um pequeno pedestal, este que estava sob uma pequena caixa de vidro, que protegia um pequeno objeto. Deduziram que fosse o pendrive. Então, para ver se era mesmo, Benjamin estava quase entrando no pilar quando, de repente, Falcomon deu um rápido grito. O humano virou-se, assustado, para ver o porquê do grito do amigo.

- O quê foi? – indagou, com expressão fácil de susto.

- Deixe-me certificar de que não é perigoso. – respondeu o falcão, fazendo surgir uma shuriken em cima de sua mão direita.

O falcão afastou sua mão para trás e, com um pouco de força, jogou a estrela-ninja no chão de azulejos negros que rodeava o pedestal. Para o espanto de Benjamin e a confirmação de Falcomon, quando a shuriken tocou o chão, ela explodiu em mil pedacinhos. O homem se afastou para trás com o susto, ficando com os olhos esbugalhados. Se o digimon não tivesse parado-o, estaria morto, com certeza. Agradeceu ao falcão, e decidiram fazer um plano.

- Como vamos pegar o pendrive? – indagou Fate, olhando seriamente para Falcomon. - Vamos morrer se tocarmos aquele chão!

- Sim, eu sei. – respondeu o falcão, colocando as garras na boca, ficando em posição de pensativo. - Não podemos usar a Strike porque, se o guincho não ficar preso corretamente no teto do pilar, você cai no chão e morre. Não sei...

- E se você for voando? – perguntou o homem, com esperanças.

- Se apenas joguei uma shuriken no chão e ela explodiu, imagine se tocarmos naquela caixa de vidro. – respondeu o monstro digital, encarando Fate.

– Melhor pensarmos em outro plano, então...

Ficaram parados à frente do pilar, com olhares posicionados para o enorme portão metálico. O humano puxou a manga do uniforme e conferiu no relógio o horário. Eram 6h40min. Faltavam vinte minutos para que a reunião do comandante com o presidente do país começasse. A tensão aumentava a cada momento, portanto. Os planos estavam demorando a serem formulados na cabeça dos dois. Tinham que ser rápidos. Mas não havia outro jeito. Tinham que pensar, se não tudo daria errado. Tudo iria para o brejo. Não podiam falhar. Ou pegavam o pendrive e fugiam vivos dali, ou eram mortos, certamente. Mesmo assim, as esperanças não acabariam naquele momento.

Próximos dali, dois vultos observavam McFate e Falcomon, estes que estavam estacionados à frente do pilar. Tais vultos estavam na direção contrária da dupla invasora, em cima da plataforma que circulava a sala. Olhavam atentamente para os dois, sem piscar os olhos.

Um desses vultos era uma humana. Tinha um metro e sessenta e cinco de altura, e pele branca como a neve, mas não chegando a ser pálida. Seus cabelos eram lisos e ruivos cor de fogo, que chegavam à altura de suas nádegas, estas que eram um pouco volumosas. Seus seios eram também volumosos. Vestia-se com uma espécie de vestido marrom e sem mangas, com detalhes dourados, que terminava um pouco abaixo da altura dos joelhos. Tal vestido era estranho, sendo que em seu final ele terminavam com os dois lados se encontrando no meio. Ao centro do vestido, começando do pescoço, deslizavam cinco linhas brancas, que terminavam na junção dos dois lados do vestido.

Por fora usava uma capa, que cobria de sua cintura até a parte das pernas, estas que estavam cobertas por botas marrons com solas brancas, que estavam sobre calças lag vermelhas. Seus braços estavam cobertos por luvas, que terminavam em seus antebraços, próximo aos ombros. Tais luvas eram brancas, cobrindo as mãos. Tinham extensões marrons (estas cobriam os braços até o final, e um pouco dos antebraços), a parte dos cotovelos e o final delas era dourados. Enfim, tudo se combinava em marrom com detalhes dourados. Estranhamente, atrás de sua roupa, uma espécie de guarda-flechas estava presa com um cinto, que torneava seu corpo. Aparentava ter quinze anos de idade.

O outro vulto era um animal estranho. Era um digimon. Aparentava ser uma raposa, um pouco mais alta que a jovem. Devia ter um metro e oitenta de altura. Sua cabeça era amarela, possuindo duas orelhas pontudas, que terminavam em pontas brancas. Seus olhos eram azuis. Possuía uma espécie de penugem branca em volta do pescoço, e nas costas uma penugem mais pontuda, de cor amarela. Sua barriga era branca, e seus braços amarelos estavam cobertos por luvas roxas, sendo que suas mãos com três garras de cor branca estavam descobertas pelas luvas, estas que possuíam desenhos semelhantes ao símbolo yin-yang. Suas coxas possuíam os mesmos desenhos, porém em roxo; suas patas eram brancas com pequeninas garras negras. Possuía um grande e fofo rabo amarela, com ponta branca.

A menina segurava um arco na mão direita, e uma flecha em sua mão esquerda. Uma faixa branca cobria seus olhos, estranhamente. A raposa amarela olhou para a menina, esta que voltou sua cabeça para o chão, com determinação.

- Temos que ir, Dee. – avisou a digimon.

- Então vamos, Renamon. – respondeu a ruiva.

Ambas começaram a caminhar pela plataforma, assim dando a volta na sala. Viram que Benjamin estava parado, à frente dos cinco degraus, próximos ao grande portão. Já Falcomon estava um pouco atrás dele, olhando para a direção oposta em que a humana e a raposa amarela estavam. A menina posicionou o arco à sua frente, colocou a flecha no local correto, esticou para trás o elástico e soltou, fazendo com que a flecha saísse com tudo do arco. Mesmo estando com a faixa branca nos olhos, ela lançou a flecha com precisão.

Falcomon olhou para trás, e viu que o perigo estava vindo.

- Cuidado!

Falcomon correu o mais rápido que pôde e empurrou com tudo Benjamin para frente, este que caiu de boca no chão. Sangue começou a sair de sua boca, mas isso era o de menos, visto que foi enxugado rapidamente. O falcão pulou após de ter jogado o amigo para frente, escapando por pouco da morte, fazendo com que a flecha atingisse o chão metálico, perfurando-o. Fate levantou-se, e olhou para as duas figuras. Seus olhos esbugalharam-se surpreendentemente, como se estivesse vendo a morte. Aquilo não era possível. Ele tinha certeza que não poderia ver aquilo nunca mais. Falcomon olhou mais profundamente. Também não acreditou. Ambos caíram na real, sendo que Benjamin ficou mais espantado.

- Não... Acredito!
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Digimon Fate Empty Re: Digimon Fate

Mensagem por Mickey Seg 24 Out 2011, 8:45 am

Ohh este não teve ação... mas não faltou suor! Hauahua o Fate e o Falcomon sofreram mais andando por este... edificio?! Parece mais um percurso da Maratona... andaram por mais de 40 minutos...

Este comandante é meio doido né? Na forma que o descreve eu pensei em alguém maluco e psicopata...
Do tipo que roubaria uma criança de um doce...

Oh! Uma garota... a mesma da lembrança de Falcomon?...

Leonardo Polli escreveu:
@Mickey: Grande Mickey! Bom, se procura uma fanfic curta, Digimon Fate não faz parte desse grupo...

Err... nem comentei do TAMANHO... não achei tããããoo longa... já fiz um episódio de +09 paginas também... é... tentação demais resistir e deixar para o próximo... hauahau...

Só perguntei se já postou ela completa antes, pois lendo o comentario do pessoal, foi o que deu a entender. Só perguntei isso.. é que as vezes não expresso bem as perguntas/palavras... só queria poder parabenizar pelo trabalho que está dando oportunidade para ler neste forum também... era só isso >.<

A história envolve bastante! E já deixa o ar de "E agora o que vai acontecer?".

Vou esperar o próximo episódio entom! =)



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Mensagem por Leonardo Polli Seg 24 Out 2011, 4:02 pm

@Mickey: Obrigado pela presença, amigão. Bom, Digimon Fate é assim: hora tem ação, hora tem suor, hora tem drama, hora tem suspense... é uma mescla de quase tudo, rs. E, sim, é a mesma garota da lembrança de Falcomon, e você vai descobrir mais sobre ela e seu passado, e o por que de Fate ter falado 'Não acredito!' no capítulo 03, que mescla ação, drama e suspense.

O comandante Jefferson Violentblade é do jeito que se falou mesmo. Ele aparenta ser um cara sagaz, estiloso e ricasso, mas na verdade ele é um psicopata nato e roubaria uma criança de um doce sim, LOL. Você ficará sabendo mais sobre ele no decorrer da fanfic, e até os capítulos 14 você vai saber quase tudo sobre ele.

Ah tá, desculpe-me pelo erro então, rs. No caso, tem alguns capítulos meus que chegam a dar 20 pgs (tem um da Fate que tem 34, sério), mas a média é em torno dos 09~14. É porque eu gosto de incluir bastante cenas pra desenvolver uma trama mais recheada. E não, a fanfic nunca foi postada completa antes; na DF, postei somente até o capítulo 14, e estou fazendo o 15. Então, digamos que estou repostando aqui, e isso é bom, pois uma certa quantidade não havia acompanhado direito antes.

Não se preocupe, o que você pensar, pode falar. Críticas são assim, e eu quero receber xingos, palavrões, elogios e tudo mais. Só não xinguem minha mãe, OAUEOAUEOUAOES. E não precisa me agradecer, eu escrevo porque gosto e compartilho com vocês, leitores, porque espero que vocês gostem também.

Como eu disse, Digimon Fate é um prato cheio de suspense, oaueouseoaeu. A maioria dos capítulos é assim, e pouco a pouco você verá alguns mistérios sendo resolvidos, enquanto outros pairam no ar.

Obrigado novamente pela presença; espero que continue acompanhando a história e trazendo seus reviews. Grande abraço!
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Mensagem por Rikaru Muzai Ter 25 Out 2011, 1:10 am

Como prometi senhor Polli, aqui estou eu para comentar a sua Fanfic como me pediu. Primeiramente gostaria de dizer que você me surpreendeu e me decepcionou em alguns pontos, mas eu estou adorando sua Fanfic e muito preso à ela, isso é inegável. Uma Fanfic detalhista, - até demais, mas comento isso depois - realmente profunda e muito bem desenvolvida, isto foi o que mais me surpreendeu.

O início do Capítulo 00 foi realmente chato e irritante. Calma, antes de querer enfiar uma faca em meu pescoço com o Fate fez com o Agente Cordec, leia o que tenho à dizer. O Capítulo 00 está ótimo, um Prólogo realmente muito bem escrito e não foi a falta de ação, suspense nem a falta de nada que me fez achá-lo chato e irritante inicialmente, mas sim o excesso de detalhes desnecessários, seu maior defeito na Fanfic.

O Capítulo 01 trabalhou bem as descobertas e principalmente a batalha, não deixou nada à desejar, ao menos para mim. Dokugumon é um dos Digimon que me agradam bastante e que são inferiorizados e desprezados, por isso fico muito feliz que o tenha usado como um Digimon importante e ainda de uma forma excelente, como o grande Digimon poderoso e perigoso que é - como disse o Falcomon.

O Capítulo 02 possui o maior suspense que já li em uma Fic, ao menos que eu me lembre. Não é algo aterrorizante, é algo agoniante, pois eu me senti na pele do Fate e do Falcomon durante sua jornada à sala do Pendrive e foi algo maravilhoso. O medo que eles sentiram foi pior do que o que sentiram quando havia um real perigo de morte na batalha contra a Dokugumon.

Me agradou o toque de espionagem e tecnologia da Fanfic, ao menos neste início. Uma sugestão é você dar um nome para este relógio futuramente, aproveitando isso para desenvolver melhor a tecnologia da Fanfic, algo que considero importante por ter relação com o mundo. Outro elemento que me agradou foram os acessórios do Fate, ele tem bom gosto.

A pobre coitada da Dokugumon sofreu muito até sua morte, fiquei realmente com pena dela, apesar de ela ter agido impiedosamente durante a batalha. Achei muito interessante o ataque especial do Falcomon, foi muito bem descrito e desenvolvido. Espero que você aprofunde mais a Área 51, afinal, criar detalhes como o radar e a esteira e não aproveitá-los seria tolice

O Comandante Jefferson é realmente um ótimo líder para a Área 51, estou certo de que foi ele quem organizou todo o projeto do local, ou talvez algum antepassado dele. De qualquer forma, a inteligência usada na criação da estrutura do local é algo incrível e que não deve passar despercebido. Outro elemento que me surpreendeu é a sanidade do Comandante, ao mesmo tempo em que ele é psicopata como o Mickey disse, isso precisa ser aproveitado e mais aprofundado.

Eu já havia percebido que a Digimon da Dee era uma Renamon no primeiro detalhe da descrição dela, algo que não aconteceu com o Falcomon, pois pensei que ele era um Yatagaramon mesmo após ler sua descrição, mas estranhei por faltar alguns detalhes, só após ser dito o nome dele é que voltei e percebi a verdade.

Eu também não havia percebido que a Digimon da Dee quando o avô dela e do Fate morreu era a pré-evolução da Renamon, pois não sabia que Pokomon era seu nome original, eu a conhecia como Viximon. Por um momento eu não entendi porque a Dee - cuja eu havia percebido que era a garota do Flashback quando falou que ela tinha cabelos lisos e ruivos - havia atirado no Fate, mas logo me lembrei que ele estava disfarçado. =P

Observações:

1. Com toda a certeza você não precisa exagerar tanto em alguns detalhes, pois desse jeito você vai acabar falando de uma espinha que o Fate tem e explicando todos os detalhes envolvendo acne, algo totalmente desnecessário para a história, assim como descrever uma clarabóia para depois dizer que é uma clarabóia, algo que acredito que todos devem saber o que é.

2. Você se esqueceu de dois detalhes importantes que poderiam ter comprometido o futuro da Fanfic, o bico do Falcomon que deveria ter continuado a sangrar após seu início no Capítulo 01 e o sangue do Agente Cordec que deveria ter manchado seu traje e o chão após ele ser esfaqueado. Claro que isso chamaria a atenção e mudaria totalmente a história que está ótima, mas meu conselho é que você não crie detalhes que possam atrapalhar futuramente sem um modo de evitar isso.

Você escreve excelentemente, é um dos melhores escritores que conheço, ao menos de tudo que já li - desde livros até Fics - e eu gostaria de parabenizá-lo por este seu grande talento e claro, por esta Fanfic incrível que me surpreendeu e que estou certo de que continuará à fazê-lo. Por favor, pense nas minhas observações e melhore seu talento e a sua Fanfic, afinal, nada é totalmente perfeito.

Aguardarei pelo próximo capítulo e espero que não me decepcione. Bem, aqui termina meu comentário, apenas me lembre de lhe matar por escrever capítulos enormes. u.u Nada como um ótimo humor para terminar este comentário, não é mesmo, Leo-kun? ;D
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Mensagem por Leonardo Polli Ter 25 Out 2011, 2:29 am

@Rikaru: Finalmente em colega \o OAUEOSUOUEOUAOEUS. E caralho em que review gigante... bom, vamos por partes.

Obrigado pelos elogios. E pelas críticas também, o que eu considero melhor que elogios, oaueosuoeuoaues. Bom, antigamente, o meu pior inimigo no ramo da escrita eram os malditos pleonasmos. Agora é o maldito excesso de detalhe. Mas, com o passar do tempo, isso vai diminuindo (porque voce não é o primeiro a reclamar, na DF antiga TODOS reclamavam OAUSOASUEOEUOSU), e você vai perceber que eu passo a amenizar os detalhes.

Sobre usar Dokugumon da forma devida, bom, eu não trato digimons como simples monstros digitais, eu trato eles como monstros, como se fossem animais de verdade, a única coisa que muda deles para animais de verdade é que eles falam, têm poderes e são maiores. Dokugumon, sempre achei um digimon imponente, por causa do seu tamanho e seus ataques eficazes de paralisia - nao havia inimigo melhor para Falcomon, que é foderosamente agil. Caso você estranhou que Falcomon, um Novato, vencer de Dokugumon, um Adulto, rapidamente, é que eu não trato digimons pelos seus níveis.. assim, digamos, pelo nível de foderosidade. Falcomon, no caso, como é um Novato bem treinado e muito ágil, consegue dar cabo fácil fácil de três Novatos juntos, tem algum trabalho com um Adulto e com um Perfeito já é encrenca, ae já pede evolução, soiuoeau.

Nah, que isso.. com certeza você já leu em algum lugar um suspense melhor. Fico feliz em saber que você ficou na pele do Fate oausoeuos, esse é o meu objetivo; tento passar aos leitores a imaginação real de cada segundo que ele lê, como se fossem personagens da história também. E eles não sentiram digamos muito medo na batalha, porque eles têm 25 anos... e o Fate era um agente da SWAT, então nem tinham muito o que temer. Falcomon ali dava cabo fácil de Dokugumon oasuoeuous.

Sobre tecnologia em Digimon Fate, puts, vou falar uma coisa pra você... Quando eu comecei a escrever a Fate, eu estava escrevendo com tecnologia de 2010 pra trás, mas eu havia me esquecido que a fanfic se passava em 2100, puts, 2100 cara, deve te sapo robô, OAUSOUEOUS, e o pessoal reparou nisso, ae só lá pros cap 15 que você vai começa a percebe essa diferença. Sim, demora um pouco, mas... iria ser foda fazer uma segunda versão da Fate ;/

Dokugumon mereceu um espanque mesmo, tava ali pra proteger o portão e Falcomon iria acabar com ela sem dó, como fez. Sobre aproveitar a Area 51, bom, peço desculpas, mas ela vai ser desenvolvida somente até o capítulo 04, oasuouwoeus, depois disso a trama aumenta e pra caralho ainda.

Violentblade é um filho da puta. Você não viu nada dele ainda, e quando digo nada, é porque você vai estar louquinho pra vê-lo no capítulo 04. OSAUSOUEOUSOEUOUA

Desculpas por não ter detalhado melhor os digimons principais, mas, bem, Renamon é uma digimon quieta, na sua mesmo, e digamos que é a anjo protetora de Melodee, que se você percebeu, é cega, o que vai ser explicado no capítulo 03 num flashback, e a partir desse flashback outras dúvidas, essas respondidas lá pelo capítulo 30, 40, 50, não sei, OAUSOEUOU.

Por que Dee atirou em Fate? Não, não foi porque Fate tava disfarçado. Vou te falar uma coisa... Fate e o Falcomon acham que só eles sabem que estão disfarçados Mad OAUSEUOUSEOUESU, mas não, Dee sabe que é Fate e Renamon também, o porque do ataque? Tsc, aguarde até domingo, onde postarei o capítulo 03. Passe vontade oausoeuous.

Vou falar pra você cara, esse negócio de exagero de detalhes veio comigo da minha vida mesmo, se num ta ligado, quando conto algo que aconteceu em uma festa ou cmg sozinho pra um amigo meu ou pro meu melhor amigo, puta merda, aguarda uns 30min de eu contando desde a hora que eu peidei até a hora que eu durmi, OAUEOUOSU. Mas, aos poucos, to conseguindo amenizar isso na fic. Você vai ver mudanças totalmente drásticas mesmo, somente lá pro cap 15 e tal, que digamos foi onde eu mudei realmente a escrita (não se assuste, rs)

Novamente, muito obrigado pela presença, e pelos elogios, fico muito lisongeado mesmo. Eu fico muito feliz em saber que não só a minha ação e o meu suspense (o que mais gosto de fazer) como meu mistério e outros estão se saindo bem. Drama? Prepare-se pro capítulo 03 e 04, OAUOSUEOUEOUESOU. Espero que continue acompanhando, grande abraço!
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Mensagem por Rikaru Muzai Qua 26 Out 2011, 3:04 pm

Desculpe a demora em responder, ontem eu viajei e cheguei em casa cansado, por isso fui dormir. Eu até havia visto a sua resposta antes de eu desligar o PC, mas realmente não dava para responder naquela hora, eu estava com pressa. Bem, aqui estou eu para responder seu comentário tão grande quanto o meu. xD

Eu havia lido nos comentários do pessoal sobre os pleonasmos - que eu nem sabia o que era xD - e fico feliz que tenha superado isso. Portanto é questão de tempo até que você melhore do excesso de detalhes, como você mesmo disse, só haverá uma mudança drástica à partir do Capítulo 15, afinal, pelo que li, você já havia escrito até o 14 na antiga dF. Aguardarei pelas suas melhoras. ;D

Compreendo seu modo de pensar e agradeço por pensar deste modo, pois isso realmente torna a Fanfic melhor. No Mundo Humano os Digimon são ao mesmo tempo mais e menos perigosos do que no Mundo Digital. Mais porque eles possuem o auxílio da tecnologia humana e acredito que não hajam muitos Digimon do nível Adulto para cima. Menos porque não tem o ambiente natural como camuflagem e auxílio na batalha.

De maneira alguma eu achei estranho o Falcomon ter derrotado a Dokugumon. Acredito que você subestima a si mesmo Leo, você não percebe a batalha incrível, coerente e vidrante que criou, esta é a explicação de eu não ter estranhado. Se você descrevesse que com um ataque o Falcomon matou a Dokugumon e não tivesse se ferido nem um pouco, aí sim eu estranharia, mas fico feliz que não tenha feito algo assim e espero que não faça no futuro. rsrsrs

Duvida de mim? Não me lembro de ter lido nada como a sua Fanfic antes, estou sendo sincero. Você atingiu e muito bem o seu objetivo, estou bem feliz por poder ler a sua Fanfic. Sei que é cedo para criar uma opinião totalmente definitiva, mas seu trabalho é magnífico e admiro ele e você bastante Leo. Continue assim e nos surpreenda. ;D

Agora que você disse, a tecnologia mostrada até o momento é algo que podemos encontrar na nossa atualidade em parte, pois a comunicação por hologramas, ao menos pelo meu pouco conhecimento na área científica, não existe atualmente, assim como o relógio super tecnológico do Fate. Realmente seria complicado reescrever a história apenas por causa disso - apesar de não me importar se isso lhe daria trabalho u.u - e o melhor é você ir melhorando de onde parou em diante.

Sem problema, é compreensível que não há a necessidade de trabalhar tanto a Área 51, afinal, duvido muito que seja necessário voltar à ela, no máximo comentar algo sobre ela em outros capítulos que envolvam alguém ou algo relacionado à ela. Só espero que isso não impessa você de inserir e desenvolver o Comandante Jefferson nos outros capítulos. =P

Não se preocupe, estou certo de que você irá ir desenvolvendo os Digimon principais conforme o andamento da Fanfic. Eu juro que não havia me tocado que a Dee é cega, eu até estranhei por ela estar com os olhos enfaixados, mas nem pensei em cegueira. Se você não tivesse me dito, eu juro que não saberia até ser comentado na Fanfic. xD

Seu desgraçado, fica fazendo suspense, me deixando com vontade de saber o que o Violentblade fará no Capítulo 4 e saber mais sobre a Dee e o que ela pretende atirando no Fate. É muito bom você não me decepcionar, porque senão cairei matando encima sem nenhuma piedade até você sangrar mentalmente. :twisted:

Outros dois elementos que eu havia me esquecido de comentar são:

1. Você muda muito a forma que você, o narrador, se refere ao Fate, isso é quase tão ruim quanto os detalhes em excesso. Eu li o que você disse no tópico da Fic do Luca à ele, que ele deveria variar o modo que se refere aos personagens e concordo, mas tudo em excesso faz mal. Tente diminuir um pouco, mas não digo usar a mesma palavra em uma mesma frase, mas usar palavras comuns ao invés de um dos nomes dele em conjunto com as vezes que usa o nome, assim vai amenizar o suficiente acredito eu.

2. Eu não sei se será citado em um capítulo futuro, mas eu gostaria que você explicasse o porque de os Digimon se tornarem dados ao morrerem no Mundo Humano. Como até o momento não foi mostrado e nem comentado muito o mundo em que se passa a Fanfic, não sei dizer se há alguma ligação entre os Mundos Humano e Digital que ocasiona isso. É apenas um desejo meu, mas compreenderei se isso não for possível por não ser tão necessário para a Fanfic.

Bem, espero que você não se esqueça de uma das coisas importantes para uma Fanfic, desenvolver bem os personagens, mesmo os secundários, desde que eles tenham importância para a Fanfic. Claro que irei continuar acompanhando, aguardarei pelo próximo capítulo no Domingo. E não precisa agradecer, você mereceu os elogios e as críticas, então se dedique bastante do Capítulo 15 para frente, para não decepcionar os que leram e os que vão ler até o Capítulo 14.

Sangre de tanto esforço! :twisted:
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Mensagem por Alice Sex 28 Out 2011, 12:30 pm

Nossa, quanta correria! rs

Gostei do capítulo, foi emocionante, ou sei lá.. sufocante.

Percebi que desenvolve bem as personalidades dos seus personagens, gosto disso.



Posta mais para a gente!

Beijos
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Mensagem por Arthur Sex 28 Out 2011, 2:53 pm

Vamos ao cap. 2, então. Foi muito bom, e acho que pelo ritmo que teve, sempre com o suspense por estarem se dirigindo ao pendrive, fez com que eu mal notasse o tamanho do cap., então não posso dizer muito bem e foi curto ou longo.

Algo que você conseguiu fazer foi mudar o clima de suspense para drama na hora do flashback de forma muito natural e perfeita, pois os tons de narrativa ficaram separados bem. Essa descrição do Fate com 15 anos me lembrou muito alguém... Talvez alguém que tenha Fate como alter-ego, mas nem sei quem é... >< kkkkk

A escrita continua no estilo que teve até agora então não vou comentar o que já disse nos outros posts, e queria dizer que acho estranho quando você se refere ao Violentblade apenas por "Blade", não sei por quê. Eu lembrava mais ou menos da personalidade dele, mas acho que algumas coisas são do Vion, e não dele.

Se não me engano, foi esse cap. ou o seguinte que você me fez ler pra acabar de revisar aquele cap. da DAP. E ainda ficou enchendo o saco porque eu "não tinha falado o suficiente"! Lembra, seu imundo? shuahsuashaushau
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Mensagem por Leonardo Polli Sex 28 Out 2011, 11:35 pm

@Rikaru: Não precisa pedir desculpas, rs. É isso mesmo; é foda modificar esse excesso de detalhes até o capítulo 14, porque se eu tiro ele, desmonta a história, digamos. à partir da capítulo 15 já da pra mudar, porque eu vou escrever e tal. No caso da Fate, poucos Digimon chegam ao nível Extremo/Kyuukyokutai, devido a mortes desenfreadas enquanto nível Adulto ou Perfeito; a maioria de digimons Extremo que ainda vivem são, vamos supor, de presidentes, caras da ONU, os principais da Fate tb, e por ai vai, são poucos mesmo. Aqui, os Digimons são tratados como humanos, eles têm empregos, pagam contas, e tudo mais, o que será melhor retratado mais pra frente.

Então, acho que esse excesso de detalhes, ao mesmo tempo que me prejudica também ajuda. Mas é algo a ser ajustado, porque está em excesso e tal. Sobre a luta, descobri que adoro escrever ação à partir da luta Dokugumon x Falcomon. Sei lá, eu briso escrevendo \o
Obrigado pelo elogio, sério. E vou fazer isso sim, melhorar do cap 15 em diante, que é aonde eu já tenho uma noção e tal de tecnologia. Sobre a Area 51, ela vai ser citada até certo ponto, mas o grupo inicial sempre vai se lembrar dela, você vai saber o porque. E relaxa, Jefferson Violentblade vai ser muito bem trabalhado em toda a fanfic, e eu posso dizer... ele é um dos melhores personagens que você vai ver na sua vida \o oaueosues.

Eu amo desenvolver meus personagens. Adoro começar eles de um jeito, e ir evoluindo-os, como se eles crescessem. E é isso que vou fazer. Dee cega, vai ser mostrado o porque no capítulo 03, e o porque de atacar Fate também. OAUEOUSOUEOUSOUOAUES, capítulo 04 promete, sério. Se você achou a luta de Dokugumon x Falcomon fatídica, você não sabe o que é a luta de Falcomon x Matadormon. aoueosues.


Sobre mudar o meu referimento ao Fate constantemente, isso foi uma mudança que fiz no começo da fic. Comecei chamando-o de Ben, depois de Benjamin, e agora uso Benjamin McFate ou Ben. É uma longa história esse nome, outro dia eu explico \o OAUEOUSES.

Sobre digimons morrerem e se transformarem em dados, isso é simples - o mundo humano da Fate é o mundo humano de Savers; o Digital World da Fate é o Digital World de Savers. Agora não parece, mas lá pelos capítulo 10 vou explicar um pouco mais do passado da fanfic, e vocÊ vai ligar os pontos. Em Savers, os digimons morriam e viravam Digitamas, certo? Então, devido ao Digital World estar imerso no caos e nas trevas, não há mais essa possibilidade; então, viram dados mesmo. Assim como se os humanos morrerem no DW eles morrem mesmo, não viram dados.

Respondidas as perguntas ? \o

@Lice: Obrigado pela presença. Sim, capítulo 02 eu fiz para realmente mostrar que nada nem ninguém é de ferro e imortal na Fate (isso depende, imortal deve ter. aoueous), e que eles passam por um bocado por serem seres humanos. Sobre os personagens, sim, eu gosto de desenvolver eles a um ponto onde os leitores se identifiquem com eles, mas, na verdade, não levo muito esforço, pois os personagens da Fate têm a personalidade de amigos meus, rs. Domingão ou hoje mesmo eu trago o 03, to pensando em postá-lo daqui a pouco, hehe. Beijos e continue acompanhando.

@Arthur: É, fico feliz por isso ter acontecido, assim ninguém reclama dos 'capítulos gigantes do Polli' \o OAUEOUSOUES. E sim, acho que me lembra um certo alguém esse Fate de 15 anos em... quem será? '-' OAUEOUSOUES. Obrigado pelo elogio, nem notei que tinha ficado tão natural essa mudança mesmo. Sobre o comandante, bom, o nome completo dele é Jefferson Violentblade, e como eu tenho uma frescura no cú de querer dar apelidos aos personagens à partir de seus nomes, eu escolhi Comandante Blade, e não, ele não é um caçador de vampiros, embora o parceiro de Vion seja um \o OAUEOUSOUES.

Vion é uma coisa, Blade é outra. Um simples ponto que destaca os dois: a sanidade. Vion é um Batman enquanto Blade é um Coringa. OAUEOUOSUE. E sim me lembro, seus comentários eram minúsculos, seu animal. OAUEOUSES. Obrigado pela presença e continua vendo a Fate! Abraços \o

Segue-se abaixo o capítulo 03. Pra muitos, irá sanar as dúvidas; pra esses mesmos, irá enchê-los de mais ainda \o OAUAOEUOSUEOS /devilfeelings.
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Mensagem por Leonardo Polli Sex 28 Out 2011, 11:49 pm



Saga 01 - Em Busca do Desconhecido
Capítulo 03 - Problemas Familiares


- I-isso é impossível!

A cabeça do homem de cabelos ondulados estava confusa. Ele não conseguia acreditar de maneira alguma que aquilo podia estar acontecendo. Algo que ele jurava ter certeza de ter visto, agora estava sendo desmentido. Lembranças do passado começaram a surgir em sua mente embaralhada por pensamentos. Pensamentos bobos, mas que o fizeram acreditar que sua irmã e a digimon dela estavam à sua frente. Não sabia de mais nada naquele momento. Realmente, não acreditava em reencarnação ou algo do tipo. Mas tinha certeza de que sua irmã e a parceira dela estavam à sua frente, pois pareciam reais. Eram reais. Não tinha dúvidas disso. Porém, mesmo assim, nada mudava o fato de ele ter ficado chocado com aquele acontecimento.

- C-como? Q-quando? – perguntou gaguejando o homem à menina, que continuava fitando-o, com as mãos segurando o arco. - Falcomon, vo-você sabia disso?

- Acredite, estou tanto confuso como você. – respondeu o digimon ave, com expressão séria e inquieta ao mesmo tempo, pois queria saber como aquilo podia estar acontecendo.

- E-eu fui ao seu enterro e ao da vovó... E fiquei sabendo que Pokomon e Plotmon haviam morrido... – explicou Benjamin, suspirando, olhando para baixo e começando a lembrar do passado. - Mas... Como? Como isso é possível!?

- Aquele enterro foi uma farsa. – retrucou Renamon, cruzando os braços e deixando os outros dois surpresos, enquanto a jovem menina ficava de pé, sem fazer nada. - Imagine se uma senhora de sessenta e um anos e uma cachorra de mesma idade morrem, enquanto uma garotinha e um filhote de raposa, ambas com seis anos e indefesas sobrevivem. Seria um choque e tanto para não só a cidade, mas para o país ou o mundo. – continuou, gesticulando com as patas dos braços. - Alguns diriam que foi milagre. Outros diriam que foi traço do destino.

- Porém, não é nenhum dos dois. – interrompeu a ruiva, virando sua cabeça para o teto do local, como se estivesse olhando para os céus. - Aquele foi um dia ruim, e que nunca vou esquecer...

“Tudo aconteceu em um belo dia, no mês de Março, quatro meses depois da morte do vovô... Quatro meses depois que você e Falcomon sumiram... Eu e vovó estávamos na casa dela, em Manhattan, vivendo nossas vidas pacatas... Ela não se esquecia dele, mesmo depois de tanto tempo e, por causa disso, entrou em profunda depressão... Nesse dia, que era um sábado, Pokomon e Plotmon estavam lá fora, na rua, enquanto eu e vovó estávamos dentro de casa...”

A pequena ruiva estava numa casa comum da cidade de Manhattan, sentada na sala, brincando com suas bonecas. Tal cômodo possuía paredes vinho, com gesso branco anexado ao chão de azulejos brancos e ao teto bege, combinando com toda a estrutura. Havia dois sofás de couro negro, próximos a uma mesa de madeira clara com vidro no centro, uma enorme tela de televisor anexada à parede, esta que transmitia um canal de desenhos animados; algumas estantes com livros enfileirados, e um prisma ao centro da sala, no teto, que iluminava o local com um tom de branco fluorescente. Uma porta de madeira escura levava ao cômodo principal da residência, enquanto a outra levava ao quarto da pequena menina.

Estava vestida com um pequeno vestido azul, que terminava em seus pés, estes calçados com sapatilhas. Usava brincos nas duas orelhas, e anéis pequenos nos dedos também pequenos. A garota estava deveras feliz, pois aquela era sua brincadeira preferida – bonecas e desenhos -, afinal, qual menina de seis anos não se divertiria com bonecas e uma televisão gigante transmitindo desenhos?

Subitamente, a porta que levava ao cômodo principal foi aberta. Adentrou, então, uma mulher idosa, que aparentava possuir sessenta e um anos. Tinha cabelos brancos e sedosos, que terminavam um pouco abaixo da nuca. Usava óculos redondos e transparentes sobre seus olhos azuis, que eram idênticos aos da pequena garota ruiva.
Vestia-se com um vestido azul-claro, com mangas curtas e ombros afrouxados, que ia até a região das canelas. Por cima deste, avental típico de empregadas. Porém, apesar de vestir algo parecido com o de tal profissão, não era uma empregada. Era Bellamy McFate, avó da menina.

- Melodee, minha netinha, vá brincar com seus amiguinhos lá fora! - disse a senhora, com voz de piedade. A garota raramente saía na rua, e isso estava preocupando-a.

A garota olhou profundamente nos olhos de Bellamy, segurando uma boneca. - Não me enturmo com eles. E outra, tenho Pokomon para brincar comigo. - disse seriamente, com sua doce voz de criança.

- Mas, minha pequena... - a mais velha dos McFate olhou para o chão, triste. - Desde que seu irmão fugiu, no mesmo mês da morte de seu avô, você não faz nada... Só fica com essas bonecas, e vendo televisão...

- Eu odeio ele!

Furiosa, a pequena e dócil (ou não tão dócil assim) criança jogou na parede a boneca que estava em suas mãos. Lágrimas começaram a pingar de seus olhos, que lacrimejavam tristeza e ódio ao mesmo tempo. A avó correu até a menina, e se agachou, para ver se tudo estava correndo bem. Mas estava, e não estava ao mesmo tempo. A avó se indagou o porquê de aquilo estar acontecendo; o súbito nível extremo de fúria de sua querida neta. Dias, semanas, meses de falta do irmão fizeram com que ela criasse um ódio dele, pois, com certeza, nenhuma garotinha iria querer ter um irmão que fugiu de casa por motivos bobos e tolos.

Mas, de repente, tudo isso parou. Melodee, a pequena ruiva, ouviu passos na escada que levava a sala. Passos estes que não pertenciam a uma pequena bola fofa ou um cachorro de pequeno porte. Nem a um digimon.

- Quem será que é, vovó? - indagou a garotinha, secando os olhos com as mãos. Depois, voltou sua atenção para a porta.

- E-Eu não sei...

A resposta negativa terminou quando, de repente, a porta foi arrombada e caiu no chão com tudo. Caiu não, saiu do vão, deixando apenas um buraco quadrado na parede, e um ser muito, mas muito estranho parado à frente dele.

A senhora McFate olhou para o estranho ser, duvidosa e receosa ao mesmo tempo.

- Q-Quem é você?! O que quer aqui?! - perguntou, enquanto a figura adentrava na sala.

- Meu nome não é tão importante quanto suas vidas. - retrucou o ser, que aparentava ser um digimon.

Realmente, era um digimon. Isso era inegável. Aparentava ser um monstro humanóide, porém seu corpo não podia ser identificado, por estar vestindo um capuz dourado com tom de bege, que possuía várias camadas e terminava próxima a região do peito. Tal capuz era anexado a uma capa de mesma cor, esta que atingia proximidades das pernas, e também possuía duas deformações, uma destas parecendo uma asa angelical. Sob tal capa, vestia um longo robe vinho, que terminava em seus pés, estes cobertos por sapatos negros. Seus olhos amarelos vivos reinavam na escuridão que o capuz fazia em seu interior, e para segurar seu robe um cinto negro estava firmemente apertado na região de sua cintura. Luvas de mesma cor cobriam suas mãos.

- O quê? - a mulher estava deveras confusa. Não sabia como aquele digimon havia entrado na casa, visto que a segurança eletrônica de lá era uma das melhores já feitas. - C-Como assim? P-Por q-que quer nossas vidas?

- Meu chefe me deu ordens. Ordens são ordens...

Bellamy McFate pensava. Quem poderia ser o chefe daquele monstro? Cogitou na hipótese de ser um dos mestiços que mataram quase toda a família McFate. Mas, ao invés de tentar pensar mais ainda, resolveu agir. Sua ação foi retirar de um bolso do avental uma pistola prateada. Na mesma hora, apontou para o monstro humanóide e puxou o gatilho. Houve um estrondo, e a bala saiu fumegando o ar. Porém, milésimos antes da bala atingir o alvo, ele levantou sua mão direita, e fez um sinal parecido com uma mão de "Pare!". Para a surpresa das duas que estavam longe do digimon, a bala parou no ar.

Puxando a mão para trás, esta que estava na mesma posição, o digimon empurrou-a em seguida, fazendo com que a bala voltasse a todo vapor contra o atacante, que não teve como desviar. A velocidade de uma bala é idêntica à velocidade da luz, por isso, Dee, quando ver uma arma, fuja. Pode ser sua morte, lembrava a pequena garota, quando ainda seu avô era vivo, e este lhe ensinava várias coisas. As lembranças saíram de sua pequena cabeça quando caiu na real, e viu que a bala havia atingido o peito de sua querida avó.

Vendo isso, a garota ficou desesperada. Sua avó estava de joelhos antes do disparo, porém, agora, caia lentamente de cara no chão. Tudo ficou claro para a pequena. Se ela não fugisse, morreria. Mesmo sendo tão pequena e frágil, tinha que tentar, pois morreria tentando, e não em vão. Mas, para sua sorte - ou azar -, alguém surgiu na porta.

Plotmon viu a cena, e ficou furiosa. Com toda suas forças, correu para dar uma investida no digimon que matou sua companheira humana. Mas, de súbito, ele sumiu, e reapareceu atrás dela. Pega despercebida, a cachorra não teve tempo de pensar, pois foi lançada para o outro lado da sala, por algo desconhecido. Dee sabia que o invasor não estava para brincadeiras.

- M-Maldito!... Como pôde??! - perguntou Plotmon ao digimon, começando a correr velozmente na direção dele, desviando de uma esbarrada em um dos sofás. - Petit Punch!

Com um salto, a pequenina companheira de Bellamy, que já estava morta, avançou para cima do inimigo com suas patas dianteiras e tentou atacá-lo, mas o que conseguiu foi um murro forte. A cachorra, que tinha o corpo branco, olhos azuis e bochechas rosadas, voou, e, surpreendentemente, o Holy Ring que estava em seu pescoço foi quebrado. A digimon bateu fortemente na parede, caindo, assim, no chão. De sua boca escorria sangue, e ela já não tinha mais forças para lutar.

O digimon humanóide caminhou até Plotmon calmamente. Enquanto isso, sem poder fazer nada, Pokomon observava a cena. Decidiu ficar para fora da sala, para não provocar qualquer alarme. A pequenina garota, que permanecia indefesa, chorava aos prantos, ajoelhada, diante do corpo sem alma de sua recém falecida avó. A face enrugada da mulher morta demonstrava tristeza.

Wisemon finalmente chegou próximo a Plotmon.

- Agora que seu Holy Ring está destruído, posso cuidar de você...

O digimon vestido com o robe vinho posicionou sua mão à frente de si, e começou a recitar algumas palavras em outra língua. Melodee virou para trás, já na real de que sua avó havia morrido e não poderia voltar, e olhou para Plotmon, enquanto esta se desconfigurava em dados. Suas patas já haviam sumido, e o processo continuava.

- Dee... Fique com... Deus... - disse a cachorra, sumindo de uma vez por todas. Seu último piscar de olhos fez cair uma lágrima, o que era a certeza de sua morte.

- Plotmon...!

O grito da garota foi em vão. Wisemon virou-se e, olhando nos olhos dela, começou a caminhar. Pokomon vinha correndo, mesmo sabendo que não era párea para ele. Mas tinha que tentar salvar a sua parceira humana. Chegando perto dela, a pequena monstrinha parou, e ficou encarando o digimon com forma de humano. Esse olhava a garotinha ruiva com um olhar sereno e calmo, como se fosse fazer uma morte rápida.

Assustou-se quando uma lágrima límpida e brilhante caiu dos olhos azuis da menina. Wisemon entrou em choque.

- Vo-você?!...

A menina parou. Ficou calma, mas o medo contagiava sua mente. Pokomon não pôde fazer nada, além de assistir aquela cena. Tinha que esperar para tentar algo, caso contrário tudo seria em vão. De fato os olhos de Melodee haviam assustado de alguma forma Wisemon. Ele não soube o que fazer, além de pensar. Então, após alguns segundos parado, ele levantou as duas mãos, que continuavam cobertas pelas luvas, e começou a dizer palavras estranhas, mas diferentes das que causaram a morte de Plotmon. Uma luz forte começou a surgir, atingindo a sala toda. Pokomon foi para debaixo da mesa, para tentar se defender de seja lá o que aquilo iria causar. Melodee não pôde fazer nada. Sabia que não iria conseguir fugir. Tudo ficou esbranquiçado, e, depois de alguns instantes, não havia mais nada.

E então, de repente, tudo ficou escuro.


- Mas, mas...

Agora, tudo estava claro. Fate começava a imaginar o que acontecera depois, mesmo não tendo certeza da verdade. Ele... Wisemon não a matou! Mas, então, o que ele fez...? Os pensamentos começavam a se juntar, um ao outro. Se o invasor da casa realmente não havia matado sua irmã e nem a digimon dela, então, o que ele fez depois? Fugiu? Ou... Será que ele tinha levado as duas embora, daquela casa, sabendo que ficariam sozinhas e, provavelmente, seriam as culpadas da morte de Bellamy McFate e de Plotmon? ... Era tudo que Fate temia.

- Tudo isso não importa mais... - começou a menina, abaixando sua cabeça e fitando o homem, que se encontrava a mais ou menos trinta metros de distância. - Você... Nos abandonou. Bem no momento em que precisávamos mais de você. De sua presença...

Segurando o arco com a mão direita, Melodee levou sua mão esquerda até a aljava, que se encontrava amarrada às suas costas. Retirou de lá uma flecha, posicionando-a no arco. Os olhos de Benjamin e Falcomon se esbugalharam, o que indicava o tamanho do espanto deles. Como sua irmã poderia estar atacando eles? Isso era improvável, mas, afinal, ele estava cedendo e pensando que ela tinha razão. Passar quase dez anos sem saber onde seu irmão está, sem ao menos saber se está vivo ou não é muito angustiante, de fato.

Sem ao menos esperar um segundo sequer, ela puxou a corda do arco, segurando a flecha entre os dedos, e soltou, com muita força. A flecha percorreu um caminho longo, mas sua velocidade foi tão alta que, em poucos segundos, atingiu o chão, próximo a Fate.

- Droga! - bradou a menina, furiosa, tirando sua mão esquerda do arco, mas ainda segurando-o com a direita. - Como eu pude errar... Renamon, vá!

- Sinto muito, Falcomon... - a digimon raposa descruzou seus braços, e olhou com compaixão para o falcão. - Mas, terei que fazer isso.

Renamon piscou. O que foi rápido o bastante para que tivesse tempo para atrair a atenção de Falcomon e Fate. Com um impulso, ela saltou e ricocheteou na parede ao lado, indo em direção aos dois, no ar. Não ia demorar muito para que ela atingisse os dois em cheio, usando um de seus ataques, mas foi tempo o bastante para que alguém pudesse fazer algo.

- Fate, rápido, se esconda! - ordenou Falcomon, olhando para os olhos de Renamon, que vinha a todo vapor para atacá-los.

A única coisa que Fate pôde fazer naquele momento foi correr. E correr muito, pois quase chegou a tropeçar. Mas, cambaleando um pouco, ele chegou atrás do pilar, onde estaria a salvo dos golpes de Renamon. Ou não, pois sua irmã estava procurando-o. Mesmo sendo cega, a jovem conseguia sentir a presença do irmão mais velho naquela sala redonda, mas não sabia o local exato. O certo a fazer, então, era andar sobre a elevação em que estava até achá-lo. Daí sim poderia atirar com toda precisão uma flecha, bem no meio de sua cabeça.

Fate temia que sua irmã pudesse encontrá-lo, por isso ficava olhando para os dois lados. Sua respiração havia aumentado deveras, e a tensão era enorme. Tanto que, ao ouvir um tinido, supôs que eram as garras de Renamon atingindo as de Falcomon, como num ato de defesa.

A coisa estava brava para o lado do falcão. Ele não poderia atacar - pensava que ela poderia estar sendo controlada por um chip cerebral, ou coisa do tipo. Por isso, enquanto a raposa amarela desferia vários socos, ele usava de seus braços e garras para se defender. Não poderia atacar de maneira alguma. Era a digimon da irmã de seu parceiro. Fora que sua mente não permitia isso. Porém, ele estava fazendo de tudo para se segurar. Via nos olhos de Renamon que ela não queria estar fazendo aquilo, mas, ao mesmo tempo, queria. Era difícil concluir a situação.

Com o passar do tempo, isso foi ficando cada vez mais cansativo. Sua mente já não conseguia trabalhar mais, e ele ia afastando cada vez mais, sempre se defendendo das garras da raposa bípede. Ela atacava astutamente, mas o falcão era ágil também, o que fazia de sua defesa uma das melhores.

Até que, passado mais de dois minutos, Melodee finalmente pôde sentir em seu coração o local exato de Fate. O humano estava atento à luta de Renamon contra Falcomon, deixando assim sua retaguarda à mercê. Foi quando que, após alguns míseros segundos, ele se virou, e viu sua irmã, aquela jovem e bela ruiva, segurando o arco com a mão esquerda, e com duas flechas entre os dedos da mão direita, mas ao mesmo tempo com a corda puxada.

- Adeus, cretino!

Como uma explosão ela soltou seus dedos da corda, fazendo com que as duas flechas percorressem velozmente e furiosamente na direção de Fate. Por um breve momento, ele não soube o que fazer, mas, por milagre do destino, ele pulou para o lado direito, e as duas flechas acertaram o pilar, nas proximidades de uma das aberturas. Teria sido fatal se ele não tivesse desviado.

Isso deixou Falcomon preocupado, tanto que ele deu um grito chamando o humano. Baixando sua retaguarda, o falcão foi atingido por um soco potente de Renamon. A potência foi tão alta que ele foi jogado para longe, atingindo as costas na parede, caindo com tudo na elevação em que Melodee estava - na direção oposta. Levantou-se rapidamente, e pôde ver que Fate estava bem, mas em apuros. Nada naquela luta importava para ele - apenas a vida de Benjamin. Seu foco era o humano e, a raposa percebendo isso, partiu para cima dele.

- Power Paw!

Enquanto corria, seu corpo começou a brilhar intensamente, e logo ardeu em chamas vivas, de coloração azul. Para a surpresa de Falcomon, sua velocidade havia aumentado, mas ainda havia alguns segundos antes que a raposa o alcançasse. Resolveu então pular, mas, surpreendentemente, Renamon deu um salto incrível e o alcançou, desferindo um soco com sua pata dianteira, que estava envolvida em uma chama azul e brilhante. Novamente, foi jogado para trás e, ainda no ar, atingiu a mesma parede. Porém, dessa vez, a potência foi tanta que, ao atingir a tal parede, ficou uma deformação no lugar em que ele bateu. Enquanto caía na plataforma de aço, Falcomon se sentia desacordado, porém não estava. Pôde ver Renamon descer levemente o ar, pairando com suas patas traseiras no chão.

Estava um pouco exausta, e transpirava muito. Várias seqüências de socos e chutes haviam deixado ela muito cansada, visto que não estava tão acostumada a lutar com Novatos tão fortes iguais à Falcomon. Decidiu, então, que era hora de cessar tudo aquilo.

A raposa amarela pôs sua pata direita na testa, e cerrou seus olhos.

- Melodee.. Chega! - pensou a digimon, como se estivesse falando com sua parceira humana. - Não dá apenas para pegarmos o pendrive e cairmos fora daqui?!

- Droga... ! - respondeu bravamente a ruiva, em pensamento. - Tudo bem... Então, perto do portão, agora!

Aquilo foi como uma ordem, que ela não podia evitar. Falcomon olhava a raposa se direcionar ao portão, e Benjamin fitava sua irmã correr até sua digimon. As duas tinham combinado algo, e disso Fate sabia. Tanto que, para evitar mais conflitos, ele correu até Falcomon, para ver se tudo estava bem. Chegou até ele antes de Dee chegar à Renamon. Viu que o falcão estava um pouco ferido, com leves escoriações em seu corpo. Mas, mesmo assim, o mesmo dissera que estava bem. Portanto, os dois se levantaram, e olharam para as duas, que faziam o mesmo naquele momento.

- Você parece ser um bom oponente, meu irmão. - disse a garota, com uma risada no canto da boca. - E Falcomon sabe se defender, eu diria.

- Você... Por que está fazendo isso conosco?!? - devolveu McFate, preocupado e cansado.

- ... Não interessa! - gritou ela, furiosa, enquanto Renamon olhava para baixo, com seus braços cruzados. - Eu vou pegar o pendrive... Eu!

Fate não sabia o porquê de sua irmã querer o pendrive. Teria ela se lembrado do dia em que seu avô teria falado que o objeto era algo tão importante assim? Isso levou sua mente a ficar na linha do trem. Metade dele pensava que sim, ela estava atrás do objeto pelo mesmo motivo que ele - descobrir a verdade por trás da morte de quase todos os membros da família McFate -, e a outra se recusava a pensar nisso, voltando à hipótese dela estar sendo controlada. Mas, quem? Quem seria capaz de controlá-la? E por quê? Uma garotinha tão indefesa...

Nada disso importava para Dee naquele momento. Enfiando a mão debaixo de seu vestido, ela retirou algo estranho. Algo muito estranho, mas que Benjamin e Falcomon conheciam. Era do tamanho de um iPod. Possuía uma pequena tela quadrada, na cor roxa e tom escuro, que ficava um pouco acima da metade do objeto. O "corpo" da frente era amarelo, e suas "costas" e lados eram roxos. Aliás, ao redor da tela quadrada, havia uma borda preta. Um pouco abaixo da tela havia um símbolo, que consistia num círculo roxo e três linhas pretas, que possuíam sua metade dentro e a outra fora do círculo. Em cima desse aparelho havia uma espécie de sensor, e abaixo, uma espécie de argola quadrada, também preta, que talvez servisse para prendê-lo a algum lugar.

Segurava o estranho objeto com sua mão esquerda, e o arco na direita. Colocou a arma em suas costas, na mesma liga que prendia a aljava, e deixou-o lá. Sacudiu sua mão direita e, subitamente, uma chama estranha surgiu em volta dela. Números "zero" e "um" estavam mergulhados dentro desta chama. Sem mais delongas, a menina em ritual levou suas duas mãos próximas à frente do meio de seu corpo, unindo sua mão envolta em chamas com o sensor do aparelho, e gritou, fortemente.

- Digisoul Charge!!!

Após isso, ela apontou o estranho objeto para Renamon, que não estava muito surpresa. A pequena tela do aparelho brilhou intensamente numa luz branca, que atingiu a raposa.

- Renamon Shinka...

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Era um local bastante arejado, repleto de computadores enfileirados em cima de uma espécie de balcão, que se estendia por todo o local, até sua metade, nos dois lados daquele lugar estranho. À frente dos computadores, havia cadeiras giratórias, de diversas cores. Mas, qual o motivo de a fileira de computadores parar na metade do local? De certa forma, a gigantesca placa de fibra de carbono, que cobria a parede no fim daquele lugar devia estar relacionada a isso...

Tratava-se de um hangar, porém era diferente, pois não guardava aviões ou coisas do tipo. Aquele era usado para testes de armas poderosas e ameaçadoras, por causa de sua incrível gigantesca parede de fibra de carbono, que conseguia agüentar qualquer tiro da maioria das armas feitas até os dias de hoje. Além disso, o curioso era que todos os computadores ali presentes estavam desligados, mas, estranhamente, havia certa quantidade de pessoas à frente da gigantesca placa de fibra de carbono, olhando um para o outro e conversando.

Havia, no total, doze pessoas. No entanto, apenas duas se destacavam, pois os outros estavam vestidos com macacões e capuzes brancos, e usavam máscaras de oxigênio, não se sabia o porquê. As outras duas pessoas se vestiam diferente, com ternos; um era o comandante da Area 51, Jefferson Violentblade, o outro era o presidente dos EUA, Maximilliam Gallagher, este que se vestia com um smoking básico, que consistia num blazer preto por cima de uma camisa social branca e uma gravata vermelha, calça e sapatos sociais de mesma cor, e um headset com um fio de escuta. Seus cabelos eram um tanto médios e pretos, e ele usava um moicano no momento, que consistia em os dois lados penteados, e o meio era arrepiado. Seus olhos eram azuis e sua pele branca.

Estava um pouco quieto, ao lado de Jefferson. Os outros com uniformes brancos falavam que nem baratas atônitas quando são atingidas por inseticidas.

- Onde está o protótipo? - perguntou o homem seriamente, de braços cruzados.

- Só um momento, Maxim. -

O comandante Blade caminhou até um dos homens de branco, e cutucou este. Ele virou-se calmamente, e entregou para Jefferson o que estava levando em mãos: uma arma, mas um pouco diferente. Era uma espingarda branca, com várias linhas que a enfeitavam, na cor azul-clara.

O comandante voltou com a arma em mãos, e entregou ao presidente.

- Hum... Espero que funcione.

Com a arma apoiada no ombro direito, Gallagher começou a caminhar, atravessando o pequeno amontoado de pessoas de branco e chegando a uma pequena distância da gigante placa de fibra de carbono. Pôs suas duas mãos sob a arma, e começou a analisá-la. Era muito bonita, realmente, mas ele não ligava para isso, e sim para o que sairia dela.

- Tragam a cobaia. - ordenou aos homens de branco.

Dois dos dez homens de macacões brancos saíram correndo para o lado contrário do comandante e do presidente, e quase sumiram junto ao chão de azulejos brancos e límpidos, mas ainda eram vistos por causa da iluminação vinda de enormes lâmpadas que pendiam do teto do local. Foram para um lugar que não podiam ser vistos, e desapareceram. Pouco tempo dois, voltaram com um homem nos braços, que se recusava a andar, e estava sendo arrastado; seus joelhos quase tocando o chão.

O mais estranho era que o homem estava pelado. Era branco, com um tom de bege, tinha olhos negros e profundos e cabelos bagunçados e loiros. Possuía um físico mediano; não era nem magro nem gordo.

Os dois homens de branco levaram-no para a parede com a placa de fibra de carbono, e o amarraram em algemas com correntes, que estavam presas à placa. Assim sendo, o homem não podia sair dali.

Maximilliam, que estava à frente do homem, a mais ou menos cinco metros de distância, apontou a arma na direção dele.

- Espero que funcione...

Maximilliam, que aparentava ter por volta de quarenta e cinco anos de idade, porém era bastante corpulento, apertou o gatilho. PEAUM! Uma bala saiu fumegante da boca da espingarda, e atravessou o ar, parando somente no corpo do homem, que foi atingido em uma parte do abdômen. Com a força do impacto, ele urrou de dor, e do buraco em seu abdômen - causado pela bala -, começou a brotar sangue, mas muito sangue mesmo.

Violentblade não estava assustado ou coisa do tipo, mas sim confiante.

- São menos de dez segundos para surtir efeito. - disse pensativo, se aproximando de Gallagher.

O presidente já sabia do que se tratava. Abismado, ele via o início de uma cena dramática, mas que não fazia nenhuma lágrima brotar de seus olhos azuis. O que aconteceu deixou os homens de branco um tanto assustados. O homem, que ainda estava nu, começou a se contorcer, de um lado para o outro. Talvez estivesse tentando escapar daquelas correntes, e com a dor e fúria misturadas aquilo iria se tornar algo terrível. Porém, por incrível que pareça, o sangue havia parado de jorrar do buraco em seu abdômen e, mais incrível ainda, estava se cicatrizando.

O homem nu começou a ficar com um tom de pele mais alaranjado, e seus olhos, surpreendentemente, estavam começando a ficar azuis. Com certeza, o culpado de tudo aquilo só podia ser a bala da espingarda, que devia estar alojado em um dos órgãos do pobre homem.

-... Como? - o presidente estava um pouco perplexo, nunca havia visto nada igual aquilo em toda a sua vida.

- Basicamente, a bala contém dados de um digimon, que no caso é de um Leomon, e, quando a bala penetra no corpo de um humano, esse ganha aspectos do digimon em questão. - explicou Jefferson, fazendo gestos com as mãos e apontando a arma por várias vezes.

- Então, basicamente, eles se tornam mestiços? - indagou Gallagher.

- Sim, mas, diferentemente dos mestiços que já nascem mestiços, os que "recebem" dados de digimons não ganham seus poderes, apenas alguns aspectos e a força... - voltou a explicar o homem de terno azul-marinho, olhando para a frente, com preocupação e cautela.

O homem, que permanecia acorrentado, se abatia. Mas, para pôr um fim nisso, ele puxou com tudo a corrente que estava presa à seu braço direito, arrancando ela da gigantesca placa de fibra de carbono. Depois, fez o mesmo com as correntes do braço esquerdo, e das duas pernas. Após isso, caiu de quatro no chão, mas, após cinco segundos se levantou, e olhou para o pequeno grupo de homens de branco, que estavam cautelosos e já iam se afastando do perigo eminente. Maximilliam e Jefferson permaneciam já longe, parados, observando a cena.

Incrivelmente, o braço direito do homem havia crescido de forma assustadora, e seu abdômen e peitoral estavam definidamente musculosos, e banhados num profundo laranja. Sem mais nem menos, ele avançou contra o grupo de homens de branco, louco para tentar acabar com tudo aquilo. Contudo, milésimos antes de atingir dois dos homens de macacões brancos com um soco forte, o ar foi cortado por algo que parecia um dardo, este que teve sua ponta penetrada no ombro direito enorme do humano, que estava domado pela fúria do rei das selvas. Colocou imediatamente sua mão esquerda no dito ombro, e começou a cambalear. Passaram-se alguns segundos, e ele caiu no chão, numa profunda inconsciência.

-... Impressionante. - disse o presidente, com expressão séria, testa franzida e tom de voz grossa.

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- Dragon Wheel!

Uma estranha raposa, de forma quadrúpede, estava se aproximando de dois seres cansados. Enquanto corria velozmente, decidiu pular e começou a girar - o que fez com que seu corpo virasse uma bola coberta por uma chama azul. Essa chama azul se transformou num dragão, que parecia mais um espírito, e que estava furioso e pronto para atacar. Pegando impulso, seguiu até os dois, enquanto cortava o ar a toda velocidade. Chegando perto, um deles, Falcomon, empurrou Fate para o lado, e se jogou para o outro - ambos ainda estavam em cima da plataforma. Por fim, o dragão formado por chamas azuis acabou colidindo com a parede, causando uma deformação grande, quase que um buraco. A digimon voltou para a posição aonde estava, e ficou um pouco arfante.

Era amarela, e tinha a forma de uma raposa quadrúpede. Em várias partes de seu corpo havia símbolos yin-yang, principalmente nas coxas. Possuía uma juba branca em volta do pescoço, e nove caudas amarelas, estas que possuíam pontas em chamas, de cor azul. Suas patas eram cobertas pela chama, de mesma cor, por sinal. Ao redor da juba, havia um laço natalino, nas cores vermelho e branco, em que as duas pontas consistiam em sinos amarelos. Alguns pedaços de cristais brancos terminavam de enfeitar o laço, presos embaixo do mesmo.

Havia se afastado de Falcomon, e voltou para o lado de Melodee. Fate, que estava totalmente confuso, estava ao lado do digimonave, este que estava com mais escoriações, e apresentava um sério nível de cansaço. Seus pulmões já não agüentavam mais, e ele já pensava que poderia morrer.

O homem, que estava dando atenção ao digimon, ficou de pé, indignado.

- Por... quê!? - Fate não sabia o porquê de sua irmã estar atacando ele. Ainda mantinha a hipótese de ela estar sendo controlada por alguém que queria sua morte. - Por que você está me atacando? Por que está me atacando?... Sinceramente... Não há motivos!

-... Pense em seu passado, Fate... É assim que te chamam, não? - disse a ruiva, encarando o irmão, que estava longe. - Você me deixou lá... Sozinha... Apenas com a vovó... E foi embora, para a casa de seu amigo, o Kasagrim. Sem dar o mínimo de satisfação... Eu te odeio!

Num ato de fúria, relembrando das cenas que havia recentemente recordado, pensando em quando atirou a boneca com tudo na parede à sua frente, quando ela tinha seis anos de idade, Melodee furtivamente pegou uma flecha da aljava e colocou na corda do arco, que se encontrava em sua mão direita. Fate, no mesmo instante, pegou Falcomon e colocou-o em suas costas, levando-o pelos braços, pois estava muito debilitado, e começou a correr pela plataforma. A menina puxou a flecha com os dedos, segurando a corda no meio da flecha, e calculou o tempo. Mirou com atenção a seis metros à frente de Fate, e disparou. Por sorte dela, e azar do homem, a flecha foi tão rápida e precisa que acertou a calça de seu uniforme da SWAT, furando-a e cravando-se na parede, fazendo com que ele fosse puxado e ficasse preso, sem como sair daquela posição.

Falcomon, que estava reconquistando energia, desceu, e tentou tirar a flecha. Enquanto isso, Dee falava algo, que era indecifrável aos ouvidos de Fate e do falcão.

- Kyuubimon, está na hora de irmos. - avisou a McFate, guardando seu arco perto da aljava. - Vá. Pegue o pendrive.

A moça apontou para o pilar, seriamente. A raposa não podia ver seus olhos - a faixa tampava-os -, mas sabia da sinceridade e seriedade que Dee falava. E ela, Kyuubimon, tinha que fazer isso. Já era tarde demais, e elas não podiam ficar mais um minuto sequer ziguezagueando por ali, dentro da Area 51.

Num instante, a grande raposa quadrúpede sumiu, num piscar de olhos. Falcomon, nesse meio tempo, já havia conseguido tirar a flecha da calça de Fate, que permaneceu com um buraco, próximo à região do tornozelo. Avisou que a digimon havia sumido, o que deixou o homem ciente de que elas estavam prontas para partir.

De repente, a raposa voltou. E com algo na boca. Virou sua cabeça para um lado, e voltou com tudo para o outro, jogando o objeto na mão de Dee, que o agarrou no ar. Para a surpresa de Fate, e de Falcomon, aquele era o pendrive.

- MERDA! - disse Fate, irônico, com olhos esbugalhados. - Mas por que você quer o pendrive?

- Não sei... Talvez seja o mesmo motivo que você. Ou não. – dizia sorrindo, enquanto subia nas costas de Kyuubimon.

A digimon amarela piscou, e virou seu rosto, que estava atencioso a uma parede em especial. Analisou cuidadosamente cada metro e centímetro, para ver se havia algum ponto fraco, sabe-se lá por que.

Decerto, Fate estava indignado e surpreso ao mesmo tempo. Primeiramente, ele tinha ido para a Area 51, pondo sua vida em risco - e a de Falcomon, Grim e Commandramon - para obter o pendrive, que estava não tão fortemente guardado. Seu pensamento era assim porque estava disfarçado, o que talvez pudesse ter dado-lhe uma passagem gratuita para a Terra do Nunca. Segundo, ele não esperava que sua irmã estivesse ali - afinal, ela estava morta. E mortos não ressuscitam, em sua opinião. Tudo estava muito confuso; um baralho de cartas que não possuíam naipes, palavras sem letras. Tudo era inútil e sem propósito em sua cabeça.

Um fantasma ela não era - quase o matou por mais de duas vezes. E outra, sua digimon estava ali. Mesmo se tivesse renascido, não poderia alcançar a forma Adulta, de qualquer maneira. Haviam de passar mais alguns anos para tal feito, visto que isso era ordenado pelas ações que os monstros digitais tomavam no decorrer de sua vida.

Enfim, Kyuubimon, que estava um pouco indecisa, alastrou suas nove caudas. Da ponta delas, surgiram noves chamas, que possuíam rostos - aparentavam ser "filhotes" de fantasma, o que era cômico para um momento tão espantoso daqueles. Então, sacudiu as caudas e forçou-as para frente, disparando assim as nove chamas, que se juntaram e formaram uma grande bola de fogo, esta que seguiu seu caminho até a parede determinada, causando uma explosão e um enorme buraco, que começava da plataforma, e terminava um pouco acima da metade da parede. Tudo era escuro, e nada podia ser visto além daquele buraco. Única coisa notável era que ele era largo, e possuía o formato de um arco.

Sem delongas, a digimon avançou rapidamente para o buraco. Enquanto isso, Fate e Falcomon corriam pela plataforma, numa tentativa de conseguir pegá-las na corrida. Antes que pudessem chegar à porta de onde entraram, já não viam elas mais - tinham pulado na plataforma e adentrado no buraco, assim sumindo de vista. A indignação subiu à cabeça de Fate. Não existia fúria, e sim um perdão de si mesmo. Ele tinha que se perdoar antes de tudo.

- Perdemos elas! - disse o homem, cabisbaixo, com as mãos nos joelhos, bastante arfante.

- Não se corrermos!

O falcão puxou o homem de cabelos ondulados com suas garras, que eram afiadas, mas davam para segurar em algo. Puxando, ele largou da mão do homem, e então os dois chegaram ao buraco - Fate bastante cansando, e Falcomon um pouco, pois havia recuperado energia ao ficar um pouco parado.

-... É, temos que entrar! - disse Falcomon, apontando as duas garras para o buraco, ao lado do próprio.

- Primeiro as corujas!- respondeu o homem, fazendo o mesmo gesto que o falcão.

- Não, primeiro os Fate. - redarguiu o digimon.

- Ah... Vamos.

Os dois adentraram na profunda escuridão do buraco, sabendo que as duas fugitivas carregavam algo de grande valia para eles. De fato, estavam um pouco inseguros, pois não estavam preparados para muitas batalhas - Melodee e Renamon/Kyuubimon haviam cansado eles demasiadamente. Não sabiam ao certo do perigo que estavam correndo ao entrar naquele buraco, sem ao menos saber dos eventos que iriam acontecer em suas vidas após aquele ato impensável...

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Mal entraram no grandioso buraco, e Falcomon espirrou. Fate disse saúde, e o digimon agradeceu, suspirando. O clima não estava muito bom para passeios. A mente dos dois estava confusa demais, principalmente a de Falcomon. O falcão foi o responsável pela separação dos irmãos após a morte do avô deles, pois se sentia na obrigação de fazer aquilo. Fazer com que os dois aprendessem caminhos diferentes era algo necessário para a sobrevivência de pelo menos dois membros da família McFate, no entanto.

Mas, de qualquer forma, mantinha o bom espírito de paz, para não tentar relembrar mais o passado do que já haviam relembrado. Os eventos ocorridos até o momento estavam sendo muito cansativos e confusos para ambos, mas mais para Fate, por isso o falcão resolveu ficar quieto, enquanto andavam por algo que parecia um corredor, porém, de certa forma, nada se podia ver - tudo estava escuro.

- Tudo muito suspeito. - comentou Falcomon, quieto, na profunda escuridão, mas ainda sentia a presença do humano ao seu lado.

- Só pergunto uma coisa... Onde elas foram parar? - respondeu Benjamin, colocando a mão no queixo, o que não era visível a Falcomon.

- Não sei...

Respondeu negativamente, mas, de certa forma, ele sentia a presença de Melodee e de Kyuubimon naquele local. Porém, essa presença estava ficando fraca... Mínima; ia se esgotando a cada segundo que se passava, a cada batida de seu coração. Por outro lado, sentia outras presenças... Presenças fortes, poderosas. Um poder que nunca, nunca em sua vida havia sentido. Presenças... Malignas.

O ar estava um pouco pesado, talvez fosse o medo que tinha entrado em seus cérebros e os contaminado. Nada podia ser visto; nada, salvo a cor preta, que dominava o local. Talvez, no momento, aconteceu o que é chamado de uma luz no fim do túnel, mas não. Pra Falcomon foi algo que se chama espanto.

Uma luz. Um holofote, talvez. Mas holofotes têm forma circular, em sua maioria. Este não; tinha o formato retangular, e comprido. Iluminava algo que parecia ser uma silhueta humana, bastante alta, e outra um pouco menor. Suas cores ou roupas eram identificáveis, visto que a fraca luz branca apenas indicava suas silhuetas. E, para o alívio - ou a fúria incontrolável - de Fate, Dee estava ali, com sua pequenina digimon, deitada no chão, à frente das duas silhuetas...

Resolveu correr, mas Falcomon o parou, segurando suas pernas, cobertas pela calça do uniforme da SWAT. Isso fez com que mais uma luz de holofote surgisse - de mesma forma, tamanho e cor. Mas, estava à frente do outro piso refletido pela luz, separado por aproximadamente um metro de distância. Segundos se passaram, e mais, mais luzes retangulares foram surgindo. Atingiam o meio do corredor; os lados ficaram escuros do mesmo jeito. Até que iluminaram Fate e Falcomon, acabando assim com a escuridão do meio.

Dos dois lados do primeiro piso iluminado, foram surgindo outros retângulos de azulejos iluminado. Por fim, todo o corredor foi iluminado, menos uma parte, que deixa uma pouca escuridão no recinto. Eram duas linhas, que separaram os lados do meio. O teor de pânico subiu à cabeça de Fate, mas ele não ia fugir; afinal, as duas silhuetas ainda eram identificáveis, mesmo com tamanha iluminação. Então, surpreendentemente, dois fios de luz rasgaram o ar, passando pelos dois fios que separavam os lados, clareando, assim, o corredor todo... Eis que a silhueta humana mostra sua face.

Era um homem. Havia erguido a cabeça, pois estava fitando a bela ruiva que estava próxima a seus pés. Sua face era branca, com tom bege, mas o resto não podia ser visto, pois ele estava vestindo-se com um sobretudo de cor azul royal, que cobria todo seu corpo, desde mangas longas até a parte das mãos, que estavam cobertas por luvas pretas, até a região um pouco acima dos tornozelos, beirando as canelas, sobre duas botas de couro pretas. No meio do sobretudo ficava um zíper, que ia desde a barra da gola dele, até a barra de baixo. O zíper estava com sua ponta em cima, indicando que a vestimenta estava amarrada. Seus olhos eram verdes, e, tirando o capuz do sobretudo de sua cabeça, seu cabelo ficou à mostra; era loiro, de tamanho médio, e estava arrepiado no momento. Aparentava ter vinte e cinco anos, e ter estatura média de um metro e oitenta.

A outra figura que estava ao seu lado aparentava ser um pequeno homem, mas com um corpo um tanto estranho. Era do mesmo tamanho de Falcomon, mas seu corpo era totalmente azul claro, com tons escuros. Sua cabeça era coberta por uma espécie de capuz ou máscara, de cor preta, deixando à mostra seus dentes brancos e seus olhos, que eram diferentes. O esquerdo era verde, e o direito era vermelho. Aliás, sua cabeça tinha um formato de alho, mas o que assustava eram suas mãos, que possuíam cinco garras vermelhas e afiadas, e em suas palmas havia um olho cada, respectivos aos olhos da cabeça – mão esquerda tinha um olho verde, e a direita um olho vermelho. Seu pescoço era coberto por uma espécie de coleira cheia de pêlos negros e arrepiados, usava munhequeiras parecidas com cintos, o que também estava em seu braço direito, e, embaixo disso, em seus dois cotovelos, havia garras, semelhantes às das mãos. Trajava calças negras, e usava sapatos que deixavam as garras dos pés aparecerem. Possuía um rabo negro e pontudo e asas, estas que não podia usar, devido a um medalhão em seu peito, que as prendia.

- Vo-você?... – o nome que Violentblade citara no rádio veio à cabeça, juntamente com várias lembranças. - Vion... Agora compreendo... – Fate falou, quase gritando, pois estava um pouco longe do homem e do digimon.

- Então era você que estava causando uma baderna aqui dentro, Fate. – disse o homem jovial, com uma voz um pouco delicada. - E você, Falcomon. Impediu seu amiguinho de ser explodido pelo sistema de defesa do pendrive?

- Sim, Kid. Dracmon... Sempre ao lado de Vioner, não? – respondeu o falcão, feliz ao rever velhos conhecidos.

-... Felizmente, sempre. – respondeu o digimon azulado, demonstrando confiança nas palavras. - Ele não é atrapalhado como o Benjamin.

- Seu...!

- O que foi, Fate? - indagara o homem, sarcástico. - Vai nos atacar?

- Você... Você... Matou a minha irmã... SEU DESGRAÇADO!!!

- FATE!

Falcomon segurou o homem ao seu lado novamente. Não poderia deixá-lo ir em frente; iria ser morto. A tranqüilidade no rosto de Vion explicitava a idéia de que ele era ágil e inteligente o bastante para matar Benjamin, que, apesar de seus anos bem treinados na SWAT, ainda era um pouco atrapalhado. O pensamento de Falcomon era diferente do de Fate; ele tinha certeza de que Melodee não estava morta - afinal, sua digimon, estava ao seu lado, mas em sua forma Em Treinamento, Pokomon. Logicamente, se Kid tivesse matado a menina, teria matado a pequena raposa, o que significava que ela não estaria ali caso isso ocorresse.

Sua fúria estava aumentando, seu autocontrole se perdendo. Tinha a vontade de sair correndo e esmurrar a cara daquele infeliz, que um dia chamara de melhor amigo. Mas, de certa forma, a amizade que eles tiveram havia se rompido, simplesmente por nada. Isso era passado... Portanto, Fate deixou todos seus pensamentos para trás, voltando sua preocupação para com sua irmã.

- Você foi capaz de matar uma menina... Uma boa menina. Você não é humano. - comentou Fate, quase chorando.

- Boas meninas são boas no arco. - retrucou o homem, com um sorriso suspeito. - Mas não se preocupe. Ela está apenas inconsciente, daqui a algumas horas deve acordar. Fique calmo, Fate. Temos muito tempo para conversar.

- Cara... Eu pensava que éramos bons amigos. Eu era o jeitoso, atrapalhado e descontraído... Você, o tímido, quieto e inteligente. A dupla imbatível; Kid e Benjamin... - Benjamin abaixou sua cabeça, lembranças do passado, de quando era jovem e estava no ginásio em sua cabeça.

-... Tudo muda. O mundo muda. E nós mudamos... - disse o loiro, um pouco triste. - Você, com seu jeito alegre, conseguiu a Felicia... A menina mais linda e sexy de toda a escola... Ela gostava de seu jeito bobo... Mas, eu, por outro lado, fiquei sozinho... Sem ninguém... As meninas olhavam para mim, mas não para meu rosto, e sim para meus músculos... Passado... Por que diabos essa merda devia existir?

- Você mudou, mas eu continuei do mesmo jeito. Cara... Vamos esquecer nosso passado e continuarmos a vida! - Fate tentava mudar a cabeça de Vion que, nesse momento, tinha a ordem de matar seu "amigo" e o digimon dele. - Veja o mundo como ele está... Parcialmente destruído. Drogas, violência; tsunamis, terremotos de extremo grau... Tudo isso levou quase metade do mundo, e a população mundial foi reduzida drasticamente... Se todos fossem felizes, o mundo seria um lugar melhor para se viver...

- Foda-se. - redargüiu Vioner, piscando e abrindo os olhos como se quisesse causar pânico. - Estou pouco me lixando pra esse mundo.

- Você é um panaca mesmo!

Pensou que essa fosse sua última frase. Viu a morte. Quando as pessoas estão para morrer, dizem que você vê sua vida inteira passar diante de seus olhos, e foi o que aconteceu com Fate. Uma lança rasgou o ar, furiosamente, na direção dele. Se não fosse Falcomon para empurrá-lo mais uma vez, e se jogar para outro lado, seria sua morte definitiva. No entanto, a lança acertou a parede, cravando sua ponta na parede ao lado do grandioso buraco.

A palidez tomou conta de sua pele. Ele permanecia sentado ao chão, próximo a uma das paredes, arfante, enquanto Falcomon estava do outro lado, com ar sério e bravo para com o humano de uniforme da SWAT. Kid, o homem de sobretudo, estava em pé, de lado, encarando Fate, e Dracmon permanecia ao seu lado, quieto, como sempre.

- Vion, podemos acabar com isso logo... Apenas pegue o digivice, e faça-me evoluir. - comentou o digimon vampiro, com cara de pena.

- Não... - retrucou o homem, com os braços cruzados. - Quero ter o gosto da vitória antes.

Fate, que não havia desistido, retirou as Twin Blasters de uma das bolsinhas, que se encontravam amarradas ao uniforme, e empunhou-as, encarando Vion, que fazia o mesmo.

- Precisa melhorar na pontaria, Vion. - disse Benjamin, pistolas em mãos, abaixadas.

- Você é um gato. - analisou Dracmon, fazendo com que a face de Fate se tornasse um tanto mais alegre. Aquilo não era um elogio, decerto. - Se não fosse pelo Falcomon, você teria morrido... Umas três vezes.

- Falcomon... - Fate chamou, bem baixo, para que Vion e Dracmon não escutassem. Olhos cheio de fúria. - Por Dee e Pokomon, mate aquele desgraçado.

-... Tudo bem.

O digimon falcão assentiu com a cabeça, então começou a correr, na direção de Dracmon. Ele não queria fazer aquilo, pois Dracmon era seu amigo. Mas, de certa forma, tinha que fazer, pois sua vida, a de Melodee, Pokomon, e a de Benjamin dependiam dele. Ao contrário de seu parceiro, ele não fazia as coisas por impulso, e sim pensava e calculava erros e acertos antes de qualquer ação. Aquele era seu jeito de ser, mas uma ordem era uma ordem.

O falcão estava se aproximando do digimon quando Vioner começou a se afastar e ir de encontro a McFate. Batalhas entre duplas, algo muito difícil para Falcomon, pois, no caso, era ele o único que iria se preocupar com todo mundo presente no local.

Pulou e, ao atingir certa altitude, desceu.

- Scratch Smash!

Atacou com as garras das duas mãos, em formato de "X", mas o golpe foi evitado por Dracmon, este que desviou para a direita. Se safando, cerrou seus punhos e, com toda sua força, desferiu um soco na região da barriga do falcão, mandando-o contra a parede. Mesmo um pouco ferido, e com um pouco de cansaço devido à batalha anterior contra Renamon/Kyuubimon, Falcomon não desistiu e partiu pra cima do digimon vampiro, mais uma vez.

Começou a desferir socos, hora alternando com cortes feitos pelas suas garras, hora dando chutes com suas garras alaranjadas e afiadas. O corpo azulado de Dracmon ficou com vários cortes pequenos e alguns maiores, causando assim pequenas dores acumuladas, mas nada que pudesse comprometer sua saúde.

Fate brigava com Vion. Brigava mesmo, pois o homem loiro conseguira retirar as duas armas favoritas de Benjamin e jogado-as para longe, impedindo o alcance de qualquer um dos dois. Quem estava levando vantagem era Kid Vioner, que estava sobre Fate, desferindo socos no rosto do mesmo. Sangue começou a escorrer de seu nariz e do canto direito de sua boca. A dor era tão profunda que ele quase estava se engasgando com sangue; então, para parar isso, com toda sua força empurrou o homem com as mãos, jogando-o contra a parede à sua frente.

Levantou-se, limpou o nariz e a boca. Vion se recompôs, e os dois ficaram se encarando. Fate decidiu olhar para o lado, apenas para ver Falcomon tomando socos e cortes das garras de Dracmon. Não podia deixar aquilo barato, portanto decidiu correr até ele.

- Falcomon!

- F-Fate... - respondeu o digimon, quase sem forças.

O homem correu furiosamente até Dracmon, mas, antes de se aproximar, o alvo virou-se e desferiu um soco em Fate, jogando-o alguns metros para trás. Depois, calmamente, Dracmon foi caminhando até Kid, que estava parado, próximo ao buraco. Fate estava imóvel, mas após alguns segundos de suspense conseguiu se levantar, e caminhou sorrateiramente até Falcomon, este que permanecia instável, com sangue escorrendo do bico, várias escoriações pelo corpo e peito que estufava para cima e para baixo a cada momento.

Ao chegar próximo de seu amigo, estendeu a mão.

- Tudo bem ai, amigão?

- A-acho que sim... - mal conseguia falar direito, mas Falcomon tentava fazer alguns esforços.

- Esse filho da mãe... O que ele pensa que está fazendo? - pensou Fate, muito bravo por ver Falcomon naquele estado. - Seu ordinário!

Vion e Dracmon começaram a caminhar, quando viram Fate resmungar. Estavam confiantes de que venceriam a batalha, mas a dupla inimiga era tão bem treinada quanto eles.

- Não se esqueça que eu também já fiz parte da SWAT, Fate. - Vion falou, com um corte na boca e a mão direita no ombro esquerdo. - Por isso, sou tão bom quanto você. Ou melhor.

- Ah é?! - Fate revirou as bolsinhas, seu uniforme, tudo. - Então você vai ver quem é bem... MERDA!

Estava procurando algo que necessitava muito, tamanho eram seus olhos esbugalhados, parecia que iam sair dali e pular de um penhasco. Revirou as bolsinhas, encontrando somente a Strike e seu ray-ban, e guardou-os novamente. Mexeu por dentro de seu uniforme, mas não achou também. Era algo de muita valia para ele e para Falcomon; era algo muito, mas muito importante naquele momento, talvez tão importante quanto o pendrive.

- Err... E-era isso que eu queria dizer, Fate... - Falcomon sonolento surrupiou às orelhas do homem de cabelos ondulados, com um olhar de tristeza. - E não... Não foi junto com seu terno...

- MERDA! MERDA! MERDA! - repetiu o McFate. Realmente, era de suma importância achar aquilo. - Só deve estar no carro... GRIM!

Puxou a manga do blusão negro, e começou a apertar com tudo no relógio. O holograma humano de Joshua aparecia e desaparecia num piscar de olhos, tanto era que ele soltou alguns palavrões. Fate realmente estava desesperado. Então, por si só, o japonês descobriu o motivo daquilo. Respondeu positivamente, e mandou Fate se acalmar e segurar o "inimigo" o mais rápido que pudesse, pois tentaria achar um meio de entrar lá.

A calma foi aparecendo. Mas, do outro lado, estava Vioner, segurando sua lança, que consistia num pedaço de metal com uma ponta triangular e afiadíssima, com a mão direita, e Dracmon, que estava com seus braços cruzados. Mexeu dentro de seu sobretudo, e retirou algo semelhante ao aparelho que Melodee havia usado para provocar a evolução de Renamon, mas o seu era um tanto diferente.

A tela quadrada era azul com um tom claro, o corpo da frente, as costas e os lados eram negros. A borda da tela quadrada tinha a cor azul escuro. O símbolo redondo um pouco abaixo da tela era azul-claro, e as linhas que saíam dele eram brancas. O sensor era o mesmo, não mudava a cor; já a argola abaixo do aparelho tinha a cor negra.

- Por acaso, - perguntou Vion, mostrando seu digivice para Fate, que estava longe. era isso que você estava procurando?

- Vion, pare de enrolação. Agora! - resmungou Dracmon, impedindo que Benjamin McFate ou Falcomon dissessem algo.

- Preparem-se para seu fim, garotos...

Não, ele não sacudiu a mão. Aliás, era o que Fate esperava. Se tudo saísse como ele havia pensado, Falcomon teria muitas chances de derrotar Dracmon, pois já estava recuperando suas energias. Mas não. Ao invés disso, seus olhos verdes ficaram num tom meio misturado, escuro e claro. Seu corpo parecia que ia explodir, no entanto, surgiu uma aura negra envolta de seu corpo. Uma aura que aparentava ser uma chama, de cor negra, tendo em seu interior os números "0" e "1". Ele não movimentou nada; simplesmente surgiu, o que fez com que os olhos de Fate indicassem medo.

- Digisoul Full Charge!

Segurava o digivice negro e azulado com a mão esquerda. Posicionou-o à frente de seu corpo, aproximadamente na reta de seu tórax, então subiu sua mão direita para cima, assim concentrando toda a chama nela, disparando uma rajada com essa chama para cima. A chama envolta de seu corpo sumiu subitamente, e seu braço e mão direita ficaram brilhando numa aura negra. Desceu, então, a mesma mão com tudo no sensor. A tela quadrada brilhou, disparando uma rajada negra, na direção de Dracmon, esse que foi energizado por ela.

- Dracmon Chou Shinka...

Uma aura negra o envolveu. Começou a brilhar, então essa aura começou a passar por seu corpo, e mudar sua aparência, e seu tamanho, de baixo pra cima. Seus tênis com garras para fora se transformaram em dois pés equipados com duas lâminas planas, parecidas com skis. Suas calças negras haviam sido trocadas por longas calças vermelhas, com um desenho circular em cada lado. Seu peitoral azulado mudou para algo mais fino, coberto por uma espécie de colete de metal. Uma espécie de lenço verde estava amarrado à sua cintura. Mais acima, dois pares de asas - um era dourado, e ficava envolta do colete; o outro estava nas proximidades de suas orelhas, e tinha a cor vermelha.

Sua face diabólica de vampiro fora coberta por uma espécie de máscara, que mostrava apenas seus olhos redondos e brancos. Acima disso, uma espécie de lâmina estava debaixo de seus cabelos loiros e arrepiados, como se servissem para tampar sua face, e destacar ainda mais seus cabelos. Seus braços eram cobertos por uma espécie de mangas longas de cor rosa, de onde só podia se ver cinco enormes lâminas de metal afiadíssimas, que ficavam entre seus dedos.

Ele girou pulou, girando, e depois caiu, de pé, numa pose de modo de ataque.

- Matadormon!

O monstro digital era um pouco maior que Kid Vioner; devia ter cerca de dois metros e vinte de altura. Olhava com certa confiança para Falcomon, este que permanecia um pouco assustado devido à sua presença. Mas, por outro lado, Fate ainda tinha esperanças. Esperanças de que seu amigo Joshua pudesse chegar a tempo, antes dele e de seu digimon morrerem. Afinal, se o japonês não lhe trouxesse o digivice, tudo estaria acabado. Melodee e Pokomon iriam morrer, e ele não poderia impedir, pois estaria morto.

No fim, a vinda à Area 51 ia ser fútil, e perda de tempo. Baseado em seus pensamentos, ele tinha certa chance de ganhar, pois ainda tinha energias, e Falcomon também. Mas, Vion, e Dracmon, que não haviam lutado anteriormente - assim pensava Benjamin - estavam com vantagens além de sua compreensão.

Kid começou a correr, seguindo pelo lado direito. Matadormon corria pelo lado esquerdo, causando alguns ruídos metálicos com seus pés encaixados nas lâminas planas. Ele era mais ágil que seu parceiro humano, mesmo assim este era rápido também.

Fate e Falcomon olhavam a cena, perplexos. Era o fim? Falcomon não sabia ao certo. Mas Benjamin McFate tinha a certeza de que tentaria impedir a morte, mesmo que isso lhe custasse toda sua energia. Não iria morrer em vão, com certeza.

- Espero que venha rápido, Grim... - disse, abaixando a cabeça e refletindo, já se preparando para a longa batalha que viria a seguir. - Se prepare, Falcomon!
Leonardo Polli
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