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Digimon - Digital Rebellion

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MidoriKyun
Spirit
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Digimon - Digital Rebellion - Página 4 Empty Re: Digimon - Digital Rebellion

Mensagem por Convidado Ter 31 maio 2016, 5:28 pm

Tudo bem Pégaso não precisa ter pressa nem ler de uma tragada só o capitulo da fanfic da Spirit pois com toda certeza ela vai querer ouvir seu comentario , idéias e avaliação sobre o episódio então não precisa se apressar quanto a isso . Procure ler quando tiver tempo livre , com calma e atenção devidas para que possa avaliar com cuidado e atenção tudo que leu pois Spirit com certeza vai apreciar isso e ouvir suas ideias sobre aquilo que você acha que poderia ser melhorado .

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Digimon - Digital Rebellion - Página 4 Empty Re: Digimon - Digital Rebellion

Mensagem por Spirit Sex 03 Jun 2016, 8:01 pm

Opa, meninos, olá de novo!
Primeiramente eu peço desculpas pelo meu breve sumiço, estive resolvendo uns problemas com transferência de pessoas (super de boas, só tive umas 4 ou 5 síncopes nervosas), mas agora eu voltei! Olha, preciso dizer que essa fan art do leão-planta ficou incrível e bem parecido com a Earthdaemon, apesar de ela ter uma cor mais esverdeada, ficou bem parecido mesmo, eu gostei! E Pégaso, é sempre bom ver você por aqui, pode ler sem pressa e se quiser dar sugestões, também se sinta à vontade.
Mas hoje temos capítulo novo, enjoy!


Capítulo Sete:
Malditas Aranhas!


Quando Kara chegou à escola na segunda-feira, percebeu que as pessoas estavam agitadas e nervosas, conversando em pequenos grupos e em voz baixa. Depois do domingo calmo que tivera com Guilmon, assistindo animes e fazendo koeksisters, não estava preparada para aquele ambiente tão tenso. Assim, correu até a sala de aula, percebendo que seus amigos já estavam lá, da mesma forma que os outros, o que a fez temer mais ainda quando se aproximou. No caminho, percebeu que alguns alunos também não estavam presentes, apesar de estar tão próximo da hora das aulas começarem. Chegariam atrasados se não se apressassem.

- Bom dia, meninos... – ela tentou chamar a atenção deles, apertando nervosamente a alça da bolsa. – O que há com todos?

- Parece que, desde ontem, várias pessoas sumiram. – Alister explicou, olhando para os lados, como se para contar quantos estavam ali e quantos faltavam.

- Alguns acham que pode ser obra da yakusa, mas... – ao lado dele, Shinjurou se esticou, apertando os lábios para conter um gemido. – Não acham que pode ser algum digimon?

- Você está bem? – notando o estado dele, Kara se preocupou.

- Não se preocupe, Floramon já cuidou de tudo. – o moreno encolheu um pouco os ombros, mas não convenceu nenhum dos dois. – Tivemos um problema com invasores, mas ela evoluiu e resolveu a situação.

- Aposto que ela ficou bonita evoluída. – a garota ergueu os olhos, com a mão na face, enquanto imaginava a digimon planta se tornando maior, talvez com belas flores nas mãos e em volta do pescoço.

- Sim... – ao lembrar do felino coberto de cipós espinhentos, o japonês curvou os ombros, sorrindo sem graça.

- Se ela pode evoluir também, pode ser mais útil ainda. – o garoto grisalho procurava manter o pensamento prático. – Se algum digimon está levando as pessoas, ele deve ser mais poderoso do que o normal.

- Eu pensei que os legalistas não fossem atacar humanos, só os rebeldes. – Kara lembrou-o, se sentando em sua carteira, logo ao lado do alemão. Shinjurou estava de pé entre as duas mesas, e também estava pensativo.

- Isso não faz sentido... – teve que concordar.

- Fazendo sentido ou não, temos que dar uma olhada. – Alister negou com a face, ajeitando os óculos em seguida. – Se for algo humano, vamos deixar as autoridades cuidarem de tudo.

- Mas como vamos investigar? – novamente a garota os lembrou. – Não temos ideia de onde começar a procurar.

- Bem, podemos começar com lugares onde... – Shinjurou começou, mas ao virar a face para o lado, percebeu que alguém na porta o chamava. Fazendo um gesto de espera para os dois, ele foi até lá, sendo recebido por um homem que pareceu ligeiramente familiar a Kara. Após alguns minutos, o garoto voltou para a sala, mas parou diante de todos, tossindo para chamar sua atenção. – Por favor, escutem... – ele respirou fundo. – Shima-sensei não compareceu hoje, então será um dia de jishuu.

- O que é isso? – a garota se esticou para perguntar a Alister, enquanto novos sussurros corriam entre os alunos.

- Quando um professor falta, nós temos o dia livre para estudar por conta própria. – ele abaixou a voz, colocando a mão na face, pensativo. Logo depois, rasgou um pedaço de papel do caderno e rabiscou um “vamos conversar no almoço”, amassando em seguida. Então lançou a bolinha na mesa de Shinjurou, fazendo Kara se perguntar se não havia uma mira de alta precisão naqueles óculos, ou se ele só era bom nisso mesmo.

--

- Para onde estamos indo? Não é o caminho da sua casa. – Kara observou, enquanto seguia Shinjurou, tão confusa quando Alister. A tarde estava amena e o sol forte dera uma trégua em seus dias de calor, mas poucas pessoas andavam pelas ruas, tendo em vista os estranhos sumiços. Podia ser uma notícia recente demais, mas não havia sido ignorada.

- Se temos que começar a investigações, pensei que podíamos tentar com a Shima-sensei. – respondeu o garoto moreno, enquanto entravam em uma área de prédios baixos, com pequenos apartamentos. Foi contando as portas, até chegarem a uma de madeira simples, logo no primeiro andar. Suas primeiras batidas na porta foram mais suaves e baixas, mas quando não teve resposta, foi mais apressado. – Shima-sensei? Você está em casa?

- Se ela está dormindo, não vai ouvir. –Alister se esticou e bateu com mais força a madeira, até que a porta se abriu sozinha. – Oh?

- Você arrombou a porta! – se espantou o outro garoto.

- Acho que já estava aberta. – Kara observou, porque só o alemão não teria força para tanto. Como estava escuro, não era possível ver nada pela fresta que aparecera. – Acham que devemos entrar?

- Estamos aqui, não custa nada dar uma olhada. – o japonês deu de ombros, empurrando mais a porta.

- Invadir a casa de um professor? – Alister cruzou os braços, com um traço de humor na voz. – Quem diria que você tem um lado que apronta.

- Não é isso! – o comentário deixou o outro garoto um tanto assustado, o que não fazia muito sentido. Era como se realmente estivesse fazendo algo ruim.

- Não o chateie... – pediu a garota, com um suspiro, e antes que eles entrassem em conflito, tomou coragem e esticou a mão, abrindo mais a porta para entrar. – Shima-sensei! – chamou, mas não teve resposta. Como as janelas estavam fechadas, ela tateou pela parede até encontrar um interruptor, acendendo as luzes da sala.

O apartamento era pequeno, ou talvez assim parecesse por estar todo fechado e bagunçado, muito bagunçado. Pelo que era possível ver de onde estavam, a cozinha e o quarto eram normais, assim como parte da sala, tirando uma parede. Aquela parede era quase completamente tomada por um quadro branco, embora a cor ficasse escondida debaixo de muitas fotos borradas penduradas com imãs. Linhas feitas com canetas de várias cores ligavam as imagens entre si e entre algumas reportagens e até alguns post-its com pequenas frases.

- Isso é um pouco perturbador, vocês não acham? – até mesmo Alister estava surpreso com o quadro. Se aproximaram dele, cada um olhando em um ponto, tentando descobrir onde a linhas começavam.

- Essas são as fotos de praia de Odaiba, vejam. – a garota apontou para as imagens da areia em tornados, dos ataques de Cyclomon. Foi seguindo pelas outras fotos, reconhecendo alguns pontos da cidade à noite.

- Acho que é por isso que ela sempre andava ocupada... – Shinjurou suspirou, mas tirou uma foto do quadro, mostrando aos demais. Era do alto de um prédio, tirada de baixo, mas mostrava o que parecia um vulto humanoide e alto. – Ela deve estar investigando os digimon também. Isso não é bom, pode ser perigoso.

- Bom, não é algo que dá para esconder com facilidade. – o alemão completou, colocando as mãos nos bolsos.

- Garotos. – chamou Kara, ganhando sua atenção novamente. Havia virado algumas das fotos, mostrando a eles. – Tem as datas de quando ela investigou. – e então pegou a que tinha a vista do prédio. – Esta é de ontem.
Seguindo a linha, ela chegou na reportagem sobre a reforma em um dos viadutos da cidade, embora fosse de alguns dias atrás. Abaixo, tinha outro post-it escrito “ponto de encontro” com um sinal de interrogação enorme ao fim. – Acho que ela foi para lá antes de sumir...

- Faz sentido. – o garoto grisalho concordou. – É um bom lugar para um digimon se esconder, pois poucos humanos iriam para lá.

- Mas e quanto aos operários? – perguntou o japonês.

- Se esse digimon está pegando humanos, eles devem ter sido os primeiros. – a resposta do outro não foi muito animadora.

- Se temos que ir até lá, acho que devemos ir à noite. – a decisão de Kara espantou os outros dois, e ao receber seus olhares, a mesma deixou os ombros caírem, nervosa. – Chamaria menos atenção lutarmos a esse horário...

- Tudo bem. – Alister abaixou a face para concordar. – Nos encontramos quando escurecer e vamos para o viaduto, não é muito longe daqui. Agora vamos sair daqui, esse lugar me dá medo.

--

- Não gosto desse lugar... – todos tinham que concordar com a fala de Guilmon. A entrada do viaduto consistia em um curto túnel retangular, que usava luzes para clarear o caminho até o outro lado, mas que agora estavam apagadas. Alguns cones e placas tinham sido colocados alguns metros a frente, para evitar acidentes, e pelo caminho, via-se materiais de construção (como pás, picaretas e sacos de cimento). Mais adiante, máquinas pesadas estavam estacionadas, projetando suas grandes sombras sobre os garotos e seus digimon.

- Vamos entrar antes que algum carro passe aqui e nos veja. Não podemos perder tempo. – nervoso, Alister olhou para os lados, o que chamou a atenção de Gabumon.

- Acha que os seus pais vão desconfiar?

- Desconfiar do que? – Shinjurou se virou para ele, com Floramon erguendo o cenho.

- Não é nada. – ele se apressou a responder. – Eu disse para os meus pais que não estava me sentindo bem para sair escondido de casa. Bastian está me dando cobertura.

- E você não acha esse cara esquisito, não? – a digimon planta não perdeu a chance. – Ele leva numa boa você andar com o Gabumon, e nem perguntou nada sobre nós.

- Ele me pareceu gentil... – Kara olhou para o lado, lembrando de como ele agira consigo enquanto os levava até a praia de Odaiba.

- Ele não faz perguntas, e isso é o que me basta. – o alemão a cortou de forma quase irritada.

- Por favor, vamos nos concentrar no problema que temos agora, depois podemos falar com ele. – a garota tentou manter a ordem, se virando para seu digimon. – Não é, Guil?

Ela não recebeu resposta, pois o dragão rubro olhava fixamente para a entrada do túnel, suas orelhas esticadas ao máximo, as costas curvadas, como um cachorro ficava ao sentir o perigo. A garota se aproximou para perguntar o que havia de errado, mas não foi preciso, pois com o silêncio de todos, o ruído baixo de pelos roçando encheu o ar. Apesar de estar escuro, foi possível ver vários vultos caminhando pelas paredes rumo à saída, cada vez mais rápido.

- N-Não deixe eles saírem! – Kara gritou para seu digimon, fechando as mãos quando elas começaram a tremer. Acatando seu pedido, o digimon atacou com seu Pyro Sphere, derrubando um dos vultos com a bola de fogo, mas os demais seguiram seu caminho, suas formas ficando visíveis sob as luzes dos postes.

Eles se pareciam com aranhas com tamanhos variando entre um metro e meio e três metros de diâmetro, o corpo quase todo tomado por um “bulbo” preto com uma caveira desenhada. Seis de suas pernas eram peludas e decoradas com cintos ou faixas, terminando em garras vermelhas. As duas restantes eram braços azulados, com as mãos ocupadas em segurar as mechas de cabelo laranja e espetado que fugia por debaixo de um capacete amarelo com chifres. Seus sete olhos ficavam alinhados em fileira no meio do capacete, e sua boca se abria em três mandíbulas, decoradas com presas afiadas, gotejando um líquido amarelado no chão. A garota quase deixou o celular cair quando o pegou e abriu a dex para ver a espécie. Seu nome era Dokugumon, com atributo Vírus e nível Campeão.

- São muitos! – Shinjurou avisou, também olhando no celular, as informações da espécie. – Precisamos conte-los antes que se espalhem.

- Nos façam evoluir! – pediu Gabumon, correndo na direção do bando, junto com Floramon.

- Certo! – ele concordou, procurando o ícone de evolução na tela, assim como os outros. Ao clicar na opção “Campeão”, a barra de porcentagem voltou a se encher até chegar em 100%.

- Guilmon! Evolução... Thorndramon!

- Gabumon! Evolução... Hatimon!

- Floramon! Evolução… Earthdaemon! – ao fim da evolução, a digimon planta moveu a face, fazendo as pétalas de seu pescoço se agitarem. – Vamos esmagar esses bichos feios, garotos.

Ao seu lado, Hatimon piscou duas vezes, surpreso. – Uau... Você virou um demônio!

- O QUE?! – Earthdaemon rosnou para ele, raivosa, fazendo o lobo abaixar as orelhas.

- N-Não foi nesse sentido! Eu...

- Draco Punch! – com seu punho rodeado de energia vermelha, o dragão socou três digimon aranha para longe, que saltavam na direção dos parceiros, encerrando a conversa. Sem perder tempo, se abaixou e pegou Kara entre as mãos, colocando-a sentada sobre o ombro, para que pudesse se segurar nos espinhos de sua nuca. – Vamos entrar, Kara-chan?

- Sim, as pessoas devem estar lá dentro... – ela concordou, se sentindo mais segura quando próxima do grande dragão.

- Tomem cuidado com as presas. – Shinjurou pediu, enquanto subia sobre sua digimon, em um ponto de suas costas onde não haviam espinhos. – Parecem ser venenosas.

Hatimon, ainda com as orelhas abaixadas, se aproximou de Alister e curvou as costas para ele pudesse subir. – Droga, odeio aranhas. – disse o garoto, segurando em seus pelos claros.

- Não se preocupe, vamos manda-los de volta! – o lupino tentou animá-lo, antes de lançar uma esfera negra para cima dos inimigos, que explodiu em gelo e ar frio perto da entrada do túnel. – Freezing Eclipse!

Com o ataque, os Dokugumon foram recuando para dentro, mas com seus cipós, Earthdaemon agarrou uma das aranhas, trazendo-a para perto. – Foram os Cinco que mandaram vocês? – quando ele não respondeu, a digimon o ergueu do chão, agitando os cipós. – Responda!

- Não queremos entrar na guerra civil! – gritou o digimon, agitando suas pernas peludas para tentar se soltar dos cipós. – Nosso líder achou um portal com um legalista caído e viemos para este mundo! Queremos viver aqui!

- Então, querem fugir do conflito... – pelo tom, Shinjurou parecia até com pena do inseto. – Mas são vocês estão levando as pessoas? O que querem com elas?

- Nossos filhotes estão com fome! – a aranha ofegou pelo esforço. – Seus animais daqui são muito pequenos, eles precisam de mais.

- Vocês querem comer pessoas? – num espantoso gesto de raiva, Alister tentou sair de cima de Hatimon, que se moveu um pouco para mantê-lo em suas costas.

- Esperem. – Kara chamou, tendo que erguer um pouco a voz para falar, estando no ombro do dragão. – Dokugumon, avise que seu líder que vamos conversar. Se não nos atacarem, não atacaremos vocês.

- Você tem certeza? Vamos entrar no ninho deles. – o digimon lobo ergueu a face para ela, enquanto Earthdaemon soltou a aranha, que correu para dentro do túnel.

- Se eles não participam da guerra, não são inimigos. Acho que podemos tentar ajuda-los. – a garota encolheu os ombros, olhando para seu digimon, que assentiu com a face.

- Boa ideia! – apesar de sua nova aparência, ele parecia ter a mesma personalidade. – Se eles tentarem atacar, eu protejo você!

- Obrigado, Thorndramon... – ela lhe abraçou o pescoço grosso como podia. Quando o soltou e segurou os espinhos de novo, o dragão avançou para dentro do túnel, mantendo as costas curvadas.

- Fire Spine! – o digimon lançou os espinhos das mãos, com as pontas inflamadas, para se cravarem nas paredes como pequenas tochas. Com a iluminação, foi possível ver as paredes cobertas por uma teia grossa e cinzenta, que formavam grandes bolos em alguns pontos.

Hatimon se aproximou de um daqueles montes de teia e o farejou por alguns segundos, antes de afastar a face. – Os humanos estão dentro desses casulos! Crescent Blade! – ao fazer suas garras enegrecerem e aumentarem, o digimon logo rasgou as teias, fazendo uma mulher cair ao chão.

- Shima-sensei! – ao reconhecê-la, Shinjurou saltou de cima de Earthdaemon e correu até ela, colocando-a com as costas apoiadas na parede. Ficou mais calmo ao ver que ela respirava.

- Vamos tirar as pessoas daqui. – o alemão também desceu das costas de seu digimon, olhando para os bolos de teia. – Se tivermos que lutar, eles podem ser feridos.

- Posso cuidar disso. – garantiu Hatimon, mostrando as garras. – Flora, digo, Earthdaemon, você dá cobertura pra Kara e pro Thorndramon?

- Pode deixar! – ela concordou, com seus cipós erguidos. – Eles nem vão saber o que os atingiu.

E com isso, os três restantes avançaram mais alguns metros, chegando até onde o líder estava. Pendurado em uma grossa teia que barrava todo o caminho para o outro lado, um Dokugumon com quase quatro metros os esperava, batendo as presas de modo nervoso. Logo abaixo dele, haviam alguns ovos de aparência gosmenta, e quatro ou cinco versões menores dele, que a dex informou se chamarem “KoDokugumon”. Em volta dele, pelas paredes, estava espalhado o resto do grupo, cerca de outras quinze aranhas. Como eles haviam fugido sem revidar quando os atacaram na entrada, Kara duvidava que fossem mais fortes do que seus digimon, mas era melhor não arriscar. Tanto Earthdaemon quanto Thorndramon estavam preparados para atacar.

- O que vocês querem, rebeldes? – o líder perguntou, enquanto os pequenos KoDokugumon se escondiam perto de seu corpo. – Não vamos nos juntar a vocês! Não queremos guerra.

- Senhor Dokugumon... – a garota apertou os lábios, nervosa, tentando tratar aquela aranha monstruosa da forma mais educada que podia. – Também não queremos guerra, mas vocês levaram as pessoas da cidade. Talvez possamos fazer um acordo, e vocês encontrem outro lugar para ir.

- Você acha que podemos viver no seu mundo sem problemas? – os olhos brilhantes do líder denunciavam a esperança dele, e apesar de não ter ideia de como manter um grupo de aranhas gigantes escondido, Kara quis ajuda-los. Até porque assim não atacariam mais as pessoas.

- Bem, isso vai ser difícil, mas talvez nós... – ela começou a explicar, mas se interrompeu com um grito apavorado quando do bulbo do Dokugumon líder despontou uma lâmina vermelha, atravessando-o e fazendo espirrar um líquido escuro e pegajoso nos demais. Os KoDokugumon gritaram e correram quando a lâmina abaixou, criando um grande rasgo no corpo da aranha antes de ser recolhida, de forma que ele caísse pesadamente no chão. Pouco depois, ele começou a se desfazer em uma fina poeira negra, que se espalhou.

- Os rebeldes mataram nosso líder! Salvem as crianças! – gritou um Dokugumon, com a voz aguda e feminina. Em seguida, virou-se de costas e lançou sua teia grossa na direção do trio. – Poison Thread!

- Deixem de ser burros, não atacamos ninguém! – com os ramos espinhentos, Earthdaemon destruiu as teias, mas as aranhas se aproximaram para um ataque em conjunto, batendo as presas de raiva. Enquanto avançavam com os fios fixos nos rebeldes, pequenos pontos de luz vermelha brilharam por trás da teia, mirando no grupo.

- Aquilo vai atacar de novo! – gritou Kara, ao perceber as luzes. Sem perder tempo, Thorndramon pegou a garota e puxou a digimon planta, segurando-as para ficarem contra seu peito, para em seguida se virar de costas para as aranhas. No momento seguinte, raios rubros se estenderam e atravessaram os corpos dos Dokugumon, cortando-os como se fossem lâminas. O dragão também teve as costas feridas, mas sua pele grossa e os espinhos amorteceram o dano, ficando apenas com longos cortes. O ataque durou apenas alguns segundos, até que as luzes sumiram e deram lugar a um silêncio opressor. Com um gemido, o dragão soltou as duas e se curvou, apoiando uma das mãos no chão.

- Kara-chan... Você está bem? – perguntou com dificuldade.

- Sim... – preocupada, a garota passou as mãos por sua face, esticando a face para ver os ferimentos em suas costas. No entanto, sua visão se prendeu nos vários digimon caídos e cortados, se desfazendo naquela fina poeira escura. Para seu horror, nem mesmo os KoDokugumon haviam escapado.

- Kara! – uma voz conhecida chamou, e ao se virar, ela viu Alister voltando junto a Hatimon e Shinjurou.

Todos pararam apavorados ao ver a cena, o japonês tendo que se apoiar na parede para não cair. – O que aconteceu?

- Vocês os atacaram? – o lobo se aproximou, vendo os ferimentos em Thorndramon.

- Claro que não! – a digimon planta revidou, quase rosnando. – Aposto que agora aparece um digimon com pinta de supervilão, jeitão sádico, se achando o maioral daqui e dizendo que vai nos destruir.

- Olá? – a voz aguda fez com que todos pulassem se susto, se virando para a direção da entrada. Em vez de um “supervilão”, quem os encarava a alguns metros era apenas uma garota. Era ligeiramente baixinha, com um corpo pequeno e feições delicadas, além de ter olhos arroxeados e cabelos de um rosa clarinho, com um corte bem curto. Estava descalça, usando apenas um vestido branco que ia até os joelhos, de tecido suave. Parecia adorável demais para estar naquele cenário aterrador, e quando sua expressão se tornou desconsertada, a impressão só foi confirmada. – Me desculpe, não queria assustar vocês...

- Quem é você? – perguntou Shinjurou, não a reconhecendo como uma das pessoas que haviam tirado das teias.

- Foi você quem fez isso? – Alister apontou para trás, onde os corpos das aranhas sumiam lentamente.

- Sou Hime. – ela respondeu com calma, antes de colocar a mão na face. – E claro que não, quem cuidou disso foi o meu parceiro... Oh, ele está bem ali.

E, antes que pudessem fazer mais perguntas, o som da teia sendo rasgada chamou a atenção de todos, fazendo com que se virassem novamente, a tempo de ver o responsável se aproximar. O digimon tinha um corpo em formato humano, com um tamanho também comum, mas praticamente coberto por uma armadura sulcada, predominantemente negra com manchas vermelhas, de forma que as únicas partes expostas fossem duas aberturas por onde se viam os olhos vermelhos e pedaços de pele pálida desenhada com linhas retas. Por debaixo do elmo, cabelos louros caíam até a cintura, o que lhe dava um ar mais humano, mas as cabeças ósseas e monstruosas que tinha no lugar das mãos davam a impressão contrária. Entretanto, o detalhe mais assustador dele eram os olhos, pois além daqueles em sua face, mais sete estavam espalhados na armadura: em seus pés, joelhos, ombros e o maior deles no peito, todos focados no grupo.

- Eu não falei? – Earthdaemon quebrou o silêncio surpreso, erguendo uma das patas na direção do novo digimon. – Esse cara é puro estereotipo! Sádico, demoníaco e feio igual a peste... Vai dar uma risadinha maligna pra completar?

O digimon negro não respondeu, mas pela forma como estreitou os olhos da face, estava claro que não tinha gostado do comentário. As cabeças ósseas que eram suas mãos abriram as mandíbulas, e como línguas, delas saíram duas lâminas vermelhas, que começavam retas, mas ondulavam perto do fim. Era o mesmo tipo de lâmina que havia cortado o líder Dokugumon. A mão de Kara já tremia enquanto ela pegava o celular que vibrava, mal tirando os olhos do estranho enquanto abria sua imagem na dex, que percebeu estar toda borrada. O nome abaixo dizia “Duskmon”, com a palavra “Campeão” tremendo na tela, seguida de “Digimon Sumonado”. Em sua descrição e atributo, só havia uma mensagem que dizia “sem dados” e novamente “Digimon Sumonado”, como se fosse algum tipo de lag.

- Hatimon... – ela chamou, segurando o aparelho com as duas mãos. – Ele não é um rebelde, não é?

- Não mesmo. – o lobo negou com a face. – E acho que não quer ser um.

- Por favor, não se incomodem com o jeito tímido dele. – Hime tornou a falar, juntando as mãos atrás das costas. Parecia um perfeito oposto da criatura que ela dizia ser seu parceiro. – Normalmente o Duskmon fala mais...

- O que vocês querem? – Alister se aproximou de seu digimon, que estava com as costas curvadas, os pelos eriçados. – Matar todos nós, como os outros legalistas?

- Ah, não... – a garota dos cabelos rosados negou, apontando para Thorndramon, ainda apoiado no chão devido aos ferimentos. – Ele nós vamos levar vivo.

- Não! – Kara segurou o braço do dragão, que rosnou enquanto se erguia de novo, colocando-a no ombro.

- Hime. – chamou Shinjurou, com um tom preocupado. – Se esse tipo de digimon é capaz de matar, você não deve se envolver...

- Obrigado pela gentileza, mas as coisas tem que ser assim. – ela respondeu com um sorriso suave. – Não se preocupem, Duskmon é cuidadoso e vai acabar com isso muito rápido.

- Quer saber? Depois de acabar com o seu amigo gótico ali, eu vou te dar uns tapas! Petal Bomb! – Earthdaemon se irritou, lançando as pétalas na direção do digimon negro.

- Freezing Eclipse! – dando cobertura para Thorndramon, que estava ferido, o digimon lobo lançou a esfera negra que explodiu em gelo junto com as pétalas, espalhando uma neblina fria pelo local. Como o inimigo não se moveu para desviar, os golpes só podiam tê-lo atingido em cheio. – Beleza!

Mas sua felicidade durou pouco, pois quando a névoa abaixou, uma espécie de círculo servia como escudo, agora coberto por gelo. Por trás dele, uma luz vermelha acendeu, pois antes que a estrutura se quebrasse e Duskmon disparasse na direção dos dois rebeldes. Em um instante já estava ao lado de Hime, agitando o ar enquanto passava pelo grupo, virando-se para ver enquanto as luzes saíam de Earthdaemon e Hatimon, transformando-os novamente em suas formas Criança. Cada um tinha um longo corte em diagonal que sangrava, manchando o chão ao cair.

- O que?! – apavorado, Alister se abaixou e pegou Gabumon contra o peito, pouco se importando em manchar suas roupas com o sangue gelado dele, os óculos quase caindo da face. – Como ele fez isso?

- Temos que fugir daqui... – apesar de falar em voz baixa enquanto tentava conter o líquido verde que escorria do busto da digimon planta, Shinjurou foi ouvido pelos demais.

- Sinto muito. – Hime voltou a chamar atenção, parecendo chateada com o que via. – Não podemos deixar que façam isso... – e, como se concordasse, Duskmon ergueu duas espadas, mostrando o sangue sobre elas sendo absorvido. Quando estavam limpas novamente, se tornaram serrilhadas e mais longas.

- Eu odeio esse cara... – Gabumon ofegou ao ver as armas dele.

Apesar de ferida, Floramon ainda cedia a sua raiva. – Miserável...! – gemeu, fechando os punhos. – Tomara que pegue conjuntivite nesse monte de olho!

O comentário incomodou o digimon negro, que avançou para atacar com as novas lâminas, mas quando espinhos cobertos de fogo voaram em sua direção, dobrou os braços na frente do corpo, batendo-os para longe de si. Podia-se ver que havia algo de errado, pois seus movimentos pareciam erráticos, e seus olhos viravam o mais para cima que podia, enquanto ele agitava a face para os lados. Parecia não estar vendo o que fazia, só queria se livrar dos espinhos em chamas, mesmo quando se cravaram nas paredes.

- Thorndramon! – Kara chamou, enfim vendo algum sentido na reação dele. – Ele não gosta da claridade!

- Entendido! Fire Spine! – decidido, o digimon dragão continuou lançando os espinhos de fogo, procurando cravá-los em volta, agoniando o inimigo, que começou a golpear tudo que havia a sua volta, para apagar a luz das chamas.

- Chega! – foi a primeira vez que ele falou, parando de golpear, para concentrar pontos de luz vermelha nos olhos, e também na boca das cabeças ósseas que eram suas mãos. – Geist Abend! – atacou, lançando seus feixes de luz vermelha em todas as direções. A maioria atingiu as paredes e derrubou pedaços de rocha, apagando o fogo dos espinhos lá cravados, mas um deles raspou em Thorndramon. Com tantos ferimentos, sua energia sumiu em luzes fracas, diminuindo seu corpo até que Kara pulou para o chão, segurando Guilmon.

- Abaixem-se e corram! – gritou a única coisa que lhe passou pela mente, carregando como podia o pequeno dragão, que cambaleava e ofegava para seguir. Apostava na ideia de que o inimigo não podia enxergar bem enquanto atacava, e parecia que estava certa, pois abaixados, os humanos ajudaram seus digimon a passar. Alguns feixes lhes pegaram de raspão, mas talvez pela adrenalina, ou pelo pânico, nenhum deles parou.

- Duskmon! – chamou Hime, mais ocupada em acalmar o parceiro. Colocou as mãos em suas costas, o que o fez parar, e virar os olhos em seus ombros na direção na garota. – Não fique nervoso, você é sempre tão concentrado.

- Desculpe. – ele parou, projetando novamente as lâminas para fora das cabeças ósseas. Estava ofegante, com seus olhos ainda sensíveis pela luz. – Vou cuidar disso. – prometeu, ignorando sua condição e correndo na direção dos rebeldes, que não estavam muito longe.

- Gente... – Gabumon olhou por cima do ombro de Alister, que ofegava pelo esforço de carrega-lo. – O maluco dos olhos tá voltando...!

- Continuem correndo! – pediu Kara, o pânico se sobrepondo ao cansaço, mal vendo para onde ia.

- Esperem! – Shinjurou gritou, mesmo que fosse o que mais estava para trás. – Tem alguém vindo pra cá!

- O que?! – ao passo que a vista de Alister estava embaçada por causa dos óculos que caíam da face, a garota também pôde perceber que tinha um vulto correndo, vindo da entrada do túnel. Parecia com uma pessoa, mas carregava algo consigo, que era difícil definir. – Não venha! – pediu, agitando um dos braços.

Mesmo com seus pedidos, a figura continuou a se aproximar, revelando-se como uma conhecida mulher de cabelos roxos curtos, carregando uma câmera profissional nas mãos. – Shima-sensei! – ao reconhece-la, o garoto moreno também apontou para que corresse. – Saia daqui!

Ao que parecia, ela estava tão ocupada com a visão dos digimon que não percebeu os avisos, colocando a câmera na altura da face. A foto que ela tirou foi a salvação dos rebeldes, pois o flash estava ligado e o clarão cegou a todos por um longo momento. Os olhos sensíveis de Duskmon se retraíram enquanto ele recuava com um gemido dolorido, as orbes chegando a ficar avermelhadas. Aproveitando o curto momento de sorte, os garotos puxaram a professora, fazendo com que também corresse de volta para a saída.

- O que é aquela coisa?! – ela gritou, batendo mais uma foto enquanto tinha que segui-los.

- Só precisa saber que ele quer nos matar! – ofegou Alister, segurando em sua manga. Logo chegaram até a saída, onde as pessoas levadas ainda estavam deitadas e desacordadas, embora se movessem, indicando que logo acordariam também.

- Ali! – Kara apontou para uma pilha de sacos de cimento ao lado da estrada, puxando Guilmon consigo.

O grupo se escondeu bem a tempo, pois no momento seguinte, o legalista apareceu, diminuindo o passo ao chegar na entrada do túnel. A luz dos postes o incomodava, mas ele se forçou a sair, seus sete olhos virando-se em todas as direções, em busca dos rebeldes. Com passos cuidadosos, passou pelas pessoas desacordadas, mas parou abruptamente com um som frustrado, movendo uma das espadas com força. A onda de energia rubra que desprendeu da lâmina atingiu os sacos de cimento do começo da pilha, derrubando-os no chão adiante dos rebeldes escondidos, que prenderam a respiração.

- Onde...? – ele se perguntou, com um tom baixo e agoniado, enquanto as cabeças ósseas que eram as mãos estavam tremendo. Seus olhos se agitavam, em uma procura frenética pela dificuldade em enxergar, até que um som baixo chamou sua atenção. Sem perder tempo, o digimon negro correu para o lado oposto ao esconderijo dos rebeldes.

- Meu carro está ali. – a professora sussurrou, aproveitando aquele momento para sair abaixada, sendo seguida pelos outros. Estacionado ali perto, um automóvel popular estava meio escondido nas sombras, e sem perder tempo, os garotos abriram as portas traseiras, pulando para dentro enquanto as mulheres ficavam na frente.

- Rápido, por favor. – a menina pediu, abraçando Guilmon. Precisavam cuidar daqueles ferimentos o mais rápido possível. – Ele não vai demorar a voltar.

- Vocês estão me devendo umas boas explicações! – exigiu a mulher, dando a partida e pisando no acelerador, partindo dali o mais rápido que podia. – E como fizeram aquele som para afastá-lo?

- Ah... Não fizemos nada. – Shinjurou disse enquanto olhava para os outros, que negaram com a face. Apesar de ser bem-vindo, o momento de sorte tinha sido obra de algo ou alguém.
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Mensagem por LucasMakuso Sex 03 Jun 2016, 10:45 pm

Olá Spirit!

Que surpresa agradável, eu tenho tempo disponível logo no dia que você posta um episódio! Finalmente terei a chance de ser o primeiro a comentar. Bem, esse episódio foi bem interessante. Adorei a utilização que você fez dos Dokugumon, as aparições deles no anime me fazem colocar na categoria: digimon-que-morrem-em-menos-de-cinco-minutos. Vendo eles sendo Pokémon apenas à procura de um abrigo foi bem interessante, achei que teria uma batalha com eles, mas no final tudo foi "resolvido" com uma conversa. Realmente senti dó das mortes dessas aranhas, RIP Dokugumon 2016~2016.

A descrição de Duskmon foi perfeita, desde que comecei a ler já sabia que se tratava dele. Fiquei curioso para ver ele e a sua parceira mais vezes, pois acho que você está guardando uma história bem interessante para os dois. Outra coisa que me deixou curioso foi o "Digimon Sumonado", isso é por que ele é um DigiEspiríto? Ou você não utilizar esse "termo" em sua fanfic? De qualquer forma achei bem curioso... A desenvolvimento do episódio foi interessante, me deixou curioso, mas também foi bem descontraído. Se mostrando ser aqueles episódios "não tão importantes", mas ao mesmo tempo importantes por inserirem um personagem interessante na história.

Floramon & Earthdaemon, amo as duas e a sua personalidade. "Espero que fique com uma conjuntivite" uma única frase me fez rir tanto. Hahusaha. Mas para "concluir" o episódio, vem Kara e me fala "Se não nos atacarem, não atacaremos vocês.", que me lembra bastante o ditado: Se me atacar, eu vou atacar!

Bem Spirit era só isso mesmo, espero ansioso pelo próximo episódio. :3
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Mensagem por Convidado Sáb 04 Jun 2016, 8:43 am

Olá Spirit parece que desta vez eu não pude ser o primeiro a comentar o mais recente capitulo de sua fanfic . Mas tudo bem o episódio foi simplesmente fantástico . O caso do desaparecimento das pessoas mostrou que os Digimon podem realmente ser bem perigosos para os humanos mesmo que esses Digimon não sejam nem Rebeldes nem Legalistas como era o caso dos Dokugumon e de seu líder KoDokugumon que não desejavam participar da guerra mas devido aos seus instintos de procurar presas para alimentar seus filhotes se tornaram um perigo sério para os humanos . Eu juro que quando Kara Thorndramon , Alister e Hatimon e Shinjurou e Earthdaemon entraram no covil dos Digimon Aranhas eu me recordei nitidamente de quando Rony Weasley e Harry Potter entraram no covil de Aragogue em Harry Potter e A Câmara Secreta . Mas teve as piadinhas de Hatimon em cima de Earthdaemon para quebrar o clima sinistro e dar uma descontraída . Kkkkkkkkk rachei quando Hatimon disse " Uau... Você virou um demônio! " . A Batalha contra os Dokugumons foi até fácil principalmente porque eles não queriam brigas nem lutar . Os Digimon Aranhas acabaram sendo as vitimas do capitulo . Morri de pena quando todos eles foram destruidos pelo " real vilão " do episódio .E eis que surge a ... Hime ??? Fiquei bobo nessa hora pois quando Thorndramon disse " Aposto que agora aparece um digimon com pinta de supervilão, jeitão sádico, se achando o maioral daqui e dizendo que vai nos destruir." e o que apareceu no lugar foi uma garotinha meiga e bonitinha de aspecto angelical . Mas o parceiro Digimon dela ? Meu Deus !!! Justo Duskmon o Digiespirito Humano das Trevas ? Você esta de parabéns na maneira como soube descreve-lo com sua aparência completamente perturbadora e sinistra e pensar que ele era o parceiro de uma doce e meiga menininha ??? O que se seguiu foi literalmente um massacre pois nem com suas Evoluções Anômalas os três Digimon da resistência foram páreo para Duskmon . O que é bem compreensível uma vez que quem viu Digimon Frontier sabe que os Digiespiritos levam vantagem em termos de poder sobre Digimon comuns do mesmo nível . Ai teve outro momento comico para descontrair a situação tensa quando Floramon tascou : " Tomara que pegue conjuntivite nesse monte de olho!" kkkkkkkkk quase rachei de tanto rir nessa hora . Mas você soube explorar também a única vulnerabilidade de Duskmon que é justamente sua sensibilidade a luz por ser o Digiespirito das Trevas . E quando a Professora Shina surgiu de repente e usou uma maquina fotográfica com um flash de luz potente cegando momentaneamente Duskmon e ajudando o grupo de Kara cujos Digimon tinham sido derrotados e estavam muito feridos a escapar foi uma solução muito inteligente para não ficar dependendo toda hora dos Digimon para tudo . E uma questão interessante os Digiespiritos precisam ser invocados por humanos ou outros Digimon que os assimilam e os usam como corpos (dai o significado de ter aparecido " Digimon Sumonado " no Digivice de Kara correto ? ) então quem esta incorporando o Digiespirito do Guerreiro Lendário das Trevas ? Outra pergunta Duskmon é apenas uma das facetas do Digiespirito das Trevas este tem " quatro faces " duas corruptas ( Duskmon e Velgremon ) e duas puras ( Loweemon e KaiserLeomon ) será que ele chegara a manifestar suas facetas puras ? E agora ficou que Kara , Alister e Shinjurou vão ter que explicar tudo que esta havendo para a Professora Shina . E quem seria esta outra pessoa citada no final do capitulo que os ajudou a escaparem ? O Bastian por acaso ? Enfim ótimo capitulo Spirit com um vilão grandioso e realmente perigoso . Aguardo o próximo episódio . =D


Última edição por KaiserLeomon em Seg 06 Jun 2016, 10:21 am, editado 5 vez(es)

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Mensagem por Pégaso Dom 05 Jun 2016, 1:00 pm

Bem Spirit.Assim, eu prometi não prometi?pois tá ái demorei mais vámos lá.
O ep começou calmo com o desaparecimento,e até o meio ainda estava porém as coisas ficaram escuras quando O Dokugumon líder foi destruído, embora tivessem sequestrado as pessoas achei algo bem drástico mas pelo jeito é algo esperado dessa nova personagem que surgiu.
Ri quando a floramon disse " Tomara que pegue conjuntivite nesse monte de olho!"kkkk,achei que ela ia falar algo como mandar ele ir prós quinto (OPA, perdoe-me pelo xingamento mais nessa situação eu faria isso :/)Eu particularmente teria partido o Gabumon ao meio,quando ele disse "Gente,o maluco dos olhos tá vindo".

Achei que descreveu bem os Dokugumon,ah e na boa essa menininha quando apareceu.Eu achei que ela ia virar um bicho do capiroto,por que ela me lembrou aquelas meninas de lendas urbanas e uma assombração sério mermo kkkk.
(Ainda bem que não tem terror na história)
Na minha opinião Spirit.Assim, um dos seus pontos fortes é descrever os digimons coisa que eu não sou muito bom.Acho que li a descrição do dukemon rápido dimais,mal me lembro o que descrevesse kkkk.Mais tenho certeza qué descreveu bem,cara, não acredito perdi o ep em que os digimons digivolve pode me mandar imagem das e vos deles pfv?Ah esses meninos em,vão dar ums detetives de primeira kkk.
Capitulo muito bom,estande Parabéns Spirit .

@Edit:Vô fazer o mesmo que o Lucas ali em cima,R.I.P Dokugumon
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Mensagem por Spirit Seg 06 Jun 2016, 8:01 pm

Opa, olá meninos! É sempre ótimo ver vocês por aqui (desculpem, ainda ando louca com o trabalho), e como vocês observaram pontos parecidos, espero que não se incomodem se eu responder a todos vocês juntos, ok?
Primeiramente, eu não achei que a morte dos Dokugumon fosse causar essa reação, gente! Confesso que eu tenho um trauma enorme de aranhas (devido a uma armadeira que me atacou quando era criança), então não tinha muito apego por essa espécie e achei que ficaria bem para serem mortos, como sou cruel. >_> Bom, ainda assim, gosto de trabalhar com toda a sorte de digimon de ambos os lados, porque o clichê de “aranhas malvadas do vilão” já passou e o mundo não é preto e branco, rebeldes e legalistas.
E agora vamos falar dos nossos novos vilões! Cara, eu achava que vocês não iam curtir a Hime, porque as vilãs de anime quase sempre são garotas frias e más, ou mesmo aquelas mais irritadas e briguentas, então fico bem feliz que tenha me enganado sobre isso, porque adoro vilões não convencionais! Ah, sobre Duskmon e o fato de ser um digiespírito e o termo “summonado”, vou dar uma resumida porque o processo de criação dele vai demorar a ser realmente revelado: ele foi criado por invocação, e dessa forma ele é uma forma de vida não-natural, pois mesmo no quesito de digiespíritos no anime, ele ainda é uma anomalia. Kaiser, garanto pra você que teremos Velgrmon na fanfic daqui a uns tempos, mas eu vou explorar apenas a face “maligna” dessa evolução, porque apesar de Loweemon ser um bom digimon, Dusk ainda é meu segundo favorito e eu quero dar esse solo pra ele. xD
Eu também estava louca para colocar essa nova personagem (a professora Shima) em cena, e teremos um pouco mais dela também. E também obrigado por comentarem sobre as descrições, porque minha parte favorita da escrita é poder descrever as cidades e os digimon.
Meninos, adoro como vocês lembram até dos pequenos detalhes (como as tiradas mais engraçadas pra quebrar os climas tensos), e novamente agradeço por ter vocês como leitores (Lukas, eu devo dar uma passada na sua fic amanhã, no meu dia de folga, ok?), e também dando sugestões.
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Mensagem por Convidado Ter 07 Jun 2016, 6:41 am

Realmente Spirit é sempre um prazer poder comentar os capítulos da sua fanfic pois faz tempo que nós não tínhamos fanfics interessantes para comentarmos igual a sua a da Midori e a do Lucas por isso é tão bom poder fazermos analises dos capítulos de sua historia . Não sabia sobre essa historia de você ter um trauma com Aranhas por causa de um ataque de uma aranha armadeira mas o realmente gostei da escolha dos Dokugumons para quebrar aquela imagem estereotipada de que todos eles são Digimon malignos por causa da aparência intimidadora e gostei muito da escolha de Duskmon como primeiro grande inimigo enfrentado por Kara e Cia interessante que ele seja uma criatura completamente antinatural até para os Digimon espero que de muito trabalho para os heróis vence-lo . E a Professora Shima ? Ela também se tornara uma Digiescolhida e chegara a ter um companheiro Digimon ? Enfim continue com o maravilhoso trabalho pois será um prazer poder ler .Smile

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Mensagem por MidoriKyun Qua 08 Jun 2016, 9:19 pm

Olá, Spirit! Acabei demorando de novo pra comentar, desculpe!

Mas vamos nos focar no capítulo! Ele teve um ar investigativo como o da praia, mas esse ficou ainda melhor! Apesar de ser óbvio, ou melhor, tendencioso, já suspeitar que a causa fosse algum digimon, achei que você encaminhou muito bem o caminho das coisas. Todos já falaram, mas realço sobre a parte dos Dokugumon. Foi bom ver que o digimundo não está dividido apenas entre legalistas e rebeldes, mas que o mundo deles está bem caótico e os digimons estão procurando refúgio. Dá pra relacionar fácil com uma situação de guerra entre países, onde seus habitantes começam fugir em busca de segurança. Só fiquei esperando que o líder das aranhas fosse uma fêmea, mas é um detalhe.

Deu muita dó deles sendo mortos. Fiquei até meio triste, porque mesmo com todos correndo perigo, as aranhas crescidas pensaram nos bebês primeiro. Deu uma dorzinha no coração. Ainda mais que o líder parecia super disposto a viver de forma pacífica no mundo humano.

Não tenho muito o que comentar sobre a Hime, já que ela mostrou pouco a que veio. Mas de forma geral não gostei tanto dela porque parece meio babaca. Ela foi legal com o Falcomon, "simpática" na conversa, mas graças a sua atitude acabou me fazendo "engasgar", sabe? Mas ela parece ter potencial.

E o que dizer do Duskmon? Eu quase dei um gritinho, mas mexi os braços freneticamente quando reconheci pela sua descrição (que, aliás, ficou muito boa!). Ele é um dos meus digimons favoritos também! Ele e BlackWarGreymon estão emparelhados. E digo mais, apesar de gostar muito de Loweemon, a versão "malegna" é minha favorita. Acho ele bem mais emblemático e carismático. Além disso, ele mistura muito bem o charme de um galã com uma figura assustadora. Acho que o contraste é o que mais me atrai.

A solução pra enfrentá-lo é bem criativa e inesperada, mas faz sentido! Nunca tinha pensado que Duskmon seria sensível a luz por ter tantos olhos! Foi uma boa sacada. Fiquei pensando que, de fato, em Frontier ele só apareceu no continente negro, onde tudo é mais escuro.

Foi muito bom ver, finalmente, um inimigo poderoso para nossos protagonistas. Estou bem curiosa pra ver como vai se desenrolar a história depois disso!

Também fomos apresentados a duas novas figuras. A primeira, Shima-sensei. Já havia ficado curiosa com ela no capítulo da praia, agora saber que, supostamente, ela está investigando os digimon faz um tempo foi uma bela surpresa! Achei muito bom colocar alguém além do nosso trio envolvido. E também temos quem, ou o que, fez barulho para atrair o Duskmon. Não tem como chutar algo, quem pode ser ou etc. Sou chata pacas, então eu diria que faltou uma preparaçãozinha pro leitor, porque pareceu muito um Deus Ex-machina. Mas já estou tão envolvida com sua história que isso só me deixou instigada.

E também tem o ponto que, sem uma preparação, parece causar o efeito certo. Como leitora, estava super tensa na cena, até ele se afastar pro lado oposto e eu sentir o mesmo alívio que os personagens sentiram, ou ao menos próximo, pra só depois ficar "ué, mas da onde veio?".

E como não falar dos insultos da Floramon? Ela é simplesmente sensacional! Eu ri que nem idiota quando ela falou que esperava que o Duskmon pegasse conjuntivite em todos os seus olhos. MELHOR PROVOCAÇÃO PRA ELE! Também achei muito divertida a parte dela descrevendo um vilão clichê, e você colocando um clichê e seu oposto. Adoro ver as pessoas brincando com isso!

Não vou comentar sobre o Duskmon ser "summonado", porque prefiro esperar pra ver isso apresentado na história pra comentar de forma mais adequada.

Deu pra ver que sua escrita evoluiu bastante! Suas descrições ficaram mais fluidas, deixando a leitura em um ritmo bem gostoso! Parabéns e tomara que você fique ainda melhor! Ah, e desculpe por ainda não ter te passado os livros que comentei, é que preciso pegar os nomes com meus irmãos e estamos nos desencontrando bastante. Mas assim que possível te mandarei uma MP com todas as informações, tá?
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Mensagem por Convidado Qui 09 Jun 2016, 8:09 am

Enfim Spirit foi um excelente capitulo envolvente do inicio ao fim que nos deixou mortos de curiosidade para podermos ver os capítulos seguintes .Smile

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Mensagem por Spirit Dom 12 Jun 2016, 3:33 pm

Opa, gente, agora sim tomei vergonha na cara e respondi vocês, apesar de ainda ter medo que meus dedos congelem e caíam durante o processo (tipo, tá fazendo 3 graus aqui).
Kaiser: Haha, o lance das aranhas é algo que me persegue, mas até que serviu pra sair matando os Dukugumon sem pena, então beleza. Aliás, obrigado pelas observações, e sim, teremos grandes problemas com Duskmon pela frente, ainda que eu não venha a mostrar muito dele até alguns capítulos depois. Sobre a professora Shima, eu realmente gosto dela, se conseguir seguir com esse universo como pretendo, ela terá mais relevância com o tempo, talvez até uma companhia...

Midori: Hey, é sempre bom ver você, e não se incomode com o atraso, eu também tenho essa fama. Bom, eu até pensei em fazer um capítulo antes, no qual eles investigam casos comuns e arrumam problemas com isso, mas acabei partindo pro lado digimon mesmo. E sim, cara, logo eu vou mostrar que a maioria dos digimon quer na verdade fugir dessa guerra, mesmo que tenham atitudes extremas, como os Dokugumon. Como eu disse pros meninos, eu precisava fazer algo cruel como matar até os filhotes, então acabei pegando aquilo que menos gosto (aranhas), pra ver se conseguia fazer melhor, mas ainda dá aquele sentimento de ser má.
Hm, vou confessar pra você que trabalhar com a Hime é difícil, até porque estamos acostumados apenas com vilões frios, sádicos e essas coisas, então alguém gentil e bonzinho é um desafio, vou tentar trabalhar melhor com as cenas dela para evitar esse sentimento de confusão. Mas mano, mano... Duskmon eu tinha que fazer com uma chegada dessas, até porque como disse, é meu segundo digimon favorito e eu sinto que a atuação dele em Frontier podia ter sido um pouco melhor (sei lá, talvez por ter assistido dublado e ficar ouvindo “isso é tudo?” a cada cinco minutos), então eu ainda vou trabalhar MUITO com ele, porque apesar de parecer bem clichê, ele tem várias faces.
Ainda falando de Frontier, fica visível que Duskmon naturalmente tem um poder maior que o comum, então não teria como os rebeldes ganharem a luta, então eu tive que olhar de novo os episódios procurando uma maneira de contornar a situação e eu notei, assim como você, que ele só aparecia em ambientes escuros, então ficou óbvia a forma de detê-lo com luz. Bom, agora sobre a Shima-sensei, eu vou admitir que na história atual ela não terá todo o espaço que eu quero dar, mas se tudo seguir como espero, ela se tornará mais importante depois.
Hm, sobre a parte de “preparar” o leitor para a cena em que fazem barulho para afastar o Duskmon, eu não entendi bem, se puder me explicar, agradeço. >_> E claro, não existe nada melhor do que incomodar um vilão com comentários engraçados, então não pretendo perder esse hábito logo! (Os: eu realmente imaginei como seria ele com conjuntivite, e posso resumir com a palavra AGONIA).
Bem, como sempre, obrigado tanto pelos elogios quanto pelas observações, eu vou tentar melhorar esses pontos ruins, porque espero muito agradar vocês!
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Mensagem por Convidado Dom 12 Jun 2016, 5:15 pm

É sempre uma alegria poder comentar uma excelente fanfic espero poder ver essa historia se desenrolar do inicio ao fim porque nos últimos tempos os autores da Digimon Forever começam as fanfics vão até certo ponto e depois largam a historia inacabada e eu espero sinceramente que não seja o caso desta historia e que possamos lê-la do começo ao fim .

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Mensagem por Spirit Ter 14 Jun 2016, 9:05 pm

Gente, agradeço a todos pelos comentários, as always, então em troca vou dar um aviso sobre esse capítulo: ele é meio sad, porque eu fiz ele num frio de 2 graus depois do trabalho, mas infelizmente ele é necessário na trama. O próximo será mais animado!

Capítulo Oito:
Despedidas?



Ninguém entendeu o que havia acontecido quando Tsukuno Shima freou o carro no meio da estrada, a forma do viaduto em reforma já tão distante que havia desaparecido nas sombras da noite. Ofegante, ela apertou o volante para que as mãos parassem de tremer, sentindo alguns fiapos de teia caírem de seus cabelos quando abaixou a face. O cheiro de seiva e sangue estava impregnando o veículo pequeno, assim como os curtos gemidos. Não só os digimon estavam feridos, mas os garotos também tinham sido atacados por... O quer que fosse aquela coisa cheia de olhos.

- Shima-sensei... – chamou Shinjurou, com sua camisa se manchando de seiva verde escura.

- Para onde temos que ir? – ela perguntou, respirando fundo para tentar se acalmar. – Não posso levar vocês para um hospital com eles.

- Só precisamos de um lugar para nos esconder... Não é nada... – a voz Gabumon tremia enquanto ele apertava sua pele branca no corte.

- Vamos para a minha casa. – decidiu a mulher. – Segurem-se. – pediu em seguida, pisando no acelerador até o ponteiro do medidor de velocidade chegasse ao máximo, chegando a tremer.

Com a arrancada brusca, todos foram jogados para trás, o que rendeu mais gemidos de dor. – Se é pra nos matar... – Floramon cuspiu uma nódoa de seiva escura contra as mãos. – Nos deixa com o maluco dos olhos...!

Por sorte, a professora logo chegou em sua casa, mesmo que acabasse estacionando por cima do meio fio na pressa. Ela foi também a primeira a sair do carro e abrir a porta para os outros, que pareciam prestes a cair, principalmente os digimon. Teve a impressão de ouvir alguém perguntar “tá todo mundo vivo”, mas não teve certeza porque as vozes estavam baixas. Logo já tinha aberto a porta e ajudado a carrega-los para dentro, colocando sobre o sofá desgastado. Decidiu que iria se preocupar com as manchas no tecido mais tarde.

- Precisamos de ataduras. – pediu Shinjurou, enquanto segurava o braço dela sem muita força. – E o que tiver para limpar os ferimentos deles...

- Vou pegar. – Tsukuno respondeu da forma mais calma que podia, voltando a face para o sofá. Alister estava tirando a pele de Gabumon para ver melhor o seu estado, já prático, mas Kara parecia ter “travado”. Desde que se afastaram do viaduto, a garota estava agarrada em Guilmon, apertando-o contra o peito, sem ter falado mais nada, ou mesmo olhado para os outros. – Você precisa ajuda-la...

- Tudo bem. – o garoto abaixou a face para concordar, deixando que a mais velha se afastasse enquanto ia até Kara. Quando tocou em seu ombro, a garota se assustou, estremecendo.

- Eles queriam leva-lo... – ela disse em voz baixa, colocando uma das mãos entre as orelhas do digimon dragão. Se concentrou no que fazia, para assim não ter que olhar para o japonês. – Como posso deixa-lo ir amanhã, com aquele monstro querendo fazer mal ao Guilmon?

- Não se desespere. – Alister virou a face para os outros, embora ainda estivesse ocupado com conter o sangue dos cortes. – Eles não são invencíveis. Só aproveitaram o momento, mas também tem fraquezas. Além disso, os rebeldes são mais numerosos em seu mundo.

- Mas eu... – ela começou, mas se calou ao ver que a professora voltava com os braços cheios de ataduras e pequenas embalagens de remédio, além de uma caixa de primeiro socorros um tanto grande demais, tudo formando uma pilha alta ao ser deixado sobre uma mesinha.

- É... Muita coisa, não? – Shinjurou piscou duas vezes, mas já se apressou a pegar alguns algodões e um pouco de água oxigenada, entregando um a Kara.

A menina pegou-o com a mão que tremia e apertou um pouco contra uma queimadura perto do rosto de seu digimon, limpando a região. Ele estava com os olhos fechados, e pareceria desacordado se não emitisse um som baixo e constante, que ela demorou um pouco para identificar como uma música suave. Se dizia palavras, elas saiam ininteligíveis, mas a melodia lhe acalmava de forma que não sabia explicar, fazendo sumir as lágrimas com a qual estava lutando antes. Os outros pareciam não ter percebido, talvez por estarem tão ocupados, em especial Tsukuno, que estava ansiosa ao ajudar os garotos com os curativos.

- Nem sempre minhas investigações acabam bem, então me preparo para tudo. – explicou a mulher, parando um momento para tirar as teias ainda grudadas em seus cabelos. Apesar de todo o pânico de antes, seus olhos brilhavam ao poder tocar nos digimon. – Agora, tratem de me contar tudo!

--

- Bem, você está saudável. Sente alguma dor? – com a pergunta, Hime negou com a face, se levantando da fina cama em que estava sendo examinada. Passou as mãos pelo vestido fino que usava, agora adornado com um cinto e algumas pulseiras douradas, além de uma faixa amarrada sobre seus cabelos curtos, comprida o bastante para as pontas caírem até a metade de suas costas, tudo a fim de melhorar sua imagem ao lado da rainha.

- Estou bem, doutor. – ela abaixou um pouco a face. – Mas e quanto ao Duskmon?

- Você não precisa se preocupar, ele apenas tem olhos sensíveis demais. Eu irei trata-los devidamente. – garantiu o médico, um digimon chamado Jekyllmon. A aparência daquele ser era semelhante a um humano, de corpo fino e feições um tanto angulosas, de forma que não parecesse ameaçador. Suas roupas eram completamente negras e elegantes, ao estilo de um antigo cavalheiro europeu, fechadas até seu pescoço, com um jaleco branco e comprido caído sobre os ombros, cobrindo a parte de cima de seu corpo como uma capa. Por baixo do jaleco, seus braços estavam sempre emitindo pequenos barulhos metálicos, pois eram membros mecânicos e cobertos de fios, terminando em dedos que mais pareciam finas garras pontudas, que ele podia dobrar de diversas formas. O mesmo tipo de fios estava conectado em sua nuca, visível porque seus cabelos compridos, com cor de cobre, estavam amarrados, de forma que apenas duas mechas longas caíssem por sobre seus ombros. Também emitindo pequenos ruídos, sua fina cauda mecânica se agitava em movimentos lentos, possuindo diversas camadas e funcionalidades ocultas. Por fim, seus olhos fechados estavam sempre escondidos atrás de óculos com lentes em meia lua. Era de fato, um médico que inspirava confiança naqueles que atendia, não apenas por sua aparência, mas pela serenidade que apresentava.

- Confio no senhor. – a garota sorriu de leve, seguindo o digimon para fora do quarto que recentemente havia recebido. Do lado de fora, estavam sendo esperados por outro membro dos Cinco, que se chamava Arashmon. O mesmo estendeu a mão para Hime, que a segurou com os dedos delicados, caminhando ao seu lado, enquanto Jekyllmon apenas os observava. Antes que dobrassem o corredor e o médico sumisse de vista, ela virou a face por sobre o ombro. – Cuide bem do Duskmon, por favor.

- É claro, Visitante. – ele colocou a mão metálica sobre o peito, abrindo um pequeno sorriso para a garota. Assim que ela se foi, o médico tomou outro rumo, até a parte mais isolada do palácio em forma de estrela, a ponta que ficava mais distante das igrejas, quase encostada ao muro. Ali, os caminhos eram estreitos e as salas silenciosas, mas o rumo do digimon era outro: no fim de um corredor sem saída, ele abaixou a cauda, cuja ponta se abriu. As pontas dela se redobraram em um formato de estrela de várias pontas, que ele encaixou em uma abertura discreta entre duas lajotas do piso. Como se fosse uma chave, girou a cauda, fazendo com que uma passagem se abrisse, devido a mecanismos internos instalados debaixo do chão, expondo uma escada que descia para a escuridão. Mas, antes que pudesse entrar, percebeu que estava sendo observado por outro digimon. – O que foi, Morgainemon? Está preocupada com a nossa criação?

- Não seja ridículo. – ela lhe respondeu de forma ríspida e séria, cruzando os braços. – Mas quero acompanhar o seu trabalho nele. Ver o que vai fazer.

- Sinto muito, meu trabalho é confidencial. – declinou o médico, puxando seu jaleco para esconder melhor seu corpo. – Mas saiba que eu farei o que você e suas runas não fizeram.

Com sua resposta, Morgainemon fechou a face, estreitando os olhos arroxeados. Assim como Jekyllmon, ela tinha uma aparência humana, de uma mulher adulta, de postura imponente. Grande parte de seu corpo estava coberto por um longo vestido vermelho, de mangas longas e uma saia rodada, além de ter um espartilho negro na altura do peito. Toda a saia estava decorada com pequenas runas de diversas cores, assim como os dois braceletes de ouro em seus pulsos, um tanto grandes demais. Por aberturas no vestido na parte de trás, saíam dois pares de asas translúcidas, parecidas com a de mariposas, também de cloração rubra. Seus cabelos negros eram curtos, um pouco acima de seus ombros e com as pontas repicadas, o que estranhamente combinava com seus trajes antigos. Na cintura, trazia um cinto de couro do qual pendia uma bainha fina, portando um sabre tão fino que mais parecia uma varinha de metal prateado.

- Não confio nos seus métodos. – ela respondeu, de forma direta. Não gostava de ser contrariada. – Ademais, escondermos segredos uns dos outros é perigoso.

- Se é perigoso termos segredos. – Jekyllmon não resistiu a se aproximar um pouco, movendo os dedos metálicos que seguravam o jaleco. – Por que você não conta a todos porque está tão interessada em ter a prole de Avalon, a ponto de se desviar do objetivo, que era matar os rebeldes.

- Se fosse importante, vocês saberiam. – com um gesto brusco, a digimon empurrou seu peito para trás, fazendo-o recuar alguns passos.

- Imagino que não seja mesmo importante, considerando o que aconteceu com seu irmão.

- Não fale daquilo que não sabe. Pendramon acabou daquela forma por suas próprias decisões. – para encerrar a discussão, Morgainemon segurou a saia do vestido, podendo assim se virar sem o risco de pisar no tecido coberto de runas. – Acabe logo com o seu trabalho, nós vamos precisar dele em breve.

- É sempre um prazer conversar com você. – o médico respondeu de forma calma, sem se incomodar com a breve discussão. Quando se viu novamente sozinho, desceu pelo alçapão, fechando-o com a cauda. As escadas em caracol para o subsolo estavam escuras, mas a sala a que elas levavam estava bem iluminada, revelando sua forma circular, com algumas portas trancadas a sua volta. A luz provinha de cristais amarelados fincados no teto, assim podiam clarear todos os pontos da sala, inclusive os diversos armários de ferro e estantes repletas de aparatos cirúrgicos, alguns potes e até mesmo objetos difíceis de definir.

E claro, havia a grande mesa metálica no centro do aposento, posicionada diretamente abaixo dos cristais iluminados, e agora ocupada por Duskmon. O digimon negro estava contido por correias de couro grosso, de modo que não pudesse se mover, embora as cabeças ósseas de suas mãos (com as bocas devidamente amarradas) tentassem se soltar. Hastes de metal haviam sido colocadas nele, de forma que os olhos ao longo de seu corpo não pudessem se mover, as íris vermelhas forçadas a encarar a luminosidade do teto, mesmo que finos filetes de sangue escorressem das orbes. Pela forma como seu peito se movia agitado, ficava visível que ofegava.

- Desculpe por fazê-lo esperar. – começou o médico, abaixando a face para vê-lo mais de perto, mesmo que seus olhos estivessem fechados. – Como Hime é nossa prioridade, quis checa-la primeiro. Já está mais acostumado com as luzes?

O outro tentou mover a face, mas quando não conseguiu, respondeu com a voz rouca. – Não...

- Isso é frustrante. Eu pretendia acabar rápido com isso. – Jekyllmon suspirou, decepcionado. – Pessoalmente, eu odeio trabalhar com você. Já nasceu domesticado, nem ao menos tenta revidar. Não, não precisa se desculpar. – ele ergueu a mão ao ver que Duskmon tentava falar de novo. – Isso sempre acontece com todos os pacientes, todos ficam como você... Menos a cobaia 824. Ah, ele lutou até conseguir fugir... Oh, me desculpe. – ao perceber eu estava divagando, o digimon moveu um pouco a face, voltando a olhar com atenção para o que estava preso. Ergueu então as mãos metálicas, os dedos se abrindo a fim de mostrar novas e variadas lâminas finas. – Bem, vamos começar?

--

Já era madrugada quando Jekyllmon liberou seu “paciente”, abrindo o alçapão no chão para que ele saísse, enquanto o médico se ocupava com demais trabalhos. Devido ao horário, não havia ninguém pelos corredores, então Duskmon não precisava se esconder, até porque mal conseguia se manter de pé. Seu corpo todo tremia e ardia, e as diversas íris vermelhas estavam opacas, de forma que sua visão se resumia apenas a borrões indistintos. Por sorte, já havia decorado o caminho que devia seguir, chegando até outra ponta do palácio em forma de estrela, onde ficavam dormitórios selecionados. Logo alcançou o quarto onde deveria montar guarda até amanhecer, mas seu corpo lhe traiu assim que chegou, fazendo com que caísse contra a porta com um gemido. Apoiou uma das cabeças ósseas na parede para recuperar o equilíbrio, com mil repreensões passando por sua mente enquanto ouvia a porta abrir, seguido de novos borrões.

- Você demorou dessa vez. – a voz de Hime era inconfundível, assim como o suave toque em seu braço. – Tudo bem?

- Sim, está tudo bem. – ele mentiu, voltando os olhos para a garota, apesar de não conseguir vê-la com nitidez. Não importava o quanto ela perguntasse, o digimon sempre mentia. – Pode voltar a dormir, eu vou ficar de vigia.

- Por que você não dorme comigo hoje? – a garota sorriu, segurando o braço dele com as duas mãos, puxando-o de leve, como se soubesse que ele sentia dor. Quando o outro hesitou, insistiu mais um pouco. – Ninguém vai saber.

- Só desta vez. – Duskmon cedeu, passando para dentro o quarto quando Hime abriu espaço. Deixou que ela lhe guiasse até a cama fina, onde então se deitou contra a parede, deixando um espaço maior para o digimon. Quando ele se acomodou ao seu lado, a garota abraçou a cabeça óssea de uma de suas mãos, como se fosse um bichinho de pelúcia.

- Boa noite, Hime. – desejou o digimon, apesar de permanecer acordado. Não arriscaria machuca-la caso tivesse algum surto durante um pesadelo.

- Boa noite... Ouji-chan. – ela respondeu, fechando os olhos com um riso baixo. Quando entendeu do que havia sido chamado, Duskmon piscou surpreso, voltando os olhos para o lado em seguida.

--

Depois do terrível incidente, as obras no viaduto voltaram ao normal, apesar de vários curiosos visitarem o local, tentando desvendar o mistério, que já corria pela internet. Felizmente, os únicos que sabiam da verdade estavam de volta em suas casas, para se recuperar durante o resto da noite. Para os garotos, tinha sido fácil esconder os novos ferimentos sob os uniformes escolares, assim evitariam perguntas dos demais, apesar de eles estarem mais ocupados em questionar os alunos que haviam desaparecido com os ataques dos Dokugumon, apesar de não se lembrarem de nada. Mesmo Tsukuno se explicou para a diretoria, mentindo que estava doente no dia em que havia faltado. Bom, o ato de estarem dando completa atenção aos sequestrados foi bom ao trio, pois traziam um ar desanimado. Aquele seria o último dia dos digimon rebeldes ali.

Kara não se concentrou nas aulas, passando horas fazendo desenhos de forma discreta (se a professora percebeu, não quis chama-la), enchendo várias folhas de seu bloco. Ilustrava vários acontecimentos, como a chegada de Fangmon, Thorndramon surgindo na praia, e mesmo os pequenos KoDokugumon escondidos atrás de seu líder. Toda vez que desenhava Guilmon, apertava os olhos para conter as lágrimas. Quando as aulas acabaram e teve que sair, os olhos ainda ardiam naquela luta, não prestando muita atenção na conversa entre Shinjurou e Alister enquanto saíam.

- Kara-chan? – o japonês chamou, despertando a garota de seus devaneios. Ao que parecia, eles estavam esperando que ela respondesse algo.

- Desculpe, estava distraída... O que foi?

- O ponto de encontro. – Alister explicou. – Vamos nos encontrar na escola quando o portal for abrir, segundo Gabumon, será nas proximidades.

- Claro, claro. – ela tirou uma mecha dos cabelos brancos da frente da face. – Parece uma boa ideia. Nos vemos no fim do dia. – disse apressadamente, correndo para longe deles.

Sabia que tinha sido uma atitude rude e que deveria tê-los chateado ao fugir, mas enfim perdeu a luta contra as lágrimas, que caíram silenciosas por sua face. Sem perceber o caminho que fazia, parou ao dobrar uma esquina, encostando-se de costas em um muro, cobrindo a face com as mãos. Se deixou então cair sentada, com os soluços abafados, se curvando um pouco, até que um barulho de faíscas chamou sua atenção. Ao erguer um pouco o rosto, viu algo parecido com um besouro de metal negro correndo para longe dali, apesar de ser difícil distinguir com a vista toda embaçada pelas lágrimas. Ao olhar para baixo, notou que ali perto, havia sido deixado um lenço branco, que ela pegou a fim de limpar a pele molhada. Quando estava mais calma, se ergueu e guardou o lenço em sua bolsa, retomando seu caminho para casa. Se Guilmon tinha que ir, então queria aproveitar todo o tempo que tinha com ele.

--

Quando o sol estava se pondo, tanto os garotos quanto os digimon chegaram à escola que agora estava fechada. Não que precisassem invadir o local, pois o primeiro portal que os levara tinha sido aberto perto dos fundos, então era lá que iriam esperar pelo mesmo fenômeno. Os disfarces haviam sido novamente usados (para a agonia de Gabumon), mas o número de pessoas das ruas a tal hora podia ser contato nos dedos. Talvez o caso do viaduto ainda deixasse as pessoas receosas de sair quando o dia acabava.

- Ok, daqui a pouco o portal já vai aparecer. – garantiu Floramon, tirando o kimono e a maquiagem que estava usando, já que estavam longe de vista.

- Você parece ansiosa... Deve sentir muita falta de casa. – Shinjurou sorriu um pouco sem graça, se abaixando para vê-la mais de perto.

- Não dá evitar, foi mal. – Gabumon se desculpou em seu lugar, estendendo a mão para Alister. – Foi bom trabalhar com todos, e ainda mais com você.

- Eu concordo. – apesar de um pouco sem graça, o alemão logo disfarçou e apertou a mão dele, soltando para que o digimon cumprimentasse os outros também.

- Nós vamos falar de vocês para os rebeldes. – disse a digimon planta, colocando as mãos na cintura. Ali perto, Guilmon encostou as garras na face e abaixou as orelhas, como se enfim tivesse percebido que teria que ir junto dos outros dois rebeldes.

- Kara-chan... – ele chamou em voz baixa, se virando para a garota, que se abaixou e colocou a mão entre suas orelhas.

- Está tudo bem. – ela prometeu, soltando-o para abrir a bolsa. De lá, tirou um lenço de tecido azul claro, amarrando-o em torno de seu pescoço. – Isso é para você. Combina com os seus olhos. – disse, com os próprios trêmulos. O digimon se aproximou e roçou a face contra seu tronco, mas antes que pudesse dizer algo, ouviu o som de passos.

Todos ficaram nervosos e prontos para atacar, temendo que Duskmon tivesse voltado, mas se espantaram quando foi Tsukuno quem apareceu, ofegante pela corrida. – Finalmente achei vocês!

- Shima-sensei? – o garoto moreno reconheceu, pendendo a face para o lado. – O que faz aqui?

- Como assim? – ela parou perto deles, com os cabelos ligeiramente bagunçados. – Eu não posso perder isso!

- Bem... – ele se voltou para os demais, que só deram de ombros, cedendo. Depois do que ela tinha visto no viaduto, tiveram que contar tudo o que sabiam sobre os digimon, então não faria mal algum que ela visse sua partida. Pelo visto, sabia guardar segredo.

- Obrigado, garotos! – ela juntou as mãos, chegando mais perto deles, mal contendo sua empolgação.
Assim, esperaram por alguns minutos até que um pequeno pontinho de luz flutuou no ar perto deles. – Ali! – apontou Floramon, percebendo que o pontinho se estendia em várias luzes coloridas, no mesmo efeito que os portais abertos pelos legalistas para fugir. Este, no entanto, foi aumentando até formar uma passagem maior, com mais ou menos dois metros de altura, sendo impossível ver o outro lado por causa das luzes.

- Bem, temos que ir... – Gabumon acenou com a mão, indo na direção do portal, junto com sua parceira de missão. Pouco antes de atravessarem, os dois se viraram, esperando por Guilmon, que abraçou a garota uma última vez.

Para ajuda-lo, ela se abaixou também e envolveu seu corpo com os braços, apertando-o. Sentiu um leve puxão em si e ouviu os garotos dizendo alguma coisa, mas não prestou atenção, pois achava que tudo aquilo podia esperar. – Adeus, Guil. – disse em voz baixa, erguendo a face para fita-lo. Só então ela percebeu que as luzes do portal estavam perto demais, tanto que a cauda do digimon já estava do outro lado. E ela também estava sendo levada pela passagem, arrastada da mesma forma que os garotos estavam sendo, tão rapidamente que Kara só teve tempo de gritar antes que fossem todos tragados para dentro do portal.

- Garotos! – Tsukuno gritou, atirando-se para frente na tentativa de agarrar algum deles, mas caiu e encontro ao chão quando a passagem se fechou, deixando-a sozinha.
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Mensagem por nyxvoid Qui 16 Jun 2016, 10:34 pm

Bom, confesso que criei uma conta aqui no Fórum só para vir comentar aqui na sua fic e aproveitar e te dar uma força, nem que seja moral. q
Primeiro, gostaria de dizer que acho fascinante a forma como você conduz não só sua narrativa, mas também a história em si. Sua criatividade é espetacular e a cada capítulo a expectativa cresce mais e mais. Fica difícil de dizer qual personagem seu é o melhor, porque todos eles são desenvolvidos e cativados de uma maneira envolvente e bem única.
Eu sei que já disse isso antes para você, mas acho que não faz mal repetir. Você é uma das melhores ficwriters que eu já conheci em toda minha vida de fic reader. Sua história tá tão boa que eu super apoio transformá-la numa temporada nova da franquia. Sonhar é bom, mas é de graça. Ou se não, pelo menos, virar uma doujinshi. Ia ser perfeito. <3
De qualquer forma, estou ansiosa sempre pelas suas produções. Continue, não desista. Ao infinito e além!


Um grande abraço de sua mana,
Tathi.

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Mensagem por LucasMakuso Sex 17 Jun 2016, 11:29 pm

Olá Spirit! Bem, vim aqui de novo para comentar...

Esse episódio foi bem parado, mais muito interessante! A parte onde os "escolhidos" não foi tão interessante quando a parte seguinte, mas nesta parte deu pra perceber bastante os laços que Kara desenvolveu com Guilmon. Não tenho muito sobre o que comentar sobre essa parte, devido que só foi apenas uma parte para concluir o que havia acontecido no episódio anterior.

Achei a descrição de Jekyllmon e Morgainemon perfeitas. Acho que consegui captar todos os detalhes. A descrição de Morgainemon me lembrou muito da Morgana (até o nome é parecido), do League of Legends, apesar das vestimentas serem totalmente diferentes, acabei me baseando nessa personagem pra criar a imagem "base" da Morgainemon. Cobaia 824? Hm... Espero que seja o que eu estou pensando. A cobaia é o Guilmon. Ainda acho bem estranho a forma meiga que Hime age, não estranho de forma negativa, mas sim pelo fato que ela ama Duskmon, mas quis aniquilar totalmente as crianças e os Digimon e matou os coitados dos DoKugumon...

Fiquei com um pouco de pena da Shima-sensei, coitada, ela poderia ter ido pro Mundo Digital também! Seria interessante se ela ganhasse um "parceiro" ou fosse igual o Kazu & Kenta em Digimon Tamers, mas acho que ela me lembra muito a professora do Takato! Haha. Mas de qualquer forma, adorei o episódio.

Aguardo ansioso pelos próximos episódios... No mundo digital!
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Mensagem por Spirit Ter 21 Jun 2016, 10:30 am

Yo, gente! Como sempre eu demorando pra me manifestar, mas acho que vocês tão até costumados já. xD

Nyx: Manaaaaaaaaaa, sua louca! Não acredito que tu veio aqui só pra comentar a fic que tu beta, mas ainda sim te adoro em qualquer lugar. * Abraça ela como um tijolo. * De qualquer forma, no worries que vou continuar te passando as informação tudo primeiro, não escrevo sem tu estar junto.

Lukas: Entãaaaao, né. Esse capítulo foi realmente parado, até porque se eu colocasse ação ou lutas, acabaria tirando todo o foco, que era só preparar o terreno para o próximo arco, mas tudo bem, porque agora fica melhor!
Sobre os meus dois digimons novos, Morgainemon é realmente baseada na Morgana, mas não sei como ela é em LOL, depois até vou dar uma olhada e ter umas ideias. E desculpe por estragar a sua teoria, já adianto que a cobaia do Jekyllmon não é o Guilmon, mas ele já apareceu aqui!
Com a Hime e o Duskmon ainda é difícil trabalhar, mas eu quero mesmo é quebrar a ideia de que um vilão é sempre frio e sem coração, então com o tempo vamos ver todas as faces e motivações dos dois. E não tenha pena da Shima-sensei não, porque ela ainda terá alguma participação, mesmo que agora seja difícil! Não quero desperdiçar uma personagem assim!
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Mensagem por MidoriKyun Qui 23 Jun 2016, 12:32 pm

Opa, olá Spirit! Demorei novamente pra comentar, mas vamos pular as desculpas, se não eu sinto que ficaremos presos nesse ciclo eterno de "demorei pra comentar, desculpa", "relaxa, não tem problema"! XD

Antes de tudo, preciso comentar que achei muito fofa a cena do Kokuwamon deixando um lencinho pra Kara! Ainda que ele seja feito de metal, deu muita vontade de dar um abraço! Fofo! <3

Agora, sobre o resto do capítulo, apesar de não ter lutas, não achei que ele foi parado. Até porque dá pra dizer que teve bastante informação sendo mostrada. A parte do Digital World me deixou bem intrigada. Jekyllmon não parece flor que se cheire. Mal apareceu já tô com vontade de dar uns tapas nele. Sobre a Morgainemon, não dá pra dizer muito. Gostei do visual dela, e ficou no ar a dúvida dos objetivos dela. E esse nome dela... Tô sentindo o cheirinho de uma referência, ou é impressão minha?

Fiquei com pena do Duskmon. Só Deus pra saber o que o Jekyllmon fez com o coitado na mesa de cirurgia (outro motivo além das cobaias que me faz querer das uns tapas nele). A interação dele com a Hime foi até bonitinha. E vou confessar que me faz imaginar se não vou ter um novo shipp nessa fic (sou time amor sem barreiras).

Na parte que mostrou nossos "escolhidos" se despedindo dos digimons, senti falta de umas cenas de cada um interagindo um pouco com eles, antes do dia da despedida, pra me deixar mais no "mood". Mas achei um pouco engraçado que, quando a Kara estava abraçando o Guilmon, e eu entrando no clima, já veio a cena do portal engolindo a galera! E fiquei super "um dia eles ão de se despedir, mas esse dia não será hoje!".

Deu muita dó da Shima-sensei. Só imagino o desespero que ela ficou, coitada! Mas isso também me deixou com expectativas pro futuro dela. Afinal, agora ela é a única pessoa no mundo real que sabe sobre tudo o que está havendo. Vamos ver no que via dar!
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Mensagem por Spirit Seg 27 Jun 2016, 3:10 pm

Hey, mina! Ei, pra evitar as nossas desculpas pela demora admitindo que somos duas faíscas atrasadas! xD
De qualquer forma, confesso que gosto muito de trabalhar com personagens secundários em alguns momentos como esse do KoKuwamon e mesmo da Shima-sensei, que você não precisa se preocupar, porque vai aparecer de novo, mesmo que demore um pouco!
Sobre Morgainemon e Jekyllmon, sim, ela é baseada em Morgana Le Fay (amo ela!), e ele apesar de ter um péssimo caráter logo de cara, acaba sendo um dos meus preferidos por amar um médico/cientista louco (gostos estranhos, mas tudo). Quanto à cena do Duskmon com a Hime, nossa, eu queria tanto mostrar que eles não eram dois desalmados que fiquei feliz que vocês gostaram dela (e não se preocupe com o shipp, curta assim mesmo!).
Bom, como drama é algo bem difícil para eu escrever, acabei deixando as despedidas curtas, mas prometo tentar compensar isso mais tarde. Tava realmente complicado escrever sabendo como seria o próximo capítulo. >_>
De qualquer forma, espero que curtam este aqui!



Capítulo Nove:
Não Estamos Mais no Kansas




- Alô? Por favor, me atenda! – gritava uma voz aguda, até que conseguiu acordar Kara. Com um gemido, a garota abriu os olhos, sentindo sua cabeça pesar quando se sentou. Quando a vista voltou ao foco, percebeu que estava caída sobre uma estrada de paralelepípedos com um chão de terra batida e tufos de grama em volta, como caminhos que levavam a cidades do interior. Ao seu lado, Guilmon também estava acordando com um rosnado baixinho, esfregando a face com suas garras.

- Guil, você está bem? – ela chamou, se aproximando dele e colocando a mão em sua face. Ele ainda estava com vários curativos devido às queimaduras, mas por sorte, nenhum havia sido rasgado na queda. Quando o digimon concordou com a face, ela olhou em volta, percebendo um detalhe mais importante: onde quer que estivesse, já estava claro, talvez fosse meio-dia ou perto disso. – Mas que lugar é esse?

- Alô! Por favor, alô! – chamou novamente a estranha voz aguda, até que Kara descobriu de onde ela vinha. Caído ao seu lado, seu celular vibrava, com o ícone de chamadas ativado.

- Olá. Quem é você? – ela perguntou, pegando o aparelho entre as mãos e se sentou próxima de Guilmon para que ele pudesse ouvir também.

- Ainda bem que você atendeu! Vou iniciar uma vídeo conferência, é só clicar em aceitar! – o estranho avisou, e em seguida um ícone de vídeo surgiu na tela, junto com as opções “aceitar” e “recusar”. Quando escolheu a primeira opção, a imagem mudou, revelando a parte de cima de um digimon. Este mais parecia um robô, com seu corpo metálico aberto em vários pontos a fim de mostrar engrenagens girando, destacadas para fora. O metal que o cobria era cinzento, imitando a silhueta de um garoto, mesmo em formas quadradas. Vários fios de cobre soltando faíscas saíam da parte de cima de sua cabeça como cabelos bagunçados, e seus olhos completamente azuis estavam cobertos por óculos de mergulhador. Como a parte debaixo de seu corpo estava escondida, era difícil dizer, mas ele parecia usar suspensórios com vários aparatos metálicos presos nele, como broches. – Olá, senhor e senhorita! Meu nome é Geekmon e vim ajuda-los!

- Geekmon? – ela não reconheceu o nome, mas ele não parecia ameaçador. – Como conseguiu me ligar?

- Ah, isso foi fácil! – ele moveu a mão, que era coberta por uma grossa e grande luva de couro castanho. – Os seus digivices reagiram com o meu portal, eu só precisei rastrear o sinal.

- Digivice? – Kara olhou para o aparelho na mão. – Está falando do meu celular?

- Que nome mais estranho, mas sim! – pela forma como Geekmon se movia inquieto, ficava claro que ele era hiperativo.

- Você é rebelde? – perguntou Guilmon, esticando a face até que o focinho quase grudasse na tela.

- Sim, sim! – o digimon de metal concordou com a face. – Eu pretendia levar Gabumon e Floramon de volta à nossa base, mas alguma coisa deu errado... De novo. Estou tentando contato com eles agora, mas só você respondeu.
Depois do que ouviu, a garota ficou um longo tempo em silêncio, entendendo porque não reconhecia o lugar onde estava. – Nós... Nós estamos no Digital World?

- Sim! Pelo mapa, você está perto de Jintara, uma cidade bem movimentada.

Para ela, não fazia diferença perto de onde estava, pois uma nova ideia lhe passou à mente. – Mas você pode mandar a mim e os garotos de volta abrindo outro portal, não é? Acabou de fazer isso.

- Ah, bem... – Geekmon pareceu sem graça, juntando as mãos e batendo os indicadores um no outro. – Posso até consertar o equipamento e abrir outro portal... Mas só posso fazer isso de dentro do QG. Vocês teriam que vir até aqui.

Sua resposta fez um pressentimento ruim recair sobre a garota. – E onde ele fica? Estamos perto?

- Eu vou mostrar por mapas! – quando ele clicou em algum botão ali perto, sua imagem foi substituída por um mapa negro coberto de linhas cinzentas, com um ponto vermelho piscando. – Vocês estão aqui! E o nosso QG... – então o mapa “correu”, como se estivesse subindo até aparecer outro ponto, agora azul. – É aqui! – ao lado dizia que a distância entre os dois pontos era de 1306 “darjas”, e apesar de não saber que tipo de medida era aquela, podia-se ver que era uma distância enorme.

- Geekmon, como você quer que eu chegue até aí? – Kara quase gritou, apavorada.

- Bem, você pode comprar uma passagem de Trailmon se chegar a alguma cidade com linha de trem, e você também pode... – a imagem do digimon metálico travou, para em seguida começar a tremer.

- Ei, o que foi? – a garota agitou o celular, mas a ligação saía cortada, até que por fim a tela apagou e voltou ao normal, indicando que a chamada havia caído. – Não acredito nisso...

Ela então se lembrou dos garotos e seus parceiros, então mudou a tela para a “normal” foi para os contatos, procurando por Alister que estava mais próximo. Ligou para ele e ficou ansiosa ouvindo o barulho de chamada, antes que a mesma caísse. Frustrada, tentou mais uma vez, e em seguida tentou pelo telefone de Shinjurou, apenas para ter o mesmo resultado.

- Ei, Kara-chan! – Guilmon a cutucou, chamando sua atenção. – Vamos fazer o que ele disse e pegar esse Trailmon! Podemos achar um na cidade.

- Bom, é melhor do que ficarmos parados. – ela concordou, suspirando enquanto guardava o celular e se erguia. – Espero que os garotos estejam bem...

Como não queria perder tempo em voltar para casa, já foi avançando pela estrada, mas foi detida novamente pelo digimon, que lhe segurou a mão com as duas. – Ei... Você não quer um disfarce? Como o que eu tinha?

Por um momento, ela não entendeu, mas então se deu conta do que aquilo queria dizer. Os legalistas estavam atrás dos rebeldes, e a garota seria facilmente notada ali. – Você está falando... De eu fingir que sou um digimon?

- Sim! – ele concordou. – Eu posso te ajudar.

- Certo... – voltando a se sentar no chão, Kara abriu a bolsa e a virou, deixando todo o seu conteúdo cair ao chão, pensando no que podia usar para improvisar um disfarce. Pegou o casaco branco e fino que estava levando junto e com a ajuda de Guilmon, fez quatro cortes no capuz dele, pedindo também que ele tirasse duas tiras de sua saia longa do uniforme. Ela então amarrou as tiras para simular orelhas longas, arrancando também as mangas do casaco para amarrá-los numa bolinha com uma ponta para fora, que amarrou na parte de trás da saia. Depois de colocar o capuz, ela pegou um lápis de maquiagem e um espelho de bolso, pintando a ponta de seu nariz de preto, fazendo em seguida algumas linhas em forma de bigodes. Na testa, desenhou uma estrela, repetindo os desenhos nos braços também, antes de guardar o lápis e pegar algumas pulseiras há muito esquecidas lá dentro, colocando nos pulsos. Por fim, voltou a se erguer, girando o corpo. – O que você acha?

- Você ficou uma digimon bonita! – sorriu o digimon dragão, ajudando-a a guardar tudo dentro da bolsa. Por fim, ela pegou sua mão e foram andando pela estrada, atrás da cidade mencionada por Geekmon. Durante o caminho, Guilmon a ficou encarando, até que quebrou o silêncio. – Kara-chan, você não está mais com tanto medo...

- Oh? Você acha? – a garota piscou duas vezes, sem perceber nenhuma mudança em si. Talvez conviver com os dois garotos e ser atacada por monstros a tivesse feito esquecer parte dos seus problemas sociais. Na verdade, ela percebeu que se sentia muito mais à vontade naquele local do que em seu mundo natal, como se na verdade sempre tivesse vivido ali. Sabia que deveria estar apavorada por estar em outro mundo, mas era como vagar por uma rua de seu bairro natal, como se soubesse que o lugar sempre esteve lá e era até conhecido, mas nunca tivera tempo de visitar.

- Sim! E eu gosto disso! – ele concordou, para então apertar o passo, com as orelhas se agitando. – Eu ouvi algo ali na frente!

Após uma breve corrida, eles enfim chegaram até a entrada de Jintara, que consistia em um aglomerado de casinhas de madeira e prédios de tijolos vermelhos, com telhados coloridos. Era uma cidade comercial, pois muitas das construções eram lojas na parte debaixo e casas na parte de cima, e as ruas de paralelepípedos eram largas, permitindo que ambulantes caminhassem com carroças e tendas móveis sem atrapalhar os pedestres. O barulho, no entanto, era um tanto angustiante, pois todos pareciam falar ao mesmo tempo, erguendo suas vozes para anunciar os produtos. Para Kara, a cidade lembrava uma grande feira ao ar livre do interior, pois também não estava vendo aparelhos tecnológicos avançados. O ar parecia mais puro também, talvez porque ali não havia carros ou fábricas soltando fumaça.

- Refresco de laranja? – uma voz chamou ao lado da garota, fazendo-a se sobressaltar. Ao virar-se, percebeu que estava perto de uma tendinha verde, onde um digimon mostrava várias garrafas coloridas enterradas no gelo. O vendedor era uma espécie de pato do tamanho de uma pessoa adulta, com pele verde e cabelos alaranjados, tendo um CD rodando no alto da cabeça. Sua barriga branca parecia costurada, com um curativo no umbigo, e nas costas tinha um casco como das tartarugas, além de usar headphones pendurados no pescoço. Discretamente, ela olhou na bolsa e acessou a dex, descobrindo que seu nome era Gwappamon. – Estou levantando dinheiro para uma ONG.

- Claro... – concordou ela por fim, achando-o bem inofensivo para um digimon Adulto. No entanto, quando ela tirou uma nota da carteira, o pato negou com a face.

- Nada de papéis coloridos! Só aceito bits! – e com isso, ele se virou, ignorando-os.

- Ah... – surpresa com a reação do vendedor, Kara se afastou um pouco dele, observando mais atentamente os outros comerciantes, que recebiam moedas variadas como pagamento. – Ai, não... – gemeu, percebendo que não tinha um tostão naquele mundo. – Guil, não temos dinheiro nenhum aqui!

- Então não temos como pegar um Trailmon? – concluiu o digimon dragão, encostando as garras na face, pensativo.

- Não temos como fazer nada... – ela concordou, tentando se acalmar o suficiente para pensar em uma solução. Para sua surpresa, Guilmon encontrou-a em poucos segundos, puxando sua mão.

- Ali! Podemos ganhar bastante dinheiro naquele lugar! – ele apontou para uma casinha de madeira mais escura, onde alguns digimon com jeito “mal encarado” estavam escorados. Logo acima da porta, uma faixa de tecido branca estava pendurada e escrita a mão, anunciando uma competição de queda-de-braço, com um prêmio de 600 bits para o vencedor.

- Queda-de-braço? – repetiu a garota, sentindo um tremor correr pelo corpo ao olhar novamente aqueles escorados do lado de fora. – Não acho uma boa ideia, você pode se machucar. Eles são muito maiores que você!

- Eu sou forte, Kara-chan! – garantiu o digimon rubro, erguendo as mãos. – E se precisar, eu posso evoluir!

Ela negou, fechando os olhos para suspirar. – Não, ainda é muito arriscado. Vamos tentar... – começou, mas ao abrir os olhos, percebeu que ele já estava entrando naquele estabelecimento suspeito, correndo animado. – Guil! – gritou, sem ter outra opção além de segui-lo.

Assim que entrou, percebeu que se tratava de um bar todo mobiliado com madeira, tendo mesas redondas onde digimon estavam jogando cartas, bebendo em grandes canecas ou apenas conversando. Nas paredes, pendiam alguns jogos de dardos, além de pôsteres desgastados, a maioria anunciando shows variados. Atrás de um grosso balcão de madeira ficava o depósito de garrafas, onde o dono do bar anotava os inscritos. Se tratava de uma espécie de galinha de do mínimo dois metros, com penas brancas, mas as pontas alaranjadas, principalmente no peito e na alta crista. Seus olhos eram vermelhos, e mesmo tendo um bico, ele mordia um pedacinho de grama. Uma outra olhada discreta na dex indicou que seu nome era Akatorimon, e seu nível era Campeão.

- Guil! – chamou Kara, pegando-o pela mão assim que chegou ao balcão. – Você não devia sair correndo assim sozinho!

- Olá, gracinha. – disse o digimon galo, com um olhar que deixou a garota incomodada. – O que posso fazer por vocês hoje?

- Eu quero competir! – Guilmon disse antes que a garota o impedisse, apoiando as mãos no balcão, todo esticado, a cauda balançando para os lados. Pela risada baixa de Akatorimon, ele não botava fé no dragão.

- Seu nome? – pediu, pronto para anotá-lo em uma folha que segurava, já com uma lista de outros inscritos. Como ele usava algumas penas como mão, as letras saíam tortas e quase ilegíveis.

- Guilmon! – o mais novo respondeu, e após anotar rapidamente, o galo virou a face para Kara.

- E você? – era visível que o dono do bar estava mais interessado nela do que em seu parceiro.

Com a pergunta, a garota começou a tremer, percebendo que não havia pensado naquele detalhe, pois achava que não chamaria atenção. Ao lembrar da pintura que havia feito na face, disse a primeira coisa que veio em sua mente. – Bunny... Bunnymon! – gaguejou, nervosa. – Mas eu não vou competir...

- Bem, você pode assistir ali. – com a ponta de seu lápis, o pássaro indicou um lado do bar onde alguns digimon estavam apenas assistindo.

Concordando com a face, ela se afastou, mas olhou por sobre o ombro para Guilmon, preocupada. Por causa disso, acabou esbarrando em algo duro, quase caindo no chão, antes de perceber que se tratava de um digimon. Este, apesar do porte humano, mais parecia com um ogro de pele verde e calosa, sendo musculoso e coberto de cicatrizes, além de ter tatuagens e espinhos num dos braços. Afora algumas faixas nos braços e pernas, tudo o que ele usava era uma tanga de couro preto, tendo também cabelos brancos bagunçados, além de chifres cinzentos. Sua boca era tão grande que ficava sempre aberta, destacando as presas curvas que saíam para fora dela. Não bastasse sua aparência, ele ainda carregava um tacape feito de osso, que tinha quase o tamanho da própria Kara.

- Desculpe... – a garota se apressou a pedir, com medo de que ele tivesse um ataque de raiva. Mas o digimon (que se chamava Ogremon), ficou corado ao vê-la, movendo o tacape que segurava na mão direita, pois a esquerda estava ocupada segurando ao mesmo tempo três canecas, o que era fácil por ter a palma grande.

- N-Não foi nada! – ele disse nervoso, antes de correr para longe dela, logo chegando a uma mesa onde estava sendo esperado por dois digimon semelhantes, mas com cores e detalhes diferentes. Um deles tinha a pele castanha e usava tanto a tanga quanto adornos de tecido tigrado (este se chamava Fugamon), enquanto o outro tinha pele azul clara, tendo apenas um chifre na testa ao invés de um par, e pequenos pedaços de gelo saindo dos ombros (o nome deste era Hyogamon).

- Por que essa cara vermelha? Já bebeu demais? – provocou o de pele castanha, enquanto o verde se sentava.

- Claro que não! – ele reclamou, apontando por sobre o ombro para onde Kara estava sentada, observando a competição começar. – Vejam aquela digimon!

Assim que seguiram seu olhar e a notaram, os outros dois ogros ficaram corados também. – Oh, eu nunca vi uma dessas! – disse o de pele azulada, com os olhos brilhantes.

- Parece que o nome dela é Bunnymon. – Ogremon colocou a mão ao lado da face para que só os outros ogros o ouvissem.

- Ela vai ser uma ótima noiva! – decidiu Fugamon, com a concordância dos demais. – Quando a competição acabar, vamos leva-la conosco!

--

- Tudo bem, tudo bem... Ele pode conseguir... – Kara repetia para si mesma, ao ver que era a vez de seu parceiro de competir. Seu oponente era um digimon chamado Grizzmon, que a dex indicou sendo do nível Adulto. Este tinha a forma de um urso com pelos de um roxo escuro e uma grande juba, usando luvas e ombreiras vermelhas, com espinhos e garras metálicas. Parte de seu focinho era branca, tendo olhos vermelhos ameaçadores e uma lua na testa, de pelos alvos também.

Quando ele se sentou, a cadeira toda tremeu, assim como a confiança da garota, mas Guilmon só parecia empolgado, tanto que mal conseguia se manter parado diante do urso. Começaram segurando a mão um do outro, mas antes que Grizzmon pudesse usar sua força, o dragão rubro derrubou seu braço tão rápido que o urso foi para o lado, caindo da cadeira. Um silêncio espantado caiu sobre o bar enquanto Guilmon olhava para os lados, encostando as garras na face.

- Eu fiz certo? – perguntou, de forma inocente.

- Acho que temos uma chance... – Kara disse para si mesma, feliz ao ver que ele tinha conseguido.

--

A competição era demasiada simples, pois todos aqueles que perdiam era eliminados, assim novas duplas podiam ser formadas. A cada rodada, digimon mais assustadores apareciam, derrubando uns aos outros com rosnados e gestos brutos. E, apesar de Kara se apavorar ao ver Guilmon enfrentando-os, ele parecia não ter problemas, o que deixava a todos confusos. Ao que parecia, a espécie dele não deveria ser tão forte.

Em pouco tempo, o digimon dragão havia derrubado todos os adversários, dando fim à competição, mas antes que a garota pudesse ir busca-lo, Akatorimon saiu de trás do balcão, andando até o meio do bar. – Chegamos à final! – anunciou, erguendo suas asas, para logo virar seus olhos rubros para Guilmon. – Agora, você só precisa vencer o campeão daqui! Está pronto?

- Sim! – o pequeno estava decidido, chegando a crispar as garras.

- Então, pode vir, SM! – chamou o galo, abrindo uma das asas na direção de uma porta lateral, de onde saiu o dito campeão, que estava apenas esperando ser chamado. Segundo a dex, “SM” se chamava SkullMeramon, e era um digimon em nível Perfeito.

Ele se parecia com um humano alto e musculoso, com pele um tanto cinzenta. Correntes estavam enroladas em seu peito e pelos braços, balançando enquanto ele andava, seus passos pesados por causa das botas com partes de metal, que formavam o desenho de caveiras com asas. Sua única veste era uma calça preta com desenhos de chamas e alguns cintos, a menos que a máscara de ferro que cobria sua face pudesse ser considerada, apesar do metal estar grudado na pele, deixando apenas seus olhos visíveis, e estes eram apenas dois pontos de luz num espaço negro. Seus cabelos arrepiados eram uma mistura de azul e roxo, lembrando o padrão de fogo.

Assim que ele se sentou na mesa, quase fazendo a cadeira rachar, as apostas começaram, todas contra Guilmon. Kara colocou a mão na bolsa e já pegou o celular para fazê-lo evoluir, mas o dragão rubro se virou para ela, fazendo um sinal de positivo com uma das garras erguidas. Tão preocupada que estava, ela nem notou que SkullMeramon também a olhou, fazendo um dos olhos se apagar por um instante, numa piscadela.

- Podem começar! – Akatorimon se afastou, deixando que os outros dois digimon segurassem a mão um do outro, embora a do Perfeito fosse muito maior. Sua força também se mostrou bem maior, pois de um gesto brusco, ele empurrou o braço de Guilmon, que levou um momento para perceber o que tinha acontecido e o interromper antes que tocasse na mesa.

Com pequenos rosnados, o dragão começou a forçar a mão, mas só conseguiu erguer alguns centímetros. SkullMeramon não estava preocupado, mas se espantou quando o menor emitiu uma espécie de rugido, erguendo as orelhas e afinando as íris azuis, mudando para uma expressão mais selvagem. Assim, com um novo ímpeto de força, Guilmon foi erguendo seu braço, mesmo que trêmulo, até que conseguiu empurrar o do maior contra a mesa, segurando-o por dois segundos antes de desabar sem força, largando-o.

- Nosso campeão foi derrotado! – o digimon galo levou alguns segundos para perceber o que tinha acontecido, assim como todos os outros. Após o anúncio, os apostadores começaram a gritar e cobrar, criando uma grande confusão. Akatorimon aproveitou para se aproximar do dragão rubro, entregando a ele uma bolsinha de couro, abrindo para mostrar algumas notas clarinhas de uma espécie dura de papel. – Como prometido, seu prêmio. – considerando o que tinha conseguido vender de bebida naquela tarde, ele não parecia preocupado em entregar aquele valor ao outro.

- Obrigado, senhor! – apesar de ofegar pelo esforço, Guilmon pegou a bolsinha e fechou, olhando para aquela multidão discutindo. – Kara-chan! – chamou, mas quando não obteve resposta, se preocupou, indo até os demais, cutucando-os. – Ei, algum de vocês viu a minha amiga? Ei! – tentou novamente, agora com um tom assustado. Os pensamentos terríveis que vinha tendo nos últimos dias voltaram a lhe assombrar, fazendo-o pensar que a garota havia se apavorado com o que tinha visto, por isso tinha fugido.

Perdido e cada vez mais assustado, o dragão foi forçando passagem pela pequena multidão ali. A maioria dos digimon não lhe deu atenção, mas os poucos que lhe olharam, perguntaram o que diabos tinha tomando para ter aquela força, ou mesmo lhe oferecendo empregos suspeitos. Quando já estava se rendendo ao pânico, suas orelhas se erguerem, captando um som conhecido. Sem perder tempo, saltou para cima de uma mesa e então pulou na direção de uma janela, despedaçando o vidro enquanto corria para a rua.

Em sua agitação, nem percebeu Akatorimon agitando seu punho para fora da janela quebrada. – Qual é a sua, garoto? Vou descontar isso do seu prêmio!

- Desculpa, tio! – disse o mais novo, mas nem se virou, procurando pela voz conhecida, que estava gritando perto do centro. Ao dobrar uma rua, Guilmon enfim encontrou sua parceira, desviando das mãos grandes dos três digimon ogros, que pareciam brigar para saber quem conseguiria pegar.

- Ei, eu vi primeiro! – dizia o verde, Ogremon, enquanto batia com seu tacape de osso no do ogro de pele castanha.

- Mas eu sou o mais velho! Eu tenho direito! – Fugamon revidava.

- Isso não é justo! – Hyogamon agitava sua faca de gelo, sem saber qual dos dois atacava. – Eu nunca ganho nada só porque sou mais novo que vocês!

- Por que vocês não querem saber o que eu acho justo? – Kara ergueu a voz, mesmo que se ocupasse em correr para algum lado onde eles não esticassem a mão e barrassem o caminho. Assim que viu Guilmon se aproximando, ela recuou, colocando a mão na bolsa, tateando em busca do celular. – Guil!

Sem perder tempo, o dragão rubro apertou o passo e saltou para uma janela, tomando impulso no peitoril da mesma para subir alguns metros no ar. – Pyro Sphere! – atacou, lançando uma bola de fogo no digimon verde, incendiando seus cabelos.

- Ei! Seu pirralho! – irritado, Ogremon largou seu osso para bater nos cabelos, se agitando para apagar o fogo. Aproveitando a confusão dos outros dois, a garota se abaixou e passou por suas mãos, correndo até seu digimon quando ele voltou ao chão.

- Guil! – ela o abraçou pelo pescoço, sentindo que seu corpo tremia um pouco, por causa de todo o esforço que havia feito na competição, pois ainda tinha suas queimaduras. – Você está bem?

- Estou bem, achei você! – ele garantiu, roçando de leve a face na dela, antes de voltar a fitar os irmãos ogro, que haviam enfim conseguido apagar o fogo nos cabelos de Ogremon.

- Ei, é o carinha que ganhou a queda-de-braço! – Hyogamon reconheceu, apontando com sua adaga de gelo.

- Então podem atacar com tudo! To nem aí pro tamanho ele! – Fugamon tomou a frente, segurando seu bastão de osso com as duas mãos. – Vai achar a sua noiva, a gente viu primeiro!

- Por favor, cuide deles. – pediu a garota, selecionando a opção de “evolução” na tela de seu celular, ou digivice, e logo as luzes vermelhas cobriram o corpo de Guilmon.

- Guilmon! Evolução... Thorndramon! – ele rugiu em sua forma Campeã. O lenço azul não estava mais em seu pescoço, agora maior, mas amarrado em um dos chifres no alto da cabeça.

Ao ver a mudança, o ogro de pele castanha chegou a parar, espantado. – Eita, o carinha pode evoluir!

- É hora da glória do caçula! – o ogro de gelo aproveitou a chance e empurrou o irmão mais velho. Ergueu então as mãos, criando uma grande bola de gelo, lançando-a na direção do dragão. – Hyougan Gantouge!

- Draco Punch! – com seu punho coberto de energia, o digimon rubro despedaçou a bola de neve, espalhando um fino pó gelado pelas ruas. Com a confusão instaurada, os digimon nas ruas próximas foram se afastando, enquanto os comerciantes fechavam as portas, embora seus olhos curiosos aparecessem pelas janelas.

- Thorndramon! Tome cuidado com os outros. – pediu Kara, se aproximando mais dele.

- Você não sabe fazer nada certo mesmo! O mais velho sempre cuida de tudo! – Fugamon fechou a mão livre e deu um cascudo no ogro de gelo, irritado com a falha em seu ataque.

- Pelo menos eu ataquei! E você que amarelou quando ele evoluiu? – Hyogamon não deixou barato, empurrando o peito do mais velho.

- Vocês dois são uns metidos! – Ogremon os alcançou para entrar na briga. – Eu que vi ela primeiro, então vai ser a minha noiva!

- CALA A BOCA! – os outros dois se viraram para o ogro verde e avançaram sobre ele, fazendo com que se embolassem numa mistura se socos, chutes, cascudos e insultos.

- Que estranho... – confuso, Thorndramon coçou a face com uma das garras, se voltando para Kara, que também não entendia bem a situação.

- Vamos ir embora antes que eles percebam. – pediu a garota. O dragão concordou com a face e assim que ela segurou uma de suas garras com as duas mãos, se afastaram o mais silenciosamente que podiam.

Eles conseguiram chegar quase até a esquina antes que um tacape de osso caísse a sua frente, fazendo uma rachadura no chão. – Aonde pensa que vai com a nossa garota? – Ogremon havia sido o primeiro a fugir da briga e já avançava na direção deles, seguido pelos outros dois, que ainda trocavam tapas.

- Eu não sou de vocês, seus maníacos! – revidou a moça, enquanto o dragão se virava, ficando a sua frente para encarar os ogros.

- Vamos derrubar esse cara juntos! – decidiu Fugamon, saltando com seu tacape em mãos. – Heavy Swing!

- Kotsu Konbou! – o de pele verde também bateu com seu osso.

- Ice Konbou! – apesar de sua adaga ser uma arma menor, Hyogamon não queria ficar para trás. Como eles atacaram ao mesmo tempo, restou a Thorndramon se defender, e ele assim o fez, erguendo os braços cruzados para improvisar um escudo.

Mesmo assim, a pancada foi feia, fazendo com que o dragão fosse alguns centímetros para trás, deixando fundos sulcos no chão. Seus braços tremeram pelo esforço e ele chegou a se curvar um pouco quando alguns espinhos nas costas de suas mãos quebraram, rosnando baixo. Mas, para o azar dos irmãos, ele fincou os pés no chão e tomou fôlego para revidar. – Fire Spine! – atacou, lançando seus espinhos nos braços como projéteis, com tanta força que lançou os ogros para trás, apesar de eles não se machucarem muito com o fogo. Apesar do ataque ter sido bem sucedido, a luta parecia longe de acabar, e Thorndramon não podia manter aquela forma por muito tempo, era visível pela forma como estava curvado e tremia de leve.

Atingidos, os irmãos caíram em arco, mas antes que tocassem o chão, foram segurados por braços musculosos cobertos por correntes. No meio daquela batalha, ninguém tinha percebido a chegada de SkullMeramon, que parecia bem irritado. – Vocês estão arrumando confusão de novo?

- Olha, não é bem assim! – Ogremon tentou se explicar enquanto se soltava do digimon de fogo, agitando as mãos.

- É! Aquele cara roubou a nossa noiva! – Hyogamon completou, apontando para Thorndramon lá atrás.

- Eu não sou noiva de vocês, seus malucos! – Kara voltou a se agarrar na perna de seu digimon, caso eles quisessem avançar de novo.

- Vocês voltaram com aquela mania de sequestrar garotas? – ao que parecia, SkullMeramon já tinha lidado com aquele caso. – O que foi que eu disse, seus panacas? Garotas não gostam de serem agarradas a força! Vocês precisam ser gentis!

- Mas é muito difícil! – revidou Fugamon, com os punhos fechados.

- Não interessa! – o outro gritou com tanta raiva que chamas azuis correram por seus cabelos, o que fez os ogros recuarem um pouco. – Já imaginaram como seria horrível uma garota sequestrando vocês para casar? – ele então deu um cascudo em cada um deles com sua grande mão. – Agora peçam desculpas e sumam daqui antes que eu queime as suas bundas!

Arrastando os tacapes pelo chão, os ogros passaram pela garota e pelo dragão, resmungando alguns pedidos desconexos de desculpas, para começarem a discutir e brigar assim que dobraram a esquina. Quando eles já tinham se afastado, SkullMeramon se aproximou deles, mostrando a eles a bolsinha de notas que Akatorimon havia dado como prêmio a Guilmon. – Ah, vocês esqueceram isso no caminho. Desculpem por aqueles caras, eles ainda não se acostumaram com a vida na cidade.

- Ah, tudo bem... – Kara pegou aquela bolsinha, e apesar de ainda se intimidar com a aparência do digimon de fogo, percebia que ele não era alguém ruim. – Obrigado pela ajuda.

- Não foi nada. – ele pendeu a face para o lado, batendo os grandes indicadores um no outro, sem graça. – Por favor, não pense que estou me aproveitando, mas eu queria saber se você podia... – ele cutucou a parte da bochecha, mas o metal ficou tão quente que ficou vermelho com o pedido, com os olhos fechados.

- Ah... – ao perceber o que ele pedia, a garota se virou para seu dragão, que concordou animadamente com a face. – Claro, tudo bem.

Assim que ela respondeu, Thorndramon pegou o digimon de fogo pelos braços e beijou sua face, agitando a cauda. Surpreso, ele voltou a abrir os olhos, piscando algumas vezes. – Nossa... Você tem lábios muito macios para um dragão.

- Obrigado! – respondeu o dragão, e assim que o soltou, ele retornou a sua forma Criança.

- Senhor, pode nos ajudar com mais uma coisa? – antes que SkullMeramon se afastasse, a garota o chamou. – Sabe onde podemos encontrar um Trailmon?

- Hmm... – pensativo, o digimon de fogo coçou o queixo metálico. – Nessa cidade vocês não vão achar nenhum, mas em Herja há uma estação. Não fica muito longe daqui, é só seguir pelo norte. – ele apontou para a direção indicada.

- Agradeço. – ela abaixou um pouco a face, deixando que o digimon de fogo enfim se afastasse, acenando com a mão.

- Não há de que! E tomem cuidado! – avisou SkullMeramon, passando a mão pela bochecha enquanto voltava para o bar.

- Que cara legal, né? – Guilmon se recostou nela, demonstrando o cansaço que estava sentindo.

- Acho que ele gostou de você – brincou Kara, segurando sua mão, levando-o pelas ruas até a entrada da cidade, que era bem perto, de forma que não havia o risco de se perderem. – Vem, vou comprar aquele refresco enquanto você descansa, que tal?

- Isso seria ótimo! – o dragão concordou. Assim que chegaram à tenda de Gwappamon, o digimon rubro foi se sentar em um banco, acabando por deitar logo depois.

- Ah, você voltou! – o digimon pato a reconheceu. – Trouxe dinheiro? Nada de papéis coloridos!

- Sim, sim... – a garota pegou aquela bolsinha e procurou entre os papéis brancos e duros pelo que mostrava o menor valor, recebendo dele algumas moedas em troca de duas garrafas de um tônico, que ele afirmava ajudar a manter as forças. Assim que a troca estava feita, ela se despediu de Gwappamon, que acenou em resposta.

- Obrigado pela sua compra! – ele desejou. – E pela sua doação à ONG para os planos dos Patos que Vão Dominar o Mundo!

Não dava para saber se ele estava falando sério ou não, mas Kara preferiu acreditar que não havia ajudado em um plano maligno de patos digimon. Enquanto voltava para perto de Guilmon, ela tentou novamente fazer uma ligação para um dos garotos, mas continuou sem sucesso. Estava tão distraída com o celular, que não percebeu que estava sendo vigiada por Falcomon, que se escondia nos telhados para segui-la.



Notas:
Gente, a coisa dos "patos que vão dominar o mundo" é só uma homenagem a uma amiga minha que é louca por patos (sério, muito) e criou esse personagem pra mim. Só espero que eles não consigam dominar o mundo no fim. >_>
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Mensagem por MidoriKyun Sáb 02 Jul 2016, 12:16 am

Holla, Spirit!

Caramba, eu havia demorado mais tempo do que pensei pra comentar o capítulo anterior! Mal postei e você já colocou o próximo capítulo. Nem vi o tempo passar, como assim!

Sobre o capítulo novo em si, o DeathMeramon foi meu favorito! Nunca pensei que o acharia fofo, mas ele pedindo um beijo da Kara, e corando ainda por cima! Aproveitando, a forma como ela segue é ótima, com o Guil beijando ele e dizendo que "você tem lábios macios pra um dragão" (euri).

Não entendi muito bem como acabou ficando o disfarce da Kara, mas ela fazendo sucesso entre os digimon foi sensacional! Infelizmente a fez ser raptada pelos irmãos oni, que aliás foram um dos pontos altos do capítulo! A luta não foi tão importante e nem chegou a se destacar, mas os irmãos brigando o tempo todo, com certeza!

E ainda levaram bronca do DeathMeramon. O visual ameaçador dele sempre tenciona as pessoas a acharem ele um digimon ruim, por isso vê-lo sendo um cara legal deu até um alívio no peito. Akatorimon, um dos digimon que mais gosto (sério. Adoro o visual dele. Kokatorimon idem) apareceu também. Ele não teve uma grande participação, mas foi bom vê-lo.

Agora, patos dominando o mundo?! Isso é familiar! Mas gostei da piada.

Só resta esperar o resto pra ver no que vai dar. Achei muito curioso como a Kara aceitou a ideia de que está em outro mundo tão fácil e, não só isso, se sente bem lá. Fiquei instigada! E falando nisso, o Guilmon sabe que tem um força anormal? E não só isso, que ele fez "aquela cara"? Ele pareceu bem consciente disso, e que consegue meio que "ativar". Cada vez mais quero saber dele.

Estou ansiosa para saber mais dos rebeldes, que parece ser parte do atual enfoque (ou não?), mas toda a trama está me deixando curiosa!

Ah, sim, notei algumas palavras repetidas e algumas descrições ficaram um pouco difíceis de entender que chegaram a incomodar. Não sei, tive a impressão que você fez com um pouco de pressa dessa vez. Revisar pode ser meio chato e cansativo, mas nunca é demais.

Espero que continue conseguindo seguir com seu bom trabalho, seja na história ou na vida em off! E boa sorte também :3
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Mensagem por Convidado Ter 02 Ago 2016, 10:54 am

Olá Spirit antes de tudo um zilhão de desculpas a você por ter demorado tanto tempo em comentar sua fanfic mas é que eu infelizmente nos últimos dias estava enfrentando uma imensa depressão . Sabe o que é você chegar literalmente no fundo do posso em termos de autoestima e moral e achar que nada mais vale a pena , nada mais tem sentido , tanto faz se você nunca tivesse nascido porque as pessoas continuariam não dando a minima bola para você ? Você achar que nunca fez qualquer diferença como pessoa que você não " vive " você apenas " existe " e não faz qualquer diferença suas opiniões , suas sugestões , suas ideias tudo o que provem de você ? Bem era assim que eu estava me sentindo . Felizmente deu uma melhorada e já estou com autoestima suficiente para comentar os mais recentes capítulos de sua fanfic . Comentando os dois mais recentes capítulos achei super simpático o Kokuwamon e a maneira como ele agiu com Kara . Adorei a Professora Shima ela é uma personagem super carismática que eu adoraria caso fizesse parte do grupo de Kara , Shinjorou e Alister e tivesse seu próprio companheiro Digimon . No final foi uma surpresa inesperada o que parecia ser um " adeus " para os três Digimon da resistência na verdade foi uma inesperada reviravolta e foi quando a trama ficou complicada de fato para os Digiescolhidos e seus Digimon com uma inesperada viagem ao Digital World . Morgainemon e Jekyllmon foram dois personagens muito interessantes . Adorei Morgainemon e em ela ser baseada na " Morgana Le Fey " dos mitos arturianos e nas historias do Rei Arthur . Adoraria se por acaso no decorrer da historia aparecessem Digimon do tipo " Exalted Knight " como Dukemon , Omegamon , Alphamon etc que fossem equivalentes aos Cavaleiros de Camelot como um "King Arthurmon" , um "Lancelotmon" , um "Tristãomon" , um "Gawainmon" ou um " Green Knightmon " equivalentes ao Rei Arthur Pendragom , Sir Lancelot , Sir Tristão , Sir Gawain e ao " Cavaleiro Verde " ou um digimon Mago " Merlinmon " equivalente a " Merlinos Ambrosius " ou uma " Vivianemon " uma Digimon Ninfa Aquática equivalente a " Viviane A Dama do Lago " . Sobre Jekyllmon ele por acaso foi inspirado em " O Médico e O Monstro / The Strange Case of Dr Jekyll and Mr Hyde " ? Se sim quando vai aparecer a outra faceta dele (no caso sua identidade de monstro e não de cientista louco ) " Hydemon " e porque você não tenta fazer um "Moreaumon" baseado no Dr. Moreau de "A Ilha do Dr. Moreau" um Digimon Geneticista que faz experimentos monstruosos de mutação genética em Digimon Animais buscando criar " a forma de vida Digital perfeita "? E realmente como a Midori disse deu pena do Duskmon só deus sabe a agonia que ele passou naquela mesa de cirurgias . Bem comentando sobre o segundo episodio achei legal a maneira como você inovou na abordagem de DeathMeramon . Geralmente quando os autores escrevem sobre ele o retratam como um brutamontes truculento e cheio de maldade mas não foi esse o caso dele no seu episodio ele acabou sendo um Digimon super gente boa . Também adorei Akatorimon , Hyogamon , Ogremon e o famigerado Digimon Pato Gwappamon. Só que no caso devo discordar pois Gwappamon não é " um pato " é um "Digimon Ornitorrinco". Enfim bom episodio vamos ver o que vem por ai com os Digiescolhidos no Digital World .

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Mensagem por Spirit Qua 03 Ago 2016, 7:04 pm

Hey, guys. Sorry for the late.
Então, sinto muito por esse mês fora, mas acabei lidando com algumas coisas pessoais também (estou saindo da casa dos pais pra ir pra outro lugar totalmente estranho e com um serviço diferente), então isso causou essa minha parada. Se quiserem, tenho alguns capítulos já escritos e posso postá-los até poder retomar a escrita como antes. Quero a opinião sincera de vocês, ok?
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Mensagem por Pégaso Qui 04 Ago 2016, 7:32 am

Tudo bem Spirit,afinal acho que tamos quase todo mundo na mesma em questão a estar ou n ativos no forum. E quero sim que poste os capítulos,ainda n li o recente mais pretendo ler.

Emfim,seus capítulos serão muito bem vindos pode ter certeza.
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Mensagem por Convidado Qui 04 Ago 2016, 7:38 am

Bem Spirit concordo com o Pégaso nos não temos estado muito ativos na área de fanfics este ultimo mês por isso eu ficaria sim muito feliz caso você postasse esses capítulos então para mim tudo bem estarei aguardando você postar . Abraços .

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Mensagem por Spirit Qui 04 Ago 2016, 9:33 am

Tudo bem, meninos, como vocês concordaram, vou deixar esse capítulo por hora e logo depois vou ver o que foi postado aqui nesses dias/me organizar para retomar. Obrigado pelo apoio.


Capítulo 10:
Perdidos entre Armaduras


- Alis? – uma voz conhecida chamava o garoto, enquanto era cutucado na altura do rosto. – Alis?

Emitindo um som parecido com um longo “hmm”, ele abriu os olhos, com a vista toda embaçada, demorando alguns segundos para notar que seus óculos estavam pendurados pela face, não demorando a ajeitá-los enquanto se sentava no chão. Suas roupas e os cabelos estavam bagunçados e também cheios de poeira, de forma que tentou se arrumar o melhor que podia com as mãos. Assim que estava pronto, olhou em volta, percebendo que estava cercado por três paredes, com apenas uma abertura, por onde podia-se ver uma espécie de rua movimentada. Mais ao fundo daquele beco, algumas caixas e sacos estavam atirados, escondidos nos cantos. Ao seu lado, Gabumon o cutucou de novo, chamando sua atenção.

- Ainda bem que você acordou, cara. – o digimon branco sorriu, estendendo o celular em sua mão. – Geekmon tá te ligando.

- Quem? – ao pegar o aparelho, Alister percebeu que estava em uma vídeo chamada com um digimon robótico parecido com um menino, que também não parava de se mexer, inquieto.

- Nosso cientista, engenheiro e o cara que nos fez parar beeeem longe do QG. – explicou o albino, deixando Geekmon mais nervoso ainda. Faíscas saíram de seus cabelos feitos de fios.

- N-Não é bem assim! Houve interferência externa nos seus digivices! – tentou se explicar.

- Digivice? – repetiu o garoto, negando com a face em seguida, voltando a suas prioridades. – Onde estamos? Para onde nos levou? E onde estão os outros?

- Ah, sim! – o digimon robótico se orientou no assunto, ainda agitado. Um mapa apareceu na tela, mostrando três pontos azuis, distantes um do outro. Um zoom foi dado em um dos pontos. – Vocês estão aqui! E os outros... – ele mostrou então os demais locais, com uma distância medida em “darjas” entre cada um.

- Radast... Nunca ouvi falar dessa cidade. – o humano leu o nome logo acima de sua localização atual. O mapa também não lhe parecia nem um pouco familiar.

- É porque você nunca esteve nesse mundo, ué. – Gabumon falou com naturalidade, talvez para tentar acalmá-lo, mas não teve sucesso.

- E-Eu estou no Digital World? – quase gritou, incapaz de manter o controle. Pensou em seus pais lhe procurando por não ter passado a noite em casa, pois apesar do céu acima estar nublado, só podia ser dia. Levou a mão até os óculos, ajustando-os nervosamente. – Há quanto tempo estou aqui?

- Não sei, eu também desmaiei no caminho. Mas acordei faz uma hora e fiquei te esperando.

- Podem ter passado horas... – respirando fundo para manter a calma, Alister se virou para a tela do celular. – Geekmon, pode me levar de volta?

- Poder, eu posso... – começou o digimon robótico, nervoso outra vez. – Mas vocês precisam estar aqui, e eu preciso reparar os mecanismos do portal. Eles sempre quebram quando eu uso!

Só de pensar naquilo, o garoto sentia o pânico lhe tomar, mas se forçou a ficar concentrado, como havia sido ensinado a fazer. – Estamos muito longe?

- O QG fica aqui! – a tela mais uma vez mostrou um mapa, com dois pontos distantes. – A menina de pele escura já está vindo!

- Você falou com a Kara? – isso o fez se sentir um pouco melhor, pois queria dizer que havia chegado bem.

- Sim! Agora vou tentar falar com o outro! Até depois! – com um sorriso, Geekmon desligou, sem dar a chance de fazerem novas perguntas.

- Não ligue, ele é assim mesmo... – Gabumon deu alguns tapinhas no ombro do parceiro, sorrindo sem graça quando ele tentou ligar para os demais, e após algumas tentativas sem sucesso, a mandar mensagens freneticamente. – Mas olha, se ele conseguiu contato com os outros, quer dizer que devem estar bem. E eu conheço o caminho. Não podemos ficar parados, porque pode ser que a outra humana e o maluco dos olhos venham e nos encontrem. – ainda lembrou-o, se esforçando para não tocar nos curativos que cobriam seu peito.

- Tudo bem. – derrotado, Alister cedeu, resolvendo seguir o conselho do digimon, já que estava em seu mundo. Considerando todos os problemas que tinha agora, não era hora de pensar no que aconteceria quando voltasse para casa.

- Ótimo! – feliz com a colaboração dele, o digimon branco pegou algo no chão, perto de onde estava. – Achei isso aqui também, vai ser bom para se disfarçar.

Ao abrir o estranho embrulho, o garoto notou que se tratava de um tecido preto muito desgastado e empoeirado, amarrado de forma que parecesse uma capa com capuz. Apesar da veste imunda, Gabumon parecia tão ansioso que ele engoliu em seco e colocou-a sobre os ombros, puxando o capuz para esconder melhor os cabelos claros. – Tem certeza de que isso não vai me deixar mais chamativo?

- Vai por mim, o pessoal daqui não liga muito para aparência. – apesar de seu parceiro ainda estar um tanto apavorado com a situação, o Gabumon branco queria distraí-lo, afinal, o alemão não parecia lidar bem com problemas. – Bem, se você vai passar por aqui, deixa eu te mostrar a cidade! – decidiu, pegando-o pela mão, tirando-o daquele beco. – Eu te apresento Radast, a Cidade das Armaduras!

Assim que saiu e a cidade se abriu diante de seus olhos, Alister quase esqueceu as preocupações que assolavam sua mente. A Cidade das Armaduras era maior do que esperava, pois não conseguia ver onde ela começava ou terminava, com um baixo muro de pedra para proteger. As casas eram em sua maioria de pedra ou tijolos, com colunas e grandes janelas que iam quase até o chão, e telhados curvados que faziam lembrar o das casas antigas japonesas. As moradias eram pintadas de várias cores, e tinham belas decorações artesanais. Pequenas construções apareciam em cada rua, sendo apenas altares de mármore bruto, protegidos por um teto segurado por colunas, chamando atenção por ter alguns digimon ali em volta. Luzes variadas acendiam quando um digimon entrava no templo, saindo dali tomando uma forma completamente diferente.

- O que estão fazendo? – o garoto apontou para uma das construções com a face, chamando a atenção de Gabumon.

- Evoluindo. – ele respondeu com simplicidade, acompanhando com o olhar um digimon felino de pelos brancos, cauda bem comprida e fina, e luvas verdes entrar no templo, saindo dali com a forma de uma cabra de pelos cinzentos e chifres dourados, com proteções prateadas em seu peito, face e pulsos, além de um sino que balançava conforme ele andava animado pelas ruas.

- Mas... Parece tão simples! – Alister não conseguia acreditar que podiam evoluir apenas entrando naquele templo, quando foi tão difícil para os digimon rebeldes terem feito o mesmo.

- Bom, é um tipo de evolução anômala. – ainda levando-o pela mão, Gabumon o guiou até aquele local e deu a volta, para que ele pudesse ver por entre as colunas sem atrapalhar a pequena fila de digimon ali. Sobre o altar, havia um objeto de formato semelhante a um ovo, porém feito de metal dourado, com alguns fios clarinhos na parte de trás e duas asinhas de morcego perto do topo. – Aquilo é um Digimental, um item tão antigo que ninguém conseguiu descobriu quando surgiu, mas ele pode reagir com os sentimentos de um digimon e dar a ele uma evolução diferente, a Evolução de Armadura. A maioria fica no nível de força de um Campeão, mas tem aqueles que são mais fortes, depende da força do próprio digimon.

- Por que eles recorrem a esse método? – o garoto não podia negar que estava curioso, vendo um pássaro de penas vermelhas com visual indígena segurar o estranho ovo, mas larga-lo frustrado quando não conseguiu mudar de forma.

- Muitos não querem lutar para ganhar experiência. E nesses tempos, é a melhor opção para quem tem família para proteger. – havia algo no tom do digimon branco que seu parceiro demorou a identificar.

- E qual é o problema?

- Bem, para os religiosos, evoluções anômalas são mal vistas, porque “vão contra os planos da Divindade”. – Gabumon coçou a nuca, suspirando. – Além disso, é muito difícil desfazer essa evolução, então aqueles que escolhem, tem que saber que podem passar a vida toda com a mesma forma.

- Você já tentou evoluir assim, não foi? – questionou o garoto, se lembrando de como ele tinha medo de evoluir para um Gururumon.

- Ah, ha ha! Você me pegou! – sem graça, o digimon albino foi se afastando, andando pelas ruas com facilidade, pois de fato as conhecia. – Quando a líder soube que eu não queria evoluir, me deixou ficar alguns dias aqui, mas eu acabei não sendo compatível com nenhum Digimental... Até que isso foi bom, no final!

- Não posso negar. – Alister concordou com a face, mas sentiu algo coçando nos braços e bateu naquela capa, vendo nuvens de pó se erguerem. – Gabumon, onde você conseguiu isso?

- Eu peguei no meio daquele lixo do beco, por quê?

- Como assim? – com um tremor, o jovem começou a bater no tecido surrado, tentando se livrar de toda aquela poeira (e do que mais tivesse). Nisso, recuou alguns passos sem ver onde estava indo, até que suas costas bateram em algo duro, o que o fez se virar e erguer a face, ajeitando os óculos.

Havia esbarrado em uma estátua que de alguma forma havia passado despercebida, apesar de ser magnífica. Os três metros de pedra moldavam a forma de um digimon com uma leve aparência reptiliana e de postura humana, com uma cauda longa e orelhas recurvadas para trás. Grande parte de seu corpo estava coberto por uma armadura de placas retas, menos as coxas, abdome, mãos e parte do pescoço, além da dita cauda. Sua face era escondida pelo elmo, mas os olhos eram visíveis por uma fenda na proteção. Pegando o celular, ele acessou a dex, que reconheceu a imagem da estátua e mostrou-a em cores, mostrando que o digimon tinha pele azul e sua armadura era dourada. Mais, seu nome era Magnamon, e seu nível dizia Armadura/Extremo, indicando que deveria ser muito poderoso.

- Impressionante, não é? – Gabumon veio logo atrás, reparando na estátua. Enquanto observavam, dois digimon de corpo pequeno azulado, vagamente parecidos com Magnamon sem armadura subiram ali, passando alguns panos molhados para lustrar a pedra. A dex indicou que eram da espécie Chibimon. – Este é o protetor dessa cidade e dos digimon evoluídos por Digimentals. Magnamon, o Milagre... Ou Cavaleiro Covarde, para quem não é muito fã.

- Nosso senhor não é covarde coisa nenhuma! – disse um dos Chibimon, jogando o pano molhado na face do digimon albino.

- Desculpe por isso, meu irmão não fez por mal. – o outro Chibimon recolheu o trapinho, mas Gabumon não parecia incomodado.

- Tudo bem, eu também não concordo com a forma como o chamam. Só estou explicando para o meu amigo, que é novo aqui. Mas vamos deixar vocês trabalharem! – e com isso, ele se afastou com Alister, deixando que os pequenos voltassem ao trabalho.

- Parece uma história interessante. – apesar de sempre se controlar bem, era visível que o garoto estava ansioso para saber mais.

- Nem tanto, mas ainda vale a pena. Há muito tempo, o rei daquela era, um maluco bem fanático, viu as evoluções por Digimental como uma ameaça e mandou atacarem Radast. Eles não tinham nenhuma chance, mas enquanto todos se escondiam, um V-mon foi até o exército enviado e libertou o Digimental sagrado, e como um milagre, ele se tornou Magnamon, vencendo todos. Uma guerra podia ter começado, mas ele preferiu fazer um acordo com o rei, se tornando um Cavaleiro Real para manter a cidade a salvo. Daí veio a ideia de que ele era covarde...

- Foi uma decisão sensata. – o jovem admitiu, concentrado na narrativa, até que outro termo chamou sua atenção. – Cavaleiros Reais?

- Ah, é uma força tarefa de digimon a serviço da Coroa. "O menor e mais poderoso exército do mundo", ou algo assim... Bom, pelo menos depois do fim dos avalonianos. – ao ver a expressão absorta do outro, Gabumon continuou explicando. – O povo de Avalon era um tipo especial de digimon, porque ninguém sabia fazer armas, castelos e nem música como eles. Dizem que eram tão fortes que podiam derrubar fortalezas apenas com as mãos, mas acho que daí era exagero.

- E o que aconteceu com eles?

- Ninguém sabe ao certo, porque em apenas um dia, o reino todo foi destruído, e não restou nenhum avaloniano para contar a história. Alguns dizem que o rei Pendramon foi traído por um dos seguidores mais leais e destruiu tudo em um ataque de fúria, ou que eles despertaram uma força tão grande que foram consumidos por ela... Mas é tudo boato mesmo. – ao fim da fala, ele suspirou, mudando de rumo. – Eu to morrendo de fome! Vamos comer algo!

E, sem dar chance do garoto revidar, o digimon o puxou, andando por algumas ruas cheias de curvas, até chegar em uma espécie de tendinha, com alguns bancos de madeira quase encostados em um balcão de onde saía uma fumaça fina, junto com um cheiro de carne tão bom que fez o estômago de Alister tremer. Lá dentro, um digimon movia vários espetos em uma churrasqueira de fogo alto, parecendo não se incomodar com o calor. Ele tinha um corpo de inseto com porte humanoide, quase completamente cobertor por uma armadura vermelha, laranja e amarela que imitava o desenho de chamas, além de asas como de borboletas. Poderia até ser considerado bonitinho, se não cortasse pedaços de carne e legumes com brutalidade usando as pontas afiadas que tinha no lugar das mãos, espetando em seguida para colocar ao fogo. Segundo a dex, seu nome era Shadramon, e evoluía por meio de Digimental.

- Cara, me vê dois dos seus melhores! – pediu o digimon albino para o inseto rubro, para logo em seguida puxar um dos lados de seu casaco de pele clara, passando a mão pela parte interna. Seus dedos sumiam dentro de alguns furos que se revelaram como bolsos, sendo que de um deles, tirou algumas moedas, entregando a Shadramon.

- Você fez bolsos na sua pele? – Alister não soube porque, mas achou o fato muito estranho.

- Um cara como eu tem que ser precavido, ué. – Gabumon deu de ombros, indo se sentar em um dos bancos altos de madeira perto do balcão. Como adicional, ainda pediu uma garrafa de tônico, um líquido espesso que parecia essência de guaraná, mas tinha um gosto levemente doce, sendo também revigorante. Não demorou muito, o inseto vermelho lhes trouxe os dois espetos, que continham pedaços de carne rosada e vários vegetais coloridos, que o garoto não identificou.

- Que tipo de carne é esta? – questionou o jovem, antes de provar. O gosto era diferente do que conhecia, também, e os vegetais pareciam mais fortes.

- De peixe, claro. Do que mais seria? – o albino apontou para o lado de dentro, onde peixes de escamas coloridas e corpos redondos estavam enfileirados para serem cortados. Também não pareciam muito com os do mundo humano.

Ao pensar em todas aquelas diferenças, Alister percebeu, para sua surpresa, que parecia lidar muito bem com tudo aquilo. Quer dizer, seu único medo ao estar ali foi o de que seus pais notassem o longo sumiço, mas não sentiu nenhum pânico ao pensar que estava em um mundo completamente oposto ao seu, ou com a ideia de estar cercado por seres tão estranhos. Sentia-se muito à vontade, concluiu, como se estivesse em um ambiente familiar. Quase como se devesse estar ali.

- Gabumon... – começou, sem saber como colocar em palavras tudo o que havia pensado naquele momento. Não precisou, no entanto, pois um som mais alto o interrompeu, junto com uma nuvem de fumaça escura e gritos, tudo isso vindo de algum lugar próximo. – O que foi isso?

- Deve ser um ataque! – ignorando seus ferimentos, o digimon saltou do banco e correu na direção do centro, deixando para trás aquele espeto pela metade.

- Espere! – preocupado que ele se machucasse mais anda, o garoto foi atrás dele, e como a fonte da confusão não estava muito longe, não chegou a se cansar, como na última vez que tentara seguir o ritmo da corrida de Gabumon.

O alvo dos ataques eram aqueles pequenos templos dos Digimentals, com chamas se espalhando pelas colunas até o chão e chegando até algumas casas, que os digimon tentavam apagar como podiam. O causador dos incêndios fazia questão de afastar aqueles que os atacavam, abrindo caminho à força até o templo mais próximo. Ele tinha mais de dois metros de altura, com um corpo robusto cinzento, e um par extra de braços, que usava para carregar alguns Digimentals, enquanto o primeiro par atacava com chamas. Suas vestes se resumiam a uma tanga de tecido vermelho, um colar de contas e alguns braceletes de ouro, assim como um estranho ornamento de chamas em suas costas. Seus cabelos eram feitos de puro fogo, e logo abaixo, havia nada menos que três faces, cada uma coberta por uma máscara decorada com um chifres e uma cor diferente – a da direita era amarela, a do meio era vermelha e a da direita, azul. Ele seria perfeito para um pesadelo hindu dos piores.

- Ele parece forte. – avisou Alister, usando a dex para descobrir que o nome do atacante era Asuramon, e seu nível era Perfeito. Ao ver que Gabumon já queria avançar, ele o segurou, segurando logo acima daqueles curativos em seu peito. – Não é uma boa ideia ataca-lo agora.

- Não precisa se preocupar, Asuramon é um digimon que preza a justiça. Só precisamos conversar com ele. – o albino garantiu.

- Certo, mas o que é justo para ele? – o jovem questionou, mas para sua frustração, seu parceiro já estava se aproximando do digimon de fogo, decidido. Quanto mais se aproximava, mais calor sentia, ficando visível pelo fato de estar ofegando e andando cada vez mais devagar, se abaixando toda vez que Asuramon jogava algum outro digimon que tentava ataca-lo.

- Ei, ei! – evitado o fogo dos quatro punhos, Gabumon segurou a tanga do grande digimon cinzento, o que chamou sua atenção. Quando direcionou seu olhar para o rebelde, seu rosto se virou (como se fosse um daqueles brinquedos de girar a cabeça), mostrando a face com a máscara amarela, que mostrava uma feição mais gentil.

- Cuidado, pequeno. – apesar de toda a destruição que havia causado, ele sorriu. – Não quero ferir nenhum inocente.

- Mas você está atacando todos aqui! E o que quer com os Digimentals? – o albino apontou pra os objetos em seus dois braços. A expressão do digimon de fogo ficou séria, desfazendo o sorriso.

- Essas coisas deturpam a ideia de evolução! – a face de Asuramon virou de novo, para a do centro, enraivecida. – Muitos digimon chegam a morrer para ter experiência e evoluir, enquanto estes aqui usam métodos proibidos!

- Amigo, você tá exagerando. – Gabumon ergueu um pouco as mãos, tentando acalmar o maior. – Evoluir por Digimental não é simples assim, só quem é digno pode usar!

Pareceu ter sido a coisa errada a dizer, pois Asuramon rosnou, inflamando seu punho antes de abaixá-lo na direção do digimon rebelde, que tropeçou ao recuar, escapando por pouco, apesar de ficar com marcas de chamuscado em seu casaco de pele. – Se você está do lado deles, então merece o mesmo destino! Asura Shinken! – atacou, tentando atingi-lo com dois punhos agora, e teria conseguido se um Goatmon não tivesse sido mais rápido, batendo com os chifres na lateral de seu corpo. Isso permitiu que Gabumon se afastasse para perto de Alister, mas o digimon cabra foi jogado contra uma parede logo em seguida.

- Alis, me faça evoluir! – pediu o albino, decidido. – Vou cuidar desse cara!

- Você tem certeza? – apesar de ele tentar esconder sob a pele, o garoto podia ver seus curativos no peito. Não sabia quanto tempo havia passado, mas não tinha sido o suficiente para o ferimento causado por Duskmon ter cicatrizado. – Ele está em nível Perfeito.

- Eu não posso ficar parado sem fazer nada! Vou dar meu jeito! – Gabumon insistiu, e o único motivo para seu parceiro concordar, era por saber que ele iria para cima de Asuramon com a forma atual caso negasse. Assim sendo, selecionou a opção de “evolução” na tela do celular, deixando que as luzes azuladas cobrissem o corpo do digimon albino, que logo se tornou maior. – Gabumon... Evolução! Hatimon! – quando o lobo branco surgiu, logo tomou a atenção de Asuramon.

- Outra evolução anômala? Inadmissível!

- Crescent Blade! – sem perder tempo, Hatimon saltou para cima do digimon de fogo, fazendo rasgos em sua pele cinzenta com suas garras agora crescidas. Filetes de sangue correram do torso do inimigo, mas ele logo revidou com um soco na lateral de seu corpo.

- Asura Shinken! – ordenou quando o punho se inflamou, jogando o digimon lupino para alguns metros a frente, com uma grande queimadura na altura do ombro esquerdo. Com as pernas tremendo, Hatimon fechou um dos olhos, se forçando a manter-se de pé, ofegando pequenas nuvens de vapor gelado.

- Ele tem muita força física! – gritou Alister, preocupado com o estado do lobo. – Ataque-o à distância!

- Pode deixar... Freezing Eclipse! – com esforço, Hatimon lançou sua esfera negra, mas na direção de Asuramon, de modo que ela explodiu em ar gelado assim que se chocou contra seu corpo. Por alguns segundos, suas chamas se apagaram e uma camada de gelo cobriu seu corpo robusto, mas apenas para ser partida em seguida, dando lugar às chamas.

Alguns outros digimon de armadura atacaram o digimon de fogo também, mas ele largou os Digimentals no chão para ter todos os braços livres, de forma que pudesse afastar todos os atacantes. Agora, apenas os empurrava para longe, tendo apenas o digimon lobo como alvo, avançando a passos pesados em sua direção. Mesmo com uma das patas dobradas devido ao novo ferimento, Hatimon correu em volta dele, lançando várias das esferas negras em sua direção, mirando em pontos diferentes. Começou congelando suas pernas, de forma que Asuramon não conseguisse mais avançar, para então chegar até conseguir dar a volta, reunindo novas forças. Enquanto o digimon de fogo golpeava a o gelo com os punhos a fim de se liberar, o lupino aproveitou aquele momento para criar uma esfera negra com quase o dobro do tamanho das outras, sustentando-a durante alguns segundos com a face erguida, antes de abaixá-la de um brusco movimento, fazendo com que se quebrasse contra o adorno de ouro que o inimigo trazia nas costas. Devido à força do impacto, o corpo de Asuramon foi lançado para frente, fazendo com que o gelo em suas pernas finalmente se quebrasse, e ele caísse pesadamente de bruços no chão.

- É a sua chance! – avisou o garoto, observando um pouco afastado, para não atrapalhá-lo. Hatimon não quis perder tempo, avançando para logo então saltar sobre o corpo do inimigo.

- Crescent Blade! – o lupino fez aumentarem as garras em seu braço bom, e o ataque teria retalhado as costas de Asuramon se ele não erguesse um dos punhos, atingindo-o no peito, exatamente no ponto onde os curativos ainda cobriam.

Isso fez com que Hatimon perdesse o equilíbrio e caísse de forma desajeitada rumo ao chão. No caminho, seu corpo foi coberto pelas luzes azuladas, mas elas logo se desfizeram, fazendo com que retornasse à sua forma Criança. Alister correu em sua direção e esticou os braços para segurar seu corpo, mas o peso do digimon albino foi maior do que tinha esperado, fazendo com que caísse sentado quando conseguiu pegá-lo. Gabumon ainda estava acordado, mas pelo ofegar fraco e os pequenos tremores que corriam por seu corpo, estava claro que não tinha mais condições de lutar. Asuramon também percebeu, e com isso preparou um novo ataque, inflamando os quatro punhos, esperando alguns segundos para que as chamas se tornassem ainda maiores.

Prevendo suas intenções e sabendo que não teria tempo de escapar, o garoto se preparou para o pior, segurando seu parceiro com mais força enquanto fechava os olhos, à espera do calor que os consumiria. Logo seus olhos arderam devido a uma claridade que atravessou as pálpebras, mas quando achou que tempo demais havia passado, tornou a abrir os olhos, percebendo que a fonte de luz não era dos ataques de Asuramon. Quando seus olhos enfim se acostumaram, reconheceu as placas de metal dourado que compunham a armadura do protetor de Radast, Magnamon.
O Cavaleiro Real estava com uma das mãos esticadas, projetando uma barreira de pura luz dourada, que bloqueava os punhos de Asuramon como se fosse feita de material sólido – e muito resistente. Dessa forma, esperou até que o ataque inimigo perdesse a força antes de fechar o próprio punho, projetando o escuro para frente, empurrando Asuramon como se o tivesse dado um empurrão. Um tanto cambaleante, o digimon de fogo recuou alguns passos para não cair, para então virar sua face, revelando a que tinha a máscara azulada.

- Isso é tudo culpa sua! – apontou então na direção do cavaleiro dourado. – Você dá falsas esperanças a esses digimon, e os faz assumir estas formas desprezíveis! Deveria deixa-los evoluir da forma certa!

- E quem é você para decidir o que é certo? – devolveu Magnamon, para a surpresa do outro.

- Aquele que vai dar fim a essas coisas malditas! – numa atitude surpreendente, Asuramon ignorou seu novo oponente e correu na direção dos Digimentals que havia deixado cair quando começou sua luta com Hatimon. Novamente inflamou seus punhos, claramente querendo destruir os objetos caídos, mas quando tentou, outra barreira de luz dourada surgiu, protegendo-os. Ocupado ao golpear o escudo tentando quebra-lo, ele não percebeu a chegada discreta de Magnamon, que parou ao seu lado.

- Eles são a esperança de muitos aqui. E você não vai toma-las. – declarou o cavaleiro, em tom sério. – Magnum Kick! – atacou, concentrando sua força em um único chute, que atingiu Asuramon na lateral do tronco. A força empregada foi tanta que o corpo do digimon de fogo voou para vários metros acima, descrevendo um arco enquanto ele sumia para longe da cidade.

- Eita... – mesmo ofegante e ferido, Gabumon estava impressionado com a força do cavaleiro real. – Magnamon é mesmo...

- Baixinho. – completou Alister em voz alta, sem perceber o feito. Estava um tanto espantado, porque a estátua tinha três metros de altura, mas o próprio digimon devia ter pouco mais da metade daquele tamanho.

O digimon dourado estava murmurando em voz baixa algo como “toda semana isso acontece”, mas parou quando ouviu o garoto e virou a face em sua direção. Seus olhos vermelhos estreitaram dentro da cavidade do elmo, e em poucos passos já havia alcançado a dupla, demonstrando como podia ser imponente mesmo com a pouca estatura. Sem dizer nada, ele se curvou diante do humano, mas esticou a mão na direção de Gabumon, espalmando-a sobre seu peito coberto de ataduras, emitindo uma fraca luminosidade dali. Tarde demais, Alister se lembrou que ele fazia parte de um grupo a comando da realeza e portanto seria inimigo dos rebeldes, mas não estava atacando. Quando afastou a mão, as ataduras caíram, revelando que o corpo do digimon albino estava intacto, até mesmo dos ferimentos recentes, como se nunca tivesse lutado.

Logo em seguida, abaixou a voz em uma única frase. – Abaixo os Cinco.
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Digimon - Digital Rebellion - Página 4 Empty Re: Digimon - Digital Rebellion

Mensagem por Convidado Qui 04 Ago 2016, 10:28 am

Antes de mais nada muito obrigado Spirit por usar minha ideia de Digimon Exalted Knights baseados nos Cavaleiros da Tabula Redonda com Arthur Pendragon , Sir Lancelot , Sir Tristão , Sir Gawain , O Cavaleiro Verde , o Cavaleiro Negro / Sir Owain ( não confundi-lo com DarkKnightmon pois ele na verdade seria conhecido como " BlackKnightmon " ) o cavaleiro traidor da Tabula Redonda, o Mago Merlin , Viviane a Dama do Lago e Mordred o filho Bastardo de Arthur Pendragon com Morgana Le Fey fiquei muito curioso para saber mais coisas sobre os misteriosos " Avalonianos " da mítica Ilha de Avalon dos quais White Gabumon falou . Se me permite a imensa ousadia tenho novas sugestões para lhe dar :

Tiamatmon

Tiamatmon a Deusa Dragonesa das Trevas Digimon é um ser terrível temido em todo submundo do Digital World pela sua malevolência e sede de destruição . Uma Dragonesa Cyborg Digimon da mesma classe de Imperialdramon Dragon Mode porem 10 vezes maior em tamanho e com um poder de destruição infinitamente maior ela habita nas profundezas do mundo Digital tendo um palácio na frente do templo onde se situa a porta lacrada com os símbolos dos sete Demon Lords mas alguns dizem que seu verdadeiro lar e local de poder não é lá mas sim em um local tenebroso conhecido como " Cemitério dos Dragãos Digimon " para onde vão todos os Dragões Digimon quando sentem que a hora de suas mortes se aproxima no qual ela repousa sobre uma pilha de um incalculável tesouro espolio de todos os Digimon Dragões que lá morreram . É dito que Digimon usuários de magia e Digimon evoluídos de Dragões tem seu poder maximizado no Cemitério dos Dragões Digimon . Seu movimento especial " Armageddon de cinco cabeças " consiste numa rajada de energia devastadora projetada pelas suas cinco cabeças que combina numa única explosão de energia o poder de cinco diferentes armas de sopro draconico . Ela também pode usar o ferrão metálico da cauda como uma lança envenenada ( Lança Ferrão Metálica )

Nível : Mega

Tipo : Ancient Dragon

Gênero : Feminino

Atributo  : Vírus

Familia : Nightmare Soldiers , Metal Empire , Dragon's Roar

Ataques :

Dragonslayer : Este ela geralmente usa para destruir Digimon Dragões do Bem canalizando toda energia de seu corpo ela desfere uma baforada de dragão de chamas negras que desintegram Digimon Dragões de bom coração e que provocam dano mortal além de envenenar mesmo Digimon " invulneráveis " ao fogo e com poder de cura .

Giga Exterminador  : Similar Ao Giga Crusher de Imperialdramon ela projeta uma rajada de matéria escura supermaciça, engolindo tudo dentro de um espaço escuro e exterminando  completamente tudo num raio de algumas centenas de metros ao redor do ponto de impacto da matéria escura.

Armageddon de cinco cabeças: consiste numa rajada de energia devastadora projetada pelas suas cinco cabeças que combina uma explosão de fogo de milhares de graus centigrados , rajada de gelo abaixo do zero absoluto , relâmpago de bilhões de volts , rajada de trevas e sopro venenoso corrosivo capaz de derreter uma placa metálica de Chrome Digizoid

Garras do Martírio  : Desfere com as garras dianteiras um corte capaz de trespassar qualquer barreira e que envenena o inimigo com um veneno incurável que o mata lentamente em dolorosa agonia .

Sopros das Cinco cabeças : Ela pode desferir ataques com qualquer uma das suas cinco cabeças de Dragão podendo usar um sopro de chamas da cabeça de dragonesa vermelha , um sopro de relampagos da cabeça de dragonesa azul , uma rajada de gelo da cabeça de dragonesa branca , um sopro , de , veneno / acido da cabeça de dragonesa verde e uma explosão de trevas da cabeça de dragonesa negra . Ela também pode usar suas cinco cabeças para abocanhar um ou mais oponentes .

Lança Ferrão Metálica  : Ela também pode usar o ferrão metálico da cauda como uma lança envenenada.

Inferno  Eterno : Projeta um redemoinho de fogo.

Canhão Disruptor Quântico : Ele faz aparecer sobre as costas um canhão de energia gigante semelhante ao "Laser Positronico " de Imperialdramon com o que ela dispara uma enorme explosão de energia quântica , do Canhão Disruptor Quântico .

Campo de Força Protetor : Tiamatmon é capaz de conjurar em torno de seu corpo um campo de força absolutamente impenetrável para qualquer tipo de poder ou ataque capaz de manter-se incólume após ser alvejado mesmo pelo Garuru Cannon e a Transcendent Sword de Omegamon e o Soul Digitalizer e a Seiken Gradalpha de Alphamon sem sequer ser arranhado . Esse Campo de Força Protetor contudo permite que os Ataques de Tiamatmon o passem normalmente . Ela normalmente utiliza este Campo de Força Protetor para proteger a si mesma durante as lutas dos ataques e contra-ataques de inimigos poderosos .  

Esta infelizmente eu não tenho uma imagem para servir de exemplo mas imagine Tiamat a mítica Deusa Dragonesa das Trevas de D&D Dungeons & Dragons com este visual :

Tiamat a Deusa Dragonesa das Trevas:

Agora imagine ela com uma armadura de batalha blindada de Chrome Digizoid igual Imperialdramon Dragon Mode só que com cinco cabeças cada uma de uma cor diferente equivalente das cinco especies de Dragões Cromáticos de D&D cada uma usando um elmo tal qual Imperialdramon Dragon Mode com um canhão de energia nas costas e a cauda metálica como uma lança de aspecto assustador e pronto é ela . Eu ficaria muito feliz se caso você chegasse a usa-la na sua fanfic . Tipo como uma adversaria futura de Thorndramon quando ele alcançar o nível Mega . Só peço que caso você a use que não faça a forma nível Mega de Thorndramon derrota-la de maneira " ridiculamente fácil " pois Tiamatmon é uma Deusa antes de tudo e uma criatura de imenso poder maligno logo seria " humilhante " para não dizer também " constrangedor " ela ser derrotada com facilidade ridícula pelo nível Mega de Thorndramon em vez de numa batalha equilibrada entre os dois . Lembre-se que ela é uma Divindade das Trevas entre os Digimon do tipo Dramon e que é mortalmente temida por estes então se por acaso ela lutar contra o nível Mega de Thorndramon que seja uma batalha épica .  Voltando a historia legal saber que você pretende usar os Cavaleiros Reais na aventura . Só peço que por favor ... não os coloque como " vilões " . Não aguento mais os Cavaleiros Reais só aparecerem como vilões malignos em todas as fanfics que eu leio . Imagino um duelo entre Alphamon com a Seiken Gradalpha e o Rei Pendramon com uma espada gigantesca equivalente do Digital World da Sagrada Espada de Excalibur . Achei bem interessante o uso de Evoluções de Armadura . Fiquei meio que revoltado com o fato de que " Os Cinco " desprezem as Evoluções de Armadura assim como as Evoluções Anômalas considerando-as uma " forma de evolução que contraria a obra divina " . Pelo que me parece os Cinco são o tipo de governantes do tipo intolerantes religiosos que perseguem minorias como " Digimon X " , " Digimon Armadura " , "Digimon originados de DigiXros " , grupos como " Os 5 Banchos " , " Os 3 Mosqueteiros " , " Os 10 Guerreiros Lendários " , " O Saiyuki " e tal resumindo Digimon que consideram determinado tipo de evolução e determinado tipo de Digimon como " abominações pecaminosas " e oprimem com a religião mais ou menos do mesmo modo que a Igreja Católica também oprimia durante a idade das trevas e a época da Inquisição  . Sobre a historia muito legal a luta de Hatimon contra Asuramon ainda que bem rápida . Legal que você tenha levado em consideração que um Digimon " Ultimate / Perfect " é mais poderoso do que um nível Champion mesmo que este tenha se originado de uma " Evolução Anômala " . Mas foi muito legal a aparição inesperada de Magnamon para ajudar a vence-lo com o Magnamon facilmente superando Asuramon e no fato de que o Cavaleiro Real aparentemente apoia a causa da rebelião como vimos quando ele murmurou " Abaixo os Cinco " . Enfim ótimo capitulo Spirit aguardo mais .


Última edição por KaiserLeomon em Qui 04 Ago 2016, 5:03 pm, editado 21 vez(es)

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Digimon - Digital Rebellion - Página 4 Empty Re: Digimon - Digital Rebellion

Mensagem por Pégaso Qui 04 Ago 2016, 11:36 am

Nossa Spirit que episódio simplesmente fantastico,ate achei que a historia girava ao redor de Alister e Gabumon(como se eles fossem protagonistas de toda a historia,)

Eu confesso que me perdi um pouco lendo os episodios,devido a não ter lido os anteriores mais mesmo assim consegui ler e entender sem problemas. Quando fui lendo não reconheci algums digimons pelos nomes,como o Asuramon eu o conhecia mais não sabia seu nome.

Gostei da Cidade de Radstar e o modo como os digimons da cidade usan os Digimentals,como esperado os digimons divinos não aprovam o uso deles. Em minha opinião nem fodos devem lutar,afinal como disse no ep algums tem familia pra cuidar e inmagina eu,como pai saindo e lutando pra Evoluir como ficaria minha familia?

E eis que ele surge,O incrivel o invencivel o justiceiro,o Batman(risos,brincadeira não me leve a mal)o Magnamon esse digimon tão incrivel você demostrou bem o poder dele parabens.

Emfim ep simplesmente dimais Spirit,parabéns.

@Edit:Não posso deixar de ressaltar que gostei,de ver a batalha de Hatimon com Asuramon assim como a breve batalha de Magnamon e o digimon,três faces de fogo.
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